mercredi 18 mars 2009

Os caminhos da teologia

Inter pares
Uma breve reflexão sobre os caminhos da teologia

Nessa rápida exposição abordaremos a vol d’oiseaux movimentos fundamentais para entendermos os caminhos da teologia no século vinte e os desafios que procura responder no século que se abre.

O primeiro deles foi a teologia dialética, que teve como expoente principal a Karl Barth e como tema a palavra de Deus.

O segundo movimento foi produto da revolução antropológica que se exprimiu com a teologia existencial de Bultmann, a teologia hermenêutica de Fuchs e Eberling, a teologia da cultura de Tillich e a teologia transcendental de Karl Rahner. De modo geral, esse movimento e seus desdobramentos estiveram preocupados com a historicidade do sujeito, as perguntas existenciais, os contextos culturais e a estrutura apriorística do espírito-no-mundo. Em última instância, estiveram preocupados com aquele que ouve a palavra.

A partir dos anos 1960 o mundo viveu uma revolução não somente antropológica, mas social e política. Os debates se deram a partir da teologia da história, da modernização e da secularização, retomando Bonhoeffer, passando por Gogarten e Moltmann. A teologia continuou preocupada com categorias existenciais ligadas ao ser humano enquanto pessoalidade, mas procurou a dimensão política dessa pessoalidade, sua práxis na história e na sociedade. A teologia se fez política e tivemos como desdobramentos a teologia da libertação na América Latina, a teologia negra e a teologia feminista nos Estados Unidos e desdobramentos que foram surgindo a partir dessas teologias.

O último movimento, fruto já da globalização e do movimento teológico anterior, surgiu a partir das reflexões do mundo não-ocidental, pós-comunista, em sua relação com o Evangelho ocidental. Inculturação versus globalidade é o tema central dessas teologias em construção, que procuram entender e analisar, segundo Johann Baptist Metz o que seria um cristianismo enraizado em muitas culturas “e nesse sentido policêntrico, no qual a herança européia ocidental não está destinada a ser reprimida e sim a ser novamente estimulada e desafiada”.

A Deus toda a glória!