mardi 24 janvier 2023

Mémoires d'un vieil athlète

A corrida como oração 
Jorge Pinheiro 

Hoje, 13 de agosto de 2016, eu corro. Na verdade, participo da Night run Rockn Roll Special Edition, 10K, na USP, às 20 horas. É bom contar que pratico esporte, com boa irregularidade, por causa de minhas viagens e mudanças de país, desde a adolescência. 

Naquela época, meu tio Walter, austríaco, que tinha sido atleta do Flamengo, me levou para fazer musculação. Foi simplesmente fantástico. E tive o prazer de treinar com alguns dos maiores pugilistas brasileiros. 

Depois, a musculação me levou ao caratê na Nihon Karate Kihokai, com o mestre Lirton e o ex-treinador da equipe japonesa de karatê ... imaginem, um sétimo dan. E ele subia nas paredes, literalmente. Mas numa luta onde fui sparing de um colega faixa preta, que estava treinando para um campeonato no Rio... eu era faixa marrom, mas no treino deixei passar um golpe e tive uma costela fraturada. Chato, muito chato. 

Não deixei a natação, que fui iniciado por minha mãe. E, logicamente o mergulho, algumas vezes com meu irmão Alex. E depois veio a capoeira e o boxe. 

Há alguns anos faço musculação e tenho uma treinadora muito boa. Quer dizer, terrível! 

Mas, a grande diferença neste momento vecchio, é a corrida. Hoje participo da minha terceira competição. Nas duas últimas completei a carreira e tive o prazer de colocar uma medalha no peito. 

Treinei no parque Güell, nas minhas férias, em Barcelona, correndo duas vezes por semana com um sol a pino, cerca de 35 graus, e agora numa São Paulo que terá hoje à noite uma temperatura de 17 graus. Foi uma semana ótima de treino puxado. 

Sinto-me adolescente, a participar de vestibular para a USP. Literalmente, nesta semana, embora tenha levada a cabo todas as minhas atividades de capelão e professor, a competição não saiu de minha mente. E cada detalhe: com que traje correrei, por causa do frio, que carbo repositor usarei durante a corrida – acabei optando por um que Deus criou, o caldo de cana -, como está meu velho tênis de corrida ... e como andam minhas unhas do pé. Afinal, se umazinha machucar vai ser muito ruim terminar com um dedo ensanguentado. 

Só para lembrar: Elias correu. Chovia. E o escuro da noite o cercou. Tinha que chegar a Jezreel, sua meta. Vecchio. Correu firme, pois a mão de Adonai o amparava. Energia e força fluíam pelo corpo. A vida tinha sentido. Ultrapassou a carruagem de Acabe e continuou a maratona. (1 Reis 18:46). 

Sou élder e sandek de jovens que iniciam seu desafio acadêmico, e neste momento vecchio, pensando em Elias e seu Adonai, a musculação como atletismo e a corrida como desafio dão alegria, sentido e me enchem da adrenalina por estar vivo e ir além. É isso. Bom dia!