mardi 18 octobre 2011

John Smyth para batista nenhum botar defeito


John Smyth (1570--1612) foi um dos primeiros pastores batistas da Inglaterra e um defensor do princípio da liberdade religiosa. Alguns historiadores o consideram como um dos fundadores da denominação batista. Smyth nasceu em Lincolnshire e estudou em Gainsborough.

Smyth foi ordenado sacerdote anglicano em 1594, e durante um certo tempo alinhou-se à tradição anglicana. Mas, com o tempo, seus pontos de vista mudaram. Começou a insistir que a adoração deveria ser do coração e que qualquer de leitura de um Livro de Orações na adoração era invenção humana. Esta rejeição da liturgia, mas tarde foi adotada por ele, nas congregações batistas, e permaneceu entre muitos batistas ainda hoje. Ele considerava que oração, cântico e pregação tinham que ser espontâneos. Foi tão longe que não permitia a leitura da Bíblia durante o culto, alegando que a tradução era obra humana e, portanto, não deveria ser trazida para a adoração a Deus. Tal idéia surgiu dp entendimento de que a adoração deveria ser ordenada pelo Espírito. E assim rompeu com a Igreja da Inglaterra e refugiou-se na Holanda, onde com sua pequena congregação aprofundou-se no estudo da Bíblia, com o auxílio de crentes menonitas. Em 1609, junto com seu grupo, veio a crer no batismo do crente, em oposição ao batismo infantil. Mas, com a aceitação do batismo de crente, uma preocupação surgiu. Tendo sido batizados quando crianças, todos eles perceberam que teriam que ser rebatizados. Como não havia outro pastor para administrar o batismo, Smyth batizou-se a si mesmo, razão pela qual passou a ser chamado "o primeiro batista". Depois, então, batizou seu rebanho.

John Clifford, citado no (General Baptist Magazine", Londres, julho de 1879, vol. 81), faz um relato um pouco diferente. Conta que em 24 de março de 1606, à meia-noite, o reverendo John Morton batizou John Smyth, vigário de Gainsborough, no rio Don. “Estava tão escuro que fomos obrigados a acender tochas. Elder Brewster orou, o senhor Smyth fez uma profunda confissão, caminhou até Epworth em suas roupas de frio, mas não vimos mais nada naquela distância de mais de duas milhas. Todos os nossos amigos, para a glória do Deus, trino estavam presentes"
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Formaram, assim, a primeira igreja batista historicamente datada. E foi a partir de Smyth que os batistas passaram a acreditar que o batismo é testemunho de obediência (Mt. 28:19-20) e a imersão um símbolo da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus.
Ao retornar à Inglaterra, Smyth introduziu na sua congregação a liderança eclesiástica de duas pontas, pastor e diácono, em contraste com a liderança reformada de três dobras, pastor, presbíteros e diáconos.
Antes de sua morte, Smyth se afastou do jovem movimento batista e procurou levar seu rebanho para a igreja menonita. Morreu antes que isso acontecesse, mas a maior parte de sua congregação se uniu aos menonitas depois de sua morte. A reaproximação de Smyth aos menonitas provocara, antes, uma separação entre ele e o grupo liderado por Thomas Helwys. As igrejas oriundas de Smyth e Helwys eram, naquele momento, batistas gerais, de corte arminiano. Entre as formulações teológicas de Smyth, duas marcaram essas primeiras congregações batistas: a rejeição do pecado original e a afirmação de que cada cristão tem o direito de expressar e realizar sua leitura religiosa. Sem dúvida, foi um batista!

Referências bibliográficas
DONIGER, Wendy, ed (1999), Merriam-Webster's Encyclopedia of World Religions. Springfield, MA: Merriam-Webster.
LEE, Jason (2003), The Theology of John Smyth: Puritan, Separatist, Baptist, Mennonite. Macon, GA: Mercer University Press.