mercredi 18 novembre 2020

Os batistas na Europa latina

Resumo de “Os batistas na Europa Latina: entre tradição e emoção, quais recomposições?”, 
FATH, Sébastien, In: Jean-Pierre Bastian (org.) 
La recomposition des protestantismes en Europe Latine: entre émotion et tradition
Genebra, Labor et Fides, 2004, pp. 121-138. 
Tradução e apresentação de Naira C D G Pinheiro dos Santos


O presente artigo de Sébastien FATH trata de analisar as recomposições identitárias que se apresentam ao e por meio do universo batista na França, diante do crescimento da influência carismática/pentecostal.

Segundo Campos, os pentecostalismos constituem-se “no principal fator de desestabilização do campo religioso protestante no Brasil” (p.12). Na Europa pode não ser o único e talvez nem o principal, mas, a partir da análise da FATH é possível depreender de que se trata de um importante fator de desestabilização. Apesar disso e embora esteja na moda, seria o “protestantismo emocional” conveniente a todas as correntes do protestantismo evangélico na Europa? 

O autor parte do exemplo batista (notadamente no contexto francês) para responder a essas perguntas, uma vez que estes “constituem hoje, depois do pentecostalismo, a ramificação mais numerosa do protestantismo evangélico em seu sentido amplo, compreendido como um cristianismo militante, conversionista e biblicista”. Identifica nestes “três traços distintivos: uma teologia de inspiração calvinista, uma eclesiologia congregacionalista e de proclamação (autonomia da assembléia local, composta de militantes ‘engajados’) e a prática do batismo por imersão do convertido, o coração da especificidade batista”. Ainda segundo avaliação do autor, o congregacionalismo exacerbado lhes confere uma plasticidade que os leva a acolher influências as mais diversas, dentre as quais, o carismatismo e o pentecostalismo, “fundados numa espiritualidade da eficácia, em que a emoção prevalece sobre a doutrina”. Como resultado, estabelece-se uma tensão entre um “pólo confessional e pietista/ortodoxo” e um “pólo interconfessional e mais emocional”.

Na primeira parte de seu artigo o autor aborda a situação dos batistas nos países latinos da Europa, na segunda parte analisa de modo geral a influência carismática junto aos batistas, e finalmente, na terceira parte, foca sua análise sobre os batistas na França.

1. Situação dos batistas

De modo geral os batistas europeus constituem, segundo o autor, uma pequena minoria protestante e ainda menor nos países latinos, onde eles são ultra-minoritários. No entanto, os dados quantitativos em si não revelam a real situação dos batistas, cujo poder de influência varia em cada contexto. Primeiramente em função da sua participação relativa. Em alguns contextos do leste europeu e no norte europeu, a presença batista é significativa. Na Espanha, na Itália e em Portugal, embora estejam em número bastante reduzido, “os batistas jogam um papel de relevância no seio do protestantismo, na medida em que este último é ele mesmo extremamente minoritário”. Não é tanto esse o caso da Bélgica, da Suíça, e mesmo da França, na qual “os batistas aparecem em último lugar em relação ao conjunto lutero-reformado”. 

Mas, segundo o autor, “se nos restringimos ao protestantismo evangélico nos damos conta de que os batistas ocupam, freqüentemente, uma posição chave”. Isto porque, ainda na perspectiva do autor o poder de influência dos batistas não está relacionado apenas à sua participação numérica, mas também à sua eficácia em, a partir de organismos supra-locais de tipo denominacional, estabelecer redes transnacionais, de modo que os batistas acham-se freqüentemente à cabeça de redes evangélicas, na Europa latina, assim como em outros lugares.

Ademais, devido à sua “flexibilidade congregacionalista”, os batistas “se abriram mais rapidamente que as outras confissões à influência de um protestantismo emocional de tipo carismático-pentecostal”. Assim, estes “parecem jogar, na Europa latina como em outras partes, um papel de interface essencial entre o universo pentecostal carismático e o universo lútero-reformado”, de modo que constituem, sob muitos aspectos, “uma ‘denominação teste’ no que se refere à tensão entre uma certa tradição ‘pietista ortodoxa’ e uma influência ‘emocional-experiencial’. Se eles pendem em direção ao pólo carismático, é toda a vertente evangélica que tende então a balançar para esse lado”. (Meu comentário para entender esse processo: Observe-se de um lado o congregacionalismo, no qual o poder pastoral é, em grande medida contido e a autonomia dos crentes é, aparentemente afirmada; do outro a atividade política para fora ou além dos muros da igreja local e mesmo do contexto denominacional, para o universo interdenominacional ou interconfessional, através da qual o líder pastoral constitui e/ou afirma sua capacidade de influenciar um grupo, uma corrente doutrinária ou mesmo carismática, e a partir do qual a autonomia da assembléia local e particularmente dos crentes é relativizada. A interpretação legítima sai dos seminários, como diria Israel Belo, mas também do circuito de poder denominacional e pode se expandir para além dele).

2. A influência carismática no meio batista

Para FATH os batistas possuem uma especificidade que não permite enquadrá-los nem como seita (não praticam a retirada do mundo nem a sua crítica sistemática, embora adotem uma atitude militante e proselitista), nem como igreja (não possuem uma forte estrutura institucional supra-local, embora mantenham um relacionamento articulado com o meio circundante e uma “base doutrinária firme”), considerando que o que melhor lhe cabe é o tipo ‘denominacional’ (próximo do de ‘igreja livre’ descrito por Ernst Troeltsch).

O autor encontra dificuldade em enquadrar os batistas também na tipologia proposta por Willaime, (nenhum dos modelos -- ‘institucional-ideológico’, ‘institucional-ritual’ ou ‘associativo-carismático’ lhes corresponderia) preferindo completá-la com aquele que julga ser o mais adequado aos batistas, qual seja, o modelo associativo-ideológico. Associativo face ao tipo de organização, ideológico face à construção social de uma linha doutrinária precisa, normativa, defendida por um certo número de mediações. Enfim, para FATH, “o elemento chave nesse dispositivo foi a manutenção da doutrina e do biblicismo. As confissões de fé, as ‘alianças’ batistas, a imprensa denominacional, as convenções e encontros periódicos, os centros de formação para pastores, todos contribuíram, em graus variados, para manter o elemento ideológico como chave principal do sistema, relegando o elemento carismático a um papel subalterno”. 

Essa dimensão associativa-ideológica dos batistas constitui, a despeito das aparências, um meio relativamente difícil para a penetração do carismatismo-pentecostal, uma vez que é a Bíblia o lugar privilegiado, e indispensável, para a experiência, estando esta submetida à norma bíblica. “A experiência, ou o carisma, não jogam nenhum papel direto nesse assunto”. Assim, o autor conclui que “mesmo se a sua estrutura associativa flexível, o seu conversionismo, seu individualismo e o seu militantismo parecem estar, a priori, em afinidade com o que se conhece do movimento carismático-pentecostal, o acento batista sobre a regulação ideológica parece se constituir” em freio à validação experiencial/emocional, e parte então para verificar se é possível encontrar validação empírica através do exemplo francês.

3. Entre resistência e aculturação: o exemplo francês

A análise do contexto francês, em que os batistas encontram-se divididos em três facções principais revelou que, “quanto ao eixo da tensão entre o pólo pietista/ortodoxo e o pólo emocional/experiencial, pode-se observar três cenários”.

O primeiro cenário é o dos batistas como rótulo, marca, ‘concha vazia’ para o carismatismo evangélico, bem marginal na Europa Latina (menos de 10%). Na França, embora seja possível encontrá-lo também muito marginalmente no seio da Fédération Baptiste, principal união das igrejas batistas na França (ligada à Federação Prostestante da França), está representado principalmente pela Fédération des Eglises et Communautés Baptistes Charismatiques (FECBC). “Com uma estrutura muito leve, o essencial da identidade da FECBC não se funda no batismo”. Embora se pratique o batismo por imersão do convertido esteja e haja uma orientação congregacionalista, aqui “a identidade carismática/pentecostal se impôs em todos os sentidos, inclusive na concepção de igreja e dos ministérios. [...] o discurso não é regulado pelos teólogos, nem pelas ‘confissões de fé’, o que conduz à multiplicação dos ‘empreendedores independentes’ do carisma, e ao deslocamento dos fiéis de grupo em grupo em busca de maior eficácia na solução dos problemas que os preocupam, concernentes ao amor, ao dinheiro e à saúde, três invariáveis que tendencialmente subjazem a toda busca religiosa”. Ademais, “as referências, os modelos são extraídos menos da história ou da atualidade batista principal que do universo globalizado do carismatismo”.

Um segundo cenário, “muito mais freqüente que o da concha vazia, é o do campo batista servindo de campo de aculturação ao carismatismo/ pentecostalismo. Esse fenômeno é, certamente, recíproco: os elementos de início radicalmente pentecostalizantes são pouco a pouco aculturados ao tipo de regulação própria dos batistas, enquanto que estes integram (ou levam em conta) diversos elementos da cultura carismática. Esse processo de aculturação diz respeito a cerca de 40% das igrejas batistas francesas, mas em graus muito variados: é possível encontrar desde igrejas batistas de um carismatismo muito militante e exacerbado, outras moderadamente carismáticas, até igrejas não carismáticas, mas que acolhem de bom grado membros dessa tendência em seu meio, adotando uma liturgia de estilo mais ou menos ‘carismática’. O principal campo de aculturação é a Fédération Baptiste, que tem sido confrontada, já de há muito, por uma orientação de tipo pentecostal”. Constata-se que, “mesmo antes da irrupção da ‘onda’ carismática propriamente dita, uma orientação emocional, terapêutica e profética operava ativamente sobre uma parte das igrejas da FEEBF”. Face ao ímpeto dos “batistas pentecostalizantes” ao final dos anos 1940, em 1952 a FEEBF publica uma “resolução sobre a orientação das nossas igrejas” que preconizava “uma posição intermediária, aceitável para os batistas pentecostalizantes e para os outros”. Esse texto “marca a diferença entre as experiências vividas e a confissão formulada [...] visa acolher a orientação emocional/profética recusando, no entanto, que a experiência, o ‘dom espiritual’, a cura, pudessem substituir a normatividade da Bíblia. Pode-se perceber portanto que, aqui, os batistas permanecem mais próximos do ‘modelo associativo ideológico’ que do modelo ‘associativo carismático’”. Permite evitar uma divisão no seio da FEEBF sem contudo resolver todas as dificuldades. “Ao final das contas, contudo, a linha de síntese levou a melhor e, até o início do século XXI, a FEEBF permaneceu um lugar de interface e de aculturação privilegiado entre um pólo pietista/ortodoxo e um pólo experiencial/emocional. Para manter essa linha, esforços multidirecionais foram empreendidos. Podemos ter uma idéia ao examinar as publicações da FEEBF, que trata regularmente da questão dos carismas reenquadrando-os numa perspectiva evangélica e batista. A escola de pastores de Massy [...]cumpre igualmente uma função essencial de submeter todos os pastores, carismáticos ou não, às necessidades de uma formação teórica, teológica [... e,]mesmo que não o diga, A FEEBF privilegia a legitimidade do pastor doutor em detrimento da do pastor profeta, na linha de sua orientação ‘associativa ideológica’”.

“O resultado dessa aculturação pode ser observado em diversos níveis. Primeiramente constata-se que a tendência à retirada do mundo observada entre os batistas pentecostalizantes nos anos 1950-1960 foi progressivamente atenuada. Após ter rompido brutalmente com o batismo social de um Robert Farelly, a maior parte dos batistas pentecostalizantes reintegraram pouco a pouco a dimensão do engajamento social. [...]Em segundo lugar observa-se que os carismáticos da FEEBF manifestam, na sua maioria, mais interesse pela doutrina, pela teologia, do que os seus colegas carismáticos de outros horizontes. Enfim, as estruturas denominacionais colocadas em ação progressivamente pela FEEBF constituíram, de fato, um importante fator de controle da autoridade carismática dentro da igreja (no sentido weberiano do termo). Pela obrigação de formação, pela participação nas pastorais regionais, nacionais, os pastores carismáticos da FEEBF não possuem uma liberdade de ação tal qual encontram em outros meios. Esse elemento de aculturação jogou, por vezes, como um fator de atração para carismáticos cansados de uma aventura solitária. Assim, após o desaparecimento dos fundadores, numerosas igrejas carismáticas bateram à porta da FEEBF desde os anos 1980, desejosas de um enquadramento confessional que lhes fizera falta até então”.

O autor conclui que o texto de síntese da FEEBF conferiu-lhe uma coesão interna inegável até o momento e que as tensões decorrem mais “de necessidades de aculturação recíproca do que de uma maciça crise de identidade”, constituindo-se este cenário em “recomposição por aculturação mais do que por expulsão ou invasão”.

Enfim, o último cenário apontado pelo autor é o do campo batista como lugar de resistência à influência carismática/pentecostal ou emocional/experiencial e que corresponde a cerca de 50% dos batistas franceses, dentre os “quais uma minoria de igrejas da FEEBF, a quase totalidade das igrejas da Association Baptiste (AEEBF) e de igrejas batistas independentes”. Ele destaca, no entanto, que essa “linha de rejeição é atualmente muito mais matizada do que ela pôde ser nos anos 1930 a 1960, nos quais o pentecostalismo era facilmente apresentado como sendo influenciado por Satanás”. Conclui que observa-se, neste cenário “uma tradição evangélica, da qual o fundamentalismo (mas não somente este) faz parte, que visa “colocar arreios” (harnessing) sobre a tendência ao êxtase e à emoção desenfreada que pôde marcar os fenômenos revivalistas, em nome de uma “domesticação” da experiência espiritual”.

O autor conclui sua análise acerca das recomposições identitárias dos batistas frente à influência carismática, afirmando que: “se o campo batista se mostra parcialmente ‘poroso’ à influência carismática ele está bem longe de se submeter em sua totalidade. Ao pólo profético/experiencial replica um pólo pietista/ortodoxo que nos lembra, a partir do campo batista, que as recomposições identitárias do protestantismo evangélico não saberiam se deixar reduzir a uma capa para o carisma e a emoção: se o carismatismo transforma as culturas eclesiais, estas últimas também o canalizam (ou o rejeitam)”.











Pacto e declaração doutrinária da Convenção Batista Brasileira

Nosso pacto 

Tendo sido levados pelo Espírito Santo a aceitar o Senhor Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador, e tendo sido batizados, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidimos unânimes, como um corpo em Cristo, firmar solene e alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto: 

Comprometemo-nos a, auxiliados pelo Espírito Santo, andar sempre unidos no amor cristão; trabalhar para que esta igreja cresça no conhecimento da Palavra, na santidade, no conforto mútuo a na espiritualidade; manter os seus cultos, suas doutrinas, suas ordenanças e sua disciplina; contribuir liberalmente para o sustento do ministério, para as despesas da igreja, para o auxilio dos pobres a para a propagação do evangelho em todas as nações. Comprometemo-nos também a manter uma devoção particular, a evitar e condenar todos os vícios, a educar religiosamente nossos filhos, a procurar a salvação de todo o mundo, a começar dos nossos parentes, amigos e conhecidos; a ser corretos em nossas transações, fiéis em nossos compromissos e exemplares em nossa conduta e ser diligentes nos trabalhos seculares, evitar a detração, a difamação e a ira, sempre e em tudo visando à expansão do reino do nosso Salvador. 

Além disso, comprometemo-nos a ter cuidado uns dos outros; a lembrar-nos uns dos outros nas orações ; ajudar-nos mutuamente nas enfermidades e necessidades; cultivar relações francas e a delicadeza no trato; estar prontos a perdoas as ofensas, buscando, quando possível, a paz com todos os seres humanos. 

Finalmente comprometemo-nos a, quando sairmos desta localidade para outra, unir-nos a uma outra igreja da mesma fé e ordem, em que possamos observar os princípios da Palavra de Deus e o espírito deste Pacto. 

O Senhor nos abençoe e proteja para que sejamos fiéis e sinceros até a morte. 

Nossa declaração doutrinária

INTRODUÇÃO 

Os discípulos de Jesus Cristo que vieram a ser designados pelo nome "Batista" se caracterizavam pela sua fidelidade às Escrituras e por isso só recebiam em suas comunidades, como membros atuantes, pessoas convertidas pelo Espírito Santo de Deus. Somente essas pessoas eram por eles batizadas e não reconheciam como válido o batismo administrado na infância por qualquer grupo cristão, pois, para eles, crianças recém-nascidas não podiam ter consciência de pecado, regeneração, fé e salvação. Para adotarem essas posições eles estavam bem fundamentados nos Evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. A mesma fundamentação tinham todas as outras doutrinas que professavam. Mas sua exigência de batismo só de convertidos é que mais chamou a atenção do povo e das autoridades, daí derivando a designação "Batista" que muitos supõem ser uma forma simplificada de "anaBatista", "aquele que batiza de novo". 

A designação surgiu no século XVII, mas aqueles discípulos de Jesus Cristo estavam espiritualmente ligados a todos os que, através dos séculos, procuraram permanecer fiéis aos ensinamentos das Escrituras, repudiando, mesmo com risco da própria vida, os acréscimos e corrupções de origem humana. Através dos tempos, os Batistas se têm notabilizado pela defesa destes princípios: 

1º - A aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta. 
2º - O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma, formada de pessoas regeneradas e biblicamente batizadas. 
3º - A separação entre igreja e estado. 
4º - A absoluta liberdade de consciência. 
5º - A responsabilidade individual diante de Deus. 
6º - A autenticidade e apostolicidade das igrejas. 
7º - Caracterizam-se também os Batistas pela intensa e ativa cooperação entre suas igrejas. 

Não havendo nenhum poder que possa constranger a igreja local, a não ser à vontade de Deus, manifestada através de seu Santo Espírito, os Batistas, baseados nesse princípio da cooperação voluntária das igrejas, realizam uma obra geral de missões, em que foram pioneiros entre os evangélicos nos tempos modernos; de evangelização, de educação teológica, religiosa e secular; de ação social e de beneficência. Para a execução desses fins, organizam associações regionais e convenções estaduais e nacionais, não tendo estas, no entanto, autoridade sobre as igrejas; devendo suas resoluções ser entendidas como sugestões ou apelos. 

Para os Batistas, as Escrituras Sagradas, em particular o Novo Testamento, constituem a única regra de fé e conduta, mas, de quando e quando, as circunstâncias exigem que sejam feitas declarações doutrinárias que esclareçam os espíritos, dissipem dúvidas e reafirmem posições. Cremos estar vivendo um momento assim no Brasil, quando uma declaração desse tipo deve ser formulada, com a exigência insubstituível de ser rigorosamente fundamentada na palavra de Deus. É o que faz agora a Convenção Batista Brasileira, nos 19 artigos que seguem: 

I – Escrituras Sagradas 

A Bíblia é a palavra de Deus em linguagem humana.1 É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos seres humanos.2 Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por seres humanos inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. 3 Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação, edificar os crentes e promover a glória de Deus. 4 Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina.5 Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os seres humanos.6 A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos seres humanos.7 Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.8.

1. Sal. 119:89; Heb. 1:1; Is. 40:8; Mat. 24:35; Luc. 24:44,45; João. 10:35; Rom. 3:2; I Ped. 1:25; II Ped. 1:21 
2. Is. 40:8; Mat. 22:29; Heb. 1:1,2; Mat. 24:35; Luc 24:44,45; 16:29; Rom. 16:25,26; I Ped. 1:25. 
3. Êx. 24:4; II Sam. 23: 2; At. 3:21; II Ped. 1:21. 
4. Luc.16:29; Rom. 1:16; II Tim. 3:16,17; I Ped. 2:2; Heb. 4:12; Ef. 6:17; Rom. 15:4 
5. Sal. 19:7-9; 119:105; Prov. 30:5; João. 10: 35; 17:17; Rom. 3:4; 15:4; Tim. 3:15-17 
6. João. 12:47, 48; Rom. 2:12, 13 
7. II Crôn. 24:19; Sal. 19:7-9; Isa. 34:16; Mat 5:17,18; Isa. 8:20; At. 17:11; Gál. 6:16; Fil. 3: 16; IITim. 1:13. 
8. Luc. 24:44,45; Mat. 5:22,28,32,34,39; 17:5; 11:29,30, João. 5:39,40; Heb. 1:1,2; João. 1:1,2,14. 

II – Deus 

O único Deus vivo e verdadeiro é Espírito pessoal, eterno, infinito e imutável; é onipotente, onisciente, e onipresente; é perfeito em santidade, justiça, verdade e amor.1 Ele é o criador, sustentador, redentor, juiz e Senhor da história e do universo, que governa pelo seu poder, dispondo de todas as coisas, de acordo com o seu eterno propósito e graça.2 Deus é infinito em santidade e em todas as demais perfeições.3 Por isso, a ele devemos todo o amor, culto e obediência.4 Em sua triunidade, o eterno Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo, pessoas distintas mas sem divisão em sua essência.5 

1. Deut. 6:4; Jer.10:1; Sal 139; I Cor. 8:6; I Tim. 2:5,6; Êx. 3:14; 6:2,3; Is. 43:15; Mat. 6:9; João. 4:24; I Tim. 1:17; Mal. 3:6; Tiago. 1:17; I Ped. 1:16,17 
2. Gên. 1:1; 17:1; Êx. 15:11-18; Is.43:3; At. 17:24-26; Ef. 3:11; I Ped. 1:17 
3. Êx. 15:11; Is. 6:2; 57:15; Jó. 34:10 
4. Mat. 22:37; João. 4:23,24; I Ped. 1:15,16 
5. Mat. 28:19; Mar. 1:9-11; I João. 5:7; Rom. 15:30; II Cor. 13:13; Fil. 3:3. 

Deus Pai 

Deus, como Criador, manifesta disposição paternal para com todos os seres humanos.1 Historicamente ele se revelou primeiro como pai ao povo de Israel, que escolheu consoante os propósitos de sua graça.2 Ele é Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem enviou a este mundo para salvar os pecadores e deles fazer filhos por adoção.3 Aqueles que aceitam a Jesus Cristo e nele crêem são feitos filhos de Deus, nascidos pelo seu Espírito, e, assim, passam a tê-lo como Pai celestial, dele recebendo proteção e disciplina. 

1. Is. 64:8: Mat. 6:9; 7:11; At. 17:26-29; I Cor. 8:6; Heb. 12:9 
2. Êx. 4:22,23; Deut. 32:6-18; Is. 1:2,3; 63:16; Jer. 31:9 
3. Sal. 2:7; Mat. 3:17; 17:5; Luc. 1:35; João. 1:12 
4. Mat. 23:9; João. 1:12,13; Rom. 8:14-17; Gál. 3:26; 4:4-7; Heb. 12:6-11 

Deus Filho 

Jesus Cristo, um em essência com o Pai, é o eterno Filho de Deus.1 Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.2 Na plenitude dos tempos ele se fez carne, na pessoa real e histórica de Jesus Cristo, gerada pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, sendo, em sua pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.3 Jesus é a imagem expressa do seu pai, a revelação suprema de Deus ao homem.4 Ele honrou e cumpriu plenamente a lei divina e revelou e obedeceu toda a vontade de Deus.5 Identificou-se perfeitamente com os seres humanos, sofrendo o castigo e expiando a culpa de nossos pecados, conquanto ele mesmo não tivesse pecado.6 Para salvar-nos do pecado, morreu na cruz, foi sepultado e ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos e, depois de aparecer muitas vezes a seus discípulos, ascendeu aos céus, onde à destra do Pai, exerce o seu eterno sumo sacerdócio.7 Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os seres humanos e o único e suficiente Salvador e Senhor.8 Pelo seu Espírito ele está presente e habita no coração de cada crente e na igreja.9 Ele voltará visivelmente a este mundo em grande poder e glória, para julgar os seres humanos e consumar sua obra redentora.10. 

1. Sal. 2:7; 110:1; Mat. 1:18-23; 3:17; 8:29; 14:33; 16:16; 27; 17:5; Mar. 1:1; Luc. 4:41; 22:70; João. 1:1,2; 11:27; 14:7-11; 16:28 
2. João. 1:3; I Cor. 8:6; Col. 1:16,17 
3. Is. 7:14; Luc. 1:35; João. 1:14; Gál. 4:4,5 
4. João. 14:7-9; Mat. 11:27; João. 10:30,38; 12:44-50; Col. 1:15,19; 2:9; Heb. 1;3 
5. Is. 53; Mat. 5:17; Heb. 5:7-10 
6. Rom. 8:1-3; Fil. 2:1-11; Heb. 4:14,15; I Ped. 2:21-25 
7. At. 1:6-14; João. 19:30,35; Mat. 28:1-6; Luc. 24:46; João. 20:1-20; At. 2:22-24; I Cor. 15:4-8 
8. João. 14:6; At. 4:12; I Tim. 2:4,5; At. 7:55,56; Heb. 4:14-16; 10:19-23 
9. Mat. 28:20; João. 14:16,17; 15:26; 16:7; I Cor. 6:19 
10. At. 1:11; I Cor. 15:24-28; I Tess. 4:14-18; Tito. 2:13 

Deus Espírito Santo 

O Espírito Santo, um em essência com o Pai e com o Filho, é pessoa divina.1 É o Espírito da verdade.2 Atuou na criação do mundo e inspirou os seres humanos a escreverem as Sagradas Escrituras.3 Ele ilumina os seres humanos e os capacita a compreenderem a verdade divina.4 No dia de Pentecostes, em cumprimento final da profecia e das promessas quanto à descida do Espírito Santo, ele se manifestou de maneira singular e irrepetível, quando os primeiros discípulos foram batizados no Espírito, passando a fazer parte do Corpo de Cristo que é a Igreja. Suas outras manifestações, constantes no livro Atos dos Apóstolos, confirmam a evidência de universalidade do dom do Espírito Santo a todos os que crêem em Cristo.5 O recebimento do Espírito Santo, sempre ocorre quando os pecadores se convertem a Jesus Cristo, que os integra, regenerados pelo Espírito, à igreja.6 Ele dá testemunho de Jesus Cristo e o glorifica.7 Convence o mundo do pecado, da justiça e do juizo.8 Opera a regeneração do pecador perdido.9 Sela o crente para o dia da redenção final.10 Habita no crente.11 Guia-o em toda a verdade.12 Capacita-o para obedecer à vontade de Deus.13 Distribui dons aos filhos de Deus para a edificação do Corpo de Cristo e para o ministério da Igreja no mundo.14 Sua plenitude e seu fruto na vida do crente constituem condições para uma vida cristã vitoriosa e testemunhante.15. 

1. Gên. 1:2; Jó. 23:13; Sal. 51:11; 139:7-12; Is. 61:1-3; Luc.4:19,18 ; João. 4:24; 14:16,17; 15:26; Heb. 9:14; I João. 5:6,7; Mat. 28:19 
2. João. 16:13; 14:17; 15:26 
3. Gên. 1:2; II Tim. 3:16; II Ped. 1:21 
4. Luc. 12:12; João. 14:16,17,26; I Cor. 2:10-14; Heb. 9:8 
5. Joel. 2:28-32; At. 1:5; 2:1-4; Luc. 24:29; At. 2:41; 8:14-17; 10:44-47; 19:5-7; I Cor. 12:12-15 
6. At. 2:38,39; I Cor. 12:12-15 
7. João. 14:16,17; 16:13,14 
8. João. 16:8-11 
9. João. 3:5; Rom. 8:9-11 
10. Ef. 4:30 
11. Rom. 8:9-11 
12. João. 16:13 
13. Ef. 5:16-25 
14. I Cor. 12:7,11; Ef. 4:11-13 
15. Ef. 15:18-21; Gál. 5:22:23; At. 1:8 

III – O ser humano 

Por um ato especial, o homem foi criado por Deus à sua imagem e conforme à sua semelhança e disso decorrem o seu valor e dignidade.1 Seu corpo foi feito do pó da terra e para o mesmo pó há de voltar.2 Seu espírito procede de Deus e para ele retornará.3 O Criador ordenou que o homem domine, desenvolva e guarde a obra criada.4 Criado para a glorificação de Deus.5 Seu propósito é amar, conhecer e estar em comunhão com seu Criador, bem como cumprir sua divina vontade.6 Ser pessoal e espiritual, o homem tem capacidade de perceber, conhecer e compreender, ainda que em parte, intelectual e experimentalmente, a verdade revelada, e tomar suas dicisões em matéria religiosa, sem mediação, enterferência ou imposição de qualquer poder humano, seja civil ou religioso. 

1. Gên. 1:26-31; 18:22; 9:6; Sal. 8:1-9; Mat. 16:26 
2. Gên. 2:7; 3:19; Ecl. 3:20; 12:7 
3. Ecl. 12:7; Dan. 12:2,3 
4. Gên. 1:21; 2:1; Sal. 8:3-8 
5. At. 17:26-29; I João. 1:3,6,9 
6. Jer. 9:23,24; Miq. 6:8; Mat. 6:33; João. 14:23; Rom. 8:38,39 
7. João. 1:4-13; 17:3; Ecl. 5:14,17; I Tim. 2:5; Jó. 19:25,26; Jer. 31:3; At. 5:29; Ez. 18:20; Dan. 12:2; Mat. 25:32,46; João. 5:29; I Cor. 15; I Tess. 4:16,17; Apoc. 20:11-30 

IV – O Pecado

No princípio o homem vivia em estado de inocência e mantinha perfeita comunhão com Deus.1 Mas, cedendo à tentação de Satanás, num ato livre de desobediência contra seu Criador, o homem caiu no pecado e assim perdeu a comunhão com Deus e dele ficou separado.2 Em conseqüência da queda de nossos primeiros pais, todos somos, por natureza, pecadores e inclinados à prática do mal.3 Todo pecado é cometido contra Deus, sua pessoa , sua vontade e sua lei.4 Mas o mal praticado pelo homem atinge também o seu próximo.5 O pecado maior consiste em não crer na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, como Salvador pessoal.6 Como resultado do pecado, da incredulidade e da desobediência do homem contra Deus, ele está sujeito à morte e à condenação eterna, além de se tornar inimigo do próximo e da própria criação de Deus.7 Separado de Deus, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e assim depende da graça de Deus para ser salvo 

1. Gên. 2:15-17; 3:8-10; Ecl. 7:29 
2. Gên. 3; Rom. 5:12-19; Ef. 2:12; Rom. 3:23 
3. Gên. 3:12; Rom. 5:12; Sal. 51:15; Is. 53:6; Jer. 17:5; Rom. 1:18-27; 3:10-19; 7:14-25; Gál. 3:22; Ef. 2:1-3 
4. Sal. 51:4; Mat. 6:14; Rom. 8:7-22 
5. Mat. 6:14,15; 18:21-35; I Cor. 8:12; Tiago. 5:16 
6. João. 3:36; 16:9; I João. 5:10-12 
7. Rom. 5:12-19; 6:23; Ef. 2:5; Gên. 3:18; Rom. 8:22 
8. Rom.3:20; Gál.3:10,11; Ef. 2:8,9 

V – Salvação 

A salvação é outorgada por Deus pela sua graça, mediante arrependimento do pecador e da sua fé em Jesus Cristo como único Salvador e Senhor.1 O preço da redenção eterna do crente foi pago de uma vez por Jesus Cristo, pelo derramamento do seu sangue na cruz.2 A salvação é individual e significa a redenção do homem na inteireza do seu ser.3 É um dom gratuito que Deus oferece a todos os seres humanos e que compreende a regeneração, justificação, a santificação e a glorificação. 

1. Sal. 37:39; Is. 55:5; Sof. 3:17; Tito. 2:9-11; Ef. 2:8,9; At. 15:11; 4:12 
2. Is. 53:4-6; I Ped. 1:18-25; I Cor. 6:20; Ef. 1:7; Apoc. 5:7-10 
3. Mat. 116:24; Rom. 10:13; I Tess. 5:23,24; Rom. 5:10 
4. Rom. 6:23; Heb. 2:1-4; João. 3:14; I Cor. 1:30; At. 11:18 

A regeneração é o ato inicial da salvação em que Deus faz nascer de novo o pecador perdido, dele fazendo uma nova criatura em Cristo. É obra do Espírito Santo em que o pecador recebe o perdão, a justificação, a adoção como filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espírito Santo. Nesse ato o novo crente é batizado no Espírito Santo, é por ele selado para o dia da redenção final, e é liberto do castigo eterno dos seus pecados.1 Há duas condições para o pecador ser regenerado; arrependimento e fé. O arrependimento implica em mudança radical do homem interior, por força do que ele se afasta do pecado e se volta para Deus. A fé é a confiança e aceitação de Jesus Cristo como Salvador e a total entrega da personalidade a ele por parte do pecador.2 Nessa experiência de conversão o homem perdido é reconciliado com Deus, que lhe concede perdão, justiça e paz. 

Deut. 30:6; Ez. 36:26; João. 3:3-5; I Ped. 1:3; II Cor. 5:17; Ef. 4:20-24 
2. Tito. 3:5; Rom. 8:2; João. 1:11-13; Ef. 4:32; At. 11:17 
3. II Cor. 1:21,22; Ef. 4:30; Rom. 8:1; 6:22 

A justificação, que ocorre simultaneamente com a regeneração, é o ato pelo qual Deus, considerando os méritos do sacrifício de Cristo, absorve, no perdão, o homem de seus pecados e o declara justo, capacitando-o para uma vida de retidão diante de Deus e de correção diante dos seres humanos.1 Essa graça é concedida não por causa de quaisquer obras meritóritas praticadas pelo homem mas por meio de sua fé em Cristo. 

1. Is. 53:11; Rom. 8:33; 3:24 
2. Rom. 5:1; At. 13:19; Mat. 9:6; II Cor. 5:31; I Cor. 1:30 3. Gál. 5:22; Fil. 1:9-11 

A santificação é o processo que, principiando na regeneração, leva o homem à realização dos propósitos de Deus para sua vida e o habilita a progredir em busca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito Santo que nele habita.1 Ela ocorre na medida da dedicação do crente e se manifesta através de um caráter marcado pela presença e pelo fruto do Espírito, bem como por uma vida de testemunho fiel e seviço consagrado a Deus e ao próximo. 

1. João. 17:17; I Tess. 4:3; 5:23; 4:7 
2. Prov. 4:18; Rom. 12:1,2; Fil. 2:12,13; II Cor. 7:1; 3:18; Heb. 12:14; Rom. 6:19 

A glorificação é o ponto culminante da obra da salvação.1 É o estado final, permanente, da felicidade dos que slão redimidos pelo sangue de Cristo. 

1. Rom. 8:30; II Ped. 1:10,11; I João. 3:2; Fil. 3:12; Heb. 6:11 
2. I Cor. 13:12; I Tess. 2:12; Apoc. 21:3,4 

VI – Eleição 

Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça.1 Antes da criação do mundo, Deus, no exercício da sua soberania divina e à luz de sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação.2 Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de todos os seres humanos.3 A salvação do crente é eterna. Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus.4 Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus.5 O novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação.6 

1. Gên. 12:1-3; Ex. 19:5,6; Ez. 36:22,23,32; I Ped. 1:2; Rom. 9:22-24; I Tess. 1:4 
2. Rom. 8:28-30; Ef. 1:3-14; II Tess. 2:13,14 
3. Deut. 30:15-20; João. 15:16; Rom. 8:35-39; I Ped. 5:10 
4. João. 3:16,36; João. 10:28,29; I João. 2:19 
5. Mat. 24:13; Rom. 8:35-39 
6. João. 10:28; Rom. 8:35-39; Jud. 24 

VII – Reino de Deus 

O reino de Deus é o domínio soberano e universal de Deus e é eterno.1 É também o domínio de Deus no coração dos seres humanos que, voluntariamente, a ele se submetem pela fé, aceitando-o como Senhor e Rei. É, assim , o reino invisível nos corações regenerados, que opera no mundo e se manifesta pelo testemunho dos seus súditos.2 A consumação do reino ocorrerá com a volta de Jesus Cristo, em data que só Deus conhece, quando o mal será completamente vencido e surgirão o novo céu e a nova terra para a eterna habitação dos remidos com Deus. 

1. Dan. 2:37-44; Is. 9:6,7 
2. Mat. 4:17; Luc. 17:20; 4:43; João. 18:36; 3:3-5 
3. Mat. 25:31-46; I Cor. 15:24; Apoc. 11:15 

VIII – Igreja 

Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É nesse sentido que a palavra "igreja" é empregada no maior número de vezes nos livros do Novo Testamento.1 Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com a finalidade de prestarem culto a Deus, observarem as ordenanças de Jesus, meditarem nos ensinamentos da Bíblia para a edificação mútua e para a propagação do evangelho.2 As igrejas neotestamentárias são autônomas, têm governo democrático, praticam a disciplina e se regem em todas as questões espirituais e doutrinárias exclusivamente pela Palavra de Deus, sob a orientação do Espírito Santo.3 Há nas igrejas, segundo as escrituras, duas espécies de de oficiais: pastores e diáconos. As igrejas devem relacionar-se com as demais igrejas da mesma fé e ordem e cooperar, voluntariamente, nas atividades do reino de Deus. O relacionamento com outras entidades, quer seja de natureza eclesiástica ou outra, não deve envolver a violação da consciência ou o comprometimento da lealdade a Cristo e a Sua Palavra. Cada igreja é um templo do Espírito Santo.4 Há também no Novo Testamento um outro sentido da palavra "igreja" em que ela aparece como a reunião universal dos remidos de todos os tempos, estabelecida por Jesus Cristo e sobre ele edificada, constituindo-se no corpo espiritual do Senhor, do qual ele mesmo é a cabeça. Sua unidade é de natureza espiritual e se expressa pelo amor fraternal, pela harmonia e cooperação voluntária na realização dos propósitos comuns do reino de Deus. 

1. Mat. 18:17; At. 5:11; 20:17-28; I Cor. 4:17 
2. At. 2:41,42 
3. Mat. 18:15-17 
4. At. 20:17,28; Tito. 1:5-9; I Tim. 3:1-13 
5. Mat. 16:18; Col. 1:18; Heb. 12:22-24; Ef. 1:22,23 

IX- O Batismo e a Ceia do Senhor 

O batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja estabelecidas pelo próprio Jesus Cristo, sendo ambas de natureza simbólica.1 O batismo consiste na imersão do crente em água, após sua publica profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador único, suficiênte e pessoal.2 Simboliza a morte e sepultamento do velho homem e a ressurreição para uma nova vida em identificação com a morte, sepultamento e a ressurreissão do Senhor Jesus Cristo e também prenúncio da ressurreição dos remidos.3 O batismo, que é condição para ser membro de uma igreja, deve ser ministrado sob a invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.4 A ceia do Senhor é uma cerimônia da igreja reunida, comemorativa e proclamadora da morte do Senhor Jesus Cristo, simbolizada por meio dos elementos utilizados: o pão e o vinho.5 Neste memorial o pão representa seu corpo dado por nós no calvário e o vinho simboliza seu sangue derramado.6 A ceia do Senhor deve ser celebrada pelas igrejas até a volta de Cristo e sua celebração pressupõe o batismo bíblico e o cuidadoso exame íntimo dos participantes.7 

1. Mat. 3:5,6,13-17; João. 3:22,23; 4:1,2; I Cor. 11:20,23-30 
2. At. 2:41,42; 8:12,36-39; 10:47,48 
3. Rom. 6:3-5; Gál. 3:27; Col. 2:12 
4. Mat. 28:19; At. 2:38,41,42; 10:48 
5 e 6. Mat. 26:26-29; I Cor. 10:16,17-21; 11:23-29 7. Mat. 26:29; I Cor. 11:26-28; At. 2:42; 20:4-8 

X – O Dia do Senhor 

O domingo, dia do Senhor, é o dia do descanso cristão satisfazendo plenamente a exigência divina e a necessidade humana de um dia em sete para o repouso do corpo e do espírito.1 Com o advento do cristianismo, o primeiro dia da semana passou a ser o dia do Senhor, em virtude de haver Jesus ressuscitado nesse dia.2 Deve ser para os cristãos um dia de real repouso em que, pela frequência aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedicado à oração, à leitura bíblica e outras atividades religiosas eles estarão se preparando para "aquele descanso que resta para o povo de Deus". 3 Nesse dia os cristãos devem abster-se de todo trabalho secular, excetuando aquele que seja imprescindível e indispensável à vida da comunidade. Devem também abster-se de recreações que desviem a atenção das atividades espirituais.4 

1. Gên. 2:3; Êx. 20:8-11; Is. 58:13-14 
2. João. 20:1,19,26; At. 20:7; Apoc. 1:10 
3. Heb. 4:9-11; Apoc. 14:12,13 
4. Êx. 20:8-11; Jer. 17:21,22,27; Ez. 22:8 

XI – Ministério da Palavra 

Todos os crentes foram chamados por Deus para a salvação, para o serviço cristão, para testemunhar de Jesus Cristo e promover o seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espírito Santo.1 Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos seres humanos, de maneira especial, para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua palavra.2 O pregador da palavra é um porta-voz de Deus entre os seres humanos.3 Cabe-lhe missão semelhante àquela realizada pelos profetas do Velho Testamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, tendo o próprio Jesus como exemplo e padrão supremo.4 A obra do porta-voz de Deus tem finalidade dupla: a de proclamar as boas novas aos perdidos e a de apascentar os salvos.5 Quando um homem convertido dá evidências de ter sido chamado e separado por Deus para esse ministério, e de possuir as qualificações estipuladas nas Escrituras para o seu exercício, cabe à igreja local a responsabilidade de separá-lo, formal e publicamente, em reconhecimento da vocação divina já existente e verificada em sua experiencia cristã.6 Esse ato solene de consagração é consumado quando os membos de um presbitério ou concílio de pastores, convocados pela igreja, impõe as mãos sobre o vocacionado.7 O ministro da Palavra deve dedicar-se totalmente à obra para a qual foi chamado, dependendo em tudo do próprio Deus.8 O pregador do evangelho deve viver do Evangelho.9 Às igrejas cabe a responsabilidade de cuidar e sustentar adequadamente e dignamente seus pastores.10 

1. Mat. 28:19,20; At. 1:8; Rom. 1:6,7; 8:28-30; Ef. 4:1,4; II Tim. 1:9; Heb. 9:15; I Ped. 1:15; Apoc. 17:14 
2. Mar. 3:13,14; Luc. 1:2; At. 6:1-4; 13:2,3; 26:16-18; Rom. 1:1; I Cor. 12:28; II Cor. 2:17; Gál. 1:15-17 
3. Êx. 4:11,12; Is. 6:5-9; Jer. 1:5-10; At. 20:24-28 
4. At. 26:19,20; João. 13:12-15; Ef. 4:11-17 
5. Mat. 28:19,20; João. 21:15-17; At. 20:24-28; I Cor. 1:21; Ef. 4:12-16 
6. At. 13:1-3; I Tim. 3:1-7 
7. At. 13:3; I Tim. 4:14 
8. At. 6:1-4; I Tim. 4:11-16; II Tim. 2:3,4; 4:2,5; I Ped. 5:1-3 
9. Mat. 10:9,10; Luc. 10:7; I Cor. 9:13,14; I Tim. 5:17,18 
10. II Cor. 8:1-7; Gál. 6:6; Fil. 4:14-18 

XII – Mordomia 

Mordomia é a doutrina bíblica que reconhece Deus como Criador, Senhor e Dono de todas as coisas.1 Todas as bênçãos temporais e espirituais procedem de Deus e por isso devem os seres humanos a Ele o que são e possuem e, também, o sustento.2 O crente pertence Deus porque Deus o criou e o remiu em Jesus Cristo.3 Pertencendo a Deus, o crente é mordomo ou administrador da vida, das aptidões, do tempo, dos bens, da influência, das oportunidade, dos recursos naturais e de tudo o que Deus lhe confia em seu infinito amor, providência e sabedoria.4 Cabe ao crente o dever de viver e comunicar ao mundo o evangelho que recebeu de Deus.5 As Escrituras Sagradas ensinam que o plano específico de Deus para o sustento financeiro de sua causa consiste na entrega pelos crentes de dízimos e ofertas alçadas.6 Devem eles trazer à igreja sua contribuição sistemática e proporcional com alegria e liberdade, para o sustento do ministério, das obras de evangelização, beneficência e outras.7 

1. Gên. 1:1; 14:17-20; Sal. 24:1; Ecl. 11:9; I Cor. 10:26 
2. Gên. 14:20; Deut. 8:18; I Crôn. 29:14-16; Tiago. 1:17; II Cor. 8:5 
3. Gên. 1:27; At. 17:28; I Cor. 6:19,20; Tiago. 1:21; I Ped. 1:18-21 
4. Mat. 25:14-30; 31:46 
5. Rom. 1:14; I Cor. 9:16; Fil. 2:16 
6. Gên. 14:20; Lev. 27:30; Prov. 3:9,10; Mal. 3:8-12; Mat. 23:26 
7. At. 11:27-30; I Cor. 8:1-3; II Cor. 8:1-15; Fil. 4:10-18 

XIII – Evangelização e Missões 

A missão primordial do povo de Deus é a evangelização do mundo, visando a reconciliação do homem com Deus.1 É dever de todo discípulo de Jesus Cristo e de todas as igrejas proclamar, pelo exemplo e pelas palavras, a realidade do evangelho, procurando fazer novos discípulos de Jesus Cristo em todas as nações, cabendo às igrejas batizá-los e ensiná-los a observar todas as coisas que Jesus ordenou.2 A responsabilidade da evangelização estende-se até aos confins da terra e por isso as igrejas devem promover a obra de missões, rogando sempre ao Senhor que envie obreiros para a sua seara.3 

Mat. 28:19,20; João. 17:30; At. 1:8; 13:2,3 
2. Mat. 28:18-20; Luc. 24:46-49; João. 17:20 
3. Mat. 28:19; At. 1:8; Rom. 10:13-15 

XIV – Educação Teológica 

O ministério docente da igreja, sob a égide do Espírito Santo, compreende o relacionamento de Mestre e discípulo, entre Jesus Cristo e o crente.1 A palavra de Deus é o conteúdo essencial e fundamental nesse processo e no programa de aprendizagem cristã.2 O programa de educação religiosa nas igrejas é necessário para a instrução e desenvolvimento de seus membros, a fim de "crescerem em tudo naquele que é a cabeça, Cristo". Às igrejas cabe cuidar do doutrinamento adequado dos crentes, visando sua formação e desenvolvimento espiritual, moral e eclesiático, bem como motivação e capacitação sua para o serviço cristão e o desempenho de suas tarefas no cumprimento da missão da igreja no mundo.3 

Mat. 11:29,30; João. 13:14-17 
2. João. 14:26; I Cor. 3:1,2; II Tim. 2:15 
3. Sal. 119; II Tim. 3:16,17; Col. 1:28; Mat. 28:19,20 

XV – Liberdade Religiosa 

Deus e somente Deus é o Senhor da consciência.1 A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais do homem, inerente à sua natureza moral e espiritual.2 Por força dessa natureza, a liberdade religiosa não deve sofrer ingerência de qualquer poder humano.3 Cada pessoa tem o direito de cultuar a Deus, segundo os ditames de sua consciência, livre de coações de qualquer espécie.4 A igreja e o Estado devem estar separados por serem diferentes a sua natureza, objetivos e fuções.5 É dever do Estado garantir o pleno gozo e exercício de liberdade religiosa, sem favorecimento a qualquer grupo ou credo.6 O estado deve ser leigo e a igreja livre. Reconhecendo que o governo do Estado é de ordenação divina para o bem-estar dos cidadãos e a ordem justa da sociedade, é dever dos crentes orar pelas autoridades, bem como respeitar e obedecer às leis e honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade de Deus.7 

1. Gên. 1:27; Sal. 9:7-8; Mat. 10:28; 23:10; Rom. 14:4; 9,13; Tiago. 4:12 
2. Jos. 24:15; I Ped. 2:15,16; Luc. 20:25 
3. Dan. 3:15-18; Luc. 20:25; At. 4:9-20; 5:29 
4. Dan. 3:16-18; 6; At. 19:35-41 
5. Mat. 22:21; Rom. 13:1-7 
6. At. 19:34-41 
7. Dan. 3:16-18; 6:7-10; Mat. 17:27; At. 4:18-20; 5:29; Rom. 13:1-7; I Tim. 2:1-3 

XVI – Ordem Social 

Como o sal da terra e a luz do mundo, o cristão tem o dever de participar em todo esforço que tende ao bem comum da sociedade em que vive.1 Entretanto, o maior benefício que pode prestar é anunciar a mensagem do evangelho; o bem-estar social e o estabelecimento da justiça entre os seres humanos dependem basicamente da regeneração de cada pessoa e da prática dos princípios do evangelho na vida indivídual e coletiva.2 Todavia, como cristãos, devemos estender a mão de ajuda aos órfãos, às viúvas, aos anciãos, aos enfermos e a outros necessitados, bem como a todos aqueles que forem vítimas de quaisquer injustiça e opressões.3 Isso faremos no espírito de amor, jamais apelando para quaisquer meios de violência ou discordantes das normas de vida expostas no Novo Testamento.4 

1. Mat. 5:13-16; João. 12:35-36; Fil. 2:15 
2. Mat. 6:33; Mar. 6:37; Luc. 10:29-37 
3. Êx. 22:21,22; Sal. 82:3,4; Ecl. 11:1,2 
4. Is. 1:16-20; Miq. 6:8; Mat. 5:9 

XVII – Família 

A família, criada por Deus para o bem do homem, é a primeira instituição da sociedade. Sua base é o casamento monogâmico e duradouro, por toda a vida, só podendo se desfeito pela morte ou pela infidelidade conjugal.1 O propósito imediato da família é glorificar a Deus e prover a satisfação das necessidades humanas de comunhão, educação, companheirismo, segurança, preservação da espécie e bem assim o perfeito ajustamento da pessoa humana em todas as suas dimensões.2 Caída em virtude do pecado, Deus provê para ela, mediante a fé em Cristo, a benção da salvação temporal e eterna, e quando salva poderá cumprir seus fins temporais e promover a glória de Deus.3 

1. Gên. 1:7; Jos. 24:15; I Reis. 2:1-3; Mal. 2:1 
2. Gên. 1:28; Sal. 127:1-5; Ecl. 4:9-13 
3. At. 16:31,34 

XVIII – Morte 

Todos os seres humanos são marcados pela finitude, de vez que, em consequência do pecado, a morte se estende a todos.1 A palavra de Deus assegura a continuidade da consciência e da identidade pessoais após a morte, bem como a necessidade de todos os seres humanos aceitarem a graça de Deus em Cristo enquanto estão neste mundo.2 Com a morte está definido o destino eterno de cada homem.3 Pela fé nos méritos do sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser tragédia, pois ela o transporta para um estado de completa e constante felicidade na presença de Deus. A esse estado de felicidade as Escrituras chamam "dormir no Senhor".4 Os incrédulos e impenitentes entram, apartir da morte, num estado de separação definitiva de Deus.5 Na Palavra de Deus encontramos claramente expressa a proibição divina da busca de contato com os mortos, bem como a negação da eficácia de atos religiosos com relação aos que já morreram.6 

Rom. 5:12; I Cor. 15:21-26; Heb. 9:27; Tiago. 4:14 
2. Luc. 16:19-31; Heb. 9:27 
3. Luc. 16:19-31; 23:39-46; Heb. 9:27 
4. Rom. 5:6-11; 14:7-9; I Cor. 15:18-20; II Cor. 5:14,15; Fil. 1:21-23; I Tess. 4:13-17; II Tim. 2:11 
5. Luc. 16:19-31; João. 5:28,29 
6. Êx. 22:18; Lev. 19:31; 20:6,27; Deut. 18:10; I Crôn. 10:13; Is. 8:19; João. 3:18 

XIX – Justos e Ímpios 

Deus, no exercício de sua sabedoria, está conduzindo o mundo e a história a seu termo final.1 Em cumprimento à sua promessa, Jesus Cristo voltará a este mundo, pessoal e visivelmente, em grande poder e glória.2 Os mortos em Cristo serão ressuscitados, arrebatados e se unirão ao Senhor.3 Os mortos sem Cristo também serão ressuscitados.4 Conquanto os crentes já estejam justificação pela fé, todos os seres humanos comparecerão perante o tribunal de Jesus Cristo para serem julgados, cada um segundo suas obras, pois através destas é que se manifestam os frutos da fé ou os da incredulidade.5 Os ímpios condenados e destinados ao inferno lá sofrerão o castigo eterno, separados de Deus.6 Os justos, com os corpos glorificados, receberão seus galardões e habitarão para sempre no céu com o Senhor.7 

1. Mt 13:39,40; 28:20; At 3:21; I Co 15:24-28; Ef 1:10 
2. Mt 16:27; Mc 8:38; Lc 17:24; 21:27; At 1:11; I Ts 4:16; I Tm 6:14,15; II Tm. 4:1,8 
3. Dn 12:2,3; Jo 5:28,29; Rm 8:23; I Co 15:12-58; Fl 3:20; Cl 3:4 
4. Dn 12:2; Jo 5:28,29; At 24:15; I Co 15:12-24 
5. Mt 13:49,50; At 10:42; I Co 4:5; II Co 5:10; II Tm 4:1; Hb 9:27; II Pe 2:9 
6. Dn 12:2,3; Mt 16:27; Mc 9:43-48; Lc 16:26-31; Jo 5:28,29; Rm 6:22,23 
7. Dn 12:2,3; Mt 16:27; 25:31-40; Lc 14:14; 16:22,23; Jo 5:28,29; 14:1-3; Rm 6:22,23; I Co 15:42-44; Ap 22:11,12