mardi 15 novembre 2016

A suar pela unidade

UNIDADE, topa suar por ela?

O que a UNIDADE não é

Caso pretendamos assumir o desafio da unidade, precisamos primeiro ser sinceros a respeito do nosso próprio egoísmo natural quando se trata de relacionamentos. Quando procuramos amigos, muitas vezes pensamos naquilo que podemos ganhar com o relacionamento. Por isso, é necessário esclarecer o que a unidade não é. E entender porque Jesus disse para o Pai: “E peço para que todos sejam um. Pai, que eles estejam täo unidos a nós, como tu o estás a mim e eu a ti. Desta maneira, o mundo há-de acreditar que tu me enviaste”. João 17.21

Unidade não é encontrar alguém para cuidar de nós e satisfazer nossas necessidades. Não é elevar nossa vida e nossa comunidade  a um alto nível para se autopromover. E não é fingir que nos preocupamos com alguém para que ele se una à nossa causa ou compre nosso produto. O essencial da unidade é apoiar e ser apoiado, amar e ser amado, servir e ser servido, celebrar e ser celebrado.

Quais os possíveis problemas que posso enfrentar se começar a construir a unidade com as seguintes atitudes:

  • Procurar um amigo ou instituição que seja exatamente como eu ou como a minha comunidade.
  • Alguém ou instituição que concorde em tudo comigo e com a minha comunidade.
  • Uma pessoa ou instituição que esteja disposto, sempre, a satisfazer todas as minhas necessidades e as de minha comunidade.


Unidade exige esforço

Se pretendemos passar da solidão para a comunhão, precisamos enfrentar a realidade de que construir a unidade pode ser uma empreitada árdua e demorada. É um processo que exigirá energia, trará alguns riscos e, às vezes, deixará cicatrizes.

Quando a Bíblia diz que a unidade  são como o ouro e a prata, está confirmando a importância e o valor das amizades. A Bíblia também utiliza uma outra imagem, aquela de cavar em busca de ouro, pois elas sempre implicam em esforço e dedicação.

Reflita sobre um relacionamento que você guarda com carinho. Por que ele é tão importante para você?

Comente este versículo: “Descobri que na vida existe mais uma coisa que não vale a pena: é o homem viver sozinho, sem amigos, sem filhos, sem irmãos, sempre trabalhando e nunca satisfeito com a riqueza que tem. Para que é que ele trabalha tanto, deixando de aproveitar as coisas boas da vida? Isso também é ilusão, é uma triste maneira de viver”. Eclesiastes 4.7-8.

Unidade exige tempo e dedicação

É comum as pessoas entrarem na igreja porque estão solitárias, porque precisam de amigos. Mas tanto aquelas que estão chegando, como nós, que já estamos na igreja faz anos, devemos ter clara uma questão: a igreja é o melhor lugar para se fazer amizades, mas a construção de uma união verdadeira leva tempo.

E quanto tempo? Poderíamos dizer não sei, depende, mas é melhor ser mais preciso: a construção de uma união verdadeira leva anos. A união, chamada pelos gregos de amor fileo, pode nascer num momento, como na história do amor fileo entre Davi e Jônatas.

Ou como conta a Bíblia, Jônatas, filho de Saul, sentiu uma profunda amizade por Davi e veio a amá-lo como a si mesmo. E fizeram um juramento de amizade, pois Jônatas tinha grande amor por Davi. Depois do juramento, Jônatas tirou a capa que estava usando e a deu a Davi. Deu também a sua túnica militar, a espada, o arco e o cinto. (1Samuel 18.1-4) Essa amizade que começou num relance, quando Jônatas viu aquele jovem pastor que acabara de matar, sem armas de guerra, um guerreiro inimigo terrível, durou de sete anos e meio. Ou seja, desde a vitória de Davi sobre o gigante Golias, até a morte do rei Saul e seu filho Jônatas num ataque dos filisteus. Ao saber da morte de seu amigo, Davi compôs uma canção, que terminava assim: “Eu choro por você, meu irmão Jônatas/ como eu o estimava!/ Como era maravilhoso o seu amor para mim,/ melhor ainda do que o amor das mulheres”. (2Samuel 1.26). É, amizade exige tempo, exige dedicação e até mesmo sacrifício. Você aceita arriscar?

Reflita:

  • Por que é preciso tempo para estabelecer um relacionamento?
  • Conte ao grupo sobre algum relacionamento ao qual você tem dedicado tempo nesta fase da sua vida.
  • O que podemos fazer para encorajar esse(a) irmão(ã) no desafio de construir um relacionamento sólido?

E para meditar, leia com atenção este poema de Mário Quintana

Sermão da união

"Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?

Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?

Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?

Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?

Promete se deixar conhecer?

Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?

Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?

Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?

Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher. Declaro-os maduros!"


(Mario Quintana nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 1906, e morreu em Porto Alegre. Sua poesia foi caracterizada especialmente pela simplicidade, utilização de uma linguagem coloquial e cotidiana, além de exprimir um sutil humor. Neste texto o poeta expressou o que achava do sermão dos padres durante o casamento.)




A lembrar Salomão Ginsburg

 

O Evangelho da Consolação

Isaías 52 e 53

Na história dos batistas brasileiros houve um pastor e missionário, Salomão Ginsburg, que pode servir de exemplo para as novas gerações. O historiador João Oscar descreve em seu livro Apontamentos para a História de São João da Barra a oposição sofrida pelo Evangelho em terras fluminenses.

"Em consequência da intolerância religiosa dos fazendeiros da região, não encontrou o protestantismo, quando da vinda dos primeiros missionários batistas para a planície, em fins do século passado (século XIX), terreno muito fértil para a sua expansão. A luta desses abnegados servidores de Deus foi tremendamente difícil para romper os seculares preconceitos ali firmados. Mas, com a ida para Campos, em 1893, do culto pastor americano Salomão Ginsburg, modificou-se inteiramente a situação: esse missionário, que havia encontrado ali apenas 45 adeptos de sua religião, granjeou, graças à sua bondade, as simpatias de todos os que dele se aproximavam, expandindo substancialmente seu ideário religioso".

E por que cito um herói da história batista brasileira? Porque todos que seguirem o Mestre, em maior ou menor grau, sofrerão perseguições. Mas antes de relatar um episódio da vida do pastor Salomão Guinsburg, vamos ler o Evangelho da Consolação (Isaías 52 e 53), que nos apresenta a boa notícia de que “o Senhor reina”.

O Evangelho da Consolação mostra a misericórida de Deus de nos tirar do pelourinho, ao oferecer o recurso capaz para livrar da situação mais aflitiva que alguém pode enfrentar: a morte eterna. A salvação oferecida por Cristo liberta da escravidão do pecado.

Os capítulos 52 e 53 de Isaías tratam do reinado de Cristo, que substituirá os governos, e que já tinha sido anunciado por Jeremias, Ezequiel, Miquéias e celebrado nos salmos do reino. O poema está dividido em estrofes, e começa falando dos mensageiros que chegam e dos sentinelas que os avistam e com alegria anunciam a inauguração do reinado so Senhor.


“Quäo formosos säo, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvaçäo, do que diz a Siäo: O teu Deus reina! Eis a voz dos teus atalaias! Eles alçam a voz, juntamente exultam; porque olho a olho veräo, quando o Senhor fizer Siäo voltar. Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém”.

Dona Mocinha começa a história

"No ano de 1918 houve uma grande perseguição aos primeiros crentes daqui. Um culto foi marcado para a casa do Sub-delegado, Francisco Nunes, cujo filho, Cesário Nunes, era crente. O pregador era o Missionário Salomão Ginsburg. Quando os crentes estavam cantando veio uma multidão que, aos gritos, exigia: Bota pra fora esse careca que nós queremos matá-lo. Foi uma cena muito triste”. (Fonte: Revista de Estudos Bíblicos e Históricos, no. 2, Campos, jul/1984, p. 45).

O quarto Cântico do Servo Sofredor, que vai de 52.13 a 53.12 tem início mostrando a dimensão humana do Cristo, sem beleza, rejeitado, desprezado, e as perseguições que sofreria com paciência, que escandalizariam as pessoas, mas que, na verdade, era a expiação por nossos pecados.

“Eis que o meu Servo procederá com prudência, será exaltado, elevado, e sublime. As multidões pasmaram à vista dele, pois sua aparência estava tão desfigurada a ponto de não parecer mais homem. Assim, as nações ficarão estupefactas a seu respeito, e os reis fecharäo as suas bocas por causa dele, ao verem coisas que não lhes foram contadas, e ao tomarem consciência de coisas que não tinham ouvido”.

Mas a comunidade da fé entende o anúncio e o destino do Servo que sofre. Vê que é uma revelação nova e quase inacreditável. E a surpresa inicial dá lugar à compreensão de que todo aquele sofrimento leva à salvação de muitos. Olhando a Cristo, estamos diante das dimensões do sacrifício, paciência e humildade. Ele era a oferta inocente e sem pecado. Mas se olharmos a partir de nós, pecadores salvos, estamos diante das dimensões da substituição, do arrependimento, da confissão do pecado e da redenção.

“E no entanto eram nossos sofrimentos que ele levava sobre si, eram nossas dores que ele carregava. Mas nós o tínhamos como vítima do castigo, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi trespassado por nossas transgressões, esmagado por nossas iniquidades. O castigo que havia de trazer-nos a paz caiu sobre ele, sim, por suas feridas fomos curados”.

Dona Mocinha termina a história

“O Sub-delegado saiu e pedia ao povo compreensão e que dispersassem. Mas eles estavam muito enfurecidos. O Salomão quis ir atrás do sub-delegado para ajudá-lo. Porém a filha do sub-delegado o segurou. Salomão começou a lutar para se livrar dos braços da moça que o segurava fortemente. Ela dizia: O senhor não sai porque eles não querem nada com o papai. Eles querem é o senhor. O Salomão se esforçava ainda mais. Assim, já perto da porta, os dois lutavam. Ela se interpôs na porta. Neste momento deram vários tiros. Uma bala passou entre a cabeça do missionário e da moça. Por um triz não atingia o missionário. A bala ficou encravada na parede e Salomão mandou tirá-la e engatá-la em seu relógio, pois aquilo era a providência de Deus”.

E o precursor do Senhor Jesus, o missionário João Batista, sintetizou os versículos 4 e 7 ao afirmar: “eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29)  E nós desejamos finalizar essa pastoral com o versículo 11:

“Após o trabalho fatigante da sua alma verá a luz e se fartará. Pelo seu conhecimento, o justo, meu Servo, justificará a muitos e levará sobre si as suas transgressões”.


Caro irmão, caríssima irmã, leia esses dois capítulos de Isaías. Ore e agradeça a Deus. Adore: o Senhor reina em sua vida! Do pastor e amigo, Jorge Pinheiro.

Caminhando ...


Caminhando em direção ao caminhante
Pr. Jorge Pinheiro
[O sermão é ilustrado por solo do negro spiritual “Anunciais pelas mnotanhas”, de origem desconhecida, mas cuja letra encontramos no Folk Songs of the American Negro publicado em 1907.por John Wesley Work, Jr.].



Com os começos

Paulo foi um apóstolo missionário. Em sua terceira e última viagem missionária, passou pela Galácia, Frígia e visitou as igrejas em Derbe, Listra, Icônio e Antioquia. Trabalhou em Éfeso, a capital da província romana da Ásia.

Depois de três invernos em Éfeso, Paulo passou o seguinte em Corinto. E ali fez preparativos para uma visita a Roma, pensando antes passar por Jerusalém.

Paulo não levou em conta as advertências sobre os perigos que o ameaçavam se voltasse a Jerusalém. Achava que devia ser o portador das ofertas que haviam sido levantadas para a igreja de Jerusalém. Lucas conta que “os irmãos nos receberam com alegria” (Atos 21.17), mas foi preso...

[O sermão é ilustrado por solo do negro spiritual “Anunciais pelas mnotanhas”, de origem desconhecida, mas cuja letra encontramos no Folk Songs of the American Negro publicado em 1907.por John Wesley Work, Jr.].

Falai pelas montanhas,
nos montes e por todo lugar;
falai pelas montanhas
que Cristo já nasceu.


1 .  O desejo de Paulo

Romanos 1:11-13   11 Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados,  12 isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha.  13 Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios.

Romanos 15:23-24   23 Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos,  24 penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que, de passagem, estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia.

A finalidade da carta de Paulo aos Romanos, assim com sua intenção de visitar Roma, era dar-lhes um fundamento seguro. E Paulo achava que isso seria um bem para ele também. Há aqui a idéia da reciprocidade na comunhão espiritual do Evangelho.

Atos 23:11   11 Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma.

Jesus aparece a Paulo e diz para ele ter coragem, porque ele vai para Roma. Mas devemos nos perguntar: na vida, o que deve vir primeiro? Nosso propósito, nosso bem ou a alegria de Deus?

Nasceu na estrebaria
o grande Rei dos céus,
o eterno prometido,
Jesus, menino Deus.


2. Paulo vai para Roma

Atos 26:30-32   30 A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador, e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles;  31 e, havendo-se retirado, falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada tem feito passível de morte ou de prisão.  32 Então, Agripa se dirigiu a Festo e disse: Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César.

Atos 27:1 Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial.

É verdade, Paulo vai para Roma. Mas não como missionário, e sim como prisioneiro. Enfrentou a prisão sob Felix, tempestade, naufrágio e depois se fez caminhante na estrada em direção a Roma. Mas na estrada, em Puzzuoli/Nápoles, ...

Atos 28:11-14   11 Ao cabo de três meses, embarcamos num navio alexandrino, que invernara na ilha e tinha por emblema Dióscuros.  12 Tocando em Siracusa, ficamos ali três dias,  13 donde, bordejando, chegamos a Régio. No dia seguinte, tendo soprado vento sul, em dois dias, chegamos a Putéoli,  14 onde achamos alguns irmãos que nos rogaram ficássemos com eles sete dias; e foi assim que nos dirigimos a Roma.

... algo acontece.


3. Caminhando em direção ao caminhante

Atos 28:15  15 Tendo ali os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até à Praça de Ápio e às Três Vendas. Vendo-os Paulo e dando, por isso, graças a Deus, sentiu-se mais animado.

Paulo escrevera a carta aos Romanos três anos antes. Sabiam do sofrimento do apóstolo e correram para a Praça de Apio, cerca de 70 quilômetros ao sul de Roma, e para Três Vendas, a 55 quilômetros de Roma. E aconteceu o encontro na estrada. E Lucas nos diz: "ao vê-los, dando graças a Deus, Paulo fica animado".

Nos campos os pastores
ouviram com temor
os anjos que cantavam
em glória e resplendor.

Com os fins

Deus, através de cada irmão e cada irmã, caminha em direção ao caminhante. Por isso, ao final da caminhada podemos ver que:

1. A alegria de Deus é a nossa força

2. Jesus sempre faz bem feito.

3. O gesto, o encontro dos irmãos com aquele que caminha sempre traz alegria e conforto. Não por uma qualidade especial, não pela quantidade de pessoas, mas pela própria presença. Eles estavam lá, caminharam em direção a Paulo.

E nós, que o conhecemos,
devemos proclamar
que Cristo veio ao mundo
e a todos quer salvar.