mardi 11 décembre 2012

Reforma reformanda

"Ai dos que querem que venha o Dia do Senhor ! Por que é que vocês querem esse dia? Pois será um dia de escuridão e não de luz" (Amós 5:18).


O Brasil é um país capitalista economicamente dependente e com características peculiares neste seu capitalismo, que é ter parte de sua economia estatizada, uma industrialização desigual, mas importante para um país dependente, baseado principalmente em bens de consumo duráveis e com um crescimento relativo da indústria de base e transformação. Ao mesmo tempo, mantém uma agricultura de corte tradicional, em grande parte dirigida à exportação.

No plano social essas tendências estruturais ao nível da economia tendem a criar particularidades sui generis. Algumas delas são clássicas dentro de uma economia dependente, tais como uma burguesia nacional frágil, e sem grande expressão, tanto no cenário interno, como internacional. Participação importante e crescente das indústrias transnacionais na vida do país, e uma força de trabalho assalariada que aumenta de forma desequilibrada em relação ao próprio poder burguês (incluídos aí os setores nacional e transnacional). Outro fato social, que surge como fenômeno de estrutura, é a fuga das massas assalariadas rurais em direção aos grandes centros urbanos, em busca de trabalho. Na década de 80, no Brasil, a relação cidade/campo era de 3/1 habitantes, respectivamente. Hoje esta relação passou a ser de 4 para 1. Transformando isto em número de habitantes temos 150 milhões nas cidades e 50 milhões no campo.


"Será como um homem que foge de um leão e dá de cara com um urso; ou como alguém que entra em casa e encosta a mão na parede e é picado por uma cobra" (Amós 5:19).

Ao nível político, a análise de estrutura nos dá fenômenos bem definidos, que surgem da relação das características estruturais entre fator social e fator econômico. Assim temos uma tendência estrutural a governos de tipo bonapartista que equilibram a instabilidade gerada pela crescente mão-de-obra assalariada em descompasso com a burguesia proporcionalmente frágil.




A análise de estrutura nos dá a essência, ou tipo de sociedade em que vivemos, mostrando tendências que em termos sociais são históricas, já que permanecem por décadas.


"O Dia do Senhor não será um dia de luz; pelo contrário, será um dia de trevas, de escuridão total" (Amós 5:20).

A estrela oculta do sertão


A Estrela Oculta do Sertão é um documentário de 2005, dirigido pela fotógrafa Elaine Eiger e pela jornalista Luize Valente. O tema central é a prática judaica mantida por algumas famílias do sertão nordestino,[1] juntamente com a busca de sua identidade religiosa por vários marranos[2] a partir do momento que tomam consciência de sua condição.

O documentário conta com consultoria e depoimentos da historiadora da USP Anita Novinsky, uma das maiores autoridades em inquisição no Brasil, o genealogista Paulo Valadares, e o antropólogo do Collège de France, Nathan Wachtel.

A idéia das diretoras em realizar o documentário surgiu em 2000, após ler uma matéria de jornal sobre uma vila, com menos de 800 habitantes, no extremo oeste do Rio Grande do Norte, chamada Venha-Ver. Segundo a reportagem, um rabino americano que havia estado na vila, constatou que a população mantinha costumes nem um pouco cristãos. Muitos desses hábitos já eram tão antigos que caíram em desuso há séculos dentro do judaísmo. Mantêm costumes notadamente judaicos, que acabam por denunciar sua verdadeira origem: são descendentes dos chamados cristãos-novos (marranos), judeus forçados a se converterem ao cristianismo durante o período da inquisição em Portugal, graças a um decreto do rei D. Manuel, estabelecido em 1497.

Durante a invasão holandesa ao Brasil, no século XVII, a Coroa holandesa que atuava na vanguarda do movimento de reforma do catolicismo, adota a política de acolher perseguidos religiosos de várias partes da Europa. A maioria dos judeus emigrantes que se estabelece no país vive na penúria. Com a tomada do Recife pela Holanda, esses grupos são atraídos pela oportunidade de progredir na mais rica capitania portuguesa da época, e navios fretados por judeus passam a chegar quase todo mês no Recife, evadindo-se posteriormente para o interior, após a retomada dos portugueses.

"A partir daí, começamos uma longa jornada que nos levou aos colonizadores do Brasil", afirmam as diretoras. Com 85 minutos,[3] o documentário se divide em duas partes: a primeira mostra diversos personagens como especialistas em cultura judaica, famílias que voltaram a praticar o judaísmo e famílias católicas com costumes judaicos, em diversas cidades principalmente da Paraíba e do Rio Grande do Norte.