vendredi 1 avril 2016

Livre arbítrio

É bom lembrar que o livre arbítrio é um princípio do judaísmo desde a construção dos textos antigos. Assim, Deuteronômio nos diz "e você vai praticar o que é certo e bom aos olhos de Eterno, para alcançar a felicidade ..." (6.18). Tal princípio é uma idéia-chave na tradição judaica, um pilar da Torá e está presente nos trabalhos do exegeta judeu Moisés Maimônides -- Mishnah Torah Hilkhote Teshuvah 5.3.


Na verdade, é a pedra angular de todos as correntes judaicas, pois compreende que o Eterno deu essa liberdade ao ser humano quando o criou, fornecendo a ele o poder de saber escolher entre o certo e o errado. Confiante na sua criatura, Ele espera que o ser humano naturalmente escolha o bem, ou como diz Eclesiastes, "o Eterno criou o homem certo" (7.29). 

Se em relação a toda a criação, o Eterno disse ki tov --porque é bom – em relação ao humano omitiu tal afirmação. Esta omissão atesta a idéia de que o humano tem em si a possibilidade de escolha de fazer o bem ou o mal, e de reparar os erros cometidos, por ato de desejo intenso, e assim se livre dos grilhões que impedem o seu ser de crescimento, ao fazer dele escravo de sua própria natureza. O conceito de teshuvá, de voltar para o que você deve ser e para o Eterno, traduz esse princípio judaico.

"Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu... praticar a lei e virtude, viverá..." (Ezequiel 18.21). E Simeão ben Zoma diz: "quem é forte? aquele que domina suas paixões?" Quem domina suas paixões supera o guerreiro que domina uma cidade ". (Provérbios 16.32 e A ética dos Pais 4.1).

Assim, o Eterno sabendo que Abel corria perigo, após a recusa de ofertar como Caim, apelou para a consciência do irmão mais velho. "Se você fizer o melhor, o bem vai até você, se o pecado jaz à sua porta, ele deseja a chegar até você, mas você, deve saber dominá-lo" (Gênesis 4.7).

De acordo com Maimônides, "dois caminhos se encontram nas mãos do homem e ele é livre para ir aonde ele quer, nada impede, nem homens nem anjos". E o Gaone Vilna explica que o livre-arbítrio implica exceder nossa natureza, o que é possível na contínua luta entre forças opostas. E tal idéia está explícita quando o Eterno nos diz "Eu dou hoje uma bênção e uma maldição" (Deuteronômio 11.15). Um primeiro nível de conhecimento do bem e do mal está no coração humano e o leva à sabedoria, onde saber distinguir entre o bem e o mal se torna o prêmio no conhecimento iluminado pelo Eterno.

Mas não nos enganemos. A moralidade não é escolher entre o bem e o mal. Todo mundo decide ser bom, mesmo as pessoas que são más e desprovidas de sentido moral. Hitler tinha concluído que os judeus eram os inimigos da humanidade e, portanto, em sua mente, pensando assim fazia o que era bom. Mas, na verdade, o livre arbítrio é a escolha entre a vida e a morte. Como está escrito na Torah, "Eu pus diante de ti a vida a morte... Escolhe a vida e viverás, então, tu e tua descendência". (Deuteronômio 30.19)

Mas os sábios judeus se fizeram uma pergunta, o humano é completamente livre em seus pensamentos, palavras e ações? Ele pode reivindicar a conquista da felicidade perfeita? Não! Ele está sujeito, por um lado, às restrições internas adquiridas pela educação e ditados pelo subconsciente escravizado por necessidades triviais, e em segundo lugar, pelas normas impostas pelo ambiente. Por isso, livre arbítrio é uma chamado para que ele domine suas forças internas e impulsos.

E na sequência perguntaram: quais os limites do livre-arbítrio? E porque o Eterno não intervém para por fim à iniquidade e parece indiferente à dor humana? "Por que você me deixa ver a iniquidade, e porque testemunha à injustiça?" (Habacuque 1.3). E a ética dos Pais 3.15 diz: "Quando violamos a justiça humana em face do Altíssimo, quando o é mal feito para o homem no seu pleito, o Senhor não vê isso? Quem vai dizer que algo acontece sem que o Senhor ordene? Não é a vontade do Altíssimo fazer surgir o mal e o bem?"

Como a vontade divina, que gera a história deste mundo, está conciliada com a idéia do livre arbítrio? E mais uma vez a Ética do Pais nos orienta: "O mundo é julgado com benevolência e tudo depende da maioria das obras" (3.15). Ou seja, se a liberdade de ação dos seres humanos parece absoluta, a escolha a preferir a vida à morte, de fato, nos é ordenada pelo Eterno: escolha a vida.

Assim, as questões éticas no judaísmo repousam menos sobre a questão do determinismo, ou como o filósofo judeu Yitzchak ben Yehuda Abravanel esclarece, apoia-se em um caminho que conduz à melhoria do ser humano. Toda a bondade e a perfeição do ser humano repousam sobre o livre-arbítrio e sua habilidade sincera em reparar a falha cometida. A culpa de Caim, depois que matou seu irmão Abel, reside na sua recusa em aceitar a oportunidade oferecida pelo Eterno, de arrependimento, de reconhecimento do erro e confessar, de acordo com o princípio do livre arbítrio, a sua responsabilidade. Caim, sujeito à sua natureza cruel, ao contrário, levanta a questão: sou eu o guarda do meu irmão?

Paradoxalmente, a perfeição, longe de ser o resultado de uma vida sem falhas, é sim uma expressão do poder do livre-arbítrio para distinguir o certo do errado. "Dependo do Eterno, exceto do medo do Eterno" (O tratado das bênçãos, Bérakhote 33). "O homem foi criado apenas para deleitar-se com o Eterno e apreciar o esplendor da sua presença", disse o sábio Chaim Luzzatto, em sua Méssilate Yesharim. Na verdade, escravo é aquele que, privado de toda a liberdade de pensamento, está proibido de ação autônoma.

Vejamos um exemplo, o faraó, negou o conhecimento primeiro, ignorou essa tselem Elohim, a imagem de Deus nos filhos de Israel e no humano em sua dimensão universal, por isso foi punido, perdendo o direito ao livre-arbítrio. Gênesis 1.26. Isto se dá porque nas primeiras cinco pragas do Egito, o Eterno diz claramente ao faraó que ainda há tempo para libertar os filhos de Israel. Mas foi em vão, porque o "faraó endureceu o seu coração". E no correr das outras cinco pragas, faraó se torna escravo de si mesmo. "Meu rio é meu, sou eu que me fiz". Ele afasta de si a sua própria consciência e não retorna a ela. Nega sua imago Dei, rechaça sua consciência, faz sua opção pelo mal... E esta realidade é traduzida com a expressão, "o Eterno endureceu o coração de faraó".


Onde o humano decide ir, o Eterno o conduz. Ele paga "a cada um segundo os seus caminhos e de acordo com o mérito de suas obras" (Jeremias 32.19). Assim, os filhos de Israel provaram sua maturidade e mostraram sua grandeza ao firmar a decisão de deixar a escravidão. Esse é o ponto de referência. E no seu livre-arbítrio: "tomaram para si um cordeiro, e o sangue foi um sinal para todo o povo". Dessa maneira, o Eterno nunca impõe aos seres humanos a liberdade; eles têm a responsabilidade de aceita-la e impô-la. O Eterno elege aqueles que optam por agir como serres humanos livres.

E como conclusão, recorremos a Maimônides: "... o homem tem o poder absoluto para agir naturalmente por seu livre arbítrio e sua vontade" (Guia dos Perplexos 3.17). E porque "a felicidade decorre do esforço humano" (A ética dos Pais), o livre-arbítrio é o esforço que só os seres humanos são capazes de fazer e que lhes permite distinguir a vida da morte. 






Política e responsabilidade social

Um texto de 2010, para nos trazer à memória uma tarefa histórica

Política e responsabilidade hoje no Brasil
Prof. Dr. Jorge Pinheiro

Diante da vergonha de evangélicos corruptos, de votos mercadejados no púlpito, da Palavra deturpada e enlameada por lobos travestidos de cordeiros, faço uma pergunta -- afinal, que relação existe entre o presente e o espírito crítico e transformador do protestantismo? 


E exorto homens e mulheres de boa vontade a uma reflexão sobre o que significa o presente enquanto desafio político para os protestantes brasileiros.


Bem, falar do presente, em primeiro lugar, significa dizer que vamos de uma contingência a algo diferente, que pode ser inferior ou superior, mas nunca igual. 

O presente é sempre parte de uma situação mais geral e está enquadrado no caminhar de um processo. E para fazer a leitura do presente pode-se recorrer à análise histórica, à avaliação crítica ou à construção filosófica. Algumas vezes, porém, algum desses elementos falha. Por isso, não basta observar o presente. Estamos excessivamente ligados a ele, o que pode nos levar a escorregar num julgamento do aqui e agora e esquecer que devemos estar voltados para o futuro.

O momento é importante, mas transformar o exame do presente em apreciação subjetiva é realizar uma redução, é ver a situação como totalidade e permanência. Olhando assim colocamos a situação num patamar muito elevado e a perspectiva que temos se torna global, apesar de seu caráter individual e limitado.

Tal análise do presente pode levar a uma ampla aprovação e tocar emocionalmente setores expressivos de comunidades inteiras. Esta é uma maneira de ver, mas é irresponsável, mesmo quando apresenta análises de conjuntura e perspectivas para o futuro. E por que irresponsável? Por não aceitar suas responsabilidades. Por não reconhecer os limites daquele que observa, assim como de seu próprio horizonte. 

Mas se existe um nível mais amplo do que este analisado, somos levados a falar da situação do presente como possibilidade. Mas é possível chegar a tal patamar de observação? Caso exista um ponto de vista mais amplo, a partir do qual se posicione um observador do presente, ele precisa estar livre das amarras do historicismo.

Busque a justiça

Voltem para Deus todos os humildes deste país, todos os que obedecem às leis de Deus. Façam o que é direito e sejam humildes. Talvez assim vocês escapem do castigo no Dia da ira do SENHOR. (Sofonias 2.3). 

Pode-se dizer que pessoas, militantes e revolucionários, souberam interpretar uma época dada. Eis aqui o ponto de intersecção entre o presente e o espírito crítico e transformador do protestantismo. Seguindo a trilha aberta, é possível afirmar que o protestantismo radical traduz inquietude e descontentamento em relação aos acontecimentos sociais concretos. 

Há uma busca ética de respostas entre o protestantismo radical e a ação consciente do intelectual orgânico. Ambos representam determinada comunidade, têm função superestrutural e, apesar de sua organicidade, precisam exercer autonomia em relação às pressões sociais que sofrem. É dessa postura que nasce a força crítica e a compreensão de que diante da realidade há alternativas diferentes daquelas expressas pelo poder. 

O protestantismo radical diante do presente não pode ser apreendido a partir da leitura do apresentado no passado, porque procura uma compreensão que não possa ser abalada. E essa interpretação não pode estar pousada sobre experiência própria e nem mesmo sobre a história da Igreja.

Pratique a justiça

O SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, amemos uns aos outros com dedicação e vivamos em humilde obediência ao nosso Deus. (Miquéias 6.8). 

Mas um terceiro elemento deve ser levado em conta: a tendência dialética do protestantismo radical, que se expressa de forma paradoxal, ao fazer a crítica de pontos de vista estabelecidos. 

Quando analisamos o protestantismo a partir desta problemática, vamos constatar que ele não testemunha em benefício do presente, mas profere um não ao presente. Um não amplo, já que não critica cada detalhe do presente, e também por não discordar inteiramente do presente. Ao renunciar a um não de cada detalhe do presente, apresenta um sim às conquistas e vitórias obtidas no processo. 

O individualismo e o criticismo se transformaram, quando analisamos o presente, em movimentos reacionários. Mas estão, muitas vezes, sob a proteção de religiosidades cujas essências e mensagens consistem em declarar um não para tudo que está no presente. 

O espírito crítico e transformador do protestantismo radical está envolvido no presente concreto, tem a coragem de decidir e colocar-se sob julgamento, ao nível do particular. E é a partir dessa compreensão do que significa o espírito crítico e transformador no tempo, que nos remetemos às três posições que definem diferentes compreensões do presente. Primeiro, vamos analisar duas: a concepção conservadora e a concepção progressista, que se apresentam com variáveis e modulações. 

A concepção conservadora admite o surgimento do criativo e da novidade no tempo, mas considera que isso aconteceu no passado. Por essa razão nega toda mudança, presente ou futura. A força dessa concepção repousa no fato de que considera o criativo e a novidade como dados e não como resultados da ação cultural e social do ser humano. 

A concepção conservadora também reconhece necessidade e transformação como componentes do presente, mas também os situa no passado. Desconsidera que se aconteceu no passado, necessidade e transformação se revelam em todas as positividades e negatividades do passado, do presente e futuro. Sob tal visão repousam os conservadorismos. Perderam o sentido de necessidade e transformação.

Faça o bem, atenda à justiça, repreenda ao opressor 

Aprendam a fazer o que é bom. Tratem os outros com justiça; socorram os que são explorados, defendam os direitos dos órfãos e protejam as viúvas. (Isaías 1.17).

A concepção progressista considera necessidade e transformação alvos a serem projetados no futuro, existentes em cada época, mas que não se apresentam enquanto irrupção no presente. Assim, os tempos tornam-se vazios, sem decisão, sem responsabilidade. Na concepção progressista existe uma tensão diante do que foi. Mas a consciência de que o alvo é inacessível aqui e agora a debilita e produz um compromisso continuado com o passado. A concepção progressista não oferece nenhuma opção ao que está dado. Transforma-se em progresso mitigado, em crítica pontual desprovida de tensão, onde não há nenhuma responsabilidade definitiva. 

Este progressismo mitigado é a atitude característica da sociedade burguesa. É um perigo que ameaça constantemente, é a supressão do não e do sim incondicional às questões concretas. É o adversário do protestantismo radical.

Conservadorismo e progressismo, reação e progresso, estão entrelaçados na consciência do presente que surge enquanto necessidade e transformação. E é esse entrelaçamento que leva a um terceiro caminho.

E o terceiro caminho é a utopia. Sem o espírito utópico não há protesto, nem crítica radical. A utopia quer responder às necessidades e transformar o tempo, mas esquece que criatividade e novidade não abalam todos os tempos e todos seus conteúdos. É por isso que a utopia leva, necessariamente, à decepção. Assim, o resultado da utopia desencantada é o deslumbramento sem compromissos.

Mas a idéia de necessidade e transformação nasce da discussão com a utopia. Necessidade e transformação clamam pela irrupção de criatividade e novidade no tempo, cujo caráter é decisivo no instante histórico enquanto destino. Mas, com a irrupção da criatividade e novidade que respondem às necessidades e transformam o tempo concreto, é preciso ter consciência de que não existe um estado de perfeição no tempo, a consciência de que o ideal e perfeito nunca se fixam num presente eterno.

Assim, toda mudança, toda transformação exige uma compreensão do momento vivido que vá além do meramente histórico, do aqui e agora. Deve projetar-se no futuro, deve entender que há na busca permanente da justiça um choque entre necessidade/ transformação e criatividade/ novidade. Tal desafio não pode ser resolvido por uma pessoa, por mais protestante e radical que seja. O sujeito da transformação será, em última instância, o sujeito social, as massas em mobilização. Mas o protestantismo radical, assim como a intelectualidade orgânica têm aí um importante papel a cumprir, serem voz e ação críticas para que o sonho de Amós aconteça no presente concreto: que o juízo corra como as águas e a justiça como ribeiro perene. 




Laborais e conservadores, para reflexionar

Laborais e conservadores, para reflexionar


As eleccións acontecen e os datos están ahi. E así, quere queiramos ou non, vivimos nosos municipios, estados e República as consecuencias das nosas accións nas urnas. Vivimos nun Occidente creado á nosa imaxe. Un Occidente que correlaciona cristianismo, violencia e democracia. E mesmo os protestantes e evanxélicos non están distantes de accións tráxicas. A historia móstranos iso: Martiño Lutero, por exemplo, apoiou os príncipes alemáns contra os anabatistas e os campesiños rebelados. Os anabatistas foron masacrados e cen mil campesiños mortos. Os bolxeviques en Rusia fundamentaron a súa acción política no exemplo dos jacobinos durante a revolución francesa, que eran hugonotes, é dicir, cristiáns xubilados.

Alí no testamento hebreo, unha sabia nai dá consellos a un fillo que sería coroado. E ela di: "Vostede é o meu fillo querido, a resposta das miñas oracións. Que lle direi? Non gaste toda a súa enerxía nin todo o seu diñeiro con mulleres, pois ata reis xa se destruíron así. Escoite, Lemuel! Os reis non deben beber viño nin outras bebidas alcohólicas. Cando beben, non lembran das leis e esquecen os dereitos dos que son explotados. As bebidas alcohólicas son para os que están morrendo, aos que están na miseria. Que beban e esquezan que son pobres e desgraciados! Contacte a favor dos que non poden defenderse. Protexa os dereitos de todos os desamparados. Contacte por eles e sexa un xuíz xusto. Protexa os dereitos dos pobres e dos necesitados ". Proverbios 31.1-9

Consellos que seguen válidos para calquera funcionario público elixido polo voto popular non importa que cargo veña a exercer: vereança ou presidencia da República.

Eleccións no Brasil

Aínda que, todos saiban, ás veces, paga a pena chover no mollado. As eleccións no Brasil acontecen sempre cada dous anos, en anos pares, sendo que a elección do presidente da República pasa xunto coa dos senadores, deputados federais, gobernadores e deputados estaduais. As eleccións municipais, onde se elixe aos alcaldes e os concelleiros acontecen dous anos despois. Á excepción dos senadores, os outros cargos teñen os seus mandatos coa duración de catro anos. As eleccións son consideradas democráticas. Con todo, todos a partir dos dezaoito anos ata os sesenta e cinco anos están obrigados a votar, pois, se non voten deben cumprir unha serie de burocracias ata pagar determinada multa para o goberno.

Isto significa que en relación á cidadanía representativa, traducida nas eleccións, cada dous anos protestantes e evanxélicos deben situarse e escoller o mellor para o país. E é nese momento que son bajulados e implicados con promesas non sempre serias ou reais. Pero, eu diría que o que desexamos non debe ser menos que a raíña nai do príncipe Lemuel propuxo a el.

Moitos políticos, enganados por maqueteiros e polos exageros mediática, pensan que o voto protestante e evanxélico é voto de cabresto, dirixido e manipulado por pastores. Están equivocados. As estatísticas mostran que ata nos agrupamentos evanxélicos máis tradicionais, o momento do elector ante a urna é persoal e intransferible

A pessoalização do fenómeno electoral protestante e evanxélico é a resposta dos cristiáns non católicos aos problemas terreos que todos vivimos. Hai un desprazamento do plan transcendental e tal postura cumpre un papel político: cada protestante ou evanxélico mostra-se autosuficiente de pastor ou doutrinas no momento da urna. Esta pessoalização fronte á súa fe relixiosa, ás súas liderados cuestiona a realidade social desigual e inhumana, e posibilita unha resposta representativa e indirecta fronte aos problemas da nación.

Claro que a posición dos protestantes e evanxélicos non sempre camiña no sentido das sabias palabras da raíña-nai de Lemuel. Entran aí, a presión massificadora mediática e outros factores, algúns sen dúbida persoais e de amizades.

Moita xente pensa que cristianismo protestante e eleccións non se discuten. É o outro lado da moeda. Se por unha banda, hai xente que pensa, como dixemos anteriormente, que voto protestante e evanxélico é voto de cabresto, hai outros que pensan que este tema non debe formar parte do arancel protestante e evanxélica. Ledo erro. Necesitamos reflexionar sobre a relación entre violencia e democracia e, por outra banda, entre estas eo cristianismo. Un simple mirada sobre a historia de Occidente amosa os imbricamentos existentes entre democracia, cristianismo e violencia. Como podemos esquecer, por exemplo, a barbarie da Inquisición? Ou o horror da noite de San Bartolomeu? Ou mesmo a violencia dos invasores cristiáns europeos en América recentemente conquistada? A democracia, e os protestantes e evanxélicos brasileiros entenden esa realidade, conquistada a duras loitas, é o camiño que pavimentamos para poñer de lado a violencia que se fixo como razón de estado ou en nome de Deus. Neste sentido, o primeiro sentido do voto protestante e evanxélico traduce o sentido da defensa da democracia e da liberdade.

Por iso, quizais, nas próximas eleccións - despois do temporal do impeachment - cando os candidatos se dirixiren aos electores protestantes e evanxélicos, engadan aos consellos da raíña-nai do príncipe Lemuel, a pregunta do profeta Miqueas (6.7-8), aos israelís:

"Será que o Señor estará contento si ofrecer miles de carneiro ou miles e miles de ríos de aceite? Será que deberei ofrecer o meu fillo máis vello como sacrificio para pagar os meus pecados e os meus maldades? O SEÑOR xa nos mostrou o que é bo, xa dixo o que esixe de nós. O que quere é que fagamos o que é dereito, que amemos uns ós outros con dedicación e que vivamos en humilde obediencia ao noso Deus ".

Os protestantes e evanxélicos, como todos os brasileiros, desexan respostas de xustiza, paz e alegría. E esas cousas, pero que discursos son accións, que cambian corazóns e mentes.

Chesed veshalom

Chesed veshalom
Graza e paz para os nosos corazóns
Chesed veshalom
Graza e paz a incendiar de alegría as nosas vidas

Segundo libro de Samuel 23.1-7
"Son estas as últimas palabras de David, fillo de Jessé. David foi o home que Deus fixo importante, que o Deus de Xacob escolleu para ser rei e que compuxo as fermosas cancións de Israel. David dixo: O Espírito do Señor fala por medio de min, ea súa mensaxe está nos meus beizos. O Deus de Israel falou, o protector de Israel me dixo: "O rei que goberna con xustiza, que goberna respectando a vontade de Deus é como o nacer do sol nunha madrugada sen nubes, como o sol que fai a herba brillar despois da choiva . "É así que Deus abençoará os meus descendentes, xa que fixo unha alianza eterna comigo, unha alianza ben correcta e segura. Isto é todo o que quero; será esta a miña vitoria, e sei que Deus fará isto. 23.6 Pero os pagáns son como os espiños xogados fóra: ninguén se atreve a pegalos coas mans; para iso é preciso unha ferramenta de ferro ou de madeira; eles serán totalmente queimados no lume ".

Últimas palabras, primeiras palabras, palabras eternas

1. Escollido / rescatado polo Eterno Israel. Cantante e compositor encanto.
2. Cheo do Ruach haKadosh - que fala a través do corazón do poeta, que fala palabras de salvación.
3. El goberna con xustiza, respecta a vontade do Eterno - e por iso é o sol que nace nunha mañá sen nubes, como o sol que fai a herba brillar despois da choiva.
4. O Eterno abençoará seus descendentes - os que están baixo o seu coidado ...
5. Porque estamos falando de Berit / dun acordo, dunha alianza do Eterno.
6. É iso o que quero. É iso o que queremos.
7. E o Eterno fará iso no medio do seu pobo. Ou como dixo o propio David no Salmo 121 - "MeAtah VeAd-Olahm ... Desde agora e para sempre!"

Chesed veshalom - Graza e paz para os nosos corazóns.
Chesed veshalom a incendiar de alegría as nosas vidas.

Amén.