samedi 20 décembre 2014

Simplesmente Jesus

Uma vida simples

João, ao ouvir na prisão o que Cristo estava fazendo, enviou seus discípulos para lhe perguntarem: És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro? Jesus respondeu: Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos veem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa. Enquanto saíam os discípulos de João, Jesus começou a falar à multidão a respeito de João: O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que usam roupas finas estão nos palácios reais. Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e mais que profeta. Este é aquele a respeito de quem está escrito: Enviarei o meu mensageiro
à tua frente;
ele preparará o teu caminho diante de ti. Digo-lhes a verdade: Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista; todavia, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. Mateus 11.2-11.

A teologia da lei e das obras

João Batista pregava no deserto, à beira do rio Jordão. A sua mensagem era de que o Reino de Deus e a sua justiça estavam a chegar. Era uma mensagem dura, a maneira do Antigo Testamento: tinha por base a Lei de Moisés e seguia o padrão do clamor profético.

Quando viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava batizando, disse-lhes: Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima? Deem fruto que mostre o arrependimento! Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: Abraão é nosso pai. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga. Mateus 3.7-12.

A teologia da vida simples ou teologia da simplicidade voluntária é uma teologia cristã que nasce do milagre da graça derramada pelo sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz do Calvário.

A teologia da vida simples gera duas posturas: uma espiritual, de vida plena cheia de sentido; e outra material, na qual o cristão conscientemente escolhe minimizar a preocupação com o "quanto mais melhor", em termos de consumo e riqueza.

A dúvida de João Batista

João Batista conhecia Jesus. Era primo de Jesus. Tinha profetizado sobre Jesus: “Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga”. Mateus 3.11-12. Tinha batizado Jesus.

Mas agora estava preso. E uma questão martelava seu coração e mente. Jesus vai fazer justiça ou não? Será que Jesus é mesmo o Messias?

Os cristãos que vivem a teologia da simplicidade voluntária escolhem, porque reconhecem o papel da graça em suas vidas, privilegiar a qualidade de vida, a vida saudável, o tempo passado com a família e seus entes queridos, a redução do stress, a preservação do meio ambiente, a justiça social, o não-consumismo, enquanto aqueles que não entendem ou não aceitam a teologia da vida simples escolhem viver por preferências pessoais, por razões econômicas, embora a vida simples seja essencialmente uma escolha e nada tenha a ver com "pobreza forçada".

A pobreza é involuntária e debilitante, a simplicidade é voluntária e mobilizadora. A teologia da vida simples significa, a partir da graça, fazer um esforço consciente para descobrir o que realmente é importante e abrir mão do que é supérfluo, descobrindo assim que uma vida mais frugal exteriormente pode ser muito mais abundante e rica interiormente.

A teologia da graça

Diante da pergunta de João, através de seus discípulos, se ele Jesus era mesmo o Messias e se iria fazer descer fogo do céu, Jesus apresenta o evangelho da graça:

Jesus respondeu: “Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos veem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa. Mateus 11.4-6.

Jesus está a mostrar a João e a seus discípulos que se abriu um tempo de graça, onde a Lei de Moisés e as obras meritórias cedem lugar à boa notícia da salvação, em amor e misericórdia. Para isso veio o Messias.

Embora o ascetismo possa assemelhar-se à simplicidade voluntária, aqueles que aderem à vida simples nada têm de ascéticos.

A teologia da simplicidade voluntária leva os cristãos a agirem conscientemente para reduzir as suas necessidades de comprar serviços e bens e, por extensão, reduzirem também a necessidade de vender o seu tempo por dinheiro. Alguns usam suas horas livres para ajudar seus familiares ou a sociedade, se voluntariando para alguma atividade. Outros utilizam seu tempo para melhorar a própria qualidade de vida, desenvolvendo atividades criativas.

A graça é o fundamento da vida simples

E por isso Jesus disse: Digo-lhes a verdade: Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista; todavia, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. Mateus 11.11.

João, o batista, como todos os profetas do Antigo Testamento, guiava-se pela Lei de Moisés e pelas obras meritórias. Mas agora Jesus diz que quem vive a graça através da fé é maior do que aqueles que viviam pela Lei e pelas boas obras.

Esse “menor no Reino dos Céus” é maior porque ninguém é salvo pela Lei e pelas obras, mas através da fé na graça redentora de Jesus, o Messias de Deus.

A teologia da vida simples nos leva a analisar e procurar os motivos de porque nós consumimos tantos recursos e compramos tantas coisas para ter, em última instância, uma qualidade de vida precária.

Quem vive a teologia da vida simples preocupa-se com o meio ambiente. O estilo de vida consumista impacta o mundo, por isso, é preciso estar atento, rever e refletir sobre a real necessidade das nossas compras e da quantidade de recursos que são utilizados para mantê-las. Optar por bens "amigos da natureza", e sempre que possível, procurar compartilhar bens com amigos e vizinhos, faz parte do caminho proposto pela graça plena de Jesus Cristo.

Simplesmente Jesus – uma vida simples é o tema de nossas vidas. Será no correr do novo ano o lembrar e viver a graça derramada pelo sacrifício de Jesus. Viver o fundamento da teologia da vida simples – cheia de graça --, que não repousa em obras!

Do amigo, Jorge Pinheiro.