jeudi 8 mai 2008

APOLOGÉTICA -- TEMOS A MENTE DE CRISTO

Textos: Jó 42:1-6 e I Coríntios 2: 6-16

O que é conhecimento?

1. A centralidade da revelação
Jesus Cristo é a centralidade da revelação. Nós cristãos temos quatro doutrinas básicas: Criação (criados para ser integralmente pessoas: pensam, têm vontade própria, afetividade, personalidade, atuam sobre a realidade, têm experiências e constróem o mundo e seus relacionamentos), revelação (a natureza visualizada e vivida e as Escrituras verbalizadas ou vivendo os pensamentos de Deus), redenção (o Verbo se fez carne e pagou o preço) e juízo (julgados por nossa obediência).

Mas aqui, vamos nos ater à redenção, já que esta produz salvação eterna, reconstitui a imagem divina no homem (Efésios 3.14-19) e exige a proclamação da boa nova. Por isso, está intimamente ligada à apologética e a discusão sobre a fé. A redenção é o momento maior da soberania de Deus em relação as suas criaturas. E também a loucura da pregação porque bate de frente com a auto-suficiência humana.

2. A mente vazia de Deus e a mente cristã

A mente vazia ou falta de compreensão da centralidade da redenção leva ao ritualismo, à violência social e, como extremo ao ateísmo. Diante disso, devemos entender que todos os seres humanos somos confrontados por um desafio ético: pensar e agir conforme o conhecimento que temos.

A mente cristã é uma mente adoradora, que reconhece Deus como Senhor da natureza, Senhor das nações, Senhor que se revela através de atos concretos, Senhor que cria e mantém o universo, Senhor que redime e preserva seu povo. Seu ato mais poderoso é o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. É Deus presente, Espírito Santo.

Mas mente cristã, que é em primeiro lugar, adoradora, tem por base e fundamente a fé integral. Muita gente considera o conhecimento como algo meramente racional. Teologicamente, conhecimento é fé (Hb 11.1), assim aqueles que consideram o conhecimento como processo exclusivamente racional, também vêem a fé como puramente racional. Excluem assim a vontade, o afeto, a personalidade, a ação humana, as obras e as experiências de sua compreensão de fé. Tal abordagem nos levam a fazer três perguntas, que elucidarão a relação entre revelação e conhecimento.

Qual é a natureza da fé?
A fé vem antes ou depois do arrependimento?
A fé vem antes ou depois da regeneração?


Respondendo ao primeiro questionamento, consideramos que a fé depende de uma opção da pessoa e que é um estado do coração. Vejamos porque: Tomando por base alguns textos (Rm 10.9-10; 1 Jo 5.1; Jo 5. 38-40, 42, 44; 2 Ts 2.10; At 8. 37) podemos dizer que a fé (1) é um dever e, portanto, a vontade está incluída; (2) que é uma graça entregue pelo Espírito Santo (1 Co 13), e sendo graça não está limitada ao intelecto; (3) que dá glória a Deus e não se dá glória a Deus só com a razão, já que envolve toda a personalidade humana; (4) expressa-se em termos de afeto (2Ts 2.10). Ora receber inclui afeto, implica assim em engajamento de afetividades (Rm 10.9-10); (5) a falta de fé está ligada a uma disposição moral (Jo5; Jo 8.33+; Hb 3; Ef 4.17). A incredulidade é um estado do coração, não é um erro enquanto abordagem meramente racional.

Em relação à segunda questão, consideramos que se não houver arrependimento não há fé verdadeira. João, o batista, pregava o batismo do arrependimento. Ver também o chamado de Jesus em Mc 1.15; Lc 24; e a experiência da igreja primitiva em At 2.37-38; 3.19; 5.31; 20 e 26.18.

Quanto ao terceiro questionamento consideramos que sem regeneração não há fé. Os textos que nos levam a pensar assim são 1Co 2.10-16, 1Co 12.3; a experiência de Nicodemos (Jo 3) e Rm 8.7.

Assim, a compreensão da fé ou do conhecimento da revelação como opção do coração, arrependimento e regeneração elimina a idéia de que podemos conhecer exclusivamente através de processos racionais. Por isso, dizemos que o processo de conhecimento da revelação está ligado à obediência, que em última instância é disposição positiva do coração, enquanto totalidade da personalidade humana, arrependimento e regeneração de vida (vide o exemplo de Abraão).

A fé e o conhecimento teológico têm por base o caráter e as promessas de Deus. É uma confiança integral, que nasce de uma profunda reflexão e leva à constatação de que Deus é digno de crédito. Mas, de maneira nenhuma, lança fora a vontade, a afetividade, a personalidade, as ações, obras e experiências humanas enquanto componentes e realidades da fé.

Tal fé que nasce da adoração leva à busca da santidade. Consiste em buscar uma vida digna, que agrade a Deus. Não basta saber o que devemos ser, temos que resolver, em nossas mentes, atingir o objetivo. Por isso, podemos dizer que a batalha é ganha nas mentes.

Tudo isso solidamente soldado, amarrado pelo amor.