mardi 28 août 2018

«Ouvrir la voix» pour la donner aux femmes noires



Amandine Gay, réalisatrice, est invitée de la soirée MediapartLive. Son documentaire « Ouvrir la voix » sort en salle le 4 octobre. Elle y donne la parole à une vingtaine de femmes noires.




dimanche 26 août 2018

Dieu tout-puissant



L'éternité sans fin 

Dans l'ancienne tradition des ancêtres, le nom n'est pas simplement une désignation arbitraire ou un son. Il parle de la nature et de l'histoire de celui qui est proposé. 

Quand les ancêtres ont parlé de haschem chilul, ils ont dit que l'éternité ne pouvait pas profaner son nom parce que cela ferait violence à ce qui est éternelle. Et nous sommes appelés au kiddouch, pour séparer le nom de ce qui est périssable. Le tétragramme ancêtre parle de ce verbe infini, yōḏ (י), hē (ה), wāw (ו), hē (ה), qui présente l'histoire de ce qui est éternelle, l'éternité sans fin. 

En l'an 586 avant JC jusqu'à la destruction du premier temple, les ancêtres ont prononcé le nom. Mais ils ont choisi, pour une bonne raison, de dire avec révérence "mon Seigneur, mon Seigneur Elohim". Et plus tard, Adonaï est devenu la règle à cause du shema araméen. 

Quand Moïse s'est tenu devant le buisson sauvage qui a allumé la plage, il n'a pas entendu le feu, il a entendu le vent chanter. Et il a compris que l'éternité disait que c'était éternel sans fin. Et parfois le vent a dit iaueh asher iihueh différent et Moïse a compris que c'est elle qui donne vie à ce qui existe. 

Moïse a vu que l'éternité est plurielle et le gardien du vainqueur des portes, daltot shomer israel. Mais l'éternité sans fin n'est pas l'homme, n'est pas la femme. Par conséquent, elle peut aussi s'agir d'élohim, qui semble macho, mais ne l'est pas. Mais cet esprit plurielle chante et dit que l'éternité est sans fin et qu'elle est la mère de toute vie, alors elohim iavé

Mais j'ai besoin de savoir que cette belle éternité est infinie.

vendredi 24 août 2018

Versus, ainda memórias

Convérgo,is,ère
Juntar-se de várias partes para se chegar a um ponto


Numa primeira olhada era um jornal da contracultura, de linguagem mítica, que tinha como referência a América Latina. A partir dessa linguagem viveu a política sob novas perspectivas. Passou, por exemplo, a editar um caderno dedicado à questão negra, Afro-Latino-América, que se tornou um espaço de resistência do movimento negro. Tornou-se também uma embaixada de exilados latino-americanos, que chegavam atraídos pela linguagem latino-americana do jornal.

Era grande o seu prestígio entre artistas e intelectuais. Nomes como Milton Nascimento, Chico Buarque, MPB 4, Simone e o grupo Taracón participaram de um show de apoio ao jornal, com a presença de 15 mil pessoas, transmitido por sistemas de som para outras 20 mil no congresso alternativo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, no segundo semestre de 1977, em São Paulo. 

Marcou época, junto com outros jornais e revistas da imprensa alternativa, nos anos 70. Foi criado por Marcos Faerman, que na época trabalhava no Jornal da Tarde. O primeiro número saiu em outubro de 1975.  

Em janeiro de 1978, recém-chegado de meu segundo exílio, depois de passar um ano na Europa a observar e participar da organização de partidos socialistas na Espanha e Portugal, entrei para o jornal. 

“Alguns boatos corriam nas mesas dos botequins de São Paulo. Entre um suspiro e outro se comentava: o pessoal do Versus recebeu dinheiro da social-democracia européia, há uma fita gravada que comprova tudo”. (1) 

Nascia o ano de 1978 e, com ele, uma indagação para a equipe. O desafio: a hora era da discussão de perspectivas. E textos especiais foram publicados: Chico Pinto, José Álvaro Moisés, Fernando Henrique Cardoso. O tema da discussão eram os novos partidos. E pensamos o passado. Vimos que ao movimento popular de 1964 faltaram lideranças. E como colegas escreveram, era um movimento de base frágil, a receber inspiração de fora. Foi abandonado, sem esboço de reação de seus líderes. Entre as lideranças faltosas estava a figura de um ex-presidente.

Foi assim que o jornal correlacionou contracultura e discurso político. Passou a discutir conjuntura, a se identificar com correntes que pensavam a construção da democracia. E sonhou o socialismo: Almiro Affonso, Edmundo Moniz, Plínio de Arruda Sampaio, a Tendência Socialista do MDB no Rio Grande do Sul tiveram voz e vez. Mas o jornal entendeu que a questão política era questão nacional, mas também global, onde entravam estudantes, mulheres, negros, índios e trabalhadores. 

O jornal se pautou, então, por uma ética do companheirismo que nascia da filosofia da práxis. E fez da autonomia crítica diante da autocracia do regime sua perspectiva de ação contra o egoísmo econômico e político. Proclamou a necessidade de uma nova ordem, na qual o sentido de comunidade fosse o fundamento da organização social.

Tal ética fez a denuncia do egoísmo da economia das multinacionais e dos governos latino-americanos que a elas serviam e levavam à expropriação de muitos em benefícios de poucos. Propôs uma economia solidária onde a alegria não fosse meramente fruto do ganho, mas do próprio trabalho.

E condenou o egoísmo de classe, onde cada qual procurava enriquecer através da exploração do próximo e as conseqüências desse processo, como o privilégio da educação para uma elite. Mas condenou também o egoísmo internacional do comércio e da força, que justificava a violência e a guerra sobre povos, nações e continentes. Assim, pregou a submissão das nações, fossem ricas ou pobres, à idéia do direito e à construção de uma consciência comunitária, soldada sobre a paz, que levasse a um internacionalismo real entre as nacionalidades.

Apesar de ter uma ética que repousava sobre a filosofia da práxis, o jornal entendeu que no Brasil a alma da unidade espiritual é a religião, e que o fracionamento espiritual característico da segunda metade do século XX no Brasil traduzia fracionamento econômico, distanciamento e choque entre classes. E que qualquer processo cultural de unidade futura levaria a uma nova base de unidade e solidariedade econômica e social.

Nesse sentido, viu que havia na realidade brasileira e latino-americana um processo de desenvolvimento que se realizava de forma desigual na história do continente, mas que combinava mudanças espirituais e transformações econômicas e sociais. Diante de tais circunstâncias, considerou que o jornalismo autônomo e crítico frente aos poderes estava eticamente obrigado a fazer uma escolha: ou participava do processo, inspirando e atuando a favor desse desenvolvimento ou se retraía e entrava em processo de caducidade, ao afastar-se da vida real das comunidades.

Levantou, então, a bandeira da construção de um amplo e democrático Partido Socialista, que deveria partir, para isso,das“leis vigentes no país, que consideramos restritivas, não democráticas e antipopulares. Lutamos para que esse partido seja construído através de uma ampla e livre discussão interna, que integre todos os que se reclamam socialistas, organizando núcleos de base por locais de trabalho”. (2)

Procurou somar contrários não antagônicos em direção ao sonho maior. E assim construiu uma maneira profética de fazer jornalismo: integrou três linguagens como forma de ação, a da contracultura, a reflexão sociológica e a discussão da instância diretamente política.

Tal presença contracultural e política na vida de milhares de brasileiros, principalmente daqueles envolvidos com a democratização do país, fez do jornal um bastião avançado nas lutas pelas liberdades democráticas. 

“Estivemos na linha de frente na campanha pela Anistia e pelas liberdades democráticas, reclamadas pela população brasileira. Fomos duramente atingidos pelos vários organismos repressivos do regime, inclusive com as prisões de alguns companheiros da redação, administração e colaboradores. Fomos sufocados financeiramente, e houve momentos em que a sobrevivência material diária ficou em mãos de nossos amigos e companheiros. No entanto, permanecemos e nos transformamos, nesse terceiro ano de vida, o mais agitado, sem dúvida. Ousamos nos entranhar na realidade social e política, e nos definimos. Acreditamos na profundidade de nossos ideais e estamos convencidos de rumar no mesmo sentido da história, sendo uma de suas parcelas vivas e atuantes”. (3)

Sua produção jornalística remeteu ao pensamento da intelectualidade socialista da época. O debate de idéias traduziu força e formatou um dos pólos da nova esquerda: o ideal do convergir sem diluir-se em estruturas. Dessa maneira,

 Versus, versus 
Li a linha 
Geisel já vai tarde
Entrei na fileira
Cresceu a revolta
Marchei na coluna 
Levantei fuzis de reconstrução
Versus, versus
É canto e dança!

foi e ainda é fonte para a compreensão do pensamento socialista da época e da nova esquerda em particular.


Notas
1.  Ênio Bucchioni e Omar de Barros Filho, O editorial dos editoriais, São Paulo, Versus no28, janeiro de 1979, pp. 3-9.
2. Ênio Bucchioni e Omar de Barros Filho, idem, op. cit., p. 8.

3. Ênio Bucchioni e Omar de Barros Filho, ibidem, op. cit., pp.3-9. 


Tview entrevista o Pr. Jorge Pinheiro (PARTE 3)






Tview entrevista o Pr. Jorge Pinheiro (PARTE 2)






Tview entrevista o Pr. Jorge Pinheiro (PARTE 1)




jeudi 16 août 2018

Era uma vez -- jeu 16 août

Era uma vez, antes do espaço, antes do tempo, antes do espaço-tempo, a eternidade que pensou vou construir o ser que vai parecer comigo. E assim, do sem forma e tudo vazio, retirou-se dando lugar e tempo ao que não existia, espaço-tempo, chão daqueles que têm origem e destino. O ser, imagem da eternidade no espaço-tempo, momento do que é sem espaço e sem tempo, recebeu concessão, encargo que fez dele especial : diferente, mas não antagônico, de tudo que foi construído no espaço-tempo. 


O ser, então, sublime, coroou, conquistou responsabilidade e foi desafiado pelo poder de decisão. E a imagem é isso, construção do ser moralmente responsável, que tem harmonia, semelhança com o que é eterno. Presente no aqui e agora viaja para todos os antes e pode construir, se assim lhe prouver, o depois que não existe.

Ser imagem é forma do ser, é partícula “e” que reforça esta ligação entre imagem e semelhança … mas o distanciamento daquilo que é eterno, dessa eternidade sem lugar e tempo, embaça a imagem semelhança. Tal distanciamento, tal separação, no entanto, é transcrição do eterno na existência, e inclui aquilo que é comum aos humanos e à eternidade : a consciência moral, a liberdade de escolha.

É, existe uma relação entre alienação e consciência. Se partirmos dos nossos ancestrais gregos, em especial do velho Aristótelesna sua Poética do trabalho, a hamartia faz parte da existência, daquilo que está no tempo e no espaço. O conceito pode ser traduzido como falha ou erro de uma pessoa … o erro fatal de um herói trágico literário : pecado, erro de julgamento. E com a hamartia a morte se faz presente, definindo uma característica do espaço-tempo: tem princípio, mas tem fim. Hamartia era uma expressão militar dos gregos, que se referia ao ato do arqueiro errar o alvo, quer no treinamento, quer na batalha. Quando utilizamos a expressão hamartia, dizemos que os humanos vivem um estado em que errar o alvo caracteriza a existência. Por isso, traduzimos hamartia como alienação, já que implica em distanciamento do objeto da consciência moral.

Alienação, errar o alvo, enquanto estado da existência, leva à consequências. Uma delas é a consciência da morte. O estado de alienação da existência produz uma consciência matricial, a consciência da morte. Mas é a partir da consciência da morte que temos a consciência daquilo que é eterno, e a consciência da diversidade, já que não somos natureza apenas e temos a consciência de que ações e coisas podem ser boas ou não. Dessa maneira, hamartia implica em consequências: necessidades diante da lei, daquilo que é ou está diante da existência, e possibilidades diante da liberdade, daquilo que não existe, mas pode ser construído.

Assim, errar o alvo, na alienação e no distanciamento estão necessidades e lei, e possibilidades e liberdade, que não se excluem : estão correlacionadas na existência humana, fazem parte do estado da existência.

Mas existir leva a um desafio, o poder da decisão, que implica em construir uma relação especial com o que já existe. E é tal desafio que faz do ser, humano, que tem pessoalidade em relação à natureza e deve construir com ela relações de administração, produção e trabalho. O ser, humano, relaciona-se com a natureza, com o aqui e agora, e através do uso e de suas descobertas em relação a ela, caminha em direção a uma permanente relação com o que não está aqui e agora, com o que se projeta além.

E como conseguimos isso? Através da cultura, enquanto processo social e objetivo de construção humana junto à natureza. E essa necessidade de conhecimento e expansão, pessoal, subjetiva e social, é peculiar a todo homem e mulher livres. Ou seja, a cultura é o jeito de ser humano. 

Quando falamos de ser, humano, falamos de intenção. Mas a intenção não é ação e pensamento solitários. É ação e pensamento coletivos, que se apresentam diante da natureza e do universo como unidade. E assim se constrói a humanidade. 

Tal relação de construção com a natureza pode se espraiar ao longo do universo, do cosmo. Sem dúvida começou na floresta, em cima das árvores, mas deu-se enquanto extensão. E a partir daí o destino humano não se deu enquanto submissão, mas pela integração. Seguindo a herança do que também somos, natureza rebelada, neste caminho da floresta tropical, mesmo sem ter plena consciência do que fazíamos, somos o resultado de um ecossistema integrado. O ser, humano, foi então, jardineiro e predador, e descobriu que tinha a responsabilidade de cuidar com habilidade da floresta, da sua comunidade, de seu mundo.

A aproximação à cultura tem de partir da perspectiva da unidade na diversidade. E o primeiro sentido dessa unidade na diversidade é a contextualização do eterno no humano, que se expressa enquanto presença nas culturas, que constrói peculiaridades da imagem semelhança da eternidade em cada grupo humano.

Imagem e semelhança podem ser traduzidas na relação que mantemos com as criaturas. Imagem e semelhança reinam sobre o universo construído no espaço-tempo. Mas aqui há um detalhe sutil : o usufruto da natureza não é direito de domínio próprio, reinamos enquanto imagem e semelhança. Não somos proprietários, nem temos autonomia irrestrita sobre a natureza, o universo e o cosmo. Aqui há um elemento importante para pensar esta questão : a solidariedade. Uma vez compreendida a eternidade que se situa aquém e além do espaço-tempo, mas também no espaço-tempo, é no despertar da consciência de justiça, paz e alegria, que devemos nos envolver em causas pró emancipação do ser, tornando-nos parceiros dos que lutam para mitigar a angústia do ser, o sofrimento humano. 

Natureza, universo, cosmo é o mundo do ser. Há a total desmitização da natureza. Tudo que está no aqui e agora, no espaço-tempo, não é eterno. Todo o universo pode tornar-se o ambiente do ser, seu espaço e seu tempo, que ele pode adaptar às suas necessidades e administrar. E tal postura nos leva às responsabilidades diante dos ecossistemas. Posicionar-se pela opção a favor dos ecossistemas, presentes ou distantes, no sentido de mitigar o sofrimento imposto à natureza, é seguir o modelo da floresta tropical.

Mas imagem e semelhança traduzem abertura à transcendência. Aqui estão dados os elementos que nos permitem entender porque faz parte da humanidade o abrir-se à transcendência e viver com ela. Há um deslumbramento permanente diante do absoluto e do mistério. Estamos diante de um ser que pode pensar o que não está aqui e agora, e que pode refletir sobre o que vai além da realidade factual. E é por poder pensar tais realidades que não podem ser vistas, que o ser humano pode pensar a eternidade e relacionar-se com o transcendente. Assim, imagem e semelhança transfere ao humano a capacidade de superar a hamartia.

Esse humano não é uma pessoa em particular, mas humanidade e a expansão através do universo e do cosmo não está dada a uma pessoa, mas a comunidade dos humanos. Assim, ninguém pode ser excluído da autoridade que nasce do arbítrio livre.

O universo, o cosmo, sem dúvida pode ser administrado através da convivência de seres que se complementam. e se amam. Ou seja, esse ser plural só poderia exercer o domínio através da comunidade, completando-se enquanto ser, como humano.

A alienação, sem dúvida, quebra a possibilidade da humanidade ser imagem e semelhança eficaz. O errar o alvo é um estado da existência e o mal se faz presente como opção ao ato livre. Assim, o humano lançou-se ao domínio de seus iguais, incl
usive através do derramamento de sangue; suprimiu o equilíbrio e a mútua solidariedade, humildade e amor, entre macho e fêmea; mitificou a ciência e a técnica; e lançou-se à destruição da própria natureza.

Ainda assim, há na existência uma imagem e semelhança invisível, mas presente. E essa imagem semelhança pode, a nível escatológico, construir aquilo que à natureza apenas é impossível. Na imagem semelhança repousa a possibilidade e o poder da eternidade, que pode construir a novidade do eterno agora, ao conquistar corações e mentes na terra azul. 

Jorge Pinheiro
Montpellier, jeu. 16 août 2018




















Navegar é preciso!



dimanche 5 août 2018

Le sermon sur le feu

LE SERMON SUR LE FEU

Pasteur Jorge Pinheiro

OUVERTURE

Nous allons ouvrir nos Bibles et lire  Genèse 19:15 seulement ce verset :


« Des l’aube, les anges insistèrent auprès de Loth en disant: Lève-toi, prends ta femme et tes deux filles qui se trouvent ici, sinon tu disparaîtras dans la punition qui s’abattra sur la ville ».


Et nous allons commencer avec la littérature.

Un poète américain d'origine anglaise a écrit sur un monde qui a déjà brûlé. Ses poèmes traduisent l'angoisse prophétique face à la guerre et au drame humain.

« Terre désolée » est l'un des poèmes les plus impressionnants de Thomas Eliot. C'est un gémissement face à un monde aride, où les survivants rampent et agonisent. Écrit entre 1921 et 1922, il est considéré comme le poème le plus terrible de la littérature occidentale au XXe siècle.

Mais au milieu du désespoir, nous pouvons voir le sens de la transcendance qui jaillit dans la « terre désolée » de ce chrétien angoissé devant le destin humain. À la fin de la troisième partie du poème, intitulée « Le sermon sur le feu », l'extase et la terreur se complètent:

« A Carthage, je suis venu,
Brûler, brûlant, brûlant.
Brûlant, Ô Seigneur Toi qui me voles,
Ô Seigneur toi qui me voles, brûle ».

Eliot dans ses notes dit que le premier verset ci-dessus a été pris des « Confessions » de Saint Augustin, quand le théologien dit: 

« Je suis venu à Carthage,
Où toutes les amours impies,
Comme un chaudron,
Chantaient dans mes oreilles ».

Et le verset suivant fait partie du « Sermon sur le feu » de Bouddha, qui selon, Eliot est aussi important pour le monde oriental que le Sermon sur la Montagne pour nous chrétiens. Et il revient aux « Confessions » de Saint Augustin, avec le verset: 

« Ô Seigneur Toi qui me voles ».

Eliot a affirmé que l'insertion de ces deux représentants de l'ascétisme, oriental et occidental, à l'apogée de cette partie du poème n'est pas fortuite, puisqu'à travers une lecture pleine de spiritualité il transmet au lecteur toute l'angoisse devant un monde qui brûle.

L’histoire de la destruction de Sodome et Gomorrhe nous présente deux archétypes de notre humanité. Nous sommes en même temps Loth et sa femme, pour mieux dire c’est notre vie excessivement matérialiste.

La délivrance de Loth vient répondre à la prière d’Abraham au chapitre précédent, quand il dit : « Vas-tu vraiment supprimer le juste avec le coupable » Genèse. 18.23. Et après, « Peut-être là s’en trouver-t-il dix ! ». Et Dieu répond : « Je ne détruirai pas à cause de ces dix ». Genèse 18.32. 

Celui-ci avait cru que pour sauver les personnes qu’il aimait il était nécessaire que Sodome soit épargnée de la destruction. Or Dieu ne répond pas toujours de la manière donc nous avions pensé. Mais il répond.

Le pasteur anglais du XIXe siècle, Charles Spurgeon, a prêché un sermon connu sous le nom de « À précipiter Loth», qu’il a basé sur Genèse 19.15 :

"Des l’aube, les anges insistèrent auprès de Loth en disant: Lève-toi, prends ta femme et tes deux filles qui se trouvent ici, sinon tu disparaîtras dans la punition qui s’abattra sur la ville”.

Ces anges ont dit à Loth très distinctement ce qui allait se passer à Sodome. Ils n'ont pas caché la question, mais ont révélé son destin. La ville devait être détruite et il doit en sortir, ou sinon il serait aussi détruit.

Après que ces anges eurent dit à Loth la vérité sur son péril, ils ne se contentèrent pas de faire, mais a commencé à presser et à l'exhorter à fuir hors de la ville condamnée: 

« Les anges ont précipité le départ de Loth »

Et quand hâter ne paraissait pas suffisant pour le convaincre, ils lui imposèrent les mains, ainsi que sa femme et sur ses filles.

Hélas ! Comme nous tous sur notre société moderne, le cœur de Loth s’est profondément attaché à tout ce qu’il doit maintenant laisser derrière lui. Il tarde à partir. Les anges sont obligés de l’entraîner de force avec sa femme et ses deux filles. Chers rachetés du Seigneur, posons-nous la question : S’il nous fallait partir de nuit très rapidement pour une autre ville, serait-ce avec joie ? Ou bien aurions-nous comme Loth du regret à quitter toutes les choses d’ici-bas auxquelles nos cœurs sont attachés ?

Loth épar­gné avec sa fa­mille. Dès l’aube, « toutes les scènes pré­cé­dentes s’é­taient pas­sées du­rant la nuit », qui se trouve ici ? Ces mots op­posent la femme et les filles de Loth, qui sont, avec lui dans la maison, à ses gendres qui n’ont pas voulu partir avec lui.

I. LA VILLE QUI VA BRÛLER

Qui fait brûler la ville ? Nous pouvons dire le matérialisme, l’inhospitalité, la violence contre les personnes, contre les étrangers, contre les différents. C’est comme ça. C’est l’image de notre monde, de notre humanité violente et de ségrégation permanente.

Le chrétien doit être hâtif par rapport à ce qui est le mieux pour sa famille, se détourner de la folie du temps présent et faire le chemin de l'obéissance au Seigneur. Et les gens commun qui ne connaissent pas Dieu doivent entendre parler du danger imminent de cette société violente et ségrégative et de la nécessité de prendre une décision du côté de la vie.

De même, nous devons aussi avertir les personnes de leur danger. Et nous ne devons pas avoir peur de parler, même si nous devons prononcer des mots qui ont un son très dur à leur sujet, car l'amour et la paix ne doivent pas se manifester par des mensonges, mais en disent la vérité réelle qui peut changer les cœurs.

Et si, mon frère, ma sœur, toi et moi, nous nous sommes sauvés, nous voulons être le moyen de sauver les autres, nous ne devons pas simplement leur raconter la vieille, vieille histoire, cependant simplement et sincèrement et souvent nous le disons; mais nous devons lutter avec eux. 

Et comme Abraham nous devons plaider pour eux, nous devons pleurer sur eux, et nous devons décider que si nous ne pouvons pas briser leur cœur, nous briserons le nôtre. Et si nous ne pouvons pas changer Sodome, en tout cas ce ne sera pas parce que nous n'avons pas travaillé de toutes nos forces pour changer la cruelle réalité et donner de nouveaux cœurs. 

Oh, si nous pouvions être aussi clair pour toutes les personnes que ces anges sont été clairs concernant le destin de notre sœur la femme de Loth! Nous ne pourrons pas les sauver tous. Même les anges ne l'ont pas fait. 

La femme de Loth était un archétype, exemple de toutes les personnes, qui périssent après la meilleure instruction possible, et les gendres de Loth furent examinés comment, avec quelques hommes, le plaidoyer le plus sérieux ne peut pas aboutir qu'à la moquerie. Oui, chers amis, nous ne pouvons pas demander si certains rejettent notre message d’amour et de paix alors que tant de gens ont rejeté l'enseignement du Maître lui-même. Mais nous devons donc leur dire que, en tout cas, s'ils le refusent, la violence et la destruction seront entièrement à leur porte.

Le point spécial dans le ministère des anges est le fait qu'ils ont dépêché Loth. Et je vais utiliser ce fait de deux façons. D'abord, je vais essayer de nous montrer que les chrétiens ont besoin de ce hâtés, car Loth était un homme juste, malgré ses imperfections. Et, d'autre part, que les gens commun qui ne connaissent pas Dieu en particulier doivent ce besoin hâter. Nous devons essayer non seulement de prêcher sur ces deux choses, mais de les faire, comme l'Esprit nous aidera.

Certains chrétiens ont besoin d'accélérer même en ce qui concerne les questions communes de la vie chrétienne. C’est normal que beaucoup de nous soyons contemplatifs, très accommodant avec les choses qui concernent la vie sociale. Nous avons professé avoir été convertis, depuis longtemps mais nous n'avions jamais vécu une foi active e participative vers notre société, bien que nous croyions que c'était notre devoir de le faire. 

Quand nous l'avions pensé de choses concernant notre négligence, en général nous disons: "Celui qui croit ne doit pas ce hâter". C'est une erreur honteuse. Nous prétendons avoir été convertis depuis longtemps, mais nous n'avons pas obéi à l'ordre de notre Sauveur. 

C’est vrai. David a dit « Seigneur, ne me couvre pas de honte ! Je me dépêche de suivre le chemin de tes commandements, car tu as ouvert mon cœur ». Psaume 119.31-32. C'est un texte encore approprié pour tous. Pourquoi, si nous avons une vie active et participative dans la société, nous ne nous sommes pas considérés comme coupables. Certaines personnes quand elles sont jeunes, savent qu'elles doivent se joindre elles-mêmes à l'Église mais aussi répondre aux nécessités du monde, mais ils ont plus tard. Et quand ils vieillissent, ils semblent convaincus qu’ils ont raison.

Tout chrétien a besoin de ce hâter, car il prend tellement de temps pour cela. Il me semble que la moitié de la beauté de l'obéissance consiste à obéir au commandement de Dieu en faveur de la vie. 

Supposons que nous ayons un fils et nous lui disons : « Jean, je veux que tu aye faire une course », et il répond : « très bien, mon père, j’y vais la semaine prochaine. Quel genre de fils est-il? Supposons qu'il dise : « Oui, père, je veux vraiment y aller, mais pas avant demain ». N'est-ce pas une désobéissance virtuelle? Appelons cela comme nous pouvons, retarder pour obéir est déjà la désobéissance. Nous avons déjà dit, chers amis, que lorsque nous remettons à plus tard notre devoir, nous risquons de nous tromper?

II. LA TERRE DÉSOLÉE 

Qu’est-ce qui fait brûler la ville ? Notre matérialisme, notre manque d’hospitalité, notre violence contre les personnes, contre les étrangers, contre les personnes différents. Et qui c’est-ce fait et qui fera brûler la ville ! 

Combien de fois nous sommes absents ? Je ne peux pas calculer. Si c'est un devoir que nous devons à réaliser maintenant et que nous le ne commettons-nous pas la même faute autant de fois qu'il y a d'heures où nous retardons. Il serait encore plus juste de dire qu'à chaque instant qu’un cri de la vie est négligé, il y a une omission au moment même que l'horloge fait tic tac. Certainement, nous persévérons dans une absence qui dure depuis longtemps.

La négligence du devoir est un erreur continue. Laissez cette petite phrase demeurer dans votre mémoire et laissez-la tomber dans votre cœur. Vous vous irritez dans l'obéissance rapide, car il y a certains d'entre vous, qui semblent s'imaginer que quand nous avons pris la décision de faire quelque chose et que nous avons de bonnes intentions, nous avons pratiquement fait la chose, et vous n'avez besoin de vous inquiétez davantage. 

Mais ce n'est pas le cas, car celui qui sait faire le bien et ne le fait pas, en particulier, malgré les autres, c'est-une omission tragique. 

On raconte q’un certain prince de Monaco avait laissé des instructions qui devrait être mise sur sa tombe : « Ici se trouve Untel, Prince de Monaco, homme de bonnes intentions ». C'était tout ce qu'il pouvait dire à propos de lui-même. Il n'avait rien fait, mais il avait l'intention de faire quelque chose. Et c'est l'épitaphe qui sera sur notre tombe à moins que nous ne transformions l'intention en action. 

Mais qu'est-ce que c'est une confession que nous avons la responsabilité de savoir ce que nous devons faire, mais nous n'avons ni le courage, ni la force pour nous pousser à faire ce que nous aurions dû faire il y a longtemps? 


Comme les anges, je me hâte de laisser Loth, mon frère chrétien, qui tarde à marcher sur le sentier de la vie pleine, d’amour et de paix. Et ce matin si il y a un devoir qui n’a pas été à effectuer, nous devons nous hâter de le faire. 


Même quand nous avons fait tout notre devoir, nous ne sommes que des serviteurs inutiles à notre Dieu. Mais que dira-t-on de nous si précepte après précepte nous négligeons d’obéir? En tout cas, ne soyons pas si bête que avoir l’intention d’obéir c'est la même chose qu’obéir au commandement de notre Dieu d’aimer le prochain comme moi-même.

Sodome et Gomorrhe sont « réduites en cendres », solennel exemple pour le monde matérialiste, où régné d’inhospitalité, le violence contre les personnes, contre les étrangers, contre les différents, conformément à 2Pierre 2.6 : « Il a condamné à la destruction les villes de Sodome et de Gomorrhe en les réduisant en cendres, pour donner à ceux qui se révoltent contre lui un exemple de ce qui leur arrivera ». 

Quant à la femme de Loth, elle aussi demeure dans la Parole comme un monument, un signal, pour nous avertir de ce qu’il en coûte de lier son sort à un monde condamné. Cette femme avait longtemps partagé la vie pleine, mais elle n’en faisait pas partie. Le monde cruel et diabolique était dans son cœur et elle a péri parce qu’elle n’est pas partir. Le monde cruel et diabolique était dans son cœur et elle a péri avec lui.

III. UN MONDE DES HOMMES VIDES ET CREUX

Trois ans plus tard, Eliot lance « Les hommes creux », où, toujours au milieu du monde désolé, il parle de personnes vides et creuxes. Et c'est ici, dans ce poème, que la transcendance déborde, pointant vers un sens profond du changement.

« Entre le désir
Et le spasme 
Entre la puissance 
Et l’existence 
Entre l’essence 
Et la descente 
Tombe l’Ombre 
Car Tien est le Royaume
Car Tien est
La vie est 
Car Tien est ». 

Et dans une strophe sublime, brillante il complète:

« C’est ainsi que finit le monde
C’est ainsi que finit le monde 
C’est ainsi que finit le monde 
Pas avec une explosion, mais avec un soupir. ». 

Et pourquoi ces hommes sont vides et creux ? Puisqu’ils ont choisi le désir, le pouvoir et la descente. C’est pourquoi tomba l’ombre. Et ainsi respire le monde, pas avec une explosion, mais avec un soupir de désespoir et mort.

EN CONCLUSION

Et le livre d’Apocalypse 15.4 nous a dit que ça va changer: 

« Qui peut refuser de te respecter avec confianceet de chanter ta gloire ? Oui, toi seul, tu es saint.Les habitants de tous les pays viendrontet ils se mettront à genoux devant toi,parce que tous peuvent voir tes actions justes ».

Recevons le Christ. Recevons le Christ maintenant, par un simple acte de foi et il nous donnera la force et la grâce de combattre nos omissions et de faire de nous de chrétiens actifs et participatifs pour le salut des gens. 

Oh, maintenant, maintenant, maintenant, le grand travail peut être fait! Je ne pense pas que nous pouvons entendre cette horloge sonner. Mais quand nous restons à penser, écoutons notre vieille horloge dans le cœur et elle nous dira (mets ta main sur le cœur et écoute) : « Maintenant, maintenant, maintenant, maintenant ».

J'ai parfois pensé que dans la nuit, j'ai entendu l'horloge dire : « Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! »

Nous n'avons plus besoin d'écouter les politiques, les professeurs ou même les pasteurs, mais écoutons ce message de l'horloge. Que le Saint-Esprit nous parle à travers cela et puisions-nous répondre : « Maintenant, même maintenant, je servirai mon Jésus-Christ et je serai dans la plénitude de la joie ».

Que Dieu nous bénisse! Et le Christ nous sauve!
Ce message est à méditer, mais aussi à vivre !

Devant une ville qui brûlera, un monde qui a déjà brûlé, il y a urgence et espoir. « Et comme il tardait, les anges prirent Loth par la main, sa femme et ses filles, et les emmenèrent hors de la ville. »

Amen !






vendredi 3 août 2018

Bruges 2005

Notas para uma crônica sobre bruxas e Bruxas

[Bruxelas] Essas são minhas notas para uma última crônica nesta temporada na Europa. Anotações sobre uma igreja, a Catedral de São Salvador de Bruges. E anotações várias, além dessa primeira.

1. O meu interesse não está exatamente na catedral, mas no paradoxo do nome Catedral de São Salvador de Bruges. Para que o leitor entenda, Brugge/Bruges tem um correlato inglês, Bridge, mas em espanhol e português o nome da cidade pode e deve ser traduzido, se formos traduzir, por Bruxas. Mas é bom dizer que na raiz flamenga brugge significa ponte, porque se acreditava que a bruxa era a ponte entre aquele mundo medieval chato e outro mundo de desejos possíveis.

2. Donde, o nome da igreja é Catedral de São Salvador das Bruxas. Mas por que bruxas em Bruges? Bem, para os especialistas, historiadores no caso, esta era uma região de bruxas e feitiçarias, assim como o restante da Bélgica. Por isso, encontramos uma interessante bibliografia sobre a região e as atividades das bruxas. Para os interessados vamos citar dois artigos, um de Gailliard  e outro de autor desconhecido , e também o livro de Stalpaert .

3. Mas quero falar de bruxas e da catedral. E para falar de bruxas vou recorrer a um texto de Luiza Tomita , onde cita o Malleus Maleficarum , documento usado pelos homens da Inquisição:

-- Toda bruxaria tem origem na cobiça carnal, insaciável nas mulheres, pois, segundo Provérbios 30, ela é comparável a um fogo que é preciso alimentar incessantemente, devoradora como o louva-a-deus.

-- Há três coisas insaciáveis, quatro que nunca dizem: Basta! A quarta é a boca do útero. Pelo que, para saciarem sua lascívia, copulam até mesmo com demônios.

-- As mulheres saciam os seus desejos obscenos não apenas consigo mesmas, mas também com aqueles que se acham no vigor da idade, de qualquer classe ou condição; causando-lhes, através de bruxarias, de toda espécie, a morte da alma, pelo fascínio desmedido do amor carnal, de tal forma a não haver persuasão ou vergonha que os faça abster-se de tais atos.

4. Tal obsessão sobre o sexo da mulher, como diz Tomita, traduzia o desejo, o medo e sentimentos confusos, presentes no pensamento e nos escritos da igreja cristã medieval. E como resultado, de 1560 a 1630, a perseguição vitimou cerca de 100 mil mulheres – alguns historiadores falam em um milhão – na França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

5. A Catedral de São Salvador das Bruxas foi levantada como igreja de paróquia no século XII e dedicada a São Donato. No século XIV sofreu mudanças e partes seguiram um estilo particular de gótico, o gótico de Escalda, nome do rio que atravessa essa região da cidade. No século XV, o deambulatório com suas capelinhas seguiram o gótico verticalista.

6. A medievalidade de Bruges com suas ruas estreitas e tortuosas, canais, sombras e imaginações noturnas, não nos remete apenas às bruxas, mas à máfia dos tempos bicudos da alta-modernidade. Por isso, virou filme de Martin McDonagh. Depois de um trabalho em Londres que corre mal, dois assassinos são enviados para Bruges. Objetivo: desaparecerem do mapa por uns tempos. Ray (Colin Farrell) odeia a cidade e está irritado com o insucesso do trabalho. Ken (Brendan Gleeson) se deixa levar pela beleza mítica da cidade. Durante a estadia, sucedem-se encontros estranhos com turistas e residentes: um ator norte-americano anão, prostitutas e uma misteriosa mulher, Clémence Poésy -- Seria uma bruxa? Não se esqueçam que ela foi Fleur Delacour no filme Harry Potter e o Cálice de Fogo. As tais férias acabam quando o chefe, Harry (Ralph Fiennes), telefona a um deles e ordena-lhe que assassine o outro. As ruas das Bruxas tornam-se então um cenário surrealista de perseguições.

http://www.youtube.com/watch?v=YyRKGl1HyCo

7. E não se esqueça, há um dia das feiticeiras na Bélgica, é o 27 de Julho, com direito a procissão das bruxas e tudo.
8. Essa história de bruxas nos remete à obsessão por amuletos na Idade Média, que estava ali-ali com a feitiçaria. Umberto Eco  nos conta uma história que para mim raia a loucura. Diz ele, que “o prepúcio de Jesus estava exposto em Calcata (Viterbo) até que em 1970 o pároco comunicou o seu sumiço. Mas reivindicaram a posse da mesma relíquia Roma, Santiago de Compostela, Chartres, Besançon, Metz, Hildesheim, Charroux, Conques, Langres, Amberes, Fécamp, Puy-en-Velay e Auvergne. O sangue que brotou da ferida lateral, recolhido por Longino, teria sido levado para Mântua, mas outro sangue conserva-se na basílica do Sangue Sagrado em Bruges, na Bélgica”.
Assim, de novo, Brugge/Bruges/Bruxas volta à berlinda e uma igreja, a Basílica do Sangue Sagrado, aparece como guardiã de uma relíquia inusitada. Que a engenharia genética não leve isso muito a sério...
9. Para os finalmentes me pergunto: salvador de quem? Das bruxas ou daqueles que queimavam mulheres? Salvador das bruxas não poderia ser, pois como diz Tomita, para Santo Agostinho, a abominação da bruxaria surgiu da ligação entre a humanidade e o diabo: a mulher para tornar-se bruxa deveria renunciar a fé católica; dedicar-se de corpo e alma à prática do mal; ofertar crianças não batizadas ao demônio; e entregar-se aos atos carnais com íncubos e súcubos.
10. Na Catedral de São Salvador das Bruxas, hoje uma igreja protestante, temos obras de arte. Entre elas, tapeçarias que decoram as paredes da nave, tecidas em Bruxelas por Van der Borcht, em 1730. São exuberantes. Sob o altar está uma escultura do Deus Pai, em mármore branco, feita por Arthur Quellin. À direita do prédio está o museu da catedral. Nele, há pinturas flamengas, jóias e relicários de ouro e prata.
Para as bruxas do século XXI sobrou uma procissão no dia 27 de julho.