mardi 27 mars 2012
lundi 26 mars 2012
Os batistas no mundo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Igreja Batista
Orientação:
Protestante
Igreja Batista
Primeira Igreja Batista da América, organizada em 1638.
Orientação:
Protestante
Origem:
século XVII
Sede:
Londres (Aliança Batista Mundial)
A Igreja Batista é uma denominação cristã caracterizada pela rejeição ao batismo infantil, optando em seu lugar pelo batismo de fé, sempre através da imersão. O nome é derivado de uma comissão para que os seguidores de Jesus Cristo fossem batizados. Os batistas interpretam o batismo — imergir em água — como uma exposição bíblica e pública de sua fé. Enquanto o termo "batista" tem suas origens com os anabatistas, e às vezes foi visto como pejorativo, a denominação historicamente é ligada aos dissidentes ingleses, ou movimentos de anticonformismo do século XVI. O movimento batista surgiu na colônia inglesa na Holanda, num tempo de reforma religiosa intensa.[1]
Os batistas são considerados protestantes históricos. Alguns batistas rejeitam essa associação. A maioria das igrejas batistas escolhem associar-se com grupos que fornecem apoio sem controle. A maior associação batista é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, mas, há muitas outras associações de batistas no mundo. No Brasil, as maiores são a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional.
As Igrejas Batistas formam uma família denominacional protestante de origem inglesa.
Nome
O termo batista vem da palavra grega (baptistés, "batista," e remete a João, o batista. Esta relacionada ao verbo (baptízo, "batizar, lavar, mergulho, imerge"), e o baptista latino, e está em conexão direta a "o batizado," João o batista. Como um prenome que foi usado na Europa também como Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John Baptist. E na Holanda, frequentemente em combinações como Jan Baptiste ou Johannes Baptiste. Foi usado como um sobrenome. Outras variações também comumente usadas são Baptiste, Baptista, Battiste, Battista. Anabaptistas na Inglaterra foram chamados batistas em 1569.[2]
A história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é a sua incepção como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII. A primeira igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares por volta de 1642 adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja evangélica dos Estados Unidos.
Existem ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João - Jordão -Jerusalém) e a teoria anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulícianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.
Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante.
O evento mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas Helwyscom os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas batistas existentes em Londres terem publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e há pouca relação entre os dois grupos.
Ambos grupos possuem algumas similaridades: Crença no Batismo adulto e voluntário; Visão do Batismo e da Ceia do Senhor como ordenanças; Separação da Igreja e Estado.
Existem algumas diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por exemplo os menonitas):
século XVII
Sede:
Londres (Aliança Batista Mundial)
A Igreja Batista é uma denominação cristã caracterizada pela rejeição ao batismo infantil, optando em seu lugar pelo batismo de fé, sempre através da imersão. O nome é derivado de uma comissão para que os seguidores de Jesus Cristo fossem batizados. Os batistas interpretam o batismo — imergir em água — como uma exposição bíblica e pública de sua fé. Enquanto o termo "batista" tem suas origens com os anabatistas, e às vezes foi visto como pejorativo, a denominação historicamente é ligada aos dissidentes ingleses, ou movimentos de anticonformismo do século XVI. O movimento batista surgiu na colônia inglesa na Holanda, num tempo de reforma religiosa intensa.[1]
Os batistas são considerados protestantes históricos. Alguns batistas rejeitam essa associação. A maioria das igrejas batistas escolhem associar-se com grupos que fornecem apoio sem controle. A maior associação batista é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, mas, há muitas outras associações de batistas no mundo. No Brasil, as maiores são a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional.
As Igrejas Batistas formam uma família denominacional protestante de origem inglesa.
Nome
O termo batista vem da palavra grega (baptistés, "batista," e remete a João, o batista. Esta relacionada ao verbo (baptízo, "batizar, lavar, mergulho, imerge"), e o baptista latino, e está em conexão direta a "o batizado," João o batista. Como um prenome que foi usado na Europa também como Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John Baptist. E na Holanda, frequentemente em combinações como Jan Baptiste ou Johannes Baptiste. Foi usado como um sobrenome. Outras variações também comumente usadas são Baptiste, Baptista, Battiste, Battista. Anabaptistas na Inglaterra foram chamados batistas em 1569.[2]
Casamento em Igreja Batista na Inglaterra.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja evangélica dos Estados Unidos.
Igreja Batista no interior do Estado de Nova York
Existem ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João - Jordão -Jerusalém) e a teoria anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulícianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.
Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante.
Igreja Batista no oeste do Canadá
Igreja Batista na Suécia
O evento mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas Helwyscom os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas batistas existentes em Londres terem publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e há pouca relação entre os dois grupos.
Ambos grupos possuem algumas similaridades: Crença no Batismo adulto e voluntário; Visão do Batismo e da Ceia do Senhor como ordenanças; Separação da Igreja e Estado.
Existem algumas diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por exemplo os menonitas):
Os anabatistas normalmente praticam o Batismo adulto por aspersão e não por imersão como os batistas;
Os anabatistas são pacifistas extremos e se recusam a jurar;
Os anabatistas crêem em uma doutrina semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte humana de Maria;
Os anabatistas enfatizam a vida comunal enquanto os batistas a liberdade individual;
Os anabatistas recusam a participar do Estado, enquanto os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir cargos políticos;
Os anabatistas crêem em um estado de "sono da alma" entre a morte e a ressurreição.
Os anabatistas são pacifistas extremos e se recusam a jurar;
Os anabatistas crêem em uma doutrina semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte humana de Maria;
Os anabatistas enfatizam a vida comunal enquanto os batistas a liberdade individual;
Os anabatistas recusam a participar do Estado, enquanto os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir cargos políticos;
Os anabatistas crêem em um estado de "sono da alma" entre a morte e a ressurreição.
Expansão mundial
Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.
As Igrejas Congregacionais Americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-se batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária.
Consequentemente em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.
Batistas no Brasil
Por força da Guerra Civil Americana de 1865, confederados do Sul dos Estados Unidos (confederados estes que eram esmagadoramente da Igreja Batista), começam a buscar outras terras de potencial agrônomo. O Brasil é um dos países escolhidos. Logo, em 1867, grupos de estadunidenses que somaram mais de 50.000 pessoas desembarcam nos portos brasileiros em busca de refúgio e terra fértil, vasta e barata. Avançando para o continente, escolhem a cidade de Santa Bárbara d'Oeste, para adquirirem terras e fixarem residência. Entre os emigrados, a maioria professava o protestantismo e entre esses, muitos eram Batistas. Já em 1870 fizeram publicar um "Manifesto para Evangelização do Brasil." Tal manifesto, assim que publicado contou com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e, por um Batista, o jovem Pastor Richard Raticliff, um dos emigrados, cuja família havia convertido através de Thomas Jefferson Bowne nos Estados Unidos. Em 1871, Batistas emigrados dos Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil em Santa Bárbara d'Oeste. Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados faz surgir a segunda Igreja Batista em solo brasileiro em Santa Bárbara d'Oeste no bairro da Estação, onde atualmente se localiza a cidade de Americana.
Enquanto isto, no Recife o Missionário Batista William Buck Bagby participa da conversão do sacerdote católico, Antonio Teixeira de Albuquerque. Por causa de perseguição, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra natal, mas acabou mais tarde escolhendo Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo a conhecer os Batistas em Santa Bárbara d'Oeste, batiza-se, é ordenado pastor e ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e estadunidenses. Os Batistas de então, em Santa Bárbara d'Oeste, se unem para solicitar a Junta de Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. O trabalho de evangelização é intenso e brasileiros estão menos preconceituosos quanto à nova doutrina. Em 1881 chegam, William Buck Bagby e Ana Luther Bagby; Zacarias Taylor e Katarin Taylor. Os primeiros missionários são recebidos em Santa Bárbara d'Oeste e logo filiam-se à Igreja Batista existente e começam a estudar a língua portuguesa, tendo Antonio Teixeira de Albuquerque como professor.
Pouco tardou para que os dois casais de missionários, unindo-se a Antonio Teixeira de Albuquerque rumassem para o Estado da Bahia, onde em 1882, com cartas de transferência das igrejas em Santa Bárbara d'Oeste, organizaram a Primeira Igreja Batista de Salvador. Em um ano aquela igreja já contava 70 membros. Salvador também possuía uma comunidade de estadunidenses que fugiram da Guerra de Secessão. O Pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado, rumou a Maceió, onde organiza a Primeira Igreja Batista e prega para seus pais. A vida de Teixeira de Albuquerque foi curta, vindo a falecer aos 46 anos de idade. O Brasil não resiste às pressões sociais e políticas, internas e externas, vendo capitular o Império, sendo proclamada a República, em 1889. Nela a liberdade religiosa estava consagrada na Constituição, ainda que, por enquanto, apenas no papel.
De Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De volta a São Paulo, com outros missionários recém-chegados foram organizando outras novas igrejas a partir de 1899 em São Paulo, Jundiaí, Santos, Campinas, São José dos Campos. Já em 1904 eram 7 Igrejas Batistas no Estado de São Paulo. Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram em 1904 a Convenção Batista do Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Em 1914, eclode a Primeira Guerra Mundial, que faria ferver até 1918 toda a Europa. A Europa, destruída, vê muitos de seus habitantes saírem em busca de novas terras. O Brasil, e, principalmente o Estado de São Paulo, com um grande avanço na agricultura (café, cana de açúcar e cereais) torna-se alvo de muitos desses europeus. Fugindo da guerra, aportam no Brasil muitos protestantes, somaram-se a eles as dezenas de casais de missionários dos Estados Unidos que continuavam chegando.
Igreja Batista de Hong Kong
Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.
As Igrejas Congregacionais Americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-se batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária.
Consequentemente em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.
Batistas no Brasil
Os imigrantes dos Estados Unidos fundaram a primeira igreja batista do Brasil.
Na foto a Capela do Campo, no Cemitério do Campo em Santa Bárbara d'Oeste.
Por força da Guerra Civil Americana de 1865, confederados do Sul dos Estados Unidos (confederados estes que eram esmagadoramente da Igreja Batista), começam a buscar outras terras de potencial agrônomo. O Brasil é um dos países escolhidos. Logo, em 1867, grupos de estadunidenses que somaram mais de 50.000 pessoas desembarcam nos portos brasileiros em busca de refúgio e terra fértil, vasta e barata. Avançando para o continente, escolhem a cidade de Santa Bárbara d'Oeste, para adquirirem terras e fixarem residência. Entre os emigrados, a maioria professava o protestantismo e entre esses, muitos eram Batistas. Já em 1870 fizeram publicar um "Manifesto para Evangelização do Brasil." Tal manifesto, assim que publicado contou com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e, por um Batista, o jovem Pastor Richard Raticliff, um dos emigrados, cuja família havia convertido através de Thomas Jefferson Bowne nos Estados Unidos. Em 1871, Batistas emigrados dos Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil em Santa Bárbara d'Oeste. Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados faz surgir a segunda Igreja Batista em solo brasileiro em Santa Bárbara d'Oeste no bairro da Estação, onde atualmente se localiza a cidade de Americana.
Enquanto isto, no Recife o Missionário Batista William Buck Bagby participa da conversão do sacerdote católico, Antonio Teixeira de Albuquerque. Por causa de perseguição, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra natal, mas acabou mais tarde escolhendo Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo a conhecer os Batistas em Santa Bárbara d'Oeste, batiza-se, é ordenado pastor e ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e estadunidenses. Os Batistas de então, em Santa Bárbara d'Oeste, se unem para solicitar a Junta de Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. O trabalho de evangelização é intenso e brasileiros estão menos preconceituosos quanto à nova doutrina. Em 1881 chegam, William Buck Bagby e Ana Luther Bagby; Zacarias Taylor e Katarin Taylor. Os primeiros missionários são recebidos em Santa Bárbara d'Oeste e logo filiam-se à Igreja Batista existente e começam a estudar a língua portuguesa, tendo Antonio Teixeira de Albuquerque como professor.
Pouco tardou para que os dois casais de missionários, unindo-se a Antonio Teixeira de Albuquerque rumassem para o Estado da Bahia, onde em 1882, com cartas de transferência das igrejas em Santa Bárbara d'Oeste, organizaram a Primeira Igreja Batista de Salvador. Em um ano aquela igreja já contava 70 membros. Salvador também possuía uma comunidade de estadunidenses que fugiram da Guerra de Secessão. O Pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado, rumou a Maceió, onde organiza a Primeira Igreja Batista e prega para seus pais. A vida de Teixeira de Albuquerque foi curta, vindo a falecer aos 46 anos de idade. O Brasil não resiste às pressões sociais e políticas, internas e externas, vendo capitular o Império, sendo proclamada a República, em 1889. Nela a liberdade religiosa estava consagrada na Constituição, ainda que, por enquanto, apenas no papel.
De Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De volta a São Paulo, com outros missionários recém-chegados foram organizando outras novas igrejas a partir de 1899 em São Paulo, Jundiaí, Santos, Campinas, São José dos Campos. Já em 1904 eram 7 Igrejas Batistas no Estado de São Paulo. Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram em 1904 a Convenção Batista do Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Em 1914, eclode a Primeira Guerra Mundial, que faria ferver até 1918 toda a Europa. A Europa, destruída, vê muitos de seus habitantes saírem em busca de novas terras. O Brasil, e, principalmente o Estado de São Paulo, com um grande avanço na agricultura (café, cana de açúcar e cereais) torna-se alvo de muitos desses europeus. Fugindo da guerra, aportam no Brasil muitos protestantes, somaram-se a eles as dezenas de casais de missionários dos Estados Unidos que continuavam chegando.
Associações Batistas no Brasil
Convenção Batista Brasileira em 2011 possuía 6.000 igrejas organizadas, 1.200 congregações ou missões espalhadas em todo o território nacional e mais de 1.100.000 membros, a mesma também possui vários colégios, seminários, orfanatos, faculdades, hospitais, centros de recuperação para usuários de drogas, todos mantidos em convênios com as convenções estaduais e/ou igrejas locais. Na área da Educação Teológico-ministerial, atualmente são seminários oficiais batistas: o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (Recife, PE), o primeiro a ser organizado (é o mais antigo seminário teológico batista da América Latina); o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, (Rio de Janeiro, RJ), o Seminário Teológico Batista Equatorial (Belém, PA), Seminário Teológico Batista do Nordeste (Feira de Santana e Salvador, BA) e a Faculdade Teológica Batista do Estado de São Paulo (São Paulo, SP), Faculdade Teológica Batista Ana Wollermam localizado em Dourados, Mato Grosso do Sul, Faculdade Teológica Batista do Paraná (FTBP), em Curitiba. Todos oferecem cursos de graduação (Bacharelado) e pós-graduação. Os dois primeiros e a Teológica oferecem Doutorado em Teologia, alguns como a FTBP são autorizados e reconhecidos pelo MEC, além de também terem cursos especiais para ministros evangélicos e ensino à distância EAD.
A Convenção Batista Nacional nasceu em 1958, quando foi aceito o batismo pentecostal por alguns batistas em Belo Horizonte. Em 1967, o Pr. Enéas Tognini organizou a CBN (Convenção Batista Nacional), reunindo 60 igrejas. Grande parte dessas igrejas denominam-se "Batistas Renovadas". Hoje, a CBN, segundo o IBGE, conta com 1.500 igrejas organizadas, 1208 congregações ou missões, e 280.000 membros espalhados pelo Brasil (dados de 2006). Alguns afirmam que as Igrejas ligadas a essa convenção não são batistas, pois as doutrinas históricas batistas rejeitam o pentecostalismo.
As Igrejas Batistas Independentes no Brasil têm a sua origem no trabalho da Missão de Örebro, um movimento na Suécia. O missionário Erik Jansson veio en 1912 para atender colonos suecos residentes no município de Guarani, Rio Grande do Sul, mas mais tarde o grupo espalhou-se por outros estados. Conta com pelo menos 15 mil membros filiados à CIBI (Convenção das Igrejas Batistas Independentes), com grande presença nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
A partir da década de 1930 surgiram grupos de cunho mais conservador e [Batistas Fundamentalistas], como a Igreja Batista Conservadora fundada em Bagé - RS, a Igreja Batista Bíblica Nacional que organizou a Comunhão Batista Bíblica Nacional (CBBN) desde 1973, com cerca de uma centena de igrejas e congregações, a Igreja Batista Fundamentalista e a Igreja Batista Regular que são pouco numerosos, correspondendo-se aos de sua denominação norte-americana e canadense. Embora a Convenção Batista Brasileira aceite as doutrinas da eleição, há igrejas batistas que se proclamam também calvinistas, e são filiadas às diversas convenções ou simplesmente, independentes. No Brasil, há um grupo cujo objetivo é estreitar laços de comunhão entre seus membros, em geral filiados a igrejas batistas reformadas: trata-se da Comunhão Reformada Batista no Brasil. Ainda há a Igreja Batista do Sétimo Dia, a denominação evangélica sabatista mais antiga, de origem britânica e alemã, mas que no Brasil formou-se com dissidentes da igreja adventista do sétimo dia que deixaram a denominação por não aceitarem os escritos da Sra. White como inspirados por Deus. Acabaram se afiliando a sede da Alemanha e assim, ex-membros de uma igreja que tomara a crença no descanso sabático emprestado dos batistas do sétimo dia, como a adventista, acabaram se unindo a um dos grupos que a originaram.
Existem também dezenas de Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da Floresta (MG), Filadélfia (RJ), Calvário em Niterói (RJ), ou ainda a Igreja Batista Missionária Central Petrolina, todas de orientação carismático-pentecostal.
Batistas em Portugal
Em Portugal os Baptistas estão presentes desde o século XIX, quando missionários e expatriados britânicos fundaram a igreja no país.
Estão agrupados na Associação das Igrejas Baptistas Portuguesas (19 igrejas); Convenção Baptista Portuguesa (90 igrejas); Igrejas Baptistas do Carreiro (13 igrejas); Igrejas Baptistas Independentes (grupo pentecostal-batista de origem brasileira, 7 igrejas) e outras congregações e igrejas.
Convenção Batista Brasileira em 2011 possuía 6.000 igrejas organizadas, 1.200 congregações ou missões espalhadas em todo o território nacional e mais de 1.100.000 membros, a mesma também possui vários colégios, seminários, orfanatos, faculdades, hospitais, centros de recuperação para usuários de drogas, todos mantidos em convênios com as convenções estaduais e/ou igrejas locais. Na área da Educação Teológico-ministerial, atualmente são seminários oficiais batistas: o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (Recife, PE), o primeiro a ser organizado (é o mais antigo seminário teológico batista da América Latina); o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, (Rio de Janeiro, RJ), o Seminário Teológico Batista Equatorial (Belém, PA), Seminário Teológico Batista do Nordeste (Feira de Santana e Salvador, BA) e a Faculdade Teológica Batista do Estado de São Paulo (São Paulo, SP), Faculdade Teológica Batista Ana Wollermam localizado em Dourados, Mato Grosso do Sul, Faculdade Teológica Batista do Paraná (FTBP), em Curitiba. Todos oferecem cursos de graduação (Bacharelado) e pós-graduação. Os dois primeiros e a Teológica oferecem Doutorado em Teologia, alguns como a FTBP são autorizados e reconhecidos pelo MEC, além de também terem cursos especiais para ministros evangélicos e ensino à distância EAD.
A Convenção Batista Nacional nasceu em 1958, quando foi aceito o batismo pentecostal por alguns batistas em Belo Horizonte. Em 1967, o Pr. Enéas Tognini organizou a CBN (Convenção Batista Nacional), reunindo 60 igrejas. Grande parte dessas igrejas denominam-se "Batistas Renovadas". Hoje, a CBN, segundo o IBGE, conta com 1.500 igrejas organizadas, 1208 congregações ou missões, e 280.000 membros espalhados pelo Brasil (dados de 2006). Alguns afirmam que as Igrejas ligadas a essa convenção não são batistas, pois as doutrinas históricas batistas rejeitam o pentecostalismo.
As Igrejas Batistas Independentes no Brasil têm a sua origem no trabalho da Missão de Örebro, um movimento na Suécia. O missionário Erik Jansson veio en 1912 para atender colonos suecos residentes no município de Guarani, Rio Grande do Sul, mas mais tarde o grupo espalhou-se por outros estados. Conta com pelo menos 15 mil membros filiados à CIBI (Convenção das Igrejas Batistas Independentes), com grande presença nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
A partir da década de 1930 surgiram grupos de cunho mais conservador e [Batistas Fundamentalistas], como a Igreja Batista Conservadora fundada em Bagé - RS, a Igreja Batista Bíblica Nacional que organizou a Comunhão Batista Bíblica Nacional (CBBN) desde 1973, com cerca de uma centena de igrejas e congregações, a Igreja Batista Fundamentalista e a Igreja Batista Regular que são pouco numerosos, correspondendo-se aos de sua denominação norte-americana e canadense. Embora a Convenção Batista Brasileira aceite as doutrinas da eleição, há igrejas batistas que se proclamam também calvinistas, e são filiadas às diversas convenções ou simplesmente, independentes. No Brasil, há um grupo cujo objetivo é estreitar laços de comunhão entre seus membros, em geral filiados a igrejas batistas reformadas: trata-se da Comunhão Reformada Batista no Brasil. Ainda há a Igreja Batista do Sétimo Dia, a denominação evangélica sabatista mais antiga, de origem britânica e alemã, mas que no Brasil formou-se com dissidentes da igreja adventista do sétimo dia que deixaram a denominação por não aceitarem os escritos da Sra. White como inspirados por Deus. Acabaram se afiliando a sede da Alemanha e assim, ex-membros de uma igreja que tomara a crença no descanso sabático emprestado dos batistas do sétimo dia, como a adventista, acabaram se unindo a um dos grupos que a originaram.
Existem também dezenas de Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da Floresta (MG), Filadélfia (RJ), Calvário em Niterói (RJ), ou ainda a Igreja Batista Missionária Central Petrolina, todas de orientação carismático-pentecostal.
Tabernáculo Baptista do Porto
Batistas em Portugal
Em Portugal os Baptistas estão presentes desde o século XIX, quando missionários e expatriados britânicos fundaram a igreja no país.
Estão agrupados na Associação das Igrejas Baptistas Portuguesas (19 igrejas); Convenção Baptista Portuguesa (90 igrejas); Igrejas Baptistas do Carreiro (13 igrejas); Igrejas Baptistas Independentes (grupo pentecostal-batista de origem brasileira, 7 igrejas) e outras congregações e igrejas.
Batistas em outros países de Língua Portuguesa
Em 2009, obteve os seguintes números:
Igreja Evangélica Batista de Angola: 300 congregações com 90.000 membros;
Convenção Baptista de Angola: 315 congregações com 31.000 membros;
Igreja Batista Livre em Angola: 45 congregações com 17.123 membros;
Associação Batista de Macau: 6 congregações com 750 membros;
Convenção Batista de Moçambique: 120 igrejas com 40.000 membros.
Doutrinariamente, os batistas possuem algumas particularidades:
Crença no Batismo Adulto por imersão - assim como os anabaptistas eles creem que o batismo seja uma ordenança para as pessoas adultas (ordenança, para os batistas, é diferente de sacramento: deve ser obedecida, mas é apenas ato simbólico e não obrigatório para salvação), que deve ser respeitada a menos que o indivíduo não tenha oportunidade de ser batizado. A diferença em relação aos anabaptistas, é que os batistas praticam o batismo por imersão.
Celebração das ordenanças do batismo e também da ceia memorial (não-sacramental), repetindo o gesto de Cristo e os apóstolos ("fazei isso em memória de mim") partilhando-se o pão e o vinho entre todos os membros da Congregação.
Separação entre Igreja e Estado - antes mesmo do Iluminismo, já havia a consciência da separação entre Igreja e Estado entre os batistas.
Liberdade de Consciência do Indivíduo - o crente deve escolher por sua própria consciência a servir a Deus, e não por pressão estatal ou de Igreja Estabelecida.
Autonomia das Igrejas locais - como os batistas originaram do Congregacionalismo, enfatizam a autonomia total das comunidades locais, que podem agrupar-se em convenções. A exceção são os Batistas Reformados, que se originaram do calvinismo Presbiterianismo e dos Batistas Episcopais, que surgiram de missões anglicanas no Zaire.
Em termos de organização, a maior parte das igrejas batistas operam no sistema de governo congregacional, isto é, cada igreja batista local possui autonomia administrativa, regida sob o regime de assembleias de caráter democrático. Entretanto, a grande maioria das igrejas batistas são associadas a "convenções", que são, na verdade, associações de igrejas batistas que procuram auxiliar umas às outras em diversos aspectos, como jurídico, financeiro e formacional (criação de novas igrejas). Essas associações não possuem qualquer poder interventor nas igrejas, pois uma das características da maioria dos batistas é a autonomia de cada igreja local.
Os batistas tradicionalmente evitaram o sistema hierárquico episcopalista como é encontrado na Igreja Católica Romana ou Igreja Anglicana, entre outras, como entre os metodistas. Todavia, existem variações entre grupos batistas, como a Igreja Episcopal Batista (de governo, obviamente, episcopal), presente em vários países da África e a Igreja Batista Reformada, de governo presbiterial.
Em 2009, obteve os seguintes números:
Igreja Evangélica Batista de Angola: 300 congregações com 90.000 membros;
Convenção Baptista de Angola: 315 congregações com 31.000 membros;
Igreja Batista Livre em Angola: 45 congregações com 17.123 membros;
Associação Batista de Macau: 6 congregações com 750 membros;
Convenção Batista de Moçambique: 120 igrejas com 40.000 membros.
João, o Batista
Doutrinariamente, os batistas possuem algumas particularidades:
Crença no Batismo Adulto por imersão - assim como os anabaptistas eles creem que o batismo seja uma ordenança para as pessoas adultas (ordenança, para os batistas, é diferente de sacramento: deve ser obedecida, mas é apenas ato simbólico e não obrigatório para salvação), que deve ser respeitada a menos que o indivíduo não tenha oportunidade de ser batizado. A diferença em relação aos anabaptistas, é que os batistas praticam o batismo por imersão.
Celebração das ordenanças do batismo e também da ceia memorial (não-sacramental), repetindo o gesto de Cristo e os apóstolos ("fazei isso em memória de mim") partilhando-se o pão e o vinho entre todos os membros da Congregação.
Separação entre Igreja e Estado - antes mesmo do Iluminismo, já havia a consciência da separação entre Igreja e Estado entre os batistas.
Liberdade de Consciência do Indivíduo - o crente deve escolher por sua própria consciência a servir a Deus, e não por pressão estatal ou de Igreja Estabelecida.
Autonomia das Igrejas locais - como os batistas originaram do Congregacionalismo, enfatizam a autonomia total das comunidades locais, que podem agrupar-se em convenções. A exceção são os Batistas Reformados, que se originaram do calvinismo Presbiterianismo e dos Batistas Episcopais, que surgiram de missões anglicanas no Zaire.
Jesus e o povo.
Em termos de organização, a maior parte das igrejas batistas operam no sistema de governo congregacional, isto é, cada igreja batista local possui autonomia administrativa, regida sob o regime de assembleias de caráter democrático. Entretanto, a grande maioria das igrejas batistas são associadas a "convenções", que são, na verdade, associações de igrejas batistas que procuram auxiliar umas às outras em diversos aspectos, como jurídico, financeiro e formacional (criação de novas igrejas). Essas associações não possuem qualquer poder interventor nas igrejas, pois uma das características da maioria dos batistas é a autonomia de cada igreja local.
Os batistas tradicionalmente evitaram o sistema hierárquico episcopalista como é encontrado na Igreja Católica Romana ou Igreja Anglicana, entre outras, como entre os metodistas. Todavia, existem variações entre grupos batistas, como a Igreja Episcopal Batista (de governo, obviamente, episcopal), presente em vários países da África e a Igreja Batista Reformada, de governo presbiterial.
Maria e seu Filho, segundo Ireneu de Lyon
Fonte: Ireneu
de Lyon. Livros I, II, III, IV, V. Coleção Patrística.
Tradução de Lourenço Costa. São Paulo: Paulus, 1995.
O Logos recebeu de Maria, virgem, a
geração recapitulada de Adão. O primeiro Adão foi tirado da terra, soprado, e
fez-se imagem de Deus. O logos encarnado, enquanto recapitulação de Adão, foi
feito modelagem de Deus em Maria. Erram os que sustentam que o Cristo nada
recebeu de Maria para poder rejeitar a herança do corpo. Ao dizer assim
rejeitam também a imagem. Com efeito, se aquele primeiro recebeu a sua
modelagem e substância da terra pela mão e arte de Deus e este não, então não
conservou a semelhança com o homem que foi feito à imagem e semelhança de Deus,
e o Artífice pareceria inconstante e sem nada que demonstre a sua sabedoria.
Isto quer dizer que ele apareceu como homem sem sê-lo realmente e que se fez
homem sem tomar nada do homem!
Mas se não recebeu de nenhum ser humano a
substância da sua carne, ele não se fez nem homem, nem Filho do homem. E se não
se fez o que nós éramos, não tinha importância nem valor o que ele sofreu e
padeceu. Ora, não há quem não admita que nós somos feitos de um corpo tirado da
terra e de uma alma que recebe de Deus o Espírito. E é isso que se tornou o
Verbo de Deus ao recapitular em si mesmo a obra por ele plasmada, e é este o
motivo pelo qual se declara Filho do homem (...). O apóstolo Paulo, na epístola
aos Gálatas, disse abertamente: “Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher”; e
na epístola aos romanos diz: ... acerca do seu Filho, que nasceu da posteridade
de Davi, segundo a carne, declarado Filho de Deus, com poder, segundo o
Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo
Senhor nosso. (Gl 4.4; Rm 1.3-4)
22,2. De outra forma, a sua descida em
Maria seria supérflua; pois para que desceria nela se não devia receber nada
dela? Se não tivesse recebido nada de Maria então nunca teria tomado alimentos
terrenos com os quais se alimenta um corpo tirado da terra; após o jejum de
quarenta dias, como Moisés e Elias, seu corpo não teria experimentado a fome e
não teria procurado alimento; João, seu discípulo, não teria escrito: “Jesus,
cansado pela caminhada, estava sentado”; nem Davi teria dito dele: “E
acrescentaram sofrimento à dor das minhas feridas”; não teria chorado sobre o
túmulo de Lázaro; não suaria gotas de sangue, nem teria dito: “A minha alma
está triste” (Jo 4.6; Sl 69.27; Mt 26.38; Jo 19.24); e de seu lado transpassado
não teriam saído sangue e água. Tudo isso são sinais da carne tirada da terra,
que recapitulou em si, salvando a obra de suas mãos.
22,3. Por isso Lucas apresenta uma
genealogia de setenta e duas gerações, que vai do nascimento do Senhor até
Adão, unindo o fim ao princípio, para fazer entender que o Senhor é aquele que
recapitulou em si mesmo todas as nações dispersas desde Adão, todas as línguas
e gerações dos homens, inclusive Adão. Por isso Paulo chama Adão de figura
daquele que devia vir, porque o Verbo, Criador de todas as coisas, prefigurara
nele a futura economia da humanidade de que se revestiria o Filho de Deus, pelo
fato de que Deus, formando o homem psíquico, dera a entender que seria salvo
pelo homem espiritual. Por isso, visto que já existia como salvador, devia
tornar-se quem devia ser salvo, para não ser o Salvador de nada.
22,4. Da mesma forma, encontramos Maria,
a Virgem obediente, que diz: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a
tua palavra”, e, em contraste, Eva, que desobedeceu quando ainda era virgem.
Como esta, ainda virgem se bem que casada — no paraíso estavam nus e não se
envergonhavam, porque, criados há pouco tempo ainda não pensavam em gerar
filhos, sendo necessário que, primeiro, se tornassem adultos antes de se
multiplicar — pela sua desobediência se tornou para si e para todo o gênero
humano causa da morte, assim Maria, tendo por esposo aquele que lhe fora
predestinado e sendo virgem, pela sua obediência se tornou para si e para todo
o gênero humano causa da salvação. E por isso que a Lei chama aquela que é
noiva, se ainda virgem, de esposa daquele que a tomou por noiva, para indicar o
influxo que se opera de Maria sobre Eva. Com efeito, o que está amarrado não
pode ser desamarrado se não se desatam os nós em sentido contrário ao que foram
dados, e os primeiros são desfeitos depois dos segundos e estes, por sua vez,
permitem que se desfaçam os primeiros: acontece que o primeiro é desfeito pelo
segundo e o segundo é desfeito em primeiro lugar.
Eis porque o Senhor dizia que os
primeiros serão os últimos e os últimos os primeiros. E o profeta diz a mesma
coisa: Em lugar dos pais nasceram filhos para ti. Com efeito, o Senhor, o
primogênito dos mortos, reuniu no seu seio os patriarcas antigos e os regenerou
para a vida de Deus, tornando-se ele próprio o primeiro dos viventes, ao passo
que Adão fora o primeiro dos que morrem. Eis por que Lucas, iniciando a
genealogia a partir do Senhor subiu até Adão, porque não foram aqueles
antepassados que lhe deram a vida, e sim foi ele que os fez renascer no
evangelho da vida. Da mesma forma, o nó da desobediência de Eva foi desatado
pela obediência de Maria, e o que Eva tinha amarrado pela sua incredulidade
Maria soltou pela sua fé.
Sobre Ireneu: Ireneu de Lyon, em grego Εἰρηναῖος [pacífico], em latim Irenaeus, (ca.130—202) foi um pai da Igreja que nasceu na província romana da Ásia Menor, na parte ocidental da Turquia, provavelmente em Esmirna. Desenvolveu uma teologia singular sobre Maria, considerando-a perpetuamente virgem e co-redentora. Ireneu fez um paralelismo, dentro do quadro da redenção operada por Cristo, entre a mãe de Jesus, figura da obediência e da humildade, e Eva, imagem-tipo da desobediência e do orgulho.
vendredi 23 mars 2012
O rei Davi e os anos de chumbo
Davi
Justiça e graça não se
opõem. Antes, são atitudes do Eterno inseridas em seu propósito de redenção da
espécie humana. Respostas à realidade criada pela aceitação ou não-aceitação
da libertação oferecida pelo Criador.
O segundo livro de
Samuel, dos capítulos 11 ao 20, fala da profunda depressão vivida por Davi em
conseqüência do seu ato de possessão da mulher de Urias, e como tal situação desencadeou a
desestruturação de seua clã e do reino.
Depois do ciclo menstrual, o banho
Tudo começou quando
Davi, que possuía oito mulheres, resolveu possuir também a mulher de Urias, que terminado seu ciclo menstrual se lavava na laje de sua casa. Urias, era um general mercenário, heteu de nacionalidade, a serviço do exército de Davi. O rei viu a mulher, mandou trazê-la e teve relações com ela no terraço
da casa real. É interessante notar, que tempos depois, quando Bate-Seba manda lhe informar que está grávida, o rei só pensa em esconder o acontecido. E assim faz o caminho da dissolução, tentando fazer com que Urias volte para casa, quebre as regras militares do aquartelamento, que impedem os guerreiros de manterem relações sexuais em época de batalha, e tenha relações sexuais com Bateseba para que o futuro filho possa ser apresentado como do casal. Mas como tal tática não dá certo, Davi opta pelo assassinato do heteu mercenário, já ninguém se importaria com a morte de um estrangeiro. Posição racista que traduz hipocrisia, ingratidão e que culmina com o homicídio.
O medalhão da morte de Urias
Nem bem o cadáver de
Urias esfriara, já que o luto de sete dias foi puramente formal, Bate-Seba
recolhe-se à casa real e torna-se mulher de Davi. Passado nove meses, o profeta
Natã apresenta a Davi a parábola do homem rico que se apropria da ovelha do
homem pobre.
"Tu és este homem", vocifera Natã.
Denunciado publicamente, Davi chora o seu erro diante de Deus. Arrepende-se e
é perdoado. Mas os frutos das três faltas cometidas, adultério, dissimulação e assassinato,
ele haveria de colhê-los na sua própria família.
Não somente o reino
sofreu as conseqüências da quebra da Lei, já que a confiança que o povo
depositava no rei foi imediatamente quebrada. Da mesma maneira, sua família
olhava com desconfiança esse pai que se mostrava fraco e evasivo diante de suas
obrigações familiares.
Temos, então, a morte
do primeiro filho de Davi e Bate-Seba, o incesto de Amnom e Tamar, e o ódio
crescente de Absalão pelo seu meio-irmão Amnom. É impressionante notar que
passados dois anos, a única postura de Davi em relação ao filho incestuoso foi
apenas de muita ira. Não há da parte do pai nenhuma atitude objetiva. Não há
diálogo, crítica, punição... Nada. Apenas ira acumulada. Podemos imaginar como
isso tocou o coração de Absalão, irmão de sangue de Tamar, ao ver dois anos passarem-se
sem que o pai tomasse qualquer atitude.
E Absalão fez justiça com as próprias mãos, assassinando o irmão.
Tal situação fracionou
mais ainda as relações familiares. Davi amava a Absalão, e este ansiava pelo
perdão do pai. Mas nunca mais foram reatadas as relações de amor entre pai e
filho. É verdade que depois de três anos de separação, Absalão consegue ver o
pai, que o beija. Até que ponto este beijo foi o pedido de perdão de um pai
omisso a seu filho rebelado, não sabemos. O beijo como cumprimento era um
costume oriental. O certo é que o ressentimento de Absalão não foi curado.
Temos, então, mais uma
seqüência de tragédias. Absalão lidera uma conspiração contra o próprio pai,
toma o trono e obriga Davi a fugir com toda a sua família e soldados de
confiança. O rei é apedrejado e amaldiçoado. Em fuga, "o rei Davi e todo o povo que ia com ele
chegaram exaustos ao Jordão, e ali descansaram".
Sem dúvida, esses
últimos cinco anos tinham sido terríveis. Esse Davi, deprimido à beira do
Jordão, estava longe de lembrar o pastor alegre e confiante que
derrotara Golias. A auto-suficiência do rei, sua insensibilidade e
racionalização levaram-no à transgressão. Agora estava ali, às margens do rio, tendo
dentro de si uma confusão de sentimentos acumulados: culpa, medo, ira, rejeição.
Quando se arrependera,
depois da exortação de Natã, Davi escreveu o salmo 51 e posteriormente o salmo
32. Dois textos belíssimos. O primeiro, sobre a confissão do pecado e o
arrependimento. O segundo, sobre a felicidade daquele que recebe o perdão.
Agora, no fundo do poço, com a família destroçada, suas concubinas sendo
possuídas publicamente pelo próprio filho, destronado e amaldiçoado, só lhe
restava descansar em Deus.
O reinado de Absalão
será curtíssimo. Ele é assassinado e o rei Davi vive um momento de profunda
angústia. Recupera-se da dor da morte do filho rebelde, mas tão amado, e começa
a reconquistar cada uma das tribos, em parte graças à participação diplomática
e militar de seu amigo e braço direito durante todos esses anos: Joabe.
A tempestade estava
passando. Os anos de chumbo terminavam. E Davi recomposto emocional e
espiritualmente poderá dizer no final de sua vida:
"Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel me
falou: aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de
Deus, é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo
esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva. Não está assim com Deus
a minha casa? Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna, em tudo definida e
segura. Não fará ele prosperar toda a minha salvação e toda a minha esperança?”.
O Senhor Deus
restaurara a vida de Davi.
Mas fica uma pergunta:
será que o rei durante esses anos trágicos tinha consciência do processo que
estava vivendo? Temos uma pista bastante interessante: os já citados salmos 51
e 32. Vejamos o que eles dizem.
No salmo 51, salmo de
confissão e arrependimento, logo no versículo três, Davi afirma: "(...) eu conheço as minhas transgressões e o
meu pecado está sempre diante de mim".
Davi, na verdade tinha
consciência do erro cometido. Quando escreve o salmo, ele já parou de
racionalizar o seu erro. Ele não se justifica mais. É interessante ver como
essa compreensão que tem de si próprio é real. Davi, neste salmo, usa palavras
como purificar, lavar, renovar, restituir, sustentar, livrar e abrir, para
dizer o que Deus precisa fazer por ele. Aqui ele vê suas limitações, vê sua
humanidade decaída e pede a Deus que seja Deus pleno em sua vida.
Duas coisas ficam
claras nessa oração do rei Davi. Por um lado, reconhece que está vivendo o
momento mais terrível de sua vida: distante do Eterno, esse Deus que
transformou um menino desprezado pelo pai, pastor de ovelhas, sem perfil para
nada mais heróico, em rei ungido de Israel. Mas, se tem esta autocompreensão de
seu estado de pecador pusilânime e irremediavelmente perdido, por outro, tem
consciência de que não é isso que o Eterno quer para ele. "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e
renova em mim um espírito reto".
E no salmo 32, o rei
canta a alegria do perdão recebido. Ele se diz feliz, bem-aventurado, e explica
que esses sentimentos existem porque "não
ocultei os meus pecados".
Depois de reconhecer
suas limitações, de ter seus erros perdoados e de viver a alegria do perdão,
Deus diz a Davi: "Instruir-te-ei e
te ensinarei o caminho que deves seguir; e sob as minhas vistas, te darei
conselho".
Davi superara seus erros, mas o Eterno continuaria presente. Cresceria no conhecimento do Eterno, de si próprio, e do próximo. Graças a esse crescimento, gerações foram abençoadas com os momentos de chumbo da vida do rei Davi, com
seu arrependimento e com o conhecimento posterior que o Eterno lhe deu.
mercredi 21 mars 2012
Um e-mail de dois anos atrás: o renascimento do Evangelho na França
ELAM evangeliza na rua
Mon, 7 Jun 2010 09:46:26 +0200Subject: A vez da França
Queridos colegas, bom dia!
Paz e graça em Jesus, o Cristo.
Depois de conversar um pouco com Ricardo Guinancio, amigo e irmão, resolvi escrever sobre o despertamento espiritual que países europeus, de língua francesa, estão vivendo. Na verdade, estou a falar da França, Bélgica e Suíça. E vou contar alguns casos que vão ajudar os colegas a compreenderem o fenômeno.
Exemplo 1: o pastor Philippe Pomier, além de sua igreja, dirige um ministério em Lyon, o projeto ELAM. Vejam o site: www.elamdanslarue.fr/ O ministério é multidenominacional e tem um objetivo: apresentar de uma forma leve – mas não superficial --, alegre e musical Jesus nas ruas das cidades franceses. O projeto tem uma linda banda, formada por músicos cristãos – a filha do Pr. Pomier canta e toca harpa – e jovens que trabalham com mímica, expressão corporal e teatro.
As prefeituras das cidades, já conhecendo a qualidade e potencialidade do grupo para animar e envolver pessoas, e dão todo o apoio. Estive com eles em Valence. Vejam as fotos. E o resultado tem sido o de despertar pessoas: os cristãos a se envolverem com o projeto e a se reintegrarem às igrejas, e os não-cristãos são convidados a ouvir palestras sobre Jesus e a salvação. Mas há duas coisas aqui que devem ser ressaltadas. Primeiro: o interesse das prefeituras. O projeto jamais chega às praças sem autorização e apoio das prefeituras. Segundo: um dos filhos do Pr. Pomier costuma ir ao Brasil para se reciclar, ver experiências, carregar as baterias e voltar cheio de idéias para a França. Ele e o pai, assim como toda a família e a igreja do Pr. Pomier não estão ligados a nenhuma igreja ou denominação no Brasil, mas têm o nosso país como referência cristã e vão aí aprender. O rapaz já foi cinco vezes ao Brasil.
Exemplo 2: o pastor Raymond Vandeput é belga. Hoje na Bélgica ele dirige o ministério Atioch Network. Leia sobre ele:
http://blog.fellowshipofthesword.com/2009/04/raymond-vandeput-jc-cailleau-richard-henderson-rob-atripaldijpg.html
O pr. Vandeput já plantou 25 igrejas. Ele atua na brecha, assim fundou igrejas para africanos, armênios, brasileiros, filipinos, franceses, ingleses e romenos. Mas daqui vamos tirar uma lição importante: de onde, na prática, esse homem tira idéias e se recicla para desenvolver o seu trabalho? Isso mesmo! É no Brasil que ele carrega as baterias. Mas também não está ligado a nenhum ministério ou denominação brasileira. Se os irmãos quiserem conversar com ele, falem no nome do pr. Pomier, se apresentem e batam um papo. O telefone dele na Bélgica é 00 32 23810577.
Exemplo 3: Mas, esse despertamento também está acontecendo no campo reformado e histórico. Em 2009, houve um grande evento protestante de três dias em Estrasburgo, com forums, conferências, espectáculos circenses, concertos, jogos e exposições. Foi promovida pela Fédération Protestante de France (http://www.missionchretienne.net/theologie/actualite-chretienne,21/plus-de-15-000-protestants-en-fete-a-strasbourg,2646.html), contou com o apoio da prefeitura da cidade e reuniu mais de quinze mil pessoas. Ninguém imaginou que teria tal repercussão. Tanto que o presidente Sarkozy, embora tenha sido convidado não foi, se fez representar. Agora, aqui no Institut Protestant de Théologie-IPT, que integra a Faculté de Théologie Protestante, no final de maio organizaram-se festividades para comemorar a restauração dos prédios, obras que custaram 6 milhões de euros. A faculdade de teologia protestante de Paris foi criada em 1877, no âmbito da Universidade de Paris. E Sarkozy veio, falou da importância do protestantismo na formação da identidade francesa, citou Paul Ricoeur, teólogo reformado, e durante dois dias tivemos casa cheia, com palestras, concerto e culto. Eu estou residindo, por quatro meses, na faculdade com minha esposa. E a pergunta é: por que Sarkozy veio? Por que os maiores jornais -- inclusive o jornal católico La Croix --, deram destaque ao evento? Acho que os irmãos começam a entender o que está acontecendo.
Sarkozy inaugura o Fundo Paul Ricouer no Instituto Protestante de Teologia em Paris
Exemplo 4: A história dos batistas na França é muito bonita. Sébastien Fath, historiador e sociólogo (http://blogdesebastienfath.hautetfort.com), fala da influência do pensamento de teólogos batistas como Walter Rauschenbush na teologia reformada francesa. E cita o semanário batista Solidarité Social, que nos anos 1920 e 1930 marcou a intelectualidade francesa, e pensadores batistas como Paul Passy, professor da Universidade de Paris. Segundo Fath, a atividade dos batistas permitiu imprimir uma marca discreta na vida nacional. Muitos, especialmente aqueles presentes na Federação Protestante francesa, souberam enfrentar as dificuldades sociais, durante a I Guerra Mundial e a crise dos anos 1930. O movimento dos batistas sociais, por exemplo, marcou o pensamento reformado, e traduziu um esforço de volta às características familiares do cristianismo dos dois primeiros séculos. Os batistas sociais defendiam que as comunidades de fé deviam promover o Reino de Deus na terra.
Hoje, a Fédération des Églises Évangéliques Baptistes de France (www.feebf.org), a Association évangélique d'Églises baptistes de langue française (www.associationbaptiste.com) e as Églises Réformées Baptistes, juntas, têm cerca de 250 igrejas e 40 mil membros, com presença nacional e atuação missionária na África e na América Latina. Eu poderia falar da igreja batista que freqüento, aqui perto de casa, e de como é uma igreja envolvida com a comunidade (http://eglise.maine.free.fr). Mas vou deixar isso para depois.
Há um despertamento, sem dúvida. Mas esse despertamento espiritual nos países europeus de língua francesa é pontual, diferente do fenômeno brasileiro, onde há sessenta anos se vive um despertamento generalizado. Não cabe aqui analisar as razões diferentes dos dois fenômenos, nem compará-los. O importante nesse momento é nos perguntarmos o que a igreja brasileira – a minha e a sua – pode fazer para apoiar o despertamento espiritual francês. Esse e-mail tem apenas uma finalidade, fazer com que pensemos na responsabilidade que temos, por experiência acumulada na plantação, organização e desenvolvimento de igrejas, para com nossos irmãos europeus de língua francesa. Não se trata de substituí-los, nem de ensiná-los a fazer a roda, afinal a Reforma teve aqui uma de suas colunas -- Calvino era francês e os huguenotes marcaram até a história do Brasil. Trata-se de apoiá-los, de estar junto, de colar o ombro no ombro.
É para ler, discutir e orar. Deus está mostrando caminhos.
Um abraço do amigo Jorge Pinheiro
Pastor interino da Igreja Batista em Perdizes/ em França.
83, boulevard Arago (313)
75014, Paris
Tel. 0033645525025
Hoje, a Fédération des Églises Évangéliques Baptistes de France (www.feebf.org), a Association évangélique d'Églises baptistes de langue française (www.associationbaptiste.com) e as Églises Réformées Baptistes, juntas, têm cerca de 250 igrejas e 40 mil membros, com presença nacional e atuação missionária na África e na América Latina. Eu poderia falar da igreja batista que freqüento, aqui perto de casa, e de como é uma igreja envolvida com a comunidade (http://eglise.maine.free.fr). Mas vou deixar isso para depois.
Há um despertamento, sem dúvida. Mas esse despertamento espiritual nos países europeus de língua francesa é pontual, diferente do fenômeno brasileiro, onde há sessenta anos se vive um despertamento generalizado. Não cabe aqui analisar as razões diferentes dos dois fenômenos, nem compará-los. O importante nesse momento é nos perguntarmos o que a igreja brasileira – a minha e a sua – pode fazer para apoiar o despertamento espiritual francês. Esse e-mail tem apenas uma finalidade, fazer com que pensemos na responsabilidade que temos, por experiência acumulada na plantação, organização e desenvolvimento de igrejas, para com nossos irmãos europeus de língua francesa. Não se trata de substituí-los, nem de ensiná-los a fazer a roda, afinal a Reforma teve aqui uma de suas colunas -- Calvino era francês e os huguenotes marcaram até a história do Brasil. Trata-se de apoiá-los, de estar junto, de colar o ombro no ombro.
É para ler, discutir e orar. Deus está mostrando caminhos.
Um abraço do amigo Jorge Pinheiro
Pastor interino da Igreja Batista em Perdizes/ em França.
83, boulevard Arago (313)
75014, Paris
Tel. 0033645525025
mardi 20 mars 2012
Estudos interreligiosos -- Cristianismo para a pós-modernidade
Os cristãos e a
defesa racional da fé
O emprego da Apologética
como método racional de defesa da fé tem por base alguns textos
escriturísticos. São eles IPe 3:15, IICo 7:11, Atos 22:1, 25: 16, I Co 9:3, Fp
1:7, 1:16, IITm 4:16.
Para ps cristãos, a fé está
ligada a fatos. Mas, como essas duas realidades se completam no cristianismo? Para
Clark Pinnock, mente e coração devem conhecer juntos.
“Exige
um grande esforço o trabalho de apresentar às pessoas, de um modo inteligente,
as provas em favor do evangelho, de maneira que elas possam tomar decisões
significativas, convencidas pelo poder do Espírito Santo. O coração não pode se
comprazer com aquilo que a mente rejeita como sendo falso”. Pinnock, Clark,
“Viva Agora, Amigo”, Atibaia, Editora
Fiel, p. 8 in Josh McDowel, Evidência que
exige um veredicto, São Paulo, Candeia, 1992, p. 3.
Donde, os cristãos se fazem
algumas perguntas: a fé é cega? Mt 22:37; podemos ter uma fé inteligente? IITm
1:12, Jo 8: 32. O que é uma fé objetiva? A que se destina? ICo 15:14. Cristo e a ressurreição. O Cristo histórico e a Teologia Sistemática.
João, Pedro, Mateus,
Tiago, Marcos, Paulo, Lucas. Por que esses homens são tão importantes para os
cristãos? IIPe 1:16. Qual a diferença entre mito e história?
O que é uma testemunha
histórica? Você já ouviu falar em Mi Lai, uma aldeia do Vietnã? Qual o poder de
uma testemunha ocular? O que dizem João, Lucas, Paulo e Pedro sobre isso? IJo
1:1-3; Jo 20:30-31; Lc 1:1-3; At 1:1-3, 1:9, 10:38-42; ICo 15:6-8; IPe 5:1.
Mas, cuidado com os
preconceitos. O que afirma Millar Burrows, professor da Universidade de Yale e
especialista nos Rolos de Qumran, in
Montgomery, John W., History and
Christianity, Downers Grove: Inter-Varsity, 1972, sobre ceticismo e
investigação histórica? O que é história? Em que se baseia a cientificidade da
história? Que relação isso tem com documentação e testemunhos?
Qual a diferença entre
provas históricas, verdade absoluta e probabilidade histórica? Em que sentido
podemos entender Hume, quando diz que a história não nos apresenta a verdade
absoluta?
Fatores subjetivos que
impedem uma análise histórica objetiva: ignorância consciente (Rm 1:18, 23);
orgulho (Jo 5:40-44); opções morais (Jo 3:19-20).
Duas opções: vamos
refletir sobre duas abordagens metodológicas, a de Aldous Huxley, quando disse
que “... a filosofia da ausência de sentido foi basicamente um instrumento de
libertação, tanto sexual, como política”, ) e de Pascal, ao afirmar que “as
provas em favor da existência de Deus e do seu poder são mais do que
suficientes...”. Jo 7:17.
Sobre a singularidade e a diversidade das
escrituras judaico-cristãs, vamos utilizar Josh McDowel, Evidência que exige um veredicto, São Paulo, Candeia, 1992, “A
Bíblia, eu acredito nela”, cps 1, 2 e 3, pp. 19-48.
Tecnicamente, por que a
Bíblia é diferente? Qual o sentido da pluralidade tempo, escritores, classes
sociais, atividades profissionais, condições, circunstâncias históricas,
continentes, regiões geográficas, idiomas?
Em termos editoriais,
que importância tem para a defesa racional da fé cristã dados como
sobrevivência e quantidade de manuscritos, circulação e tiragem, traduções, e
sobrevivência às perseguições e críticas?
Pluralidade de assuntos
e influências no campo da história, profecia e literatura. A verdade como
padrão de qualidade.
Pluralidade de material
e técnicas empregadas em sua confecção: pedras, tabletes de argila, óstraco,
papiro, pergaminho, velino. Rolos e
códice. Escrita uncial e minúscula carolina.
A singularidade do
cânon. O cânon hebraico - lei, profetas e escritos. O testemunho de Jesus (Lc. 24:44,
Jo.10:31-36, Lc.11:51); do prólogo do deuterocanônico Eclesiástico, de ben
Sirac (Eclo. Pról.1-34); de Josefo, do Talmud (Tosefta Yadim, Seder Orlam
Rabba, Talmud Babilônico/Sanedrim), de Melito e Eusébio.
Ben Zakkai e as objeções
dos fariseus a Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Ester. A decisão
do debate de Jamnia.
Apócrifos do Antigo
Testamento. Literatura de sabedoria, nacionalista e apocalíptica. Importância
histórica e literária. Filo, Josefo, Jesus, os apóstolos, os rabinos reunidos
em Jamnia e os pais da igreja não os consideraram escrituras reveladas. O
Concílio de Trento (1546), a Contra-Reforma e os apócrifos.
O Novo Testamento - Os
critérios para determinar a inspiração de cada livro. Ef. 2:20, Jo. 16:13,
At.2:42: a autoridade apostólica. Por que definir um cânon? Quem foi Marcião? O
que estava acontecendo nas igrejas orientais? O que representava o edital de
Diocleciano (303 d.C.)?
A defesa: Inácio (50-115
d.C.), Justino Mártir (100-165), Policarpo (115), Irineu (180), Atanásio de
Alexandria. O Sínodo de Hipona (393), sob o bispado de Agostinho, e o III
Sínodo de Cartago.
História e Arqueologia
Novo Testamento: testes
bibliográficos, número de cópias e dados comparativos com outros textos
antigos. Cronologia dos manuscritos e métodos de datação. Versões e utilização
pelos pais da igreja.
Antigo Testamento: os
talmudistas, os massoretas, o testemunho de Flávio Josefo, os rolos do Mar
Morto e a Septuaginta. O texto samaritano, os targuns, o mishná, os guemarás, o
midrash e a sêxtupla de Orígenes.
Aristóteles e o conceito
do benefício da dúvida. A datação das fontes primárias.
Evidências externas.
Eusébio, em História Eclesiástica; Papias; Irineu em Contra as heresias III,
Policarpo e Flávio Josefo em Antigüidades XVIII 5:2 sobre João Batista.
Rowley, Albright e
Montgomery analisaram as provas arqueológicas. Paolo Matthiae, Giovanni
Petinato e os 17 mil tabletes de Ebla.
Sir William Ramsey e o
trabalho de Lucas. Erasto, o tesoureiro de Corinto (Rm 16:23), a assembléia em
Éfeso (At. 19:23+), o pátio da Torre Antônia, o poço de Betesda.
Por que usar dois pesos e duas medidas em
relação às Escrituras e à literatura da antigüidade?
E a partir dessa compreensão os cristãos
se lançam à proclamação do Evangelho até os fins da terra, conforme o
mandamento de Jesus de Nazaré.
o
mundo e as missões cristãs
Eis um levantamento
estatístico levantado pelo professor David Barret, do Regent College em
Virgínia Beach, Virgínia (EUA). Nesse trabalho ele procura responder a três
perguntas: Quantos são os cristãos no mundo, em relação ao crescimento da
população? Como os cristãos estão representados no globo? Como vão as finanças
cristãs e como os cristãos apoiam às missões?
Situação Global no Contexto dos Séculos xx e xxi.
Levantamentos realizados em 1998.
Ano
|
1900
|
1970
|
1998
|
2000
|
2025
|
Pop. Mundial
|
1.619.886.800
|
3.697.141.000
|
5.892.480.000
|
6.158.051.000
|
8.294.341.000
|
Megacidades
|
20
|
161
|
400
|
433
|
650
|
Pobres urbanos
|
100.000.000
|
650.000.000
|
1.782.000.000
|
2.000.000.000
|
3.050.000.000
|
Favelados
|
20.000.000
|
260.000.000
|
1.043.000.000
|
1.300.000.000
|
2.100.000.000
|
Cristãos (todos)
|
558.056.300
|
1.245.934.000
|
1.995.026.000
|
2.119.342.000
|
3.050.229.000
|
Muçulmanos
|
200.102.200
|
564.212.000
|
1.154.302.000
|
1.240.258.000
|
1.957.019.000
|
Hindus
|
203.033.300
|
477.024.000
|
806.099.000
|
846.467.000
|
1.118.447.000
|
Budistas
|
127.159.000
|
237.262.000
|
328.233.000
|
334.852.000
|
385.818.000
|
Ateus
|
225.600
|
169.277.000
|
224.489.000
|
231.515.000
|
300.878.000
|
Como os cristãos estão representados no globo?
Levantamentos realizados em 1998.
Todos cristãos
|
34,4%
|
33,7%
|
33,9%
|
34,4%
|
36,9%
|
Membresia
|
521.563.200
|
1.159.119.000
|
1.808.278.000
|
1.888.270.000
|
2.589.206.000
|
Praticantes
|
469.259.800
|
905.352.000
|
1.315.693.000
|
1.356.513.000
|
2.280.000.000
|
Blocos
|
|||||
Católicos Rm.
|
266.419.400
|
688.542.000
|
992.295.000
|
1.030.637.000
|
1.303.507.000
|
Protestantes
|
103.056.700
|
239.056.000
|
381.147.000
|
404.892.000
|
640.342.000
|
Ortodoxos
|
115.897.700
|
146.863.000
|
214.692.000
|
219.592.000
|
261.839.000
|
Por
continente
|
|||||
África
|
8.756.400
|
118.721.000
|
309.639.000
|
338.285.000
|
669.510.000
|
Ásia
|
20.110.000
|
90.003.000
|
299.170.000
|
323.192.000
|
521.534.000
|
Europa
|
368.790.600
|
493.691.000
|
526.572.000
|
527.576.000
|
512.626.000
|
América Latina
|
60.025.100
|
268.350.000
|
450.543.000
|
471.855.000
|
618.389.000
|
América Norte
|
59.569.700
|
173.331.000
|
202.843.000
|
207.251.000
|
241.519.000
|
Oceania
|
4.311.400
|
15.023.000
|
19.512.000
|
20.111.000
|
25.628.000
|
Missões e as finanças cristãs no mundo.
Levantamentos realizados em 1998.
Obreiros
|
|||||
Nacionais
|
1.050.000
|
2.350.000
|
4.748.000
|
5.104.000
|
6.500.000
|
No exterior
|
62.000
|
240.000
|
403.000
|
420.000
|
550.000
|
Finanças cristãs
|
|||||
Renda/mmbrs
|
US$ 270 bi
|
$ 4,1 trilhões
|
$ 11,5 tri
|
$ 12,7 tri
|
$ 26 trilhões
|
Doações
|
US$ 8 bilhões
|
$ 70 bilhões
|
$ 200 bilhões
|
$ 220 bilhões
|
$ 870 bilhões
|
Renda missões
|
US$ 200 mi
|
$ 3 bilhões
|
$ 10,9 bilhões
|
$ 12 bilhões
|
$ 60 bilhões
|
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