mardi 1 mars 2011

A religião enquanto dialética

Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
Nasceu em 1770, na cidade de Stuttgart, 
e morreu em 1831, em Berlim

Para o jovem Hegel, a religião reconcilia a reflexão e o amor, unindo-os no pensamento. A vida religiosa, que é a vida do amor, realiza a exigência da filosofia de reconciliar as oposições do finito e infinito. Ou seja, substitui religião por Cristianismo. O cristianismo reconcilia a reflexão e o amor unindo-os no pensamento, ou na percepção, usando a linguagem do apóstolo Paulo.

Assim, para Hegel a tarefa da filosofia é a construção do Absoluto pela consciência superando oposições. Como esses contrários podem ser reconciliados, produzem o processo dialético. Pois, como já vimos acima, o finito não pode ser pensado sem o infinito, pois não é um conceito isolado e sem conteúdo próprio. O finito consiste em ser um momento do infinito. O finito é atingido pela negação, mas não é simples negação, uma vez que é limitado por outro que não é ele mesmo. Ou seja, o finito é uma negação do infinito, no sentido que é uma particularidade, um momento, uma determinação. Sempre que se determina, se nega. Por exemplo, se numa sala de aula, um professor chama pelo nome um aluno, naquele momento ele está negando todos os demais alunos e determinando um único apenas.

Por isso, devemos negar a negação e afirmar que o finito é mais que o finito, ou seja, que é o momento da vida do infinito. O processo que resolve a oposição é o processo dialético: finito e infinito não são mundos separados. Sempre que se tem o final do processo, se tem a identidade, porque contém todas as diferenças. O conhecimento para Hegel é um processo que nunca se dá no início, mas no final. O conhecimento é sempre histórico. Como se conhece a roseira? Vendo-a crescer. Para Hegel, o conhecimento está-se dando na vida.

Fonte: PINHEIRO, Jorge e SANTOS, Marcelo, Manual de História da Igreja e do Pensamento Cristão, São Paulo, Fonte Editorial, 2011, p.305.
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