mardi 5 août 2008

Pobreza diminui em quase um terço nas regiões metropolitanas em 5 anos

05/08/2008
EDUARDO CUCOLO
Folha Online, em Brasília

O percentual de famílias pobres caiu de 35% para 24,1% da população nas seis maiores regiões metropolitanas do país entre 2003 e 2008, segundo trabalho realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao governo. Isso representa uma redução de quase um terço no percentual de pobres, ou cerca de 4 milhões de pessoas.
O levantamento, com base nos dados do IBGE, considera como pobres pessoas em famílias com renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 207,50).
Já o percentual de indigentes (renda de até R$ 103,75) caiu pela metade no mesmo período, de 13,7% para 6,6%, uma redução de quase 3 milhões de pessoas nessa condição.
Hoje, 27,4% dos pobres são considerados indigentes, ante 38,6%, considerando, nesse caso, dados de 2002.
"As medidas para o combate da indigência estão tendo resultados mais efetivos que as medidas para combate da pobreza", disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

Regiões

Em números absolutos, as duas regiões metropolitanas que registraram as maiores quedas na pobreza foram São Paulo e Rio, com redução de 1,15 milhão e 571 mil no número de pessoas pobre entre 2002 e 2008.
A região que menos reduziu foi Recife, cerca de 300 mil pobres a menos. Além dessas regiões, entraram na pesquisa Porto Alegre e Salvador.

Mais ricos

O estudo do Ipea mostra que, entre 2003 e 2008, o crescimento da economia beneficiou também os mais ricos (indivíduo pertencente a famílias cuja renda mensal é igual ou superior a 40 salários mínimos, ou R$ 16,6 mil).
Em termos percentuais, os ricos passaram de 0,8% da população em 2003 para 1% em 2008. Em números absolutos, cresceu de 362 mil para 476,5 mil.
Segundo o Ipea, o crescimento da economia beneficiou menos os riscos e pessoas de classe média alta.
"O crescimento econômico vem acompanhado de mais empregos, que estão basicamente na base da pirâmide. A expansão do emprego de classe média alta depende da continuidade do crescimento", disse Pochmann.