jeudi 29 décembre 2011

O paradoxo do arqueiro

Para André & Fernanda, Pablo & Patrícia, Thiago & Dayane

Os filhos da mocidade são como flechas nas mãos de um arqueiro. Projéteis disparados por arco. E sempre foi assim, mas a sabedoria judaica fez questão de registrar, consolando mamães e papais que temem ver os filhos voarem. Mas eles partem como haste longa e fina, de madeira afiada, com ponta armada, mas sem experiência de guerra, porque até o momento do lançamento estavam guardados na aljava. Não os menospreze, pois o Eterno fará de cada um deles, no vôo da sua liberdade, flechas afiadas de arqueiro.

É verdade matemática, o vôo certeiro é possível porque na extremidade da flecha há um princípio de equilíbrio, a ampenagem, que dá estabilidade à trajetória. A ampenagem são três penas dispostas ao redor da haste formando um ângulo de cento e vinte graus entre si. Assim, é normal que no vôo a haste se entorte e se flexione de um lado para o outro, como um peixe debatendo-se fora da água: é o paradoxo do arqueiro. Mas não se preocupe, sob a mira do Arqueiro, o sol e a lua deixam de brilhar diante do brilho das flechas.

Filhos, em nome da fé no Senhor, amem, honrem, obedeçam aos pais, pois vocês foram tirados da sua carne e dos seus ossos, para que vivam bons anos na terra que o Eterno vai dar a vocês.

As três penas da ampenagem

1. A confiança no Eterno a gente vê na menina Miriam, que observava o irmão no cestinho de palha. Essa confiança é a certeza de que aquilo que se espera virá, é a garantia de que aquilo que não se vê será, ainda que no momento pareça improvável: que uma princesa apareça para tirar o menino da margem do Nilo. A fé no Eterno nos leva a confiar e observar.

É a pena que possibilita ir a lugares altos, que conquista o intransponível com êxito. Permite o vôo d
a agilidade mental e viaja longe. É a pena da paixão pela vida. É conselheira e sábia. Esta seria pena de ganso.

2. O amor é irmão gêmeo da fidelidade, virtudes que a gente descobre quando lê que Isaque perguntou a Abraão: Pai, temos o fogo e a lenha, mas onde é que está a oferta para o sacrifício? E Abraão respondeu: Meu filho, o Eterno dará a oferta para o sacrifício no momento certo. E ambos continuaram a caminhar juntos.

É pena que voa firme, aplaina a terra e nivela altos e baixos. Dá o equilíbrio que resiste ao desvio de posição: com ela tudo dura, fica estável, seguro. É a pena das
soluções para os aflitivos da humanidade, da intuição e do trabalho. É pena que limpa o céu, acalma o mar e pára o vento. A lua e as estrelas se aproximam, em silêncio, para vê-la nos ares. Esta seria pena de pato.

3. A honra é irmã gêmea do respeito, e a gente vê isso no discurso de Salomão ao povo, antes de consagrar o Templo de Jerusalém. -- Davi, meu pai, teve a intenção de construir um templo para o Senhor, Deus de Israel,  mas o Senhor disse: Você teve a feliz idéia de me construir um templo,  mas não será você quem vai construí-lo; será o filho que você vai ter quem vai construí-lo. O Senhor cumpriu a sua promessa. Sucedi a meu pai, Davi, como rei de Israel, tal como o Senhor disse, e construí o templo para o Senhor, Deus de Israel.

Honrar e respeitar é agir em direção à justiça e à virtude. Em relação aos pais, é reconhecer que somos madeira que veio deles, cedro, cerejeira, pau-brasil, e, por isso, merecem fama e glória. Somos descendentes, carne e osso, e devemos levar isso para onde quer que sejamos lançados. É cuidado sim, mas cuidado dinâmico, que se expressa na ação de não deixar faltar, de estar ao lado quando necessário, de manifestar respeito pelo que significam: nos deram vida. São, e nisso consiste a sabedoria dos filhos, nossos heróis: devem ser o alvo de nossos aplausos e atenção.

Essa é a pena das riquezas escondidas. Encontra no vôo as qualidades que não estão na superfície. Diante dela são abertos os caminhos da abundância e da fartura. Mas é no encontro da alma que isso acontece, na boa disposição das imagens e na beleza das formas. Esta seria pena de peru.

O paradoxo do arqueiro

É normal que no vôo a haste se entorte e se flexione de um lado para o outro, como um peixe debatendo-se fora da água. Mas esse paradoxo não significa que a flecha não vai acertar o alvo. O Arqueiro lançou a flecha com ampenagem perfeita: confiança no Eterno, amor e obediência, honra e respeito aos pais. Por isso, não se preocupe querido papai, querida mamãe, sob a mira do Arqueiro, o sol e a lua deixam de brilhar diante do brilho das flechas.


Igrejas francesas e brasileiras juntas



A Cruz Huguenote
Convergência para o apoio
e o desenvolvimento de igrejas francesas e brasileiras

O projeto A Cruz Huguenote, neste primeiro semestre de 2012, visa apoiar pequenas igrejas francesas que por diferentes motivos estão sem pastores ou necessitam de apoio ministerial e aceitam construir parcerias com igrejas brasileiras. Essas parcerias partem do fato de que Deus mantem na França um remanescente da histórica tradição reformada, que deseja expandir o Reino e atuar junto ao renascimento protestante que pode ser visto em diferente regiões do país. 

A partir do exposto, neste primeiro semestre de 2012, A Cruz Huguenote propõe:

1. Parceria entre igrejas brasileiras e francesas, que desejam se conhecer e testemunhar juntas do amor de Cristo.
2. Promoção de acampamentos no Brasil e acampamentos de férias na França entre  jovens das igrejas solidárias com o Projeto A Cruz Huguenote.
3. Ida e vinda de pequenos grupos que desejam conhecer as igrejas francesas e as igrejas brasileiras para convívio e troca de experiências.
4. Ida e vinda de equipes esportivas e bandas que possam se apresentar em cidades franceses e brasileiras onde estão localizadas igrejas solidárias com o Projeto A Cruz Huguenote.
5. Ida de estudantes brasileiros para cursarem Mestrado em faculdades francesas, e vinda de estudantes franceses para cursarem graduação ou pós-graduação em faculdades brasileiras.

La Croix Huguenote*
Convergence pour l´appui et le développement des églises françaises et brésiliennes
_____________________________________________________
*A cruz huguenote foi criada em 1688 por um ourives da cidade de Nîmes. Passou a ser referência da fé reformada durante as perseguições dos séculos XVII e XVIII. Hoje é um símbolo do protestantismo francês. Os elementos presentes na cruz têm um claro significado espiritual, onde a pomba representa o Espírito Santo, expressão da relação do cristão com o Deus Eterno.