lundi 5 décembre 2011
Judeus estudam Jesus (2)
Géza Vermès e as várias faces de Jesus
O judeu Géza Vermès, historiador
britânico, estudou o Jesus histórico. Começou suas exposições com dados sobre a
pessoa de Jesus e o apresentou como carpinteiro, curandeiro, exorcista e rabino
que atuou na Galiléia. Analisou também os títulos de messianidade de Jesus: profeta,
Senhor, Filho de Homem, Filho de Deus. E acabou por entrar no debate sobre a
pessoa do Cristo. E fez isso a partir da literatura intertestamentária e rabínica.
Para Vermes, é difícil dizer se, de fato, Jesus aceitou os títulos messiânicos
ou se essa apropriação se deu posteriormente com o surgimento da igreja cristã.
Para Vermès, Jesus poderia ser enquadrado
num espectro das personagens judaicas de seu tempo. Vermès não faz conjecturas
sobre a motivação dos cristãos de apresentarem Jesus como o Messias, mas
considera que esse seria um processo natural, já que as notícias de Jesus eram
boas, mas a obstinação dos judeus em recusá-lo como Messias, a maior de todas
as promessas divinas a Israel, foi o ponto alto de um erro, e este foi o motivo
principal para que sua mensagem fosse transferida aos não-judeus.
E quem foi o responsável por esta
transição foi Paulo, pois a partir do momento em que foi reconhecido como apóstolo
dos gentios (Rm 11.13; At 9.15), e sua missão dirigida aos não-judeus, aprovada
pela liderança da igreja em Jerusalém (At 15), a orientação original da
atividade de Jesus foi transformada. Não-judeus entraram na igreja em grande
número, e ela fez, em conformidade com o modelo de conversão existente no judaísmo
daquela época, o seu melhor para satisfazer às novas exigências. Outra transformação,
que tocava na substância do judaísmo, em conseqüência do transplante do
movimento cristão para solo gentílico, atingiu o status da Torá, que representava
para Jesus a fonte da inspiração e o critério do seu modo de viver. Apesar de
não ser esta a posição de Jesus, ela foi declarada não só facultativa, mas
abolida. A Torá, que ele compreendia com simplicidade e aprofundamento, e que
transpunha com integridade, foi definida por Paulo como um instrumento de
pecado e morte. Paulo foi o responsável por esta virada que criou o grande
abismo entre Judaísmo e Cristandade.
Assim, para Vermès, o confronto entre o cristocentrismo
de Paulo e o teocentrismo de Jesus separaria os cristãos dos judeus, mas não os
judeus de Jesus. Pois o Jesus de carne e sangue, ouvido e visto na Galiléia e em
Jerusalém, intransigente e persistente no seu amor a Deus e ao próximo, estava
convencido de que poderia contagiar os seus semelhantes pelo ensino e exemplo
com seu apaixonado relacionamento com o Pai no Céu. E com o passar do tempo o judeu
simples dos Evangelhos ocupou o segundo plano e cedeu lugar à magnífica e majestosa
figura do Cristo da igreja.
Recomendo alguns livros de Géza Vermès. Jesus
e mundo do judaísmo (São Paulo: Loyola, 1996), que apresenta estudos que levam
além das pesquisas anteriores presente no livro, Jesus, o judeu. Nas pesquisas Vermès recorre aos Manuscritos do Mar
Morto e ao Novo Testamento, mas vê a necessidade dos estudos judaicos para a interpretação
do Novo Testamento e para entender a compreensão que Jesus tinha de si mesmo.
Outro texto fundamental é As várias faces de Jesus (São Paulo,
Editora Record, 2006), onde reorienta o conhecimento comum sobre Jesus. Propõe
uma nova abordagem, conferindo o mesmo peso ao Novo Testamento e aos escritos
judaicos não-bíblicos. O objetivo é explorar os diferentes perfis do personagem
Jesus para analisar como e por que aquele palestino carismático foi elevado à
condição divina de Cristo. Nos remete aos primórdios do cristianismo,
permitindo a compreensão das condições históricas ocultas nos textos dos
evangelhos mais antigos ao privilegiar o evangelho mais recente, o de João.
O autor de As Várias Faces de Jesus
considera Cristo, a Igreja primitiva e o Novo Testamento como parte de uma
interpretação do judaísmo. Ao despir as interpretações teológicas do contexto
dos evangelhos, ele procura revelar a verdadeira identidade, a figura humana de
Jesus, e esclarece como os seus ensinamentos foram passados da versão original
à nossa civilização.
E por fim, mais um texto: O autêntico Evangelho de Jesus (São
Paulo, Editora Record, 2006), onde compara, classifica e examina diferenças
entre as afirmações atribuídas a Jesus nos Evangelhos Sinópticos (Mateus,
Marcos e Lucas) ao longo de nove capítulos. Assim, aborda temas essenciais do
cristianismo como a oração, a última ceia, os momentos próximos à morte, a
ressurreição, as maldições, o exorcismo e as bem-aventuranças preservadas em
formas distintas pelos evangelistas.
Companheira Dilma Rousseff
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,foto-mostra-dilma-rousseff-durante-interrrogatorio-em-1970,806258,0.htm
Foto inédita mostra a presidente Dilma Rousseff durante interrrogatório em novembro de 1970, na sede da Auditoria Militar, no Rio de Janeiro. Na época, Dilma tinha 22 anos de idade. As pessoas que escondem o rosto, ao fundo, são os oficiais que questionavam a então guerrilheira sobre sua participação na luta armada que ocorria no País. A fotografia faz parte do livro A vida quer coragem, do jornalista Ricardo Amaral. Fonte: Estadão, vide web.
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