mercredi 11 mai 2022

Fraqueza e força, os desafios

A nossa fraqueza e a nossa força


"Tu te relâches au jour de la détresse; étroite est ta force". Proverbes 24:10 - Français-Jewish Bible Chouraqui 1987 Deutérocanoni.

Quem é fraco numa crise é realmente fraco. Este provérbio está dividido em três momentos. Primeiro fala daquele que é rafah. Palavra hebraica pode ser traduzida por afundar, relaxar, deixar cair, estar desalentado, mostrar-se frouxo. Na verdade, quem se mostra frouxo, fica desalentado, deixa cair a bola, relaxa e afunda. 

O segundo momento do provérbio é a expressão yom tsarah, que pode ser traduzida por dia ou momento de aflição, dificuldade, problema. Mas, literalmente a expressão quer dizer dia da Sara e tem o sentido daquela que importuna ou de esposa rival. Talvez porque na tradição do judaísmo antigo, Sara, mulher de Abraham, era vista como brava e brigona, que maltratou Agar, a ponto dessa última fugir de casa. Se entendermos a expressão no sentido da família expandida hebraica, a esposa rival era aquela que em determinado momento entrava em choque com a outra, ou com as outras e desestabilizava o equilíbrio da família poligâmica. Para o macho, esse era o momento da crise. 

O homem, regente da família expandida hebraica, de estrutura reconhecidamente patriarcal, caso se mostrasse rafah, diz o ditado hebraico, ou seja, caso se mostrasse frouxo, ficaria desalentado, perderia o controle da situação e da família, entraria em depressão e afundaria. 

Caro leitor e leitora, o provérbio parte de uma realidade cultural, ilustrada na família patriarcal machista, onde as mulheres se chocam, e o marido não pode ser frouxo. 

Apesar de não concordarmos com essa estrutura familiar patriarcal machista, a lição do provérbio permanece válida. Assim, contextualizado, podemos dizer que a atitude que homens e mulheres devem tomar diante da crise não pode ser de alguém que se deixa desorientar, deixa cair a bola e afunda. 

A crise aí descrita fala de um momento onde há um elemento desestabilizador, que enlouquece um ambiente ou uma situação. Ser frouxo, ter uma atitude de deixa estar que depois melhora pode levar todos a afundarem juntos. Esse é o momento da liderança consciente, momento de encarar o problema com sabedoria e firmeza. Caro leitor, caríssima leitora, que Adonai lhe dê coragem e sabedoria para enfrentar problemas e conquistar vitórias! 

A palavra criadora, cheia de poder, se tornou um ser humano e habitou entre nós. É isso que o discípulo amado nos conta. 

O apóstolo João utilizou uma expressão grega, que traduzimos por “palavra”, para dizer que Yeshua é a poderosa comunicação criadora de haShem. Essa palavra tem o poder de criar a realidade. Vemos isso em bereshit, quando Adonai disse: Haja luz. E a luz começou a existir. 

A luz foi criada pelo poder da palavra de haShem. Mas a palavra de haShem, que é a comunicação de haShem, também revela aquilo que está oculto. Quando falamos, revelamos aquilo que está no nosso pensamento. Assim, a outra pessoa só sabe o que pensamos se usarmos a palavra. 

Quando dizemos que Yeshua é a palavra de haShem, estamos dizendo que Ele tem o poder de revelar o mistério insondável de haShem e mostrar como Ele é. Yeshua é a comunhão de haShem conosco e nos revelou que Adonai é amor, justiça e poder. É por isso que o apóstolo diz: Ninguém nunca viu Adonai. Somente o filho único, que é Yeshua e está ao lado do pai, foi quem nos mostrou quem é Adonai. 

Essa é a verdade maior: Yeshua tornou-se gente para que Adonai pudesse ter comunhão conosco e assim comunicar à humanidade o seu grande amor. 

A palavra continua entre nós e, na sua comunhão conosco, tem o poder de plantar a fé, converter os corações e criar um novo mundo de paz. É a palavra que nos revela os propósitos, a vontade e o amor de haShem pela humanidade. 


Luc 9:57-62
 
En ce temps-là,
en cours de route, un homme dit à Jésus :
« Je te suivrai partout où tu iras. »
Jésus lui déclara :
« Les renards ont des terriers,
les oiseaux du ciel ont des nids ;
mais le Fils de l’homme
n’a pas d’endroit où reposer la tête. »

Il dit à un autre :
« Suis-moi. »
L’homme répondit :
« Seigneur, permets-moi d’aller d’abord enterrer mon père. »
Mais Jésus répliqua :
« Laisse les morts enterrer leurs morts.
Toi, pars, et annonce le règne de Dieu. »

Un autre encore lui dit :
« Je te suivrai, Seigneur ;
mais laisse-moi d’abord faire mes adieux
aux gens de ma maison. »
Jésus lui répondit :
« Quiconque met la main à la charrue,
puis regarde en arrière,
n’est pas fait pour le royaume de Dieu. »


Os três curtos diálogos de Yeshua, presentes em Lucas 9.57-62, nos falam de três candidatos a discípulos. Originalmente são três estrofes onde o texto trabalha com imagens da natureza e costumes agrícolas da época de Yeshua. Falam do reino de haShem e todos os três diálogos apresentam sempre três temas: seguir + ir + preço. 

O primeiro candidato estava disposto a seguir e ir, mas não estava disposto a pagar o preço. 

E nós, aceitamos pagar o preço? Caso queiramos poder e influência, talvez seja melhor seguir as águias, que têm segurança nos cumes das montanhas, ou quem sabe seguir as raposas, que dirigem seus negócios com astúcia. O filho do homem nos oferece um ministério sofredor, é isso mesmo que desejamos? 

O segundo candidato recebe o convite para seguir. Mas quer ir para casa. Yeshua diz que ele deve ir e proclamar o reino. 

Aquele que Yeshua chama às vezes está à margem da estrada pensando: O meu pessoal faz certas exigências, e a força dessas exigências é muito grande. Yeshua não espera que eu frustre as expectativas do meu pessoal, não é? Mas é exatamente isso que Yeshua quer que nós façamos. A proclamação do reino de haShem só tem significado quando apresenta o reino como uma realidade presente. Quem está espiritualmente morto pode cuidar de responsabilidades tradicionais, mas não tem condições de proclamar a chegada do reino. 

O terceiro candidato quer seguir e como o segundo quer ir primeiro para casa. E como o primeiro é desafiado a pagar o preço. 

Aquele que não pode resolver a tensão das lealdades em conflito e vive olhando para trás para ver o que os outros estão ordenando que faça, segundo Yeshua, não está apto para o reino de haShem. O camponês distraído pode dar com o arado numa rocha, pode quebrá-lo ou cansar o boi inutilmente. O camponês distraído por lealdades divididas não será capaz de manter a harmonia, não será apenas improdutivo, mas também destruidor. 

E você querido irmão, querida irmã, quer seguir, mas primeiro ir realizar tarefas que não podem ser adiadas? Ou até aceita ir, mas acha que o preço é alto demais? Lembre-se, nessas três curtas histórias, Yeshua está nos ensinando que quando somos pressionados por alternativas definidas, mesmo dolorosas, precisamos decidir. Eis o desafio que o Mestre nos coloca.



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