vendredi 7 septembre 2012

Convite


Pessoal, os textos que estão aí projetam a igreja do tempo imediato, a partir do passado próximo. Temas que devem ser debatidos! Apareça!

O Sermão de Santo António aos Peixes

Para meus alunos de Homilética Prática.

O Sermão de Santo António aos Peixes foi proferido na cidade de São Luís do Maranhão em 1654, na sequência de um confronto com os colonos portugueses no Brasil. O sermão é uma peça de oratória criativa, habilidade e poder satírico, que toma alguns peixes (o roncador, o pegador, o voador e o polvo) como símbolos dos pecados daqueles colonos. Com uma construção literária, o sermão louva algumas virtudes humanas e censura os vícios dos colonos. O sermão foi pregado três dias antes do Padre António Vieira embarcar ocultamente para Portugal, a fim de obter uma legislação justa para os índios.



Padre António Vieira
Sermão de Santo António aos Peixes,
pronunciado em São Luís do Maranhão, a 13 de Junho de 1654


Excerto, capítulo 1



Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm oficio de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou que a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os regadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!


Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há--de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab hominibus. «Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar a doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-de fazer, é lançá-lo fora como inútil, para que seja pisado de todos. Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara? Assim como não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário.

Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga. E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer? Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português Santo António, que hoje celebramos, e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou. Pregava Santo António em Itália na cidade de Arimino, contra os hereges, que nela eram muitos; e como erros de entendimento são dificultosos de arrancar, não só não fazia fruto o santo, mas chegou o povo a se levantar contra ele e faltou pouco para que lhe não tirassem a vida. Que faria neste caso o ânimo generoso do grande António? Sacudiria o pó dos sapatos, como Cristo aconselha em outro lugar? Mas António com os pés descalços não podia fazer esta protestação; e uns pés a que se não pegou nada da terra, não tinham que sacudir. Que faria logo? Retirar-se-ia? Calar-se-ia? Dissimularia? Daria tempo ao tempo? Isso ensinaria porventura a prudência ou a covardia humana; mas o zelo da glória divina, que ardia naquele peito, não se rendeu a semelhantes partidos. Pois que fez? Mudou somente o púlpito e o auditório, mas não desistiu da doutrina. Deixa as praças, vai-se às praias; deixa a terra, vai-se ao mar, e começa a dizer a altas vozes: Já que me não querem ouvir os homens, ouçam-me os peixes. Oh maravilhas do Altíssimo! Oh poderes do que criou o mar e a terra! Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os pequenos, e postos todos por sua ordem com as cabeças de fora da água, António pregava e eles ouviam.

Se a Igreja quer que preguemos de Santo António sobre o Evangelho, dê-nos outro. Vos estis sal terrae: É muito bom texto para os outros santos doutores; mas para Santo António vem-lhe muito curto. Os outros santos doutores da Igreja foram sal da terra; Santo António foi sal da terra e foi sal do mar. Este é o assunto que eu tinha para tomar hoje. Mas há muitos dias que tenho metido no pensamento que, nas festas dos santos, é melhor pregar como eles, que pregar deles. Quanto mais que o são da minha doutrina, qualquer que ele seja, tem tido nesta terra uma fortuna tão parecida à de Santo António em Arimino, que é força segui-la em tudo. Muitas vezes vos tenho pregado nesta igreja, e noutras, de manhã e de tarde, de dia e de noite, sempre com doutrina muito clara, muito sólida, muito verdadeira, e a que mais necessária e importante é a esta terra, para emenda e reforma dos vícios que a corrompem. O fruto que tenho colhido desta doutrina, e se a terra tem tomado o sal ou se tem tomado dele, vós o sabeis e eu por vós o sinto. 

Isto suposto, quero hoje, à imitação de Santo António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes. O mar está tão perto que bem me ouvirão. Os demais podem deixar o sermão, pois não é para eles. Maria, quer dizer, Domina maris: «Senhora do mar» e posto que o assunto seja tão desusado, espero que me não falte com a costumada graça. Ave Maria.


Análise literária -- Lithis e Wikipedia

Capítulo I

Introdução: exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender (ll.1-59).

Conceito Predicável: texto bíblico que serve de tema e que irá ser desenvolvido de acordo com a intenção e o objetivo do autor "Vos estis sal terrae".

Invocação: pedido de auxílio divino (ll.60-61).

As simetrias evidenciam a estruturação do sermão enquando exercício lógico, que permitem aos ouvintes atingirem mais facilmente o objetivo da mensagem nas respostas à justificação do fato de a terra estar corrompida e na resposta ao que se há-de fazer ao sal que não salga e à terra que se não deixa salgar.

Para atingir a inteligência dos ouvintes, o padre usa argumentos lógicos, sucessivas interrogações retóricas e a autoridade dos exemplos de Cristo, Santo António e da Bíblia. Para atingir o coração dos ouvintes, usa interjeições e exclamações. Ao relatar o que fez Santo António quando foi perseguido em Arimino usa frases curtas (Deixa as praças, vai-se às praias…), ritmo binário, anáforas, enumeração. Os tipos de frase têm relação direta com a entoação. A frase interrogativa termina num tom mais alto, a declarativa num tom mais baixo, etc.

O titulo do Sermão foi retirado da história que se contava a respeito de Santo António. Este teria sido mal recebido numa pregação em Arimino, porém, mesmo perseguido, teria se  dirigido à praia e pregado o sermão aos peixes que o teriam escutado atentamente.

O pregador invocou Nossa Senhora porque era habitual fazê-lo e ainda porque o nome Maria quer dizer "senhora do mar"; os ouvintes do sermão eram pescadores que invocavam a santa na faina da pesca.

Capítulo II

O sermão é uma alegoria porque os peixes são metáfora dos homens, as suas virtudes são por contraste metáfora dos defeitos dos homens e os seus vícios são diretamente metáfora dos vícios dos homens. O pregador fala aos peixes, mas quem escuta são os homens.

Os peixes ouvem e não falam. Os homens falam muito e ouvem pouco.

O pregador argumenta de forma lógica. Partindo de duas propriedades do sal, divide o sermão em duas partes: o sal conserva o são, o pregador louva as virtudes dos peixes; o sal preserva da corrupção, o pregador repreende os vícios dos peixes. Para que fique claro que todo o sermão é uma alegoria, o pregador refere-se frequentemente aos homens. Utiliza articuladores do discurso (assim, pois…), interrogações retóricas, anáforas, gradações crescentes, antíteses, etc. Demonstra as afirmações que faz tirando partido do contraste entre o bem e o mal, referindo palavras de S. Basílio, de Cristo, de Moisés, de Aristóteles e de St. Ambrósio, todas referidas aos louvores dos peixes. Confirma-as com vários exemplos: o dilúvio, o de Santo António, o de Jonas e o dos animais que se domesticam.

Os peixes não foram castigados por Deus no dilúvio, sendo, por isso, exemplo para os homens que pouco ouvem e falam muito, pouco respeito têm pela palavra de Deus. Evidencia-se que os animais que convivem com os homens foram castigados, estão domados e domesticados, sem liberdade.

O discurso é pregado; por isso, envolve toda a pessoa do orador. Os gestos, a mímica, a posição do corpo - a linguagem não verbal - têm um lugar importante porque completam a mensagem transmitida.

Recursos de estilo 

A antítese Céu/lnferno, que repete semanticamente a antítese bem/mal, está ligada quer à divisão do Sermão em duas partes, quer às duas finalidades globais do mesmo. 

A apóstrofe refere diretamente ao destinatário da mensagem e do pregador, aproximando os dois pólos da comunicação: emissor e receptor. A interrogação retórica como meio de convencer os ouvintes. A personificação dos peixes associada à apóstrofe e às atitudes dos mesmos. A gradação crescente na enumeração dos animais que vivem próximos dos homens mas presos. A comparação, "como peixes na água", tem o carácter de um provérbio que significa viver livremente. 

Santo António foi humilde, aceitando sem revolta o abandono a que foi votado por todos, ele que conhecia a sabedoria. O pregador pretende condenar os homens que possuem vícios opostos às virtudes dos peixes.

Capítulo III


O pregador usa o imperativo verbal, a repetição anafórica, a exclamação, a apóstrofe, a leve ironia ("Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não prego a vós, prego aos peixes!").



A língua de Santo António teve a força de dominar as paixões humanas, guiando a razão pelos caminhos do bem; foi o freio do cavalo porque impediu tantas pessoas de caírem nas mais variadas desgraças. A língua de Santo António foi a rémora -- um peixe pequeno mas de muita força, representa a força da palavra de Santo Antonio -- dos ouvintes quando estes ouviram; quando o não ouvem, são atingidos por muitos naufrágios (desgraças morais).

Recursos de estilo 

Anáforas: Ah homens… Ah moradores… Quantos, correndo… Quantos, embarcados… Quantos, navegando… Quantos na nau… A interjeição visa atingir o coração dos ouvintes; a repetição do pronome indefinido realiza uma enumeração. Gradações: Nau Soberba, Nau Vingança, Nau Cobiça, Nau Sensualidade; "passa a virtude do peixezinho, da boca ao anzol, do anzol à linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador." O sentido é sempre uma intensificação para mais ou para menos. Antíteses: mar/terra, para cima/para baixo, Céu/Inferno. Palavras de sentido oposto indicam as duas direções do sermão: peixes - homens, bem - mal. Comparações: "… parecia um retrato maritimo de Santo António"; o peixe de Tobias, com um burel e uma corda, era uma espécie de Santo António do mar: as suas virtudes eram como as de Santo António. "… unidos como os dois vidros de um relógio de areia,": o peixe Quatro-Olhos possuía grande visão e precisão. Metáforas: "… águias, que são os linces do ar; os linces, que são as águias da terra": sentido de rapidez e de visão excepcional. 


Considerações

Primeira: Os homens pescam muito e tremem pouco. Segunda: "Se eu pregara aos homens e tivera a língua de Santo António, eu os fizera tremer." O verbo pescar é também metáfora de guerra; uma crítica à presença holandesa. Terceira: "… se tenho fé e uso da razão, só devo olhar direitamente para cima, e só direitamente para baixo". Os peixes são o sustento dos membros de várias ordens religiosas. Há peixes para os ricos e peixes para os pobres. Esta distinção tem por finalidade criticar a exploração dos ricos sobre os pobres.

Capítulo IV


Para comprovar a tese de que os homens se comem uns aos outros, o orador usa uma lógica implacável, apelando para os conhecimentos dos ouvintes e dando exemplos concretos. Os seus ouvintes sabiam a verdade do que ele afirmava, pois conheciam que os peixes se comem uns aos outros, os maiores comem os mais pequenos. Além disso, cita frequentemente a Sagrada Escritura, em que se apoia. Lendo hoje este capitulo, assim como todo o Sermão, não se pode ficar indiferente à lógica da argumentação. As conclusões são implacáveis, pois são fruto claríssimo dos argumentos usados.


O ritmo é variado: lento, rápido e muito rápido. Quando as frases são longas, o ritmo é repousado; quando as frases são curtas, quando se usam sucessivas anáforas nessas frases, o ritmo torna-se vivo, como acontece no exemplo do defunto e do réu. O discurso deste sermão, como doutros, é semelhante ao ondular das águas do mar: revoltas e vivas, espraiam-se depois pela areia como que espreguiçando-se. Uma das características maravilhosas do discurso de Vieira é a mudança de ritmo, que prende facilmente os ouvintes.

A repetição da forma verbal "vedes", que deverá ser acompanhada de um gesto expressivo, serve para criar na mente dos ouvintes (e dos leitores) um forte visualismo do espetáculo descrito.

O uso dos dêiticos -- recurso que tem por objetivo localizar o fato no tempo e espaço sem definí-lom sendo que alguns pronomes demonstrativos podem ser expressões dêiticas bem como certos advérbios -- tem por objectivo localizar os atos referidos, levando os ouvintes a revê-los nos espaços onde acontecem. A substantivação do infinitivo verbal está também ao serviço do visualismo. O verbo deixa de indicar acção limitada para se transformar numa situação alargada. 

Há uma passagem semelhante no momento em que o padre se refere à necessidade de o bem comum prevalecer sobre o apetite particular: "Não vedes que contra vós se emalham…".

Importante

O orador expõe a repreensão e depois comprova-a como fez com a primeira repreensão: dá o exemplo dos peixes que caem no engodo da isca, passa em seguida para o exemplo dos homens que enganam os indígenas e para a facilidade com que estes se deixam enganar. A crítica à exploração dos negros é cerrada e implacável. 

Conclui, respondendo à interrogação que fez, afirmando que os peixes são muito cegos e ignorantes e apresenta, em contraste, o exemplo de Santo António, que nunca se deixou enganar pela vaidade do mundo, fazendo-se pobre e simples, e assim pescou muitos para salvação.

Capítulo V


Episódio do Polvo -- Divisão em partes: Introdução: a aparência do polvo "O polvo… mansidão" (ll.177-179). Desenvolvimento: a realidade "E debaixo… pedra" (ll.179-187).  Conclusão: a consequência "E daqui… fá-lo prisioneiro" (ll.187-189). Comparação: "Fizera… traidor" (ll.190-196). 



A expressão "aparência tão modesta" traduz a aparente simplicidade e inocência do polvo, que encobre uma terrível realidade. O orador usa a ironia. A expressão "hipocrisia tão santa" contém em si um paradoxo: a hipocrisia nunca é santa; de novo, o orador usa uma fina e penetrante ironia: o polvo apresenta um ar de santo, mas encobre uma cruel realidade. Tem a máscara (que é o que quer dizer em grego hipócrita), o fingimento de inofensivo.

O mimetismo é o que o polvo usa para enganar: faz-se da cor do local ou dos objectos onde se instala. No camaleão, o mimetismo é um artifício de defesa contra os agressores, no polvo é um artifício para atacar os peixes desacautelados. O orador refere a lenda de Proteu para contrapor o mito à realidade: Proteu metamorfoseava-se para se defender de quem o perseguia; o polvo, ao contrário, usa essa qualidade para atacar.

Os dêiticos demonstrativos implicam a linguagem gestual e têm por intenção criar o visualismo na mente dos ouvintes. A anáfora, repetição da mesma palavra em início de frase, insiste no mesmo visualismo.

Os verbos que se referem ao polvo estão no presente do indicativo, traduzindo uma realidade permanente e imutável; a forma "vai passando" gerúndio perifrástico, acentua a forma despreocupada dos outros peixes que lentamente passam pelo local onde se encontra o traidor; os verbos que se referem a Judas estão no pretérito perfeito do indicativo porque referem ações do passado. Há ainda o imperativo "Vê", que traduz uma interpelação direta ao polvo, tornando o discurso mais vivo.

O polvo nunca ataca frontalmente, mas sempre à traição: primeiro, cria um engano, que consiste em fazer-se das cores onde se encontra; depois, ataca os inocentes. O texto deste capítulo segue a variedade de ritmos dos outros capítulos e apresenta os mesmos recursos para conseguir tal objetivo. Basta atentar no parágrafo que começa por "Rodeia a nau o tubarão… " e no texto referente ao polvo.

Elemento comum entre Judas e o polvo: a traição. Ambos foram vítimas deste defeito. Elementos diferentes entre Judas e o polvo: Judas apenas abraçou Cristo, outros o prenderam; o polvo abraça e prende. Judas atraiçoou Cristo à luz das lanternas; o polvo escurece-se, roubando a luz para que os outros peixes não vejam as suas cores. A traição de Judas é de grau inferior à do polvo.

Capítulo VI


Peroração: conclusão com a utilização de um desfecho forte para impactar o auditório e levá-lo a pôr em prática os ensinamentos do pregador. O padre quer que os homens imitem os peixes, isto é, guardem respeito e obediência a Deus. Numa palavra, pretende que os homens se convertam (metanóia).


As interrogações têm por objectivo atingirem preferencialmente a inteligência, enquanto as exclamações visam mais o sentimento dos ouvintes. As repetições põem em realce o paralelismo entre o orador e os peixes; as gradações intensificam um sentido.

Graça e conversão

A repetição do som /ai/ (11 vezes) cria uma atmosfera sonora cada vez mais intensa e otimista; a repetição das palavras "Louvai" e "Deus" apontam para a finalidade global do sermão: o louvor de Deus, que todos devem prestar. O verbo no imperativo realiza a função apelativa da linguagem: depois de ter inventariado os louvores e os defeitos dos peixes/ homens, não poderia deixar de apelar aos ouvintes para que louvem a Deus.

A escolha do hino Benedicite cumpre esse objetivo, encerrando o sermão com um tom festivo, adequado à comemoração de Santo António, cuja festa se celebrava. A palavra Amém significa "Assim seja", "que todos louvem a Deus". O quiasmo realizado na colocação em ordem inversa das palavras glória e graça sugere a transposição dos peixes para os homens: já que os peixes não são capazes de nenhuma dessas virtudes, mas os homens sim. Sugere também uma mudança: a conversão (metanóia), porque só em graça os homens podem dar glória a Deus.


Fontes

Lithis -- Análise de texto (www.lithis.net/19)
Wikipedia, a enciclopédia livre