samedi 30 janvier 2016

Introdução ao estudo interreligioso

Jorge Pinheiro, PhD
As cosmovisões, os cristãos e a defesa racional da fé


O emprego da Apologética como método racional de defesa da fé tem por base alguns textos escriturísticos. São eles 1Pe 3:15, IICo 7:11, Atos 22:1, 25: 16, I Co 9:3, Fp 1:7, 1:16, IITm 4:16.

Para ps cristãos, a fé está ligada a fatos. Mas, como essas duas realidades se completam no cristianismo? Para Clark Pinnock, mente e coração devem conhecer juntos.

“Exige um grande esforço o trabalho de apresentar às pessoas, de um modo inteligente, as provas em favor do evangelho, de maneira que elas possam tomar decisões significativas, convencidas pelo poder do Espírito Santo. O coração não pode se comprazer com aquilo que a mente rejeita como sendo falso”. Pinnock, Clark, “Viva Agora, Amigo”, Atibaia, Editora Fiel, p. 8 in Josh McDowel, Evidência que exige um veredicto, São Paulo, Candeia, 1992, p. 3.

Donde, os cristãos se fazem algumas perguntas: a fé é cega? Mt 22:37; podemos ter uma fé inteligente? IITm 1:12, Jo 8: 32. O que é uma fé objetiva? A que se destina?, como diria Caetano Velloso. 1Co 15:14. Cristo e a ressurreição. O Cristo histórico e Teologia Sistemática.

João, Pedro, Mateus, Tiago, Marcos, Paulo, Lucas. Por que esses homens são tão importantes para os cristãos? IIPe 1:16. Qual a diferença entre mito e história?

O que é uma testemunha histórica? Você já ouviu falar em Mi Lai, uma aldeia do Vietnã? Qual o poder de uma testemunha ocular? O que dizem João, Lucas, Paulo e Pedro sobre isso? IJo 1:1-3; Jo 20:30-31; Lc 1:1-3; At 1:1-3, 1:9, 10:38-42; ICo 15:6-8; IPe 5:1.

Mas, cuidado com os preconceitos. O que afirma Millar Burrows, professor da Universidade de Yale e especialista nos Rolos de Qumran, in Montgomery, John W., History and Christianity, Downers Grove: Inter-Varsity, 1972, sobre ceticismo e investigação histórica? O que é história? Em que se baseia a cientificidade da história? Que relação isso tem com documentação e testemunhos? 

Qual a diferença entre provas históricas, verdade absoluta e probabilidade histórica? Em que sentido podemos entender Hume, quando diz que a história não nos apresenta a verdade absoluta?

Fatores subjetivos que impedem uma análise histórica objetiva: ignorância consciente (Rm 1:18, 23); orgulho (Jo 5:40-44); opções morais (Jo 3:19-20).

Duas opções: vamos refletir sobre duas abordagens metodológicas, a de Aldous Huxley, quando disse que “... a filosofia da ausência de sentido foi basicamente um instrumento de libertação, tanto sexual, como política”, ) e de Pascal, ao afirmar que “as provas em favor da existência de Deus e do seu poder são mais do que suficientes...”. Jo 7:17.

Sobre a singularidade e a diversidade das escrituras judaico-cristãs, vamos utilizar Josh McDowel, Evidência que exige um veredicto, São Paulo, Candeia, 1992, “A Bíblia, eu acredito nela”, cps 1, 2 e 3, pp. 19-48.

Tecnicamente, por que a Bíblia é diferente? Qual o sentido da pluralidade tempo, escritores, classes sociais, atividades profissionais, condições, circunstâncias históricas, continentes, regiões geográficas, idiomas?

Em termos editoriais, que importância tem para a defesa racional da fé cristã dados como sobrevivência e quantidade de manuscritos, circulação e tiragem, traduções, e sobrevivência às perseguições e críticas?

Pluralidade de assuntos e influências no campo da história, profecia e literatura. A verdade como padrão de qualidade. 

Pluralidade de material e técnicas empregadas em sua confecção: pedras, tabletes de argila, óstraco, papiro, pergaminho, velino. Rolos e códice. Escrita uncial e minúscula carolina.

A singularidade do cânon. O cânon hebraico - lei, profetas e escritos. O testemunho de Jesus (Lc. 24:44, Jo.10:31-36, Lc.11:51); do prólogo do deuterocanônico Eclesiástico, de ben Sirac (Eclo. Pról.1-34); de Josefo, do Talmud (Tosefta Yadim, Seder Orlam Rabba, Talmud Babilônico/Sanedrim), de Melito e Eusébio. 

Ben Zakkai e as objeções dos fariseus a Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Ester. A decisão do debate de Jamnia.

Apócrifos do Antigo Testamento. Literatura de sabedoria, nacionalista e apocalíptica. Importância histórica e literária. Filo, Josefo, Jesus, os apóstolos, os rabinos reunidos em Jamnia e os pais da igreja não os consideraram escrituras reveladas. O Concílio de Trento (1546), a Contra-Reforma e os apócrifos.

O Novo Testamento - Os critérios para determinar a inspiração de cada livro. Ef. 2:20, Jo. 16:13, At.2:42: a autoridade apostólica. Por que definir um cânon? Quem foi Marcião? O que estava acontecendo nas igrejas orientais? O que representava o edital de Diocleciano (303 d.C.)?

A defesa: Inácio (50-115 d.C.), Justino Mártir (100-165), Policarpo (115), Irineu (180), Atanásio de Alexandria. O Sínodo de Hipona (393), sob o bispado de Agostinho, e o III Sínodo de Cartago.

E então, o que é Cosmovisão?

A. Realidade e estruturas conceituais. Consciência e omissão. A definição de Deus nos dá o elemento central de uma cosmovisão. Toda cosmologia leva a princípios e valores da vida. 

B. Existe uma cosmovisão cristã? Qual é a sua base? Deus infinito (Sl.25:14; Is. 43:10; Sl. 90:2), pessoal (Ex.3:14-15; Is. 55:8-9; Sl.135:5-6), criador (Gn.1:1; Sl.148:3-5, 33:6-9; Hb. 11:3), mantenedor do universo (Sl.14:20, 147:8-9; Ne. 9:6), amor (Lm.3:22-23; Jo.3:16; Rm 5:8) e santo (Hc.1:13; Sl. 5:4; Jr. 9:23-24). Único (Dt. 6:4-5; Is. 45:5-6) e plural (Mt.11:27; Jo.17:5; 15:26; At.1:8, 2:1-4).

C. A Trindade e a unidade/diversidade do universo. Deus criador: João 1:1-3; Rm. 11.36; Cl.1:16-17, Hb. 1:2, 11:3; Tertuliano (Adversus Praxean), Zwinglio (Bromiley, G.W., Zwingli and Bullinger, Londres, SCM Press, 1953, p.249). Unidade/ diversidade; determinismo/ individualidade (Pieratt, Alan, “Pensando no Céu”, in Imortalidade, Shedd, R e Pieratt, A., São Paulo, Edições Vida Nova, 1992, p.231-245).

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, págs. 15-23.
Horrel, J. Scott, Uma Cosmovisão Trinitariana, Vox Scripturae, volume IV, No 1, pág. 55-77.
Pieratt, Alan, Pensando no Céu, in Imortalidade, Shedd, R e Pieratt, A., São Paulo, Edições Vida Nova, 1992, pp.223-245.

Ateísmo

A. Quais as bases fundamentais do ateísmo e do agnosticismo radical? Deus não existe. É impossível saber. 

B. Como um filósofo ateu ou agnóstico radical responderia a estas três perguntas: (1) por que o universo existe? (2) por que o homem existe? (3) qual é o papel do indivíduo no universo? As opiniões de Friedrich Nietzsche e Jean Paul Sartre, nos ajudam a entender esse caminhar do ateísmo. 

C. Comunismo, existencialismo e humanismo: respostas que deixam a desejar. Deus não existe? Que certeza é essa? Um novo panteão: utopias e angústias.

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, págs. 39-43.

Panteísmo

A. O que é panteísmo? Infinitude e impessoalidade. Universo/aparência. Nada existe além do que se vê e toca (aparência). Só o presente existe. 

B. Qual é a posição panteísta em relação ao universo, à vida espiritual e à morte? 

C. Qual as características do panteísmo hindu? A fala de Bhahman no Bhagavad Gita. O panteísmo na filosofia européia (Spinoza / Deus é pensamento e extensão; Hegel / Deus é história e consciência). O panteísmo na teologia moderna (Tillich e John Robinson / Deus é profundeza; Teilhard de Chardin / Deus, através da evolução, estará em todos). A teologia da morte de Deus: T. Altizer e William Hamilton. 

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, págs. 45-58.

Teísmo

A. Quais os conceitos que norteiam o teísmo? 

B. Por que não somos judeus, nem muçulmanos? Unitarianismo. Determinismo. Cabalismo (Sefer Ietzirá, in Guinsburg, J., Do Estudo e da Oração, São Paulo, Editora Perspectiva, 1968 págs. 563-566). Sufismo (Al-Junaíde). 

C. Em que sentido o cristianismo trinitariano é superior ao teísmo judaico e muçulmano; ao deísmo/agnosticismo filosófico (Thomas Hobbes) e ao misticismo (hippies, Beatles, Nova Era)? Ex 33:18-23, 34:5-7; Is 6:1-5; Ez 1:26-28; Jr 9:23-24; Jo 1:18, 14:8-10; Ap 1:12-17; I Pe 1:8. 

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, pp. 25-30, 59-67.

História e Arqueologia

Novo Testamento: testes bibliográficos, número de cópias e dados comparativos com outros textos antigos. Cronologia dos manuscritos e métodos de datação. Versões e utilização pelos pais da igreja.

Antigo Testamento: os talmudistas, os massoretas, o testemunho de Flávio Josefo, os rolos do Mar Morto e a Septuaginta. O texto samaritano, os targuns, o mishná, os guemarás, o midrash e a sêxtupla de Orígenes. 

Aristóteles e o conceito do benefício da dúvida. A datação das fontes primárias.

Evidências externas. Eusébio, em História Eclesiástica; Papias; Irineu em Contra as heresias III, Policarpo e Flávio Josefo em Antigüidades XVIII 5:2 sobre João Batista.

Rowley, Albright e Montgomery analisaram as provas arqueológicas. Paolo Matthiae, Giovanni Petinato e os 17 mil tabletes de Ebla.

Sir William Ramsey e o trabalho de Lucas. Erasto, o tesoureiro de Corinto (Rm 16:23), a assembléia em Éfeso (At. 19:23+), o pátio da Torre Antônia, o poço de Betesda.

Por que usar dois pesos e duas medidas em relação às Escrituras e à literatura da antigüidade?

E a partir dessa compreensão os cristãos se lançam à proclamação do Evangelho até os fins da terra, conforme o mandamento de Jesus de Nazaré.

O mundo e as missões cristãs

Eis um levantamento estatístico levantado pelo professor David Barret, do Regent College em Virgínia Beach, Virgínia (EUA). Nesse trabalho ele procura responder a três perguntas: Quantos são os cristãos no mundo, em relação ao crescimento da população? Como os cristãos estão representados no globo? Como vão as finanças cristãs e como os cristãos apoiam às missões? 

Situação Global no Contexto dos Séculos xx e xxi. Levantamentos realizados em 1998

Ano
1900
1970
1998
2000
2025
Pop. Mundial
1.619.886.800
3.697.141.000
5.892.480.000
6.158.051.000
8.294.341.000
Megacidades
20
161
400
433
650
Pobres urbanos
100.000.000
650.000.000
1.782.000.000
2.000.000.000
3.050.000.000
Favelados
20.000.000
260.000.000
1.043.000.000
1.300.000.000
2.100.000.000
Cristãos (todos)
558.056.300
1.245.934.000
1.995.026.000
2.119.342.000
3.050.229.000
Muçulmanos
200.102.200
564.212.000
1.154.302.000
1.240.258.000
1.957.019.000
Hindus
203.033.300
477.024.000
806.099.000
846.467.000
1.118.447.000
Budistas
127.159.000
237.262.000
328.233.000
334.852.000
385.818.000
Ateus
225.600
169.277.000
224.489.000
231.515.000
300.878.000

Como os cristãos estão representados no globo? Levantamentos realizados em 1998

Todos cristãos
34,4%
33,7%
33,9%
34,4%
36,9%
Membresia
521.563.200
1.159.119.000
1.808.278.000
1.888.270.000
2.589.206.000
Praticantes
469.259.800
905.352.000
1.315.693.000
1.356.513.000
2.280.000.000

Blocos






Católicos Rm.
266.419.400
688.542.000
992.295.000
1.030.637.000
1.303.507.000
Protestantes
103.056.700
239.056.000
381.147.000
404.892.000
640.342.000
Ortodoxos
115.897.700
146.863.000
214.692.000
219.592.000
261.839.000

Por continente






África
8.756.400
118.721.000
309.639.000
338.285.000
669.510.000
Ásia
20.110.000
90.003.000
299.170.000
323.192.000
521.534.000
Europa
368.790.600
493.691.000
526.572.000
527.576.000
512.626.000
América Latina
60.025.100
268.350.000
450.543.000
471.855.000
618.389.000
América Norte
59.569.700
173.331.000
202.843.000
207.251.000
241.519.000
Oceania
4.311.400
15.023.000
19.512.000
20.111.000
25.628.000

Missões e as finanças cristãs no mundo. Levantamentos realizados em 1998

Obreiros






Nacionais
1.050.000
2.350.000
4.748.000
5.104.000
6.500.000
No exterior
62.000
240.000
403.000
420.000
550.000

Fin. cristãs






Renda/mmbrs
US$ 270 bi
$ 4,1 trilhões
$ 11,5 trilhões
$ 12,7 trilhões
$ 26 trilhões
Doações
US$ 8 bilhões
$ 70 bilhões
$ 200 bilhões
$ 220 bilhões
$ 870 bilhões
Renda missões
US$ 200 mi
$ 3 bilhões
$ 10,9 bilhões
$ 12 bilhões
$ 60 bilhões


Debate Apologético

A1. Mesa redonda entre grupos formados. Moderador: o professor.

A2. Exemplo: o grupo A deve fazer uma exposição sobre cosmovisão e suas implicações na vida humana. O grupo B sobre a cosmovisão cristã. O grupo C sobre Trindade e cosmovisão cristã, o grupo D sobre ateísmo, o grupo E sobre panteísmo, e o grupo F sobre teísmo e suas variantes. Cada grupo tem 5 minutos para exposição.

A3. Enquanto cada grupo expõe, os demais devem anotar os itens que foram mal desenvolvidos ou esquecidos.

B1. Depois das exposições abre-se o debate. Serão realizadas quatro rodadas. Cada grupo tem o direito de fazer uma pergunta por rodada a outro grupo. O direito de resposta é de um minuto. Nesta fase não há direito a réplica.

B2. Após as quatro primeiras rodadas abre-se uma última, com direito a réplica. O tempo de resposta é de um minuto e a réplica também.

B3. O moderador pode intervir, cortar a palavra e colocar novas questões no debate.

C1. A participação no debate é obrigatória para todos os alunos do curso. O não comparecimento implica em perda da nota. Durante o debate qualquer aluno pode ser questionado. Deve responder quem for perguntado. Caso não saiba a resposta, pode passar para um colega do mesmo grupo, mas o grupo perde ponto.

C2. Uma boa exposição equivale a cinco pontos. Cada pergunta bem respondida pelo grupo equivale a um ponto. Na última rodada, com direito a réplica, cada grupo deve fazer o melhor, pois é a última chance de recolocar-se, caso tenha vacilado anteriormente. Posicionando-se negativamente nessa última rodada o grupo perde um ponto do acumulado anteriormente.

Bibliografia obrigatória
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, São Paulo, Ed. Vida Nova, 1985, parte um: Indagações sobre Deus, o homem e o universo... Págs. 9 - 67.
Sproul, R. C., Razão para Crer, SP, Mundo Cristão, 1991, capítulo 7, “Não Há Deus”, pág. 75; capítulo 6, “Não Preciso de Religião”, pág. 63; capítulo 4, “O Cristianismo É Uma Muleta Para os Fracos”, pág. 43. 

Bibliografia recomendada
Green, Michael, Mundo em Fuga, SP, Vida Nova
Little, Paulo, Você Pode Explicar sua Fé?, SP, Mundo Cristão, 1972
Pinnock, Clark, Viva Agora, Amigo, Atibaia, Fiel
Stott, John R. W., Cristianismo Básico, SP, Vida Nova