vendredi 10 octobre 2014
Orixe e fin do amor e da vida
As memorias son a nosa historia e as miñas lecturas, pois discorro sobre acontecementos e nos levan a pensar o que non está aquí e agora, sobre o que é eterno. E cando isto ocorre historia e lecturas se complementan e enriquecen as nosas vidas. O certo é que a memoria ao apoiarse nos feitos deixa de ser o relato de algo particular, vive un proceso de amplitude que lle dá grandeza. E a historia, inversamente, ao recorrer á memoria trae emoción e vida ao traxe.
Pero, como xa dixen parcialmente, por riba, as nosas memorias non se entreluzem só con feitos sociais, os nosos pesadelos, así como os nosos soños transportan nosas memorias a un mundo máxico, un mundo onde o imaxinario, ás veces, é tan real como a historia vivida. Transcende. Por iso, estas lecturas son traducións de experiencias coa eternidade, infinita e sen límites, creadora de todas as cousas, orixe e fin do amor e da vida.
A decisão socialista
Estudos sobre A Decisão Socialista de Paul
Tillich
Jorge Pinheiro
Para Paul Tillich [A Decisão Socialista, Introdução:
As duas raízes do pensamento político, o ser humano e a consciência política,
Potsdam 1933, Gesammelte Werke, II, pp. 219-365], nem sempre é necessário
perguntar pelas raízes de um fenômeno espiritual ou social. Muitas vezes tal
pergunta mostra-se supérflua, principalmente quando um testemunho saudável
revela a integridade das raízes. Mas quando se apresentam distorções ou
desvios, quando o testemunho congela ou a vida principia a desaparecer, então
se torna necessário perguntar: quais são suas raízes?
Em 1993, Tillich considerava que esta era a
situação do socialismo e, em particular, do socialismo alemão. Para ele, os
eventos que preanunciavam a ascensão do nazismo, revelavam o estado de profunda
crise do socialismo. E esse estado não só se explicava pelos eventos dos
últimos anos, mas deviam ser pesquisadas a partir da segunda metade do século
de 19, pois faziam parte de sua constelação histórica de origem. Por isso, acreditava
Tillich, a tarefa mais urgente dos anos futuros seria um exame das razões do
debilitamento do socialismo. E tal tarefa seria impossível de ser realizada se
não se achasse uma resposta à pergunta das raízes.
Porém, afirmava Tillich, assim que se levanta a
pergunta das raízes do pensamento socialista, faz-se necessário ir mais fundo,
porque o socialismo é um movimento de oposição, de mão dupla, um movimento de
oposição à sociedade burguesa, mas enquanto mediação, uniu-se à sociedade
burguesa na oposição às formas feudais e patriarcais de sociedade. Entender
esta raiz do socialismo, ajudaria a entender as raízes do pensamento político
que lhe deu origem.
É necessário procurar pelas raízes do pensamento
político no próprio do homem, declara Tillich. Para ele, sem uma imagem do
homem, de suas forças e tensões, não se pode dizer nada sobre as fundações
políticas do pensamento e do ser político. Sem uma teoria do homem, não se pode construir uma teoria das orientações
políticas.
O homem, afirma o teólogo, diferente da natureza, é
um ser dividido. Não importa saber onde termina a natureza e onde começa o
homem, não importa que a passagem entre os dois se faça através de lentas
transições ou por um salto. O importante é que em determinado momento, a
diferença ficou clara.
Há no entanto, para Tillich, um processo vital
indiviso, que desdobra natureza sem interrogar nem requerer, um processo que
está ligado àquilo que se encontra nele e faz parte do que ele é. Assim, existe
um processo vital que deseja saber sobre o homem, e que coloca algumas questões
para ele: já não é indiviso, mas também dividido. É idêntico a si mesmo quando
diante de si mesmo, no ato de pensar e de conhecer. Mas não apenas isso.
Segundo Tillich, o homem tem consciência de si
mesmo, ou em outras palavras, distingue-se da natureza enquanto ser que se
desdobra, tornando-se um ser consciente de si mesmo. A natureza ignora esta
divisão. Por isso, o homem não é uma combinação de duas partes autônomas, tais
como natureza e mente ou corpo e alma, mas um só ser, porém fendido em sua
unidade.
Estas determinações gerais, considera Tillich,
levam a algumas considerações no que se refere à pesquisa do pensamento
político. Elas negam qualquer dedução do pensamento político enquanto puro
movimento de pensamento, de exigências ético-religiosas, ou considerações
ditadas por determinada cosmovisão. O pensamento político vem do homem enquanto
unidade. Está enraizada no ser e na sua consciência, mais precisamente em sua
unidade indissolúvel. É por isso que não se pode entender um sistema de
pensamento político sem contextualizar seu enraizamento no ser humano enquanto
ser social, ou seja, o imbricamento de pulsões e interesses, os constrangimentos e as aspirações
constituintes do ser social.
Mas também é impossível separar o ser de sua
consciência, ou ver o pensamento político como simples subproduto do ser.
Assim, para Tillich, a consciência estrutura todo o ser do homem, todo o ser
social, em cada um de seus elementos, inclusive as sensações pulsantes mais
primitivas.
Quando tenta desfazer laços, explica Tillich,
passa-se ao largo da primeira e mais importante característica da essência
humana, o que produz uma distorção no quadro geral que ele faz de si próprio,
de que há uma consciência inadequada ao ser, uma falsa consciência, mas que não
invalida a unidade do ser e da consciência. Isto porque, afirma, o conceito de
falsa consciência não é possível quando a coisa que se designa é não
conhecível. Assim, a consciência justa é uma consciência que emerge do ser e ao
mesmo tempo o determina. Não pode ser uma coisa sem ser a outra, porque o homem
é uma unidade na divisão, e desta unidade nascem as duas raízes de todo
pensamento político.
A origem do pensamento
político conservador
O homem se encontra enquanto realidade dada, assim
como seu ambiente. Mas estar no mundo enquanto realidade significa aquele não
vem da si mesmo, que ele não é sua própria origem. Para Tillich, que cita a
expressão de Martin Heidegger, o homem é um “ser lançado”. Esta situação leva o
homem a colocar-se a questão da fonte (Woher). O que mais tarde vai aparecer
como questão filosófica. Mas tal discussão é uma construção, e o mito apresenta
a primeira resposta, enquanto determinante para a discussão de conjunto.
A origem (Ursprung) é o que faz emergir
(entspringen). Este aparecimento (Sprung) dá lugar a algo novo, que não existiu antes, que
produz uma consciência própria, diferente da origem. A realidade que somos está
colocada, mas também é algo próprio. É uma tensão entre o ser-posto e o
ser-próprio.
Para Tillich, a origem não nos liberta. Não se pode
dizer que era e que não é mais. Constantemente somos puxados pela origem: ela
nos faz emergir, nos segura firme. É ela que nos estabelece como algo, enquanto
essência. Dessa maneira, ser-posto no mundo supõe caminhar para a morte.
Assim,
para Tillich, a concepção conservadora admite o surgimento do eterno no tempo,
que repousa no passado. Por essa razão nega toda mudança, presente ou futura[1].
A força dessa concepção repousa no fato de que considera o eterno como dado e
não como resultado da ação cultural e religiosa do ser humano.
A concepção conservadora também reconhece o kairós[2],
mas o situa no passado. Desconsidera que se aconteceu no passado como
acontecimento único, é ele quem se revela em todos os sim e não
do passado, do presente e futuro. Sob tal visão repousa o pensamento político
conservador. Perdeu o sentido supratemporal do kairós[3].
O mito expressou com profunda riqueza este estado
de coisas, com o testemunho de objetos e
eventos nos quais o grupo humano percebe sua origem. Em todos os mitos ressoam
a lei cíclica do nascimento e da morte. Todo o mito é mito da origem, responde
à pergunta da providência e conta porque somos segurados na origem e estamos
debaixo de seu império. A consciência mítica original é a raiz de todo o
pensamento político conservador e romântico.
Mas o homem vai além do colocar-se como realidade
dada, vai além do saber colocar-se diante do ciclo do nascimento e a morte. Faz
a experiência de uma exigência que separou o imediato da vida e o leva a
colocar-se diante da pergunta da providência uma outra pergunta: "por
que?”
Esta pergunta quebra o ciclo de uma maneira
fundamental, eleva o homem acima da esfera do simples viver. Porque é a
exigência de algo que não está aí, que tem que se tornar realidade. Quando se
faz a experiência desse tipo de exigência não se está mais colado à origem. Vai-se
além da afirmação do que já está. A exigência nomeia o que deve ser. E o que
deve ser não é determinado com a afirmação daquilo que já é, disso que é,
significa que tal exigência impôs ao homem o incondicionado.
O “por que” não está dentro dos limites da fonte. É
o incondicionalmente novo. É através do “por que” que o homem deve alcançar
algo do incondicionalmente novo. Este é o sentido da exigência, quando o homem,
por ser dividido, faz esta experiência. Ele detém um conhecimento próprio, por
isso é possível ir além da realidade, além daquilo que o cerca.
Tal é a liberdade do homem: não que ele tenha uma
vontade livre, mas não está preso, enquanto homem, ao que está dado. O ciclo do
nascimento e morte foi quebrado, sua existência e sua ação não estão amarradas
na simples propagação de sua origem. Quando esta consciência se impõe, são rasgados os laços da origem, o
mito original está quebrado. A ruptura do mito original pelo incondicionado de
exigência é a raiz do pensamento político liberal, democrático e socialista.
Mas, a concepção progressista considera o eterno um
alvo infinito, existente em cada época, mas que não se apresenta enquanto
irrupção. Assim, os tempos tornam-se vazios, sem decisão, sem responsabilidade.
Na concepção progressista existe uma tensão diante do que foi. Mas a
consciência de que o alvo é inacessível a debilita e produz um compromisso
continuado com o passado. A concepção progressista não oferece nenhuma opção ao
que está dado. Transforma-se em progresso mitigado, em crítica pontual
desprovida de tensão, onde não há nenhuma responsabilidade última [4].
Este progressismo mitigado é a atitude
característica da sociedade burguesa. É um perigo que ameaça constantemente, é a
supressão do não e do sim incondicionados, a supressão do anúncio da
plenitude dos tempos. É o verdadeiro adversário do espírito profético
[5].
O mito, uma
crença desvelada
A exigência que o homem faz na experiência diante
do incondicionado não é estranha a ele. Se fosse estranha à sua essência, não lhe
seriam concernentes e ele não poderia discernir tal coisa como exigência. Se
ela lhe toca é porque coloca diante de seus olhos gás sua essência enquanto
exigência. Funda-se a incondicionalidade, a irrevogabilidade com que o
dever-ser aborda o homem e exige ser afirmado por ele.
Se a exigência é a própria essência do homem, então
ela encontra seu fundamento na sua
origem, e então a providência e o destino não pertencem a mundos
diferentes. Ainda, diante do original, o que é requerido é o incondicionalmente
novo. Assim, para Tillich, a origem é ambígua. Há nela uma separação
entre origem verdadeira e a origem real.
O que é realmente original não é o
que é original de verdade.
A realização da origem é esta exigência e este
dever-ser pelo qual o homem é confrontado. O “por que” do homem é a realização
da sua providência. A origem real é
negada pela origem verdadeira; mas certamente, não é uma pura e simples
negação. A origem real tem que levar à real verdadeira, ela é sua expressão,
mas também disfarce e distorção. A pura consciência mítica original ignora
todas as ambigüidades da origem. É por isto que esta consciência está presa à
origem e considera sacrilégio toda a ultrapassagem da origem. Só a consciência
que, fazendo a experiência da exigência da incondicionalidade, se livra dos
laços de origem e se apercebe da ambigüidade da origem.
A exigência quer a realização da origem verdadeira.
Porém o homem não recebe uma exigência incondicionada de outros. É no
reencontro do "eu e você" que a exigência torna-se concreta. Seu
conteúdo é reconhecido no você com a dignidade do "eu", a dignidade
para ser livre, portador da realização daquilo que apontada à origem. Reconhecer no você uma
dignidade igual ao do eu, isto é justiça. A exigência que nos arrasta à
ambigüidade da origem é a exigência de
justiça. A origem não rompida conduz a poderes em tensão que procuram a
dominação e destroem um ao outro. Quando a origem é rompida vem o poder do ser,
o declínio dos poderes que "expiam e são julgados por seu sacrilégio, de
acordo com a ordem do tempo", como já evocou a filosofia grega.
A exigência incondicional eleva acima deste ciclo
trágico. Diante do poder e da impotência do ser, opõe a justiça, que provém do
dever-ser. Portanto, para Tillich, não há uma simples oposição, porque o
dever-ser é a realização do ser. A justiça é o verdadeiro poder do ser.
Nisto se torna realidade o que é apontado na origem. Na relação entre os dois
elementos da existência humana e as duas raízes do pensamento político, a
exigência predomina sobre a pura origem, e a justiça, sobre o puro poder do
ser. A pergunta do “por que” é superior à da providência. O mito original
não deve representar no pensamento político mais do que uma crença rompida, uma
crença desvelada.
Esse é o caminho da utopia. Sem o espírito utópico
não há protesto, nem espírito profético[6].
Isto é exato na medida em que cada tensão orientada
para adiante comporta uma representação daquilo que deve vir e de como se
entende a realização desse ideal. Eis porque o espírito da utopia está presente
em todo agir incondicionalmente decidido, em todo agir orientado à
transformação do presente [7].
A utopia quer realizar a eternidade no tempo, mas
esquece que o eterno abala o tempo e todos seus conteúdos. É por isso que a
utopia leva, necessariamente, à decepção. Progresso mitigado é o resultado da
utopia revolucionária desencantada.
A idéia do kairós nasce da discussão com a
utopia. O kairós comporta a irrupção da eternidade no tempo, o caráter
absolutamente decisivo deste instante histórico enquanto destino, mas tem a
consciência de que não pode existir um estado de eternidade no tempo, a
consciência de que o eterno é, em sua essência, aquele que faz a irrupção no
tempo, sem contudo fixar-se nele.
Assim, a realização da visão profética se encontra
além do tempo, lá onde a utopia desaparece, mas não a sua ação[8].
Metodologicamente, Tillich mostra que toda mudança,
toda transformação exige uma compreensão do momento vivido que vá além do
meramente histórico, do aqui e agora. Deve projetar-se no futuro, deve entender
que há no espírito profético da responsabilidade inelutável um choque entre
este kairós[9] e a
utopia, que pensa poder fixar a eternidade no tempo presente. Tal desafio não
pode ser resolvido por um homem, por mais que encarne o espírito da profecia. O
sujeito da transformação será, em última instância, a massa.
Para Tillich, essas duas raízes do pensamento
político mantêm entre elas uma relação que é mais do simples justaposição. A
exigência predomina na origem. Considerando as várias tendências políticas, não
se pode supor que elas sejam atitudes humanas justificadas. Onde são requeridas
decisões, o conceito tradicional de realidade não é aplicável. Outro, no
entanto, é quando estamos diante de uma exigência do incondicionado.
Ninguém pode entender o socialismo se não
experimentar a exigência de sua justiça como uma exigência do incondicionado.
Quem não é confrontado pelo socialismo não pode falar do socialismo, a não ser
enquanto expressão que vem do exterior.
Não podem falar dele em verdade, porque é contrário às tendências
políticas que defendem. Aí está o nó da origem.
As raízes do pensamento político não são apenas
pensamentos. O pensamento político é a expressão de um ser político, de uma
situação social. Não se pode entender o pensamento quando se subestimam as
realidades sociais das quais vem o pensamento político. As raízes do pensamento
político não podem agir com uma força igual em todo momento e em todo grupo. Um
ou outro pode predominar, depende de uma situação social, grupos ou formas de
dominação determinadas. Depende de estruturas sócio-psicológicas, da interação
com a situação social objetiva.
A pessoa poderia puxar o que precede uma
conseqüência metodológica de acordo com a qual seriam segurar disto às
realidades históricas e deixar de voltar melhor até as raízes. Estas raízes, a
pessoa avançará, é inconhecével e destituído de realidade. Não tem primeiro lá
nenhum elemento do ser humano independente da realidade histórica. O homem seria
o que faz tal ou tal situação social, nada além de. Mas esta conseqüência se
contradiz ela, assim que comece recorrendo a tais condições que tripulam,
história, situação social, etc. são supostas.
Estas condições, realmente, para caracterizar o
jogo da história do homem e não são então encadernado a só um momento
histórico. É por que a pessoa não tem necessidade para não falar do
"étemelle de gás" do homem. por outro lado, é completamente
necessário agarrar nem mesmo em unidade de his/her/its o homem histórico
eminentemente concreto, ao risco de não pode dizer nada, sobre o fenômeno
histórico mais concreto. Mas especialmente, toda a norma acharia se supresso
disto. A paixão com que alguns representantes deste pensamento histórico
supostamente o radical distribui julgamentos de valor, por exemplo sobre o
capitalismo, e até mesmo interpreta e leva um julgamento em toda a história
humana como história feita de lutas de classes, assiste bem que neles a
consciência normativa não é não extinguida e isso. bem bastante, eles se
deixaram orientarem por um certo quadro de um assim--ciété humano onde o ser do
homem chegaria a uma realização maior que hoje. Mas por lá põe a pessoa, [232]
até mesmo sem querer isto, um momento saber-prahistorique: o um do ser humano
gosta de ser realizar. É não levar primeiro até os elementos do homem está
sendo então equivalente para não suprimir a exigência, a ultrapassagem e a
espera. Porque o ser e o ser realizado se distingue na mesma medida que a
origem e o proletariado de meta? É necessário responder isto: certamente, a
consciência é ligada ao ser, mas esta aderência mútua é funcional, não de ordem
biográfica. D teve alguns pensamentos que tiveram para função para expressar o
ser lá burguês, não importa que é dos aristocratas ou bourgeoises que os
expressaram. E há alguns pensamentos que têm para função para expressar o ser
proletário, não importa que é do bourgeoises ou proletários que os expressam. O
fato que especialmente é os aristocratas que prepararam a sociedade burguesa e
do bourgeoises que deu ao proletariado a consciência dele bem de espetáculos
que o relatório biográfico intervém pequeno forte aqui. Pode acontecer até
mesmo que o distância separando sendo a consciência é necessário de forma que
as elevações de ser para a consciência. O conhecimento não só supõe uma ligação
ao ser, mas também uma distância para consideração de his/her/its. Aqui é por
que o que é abalado em his/her/its aderência original para um grupo ou para uma
classe é designado para dar consciência dela a outra classe totalmente que seu.
O Marx e Lenin são o exemplo mais evidente disto Eles fazem veja que o
relatório entre a situação social e o pensamento político tem que subir
imediatamente de da esfera biográfica para o um do fonctionnelles14 de relações.
A palavra princípio serve para caracterizar
de maneira global os grupos políticos. O pensamento tem como tarefa extrair uma
multiplicidade de fenômenos que constitui a característica comum a todos os
indivíduos. Normalmente, se cumpre esta tarefa com ajuda de um conceito de gás.
Desde Platão, a relação de gás e o fenômeno domina em Oeste a teoria do
conhecimento. Porém he/it se apareceram que a lógica de gás não é suficiente
para dar conta do historiques15 de realidades. A "essência de um fenômeno
histórico" é uma abstração vazia, donde foi expelido a força viva de
história. E ainda, a pessoa não pode fazer sem administrar caractérisations
geral quando a pessoa tiver negócio a um movimento de unidade.
Perguntas
1. Até que ponto a Teologia da Cultura pode dizer algo a respeito da ação
social e humana?
2. Qual a pertinência do discurso teológico?
3. O que Paul Tillich está produzindo neste texto? Uma história da
religião, sociologia da religião ou filosofia da religião?
4. Qual é o estatuto epistemológico e teórico da análise de Paul Tillich?
5. Quais os referenciais de Paul Tillich? Uma filosofia da vida? Qual a
validade desses referenciais?
Algumas considerações
Neste
texto, Paul Tillich traduz uma confiança no progresso humano. Parte de uma
filosofia política onde seu referencial primeiro é o ser. Nesse sentido,
podemos dizer que faz uma fenomenologia política quando analisa questões como o
ser, a origem do pensamento político, enquanto mito, e a partir daí procura
trazer à tona os elementos não reflexivos do pensamento político conservador.
Lembramos aqui, em passant, a crítica de
Ernest Bloch a Freud – conforme exposto por Etienne Higuet --, quando apresenta
a Psicanálise como uma volta à origem, que resultaria em conformidade às normas
sociais. Assim, o mito não é transformador. Só a utopia, enquanto sonho
acordado, é progressivo e pode se apresentar como revolucionário.
Tillich não é tão radical como Bloch. Ele parte do
mito, entendendo que devemos rompe-lo passando através, resgatá-lo. Nesse
sentido, os símbolos devem ser atravessados para que se possa conhecer aquilo
que ele evoca. E isso é o que deve acontecer em relação ao mito de origem, ele
não pode ser abandonado, mas atravessado.
Assim, a questão existencial, presente nessa
filosofia política, leva a uma antropologia existencial.
É importante, também, entender que o pensamento
político liberal, a que Tillich se refere aqui, fala da experiência liberal
européia, que teve sua origem no Iluminismo, na Revolução Francesa e nas
constituições do século XIX. Essas constituições serão criticadas por Marx, que
não as vê como fruto das reais necessidades da sociedade.
Citações
[1] Kairós II in Christianisme et Socialisme, Écrits socialistes allemands (1919-1931), Les Éditions du Cerf, Éditions Labor et Fides, Les Presses de l’Université Laval, 1992, pp. 255-267, tradução francesa do original Kairós. Zur Geisteslage und Geisteswendung, Gesammelte Werke, 1926, VI, pp. 29-41.
[1] Kairós II in Christianisme et Socialisme, Écrits socialistes allemands (1919-1931), Les Éditions du Cerf, Éditions Labor et Fides, Les Presses de l’Université Laval, 1992, pp. 255-267, tradução francesa do original Kairós. Zur Geisteslage und Geisteswendung, Gesammelte Werke, 1926, VI, pp. 29-41.
[2] Paul Tillich ao
falar da plenitude do tempo no evento Jesus, explica a construção de sua concepção
de kairós: um tempo carregado de tensão, de possibilidades e
impossibilidades, qualitativo e rico de conteúdo. Nem tudo é possível sempre,
nem tudo é verdade em todos os tempos, nem tudo é exigido em todo momento.
Diversos mestres, diferentes poderes cósmicos, reinam em tempos diferentes, e o
Senhor que triunfa sobre anjos e poderes, reina no tempo pleno de destino e de
tensões, que se estende entre a Ressurreição e a Segunda vinda. Ele reina no
tempo presente que, em sua essência, é diferente dos outros tempos do passado.
É nessa viva e profunda consciência da história que está enraizada a idéia de kairós,
e é a partir dela que deve ser elaborado o conceito de uma filosofia consciente
da história. [Kairos I in Christianisme et socialisme, Écrits socialistes
allemands (1919-1931), Les Éditions du Cerf, Éditions Labor et Fides, Les
Presses de l’Université Laval, 1992, pp. 116-117].
[3] Idem, op.cit.,
p. 260.
[4] Idem, op.cit.,
p. 260.
[5] Idem, op.cit.,
p. 260.
[6] Para Tillich, o espírito profético está envolvido na
situação histórica concreta, tem a coragem de decidir e colocar-se sob
julgamento, ao nível do particular. Sem esquecer que sua relação aponta ao
incondicionado, e que o ponto mais elevado que é possível alcançar no tempo
está submetido ao não. Mas não deverá, por temer o não, perder a audácia do não
e do sim concretos. [Kairós II, idem, op.cit., p. 259].
[7] Idem, op.cit.,
p. 260.
[8] Idem, op. cit.,
p.261.
[9] E é a partir dessa compreensão do que significa o
espírito de profecia no tempo presente, que voltamos ao kairós, mas agora com
novos conteúdos, construído enquanto responsabilidade inetulável. [Paul
Tillich, História do pensamento cristão, Kairós, São Paulo, ASTE, 2000,
p. 24]. Kairós significa tempo concluído, o instante concreto e, no sentido
profético, a plenitude do tempo, a irrupção do eterno no tempo. Kairós não é um
qualquer momento pleno, uma parte ou outra do curso temporal: kairós é o tempo
onde se completa aquilo que é absolutamente significativo, é o tempo do
destino. Considerar uma época como um kairós, considerar o tempo como aquele de
uma decisão inevitável, de uma responsabilidade inelutável, é considerá-lo
enquanto espírito da profecia. [Kairós II, idem, op. cit., p. 259].
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