Um rápida leitura
O reverendo Kidder, metodista
norte-americano, foi o grande desbravador das missões modernas no Brasil.
Pesquisou e escreveu sobra a sociedade e o catolicismo no Brasil e centrou seu
trabalho de evangelização principalmente na difusão das Escrituras Sagradas, na
tradução de Figueiredo, que era autorizada pela hierarquia católica. Em seu
trabalho de difusão das Escrituras, através da implantação de depósitos de
Bíblias em várias cidades brasileiras, mas principalmente no Rio de Janeiro e
São Paulo, Kidder teve o apoio de políticos e personalidades da monarquia
brasileira, como o regente Diogo Antônio Feijó, que era padre.
Apesar do pioneirismo de Kidder,
podemos afirmar que as missões norte-americanas entraram de fato no Brasil no
dia 12 de agosto de 1859, quando o Reverendo Ashbel Green Simonton, da Igreja
Presbiteriana dos Estados Unidos desembarcou no Rio de Janeiro. O trabalho
presbiteriano foi transferido para São Paulo, mas não cresceu muito. Mas, no
dia 23 de outubro de 1864, o padre José Manuel da Conceição, conhecido como “o
padre protestante” por suas idéias reformadoras foi batizado pelo Reverendo
Blackford. Foi a partir daí, com o prestígio e espírito missionário do Padre José
Manuel da Conceição, que o protestantismo de fato começou a criar raízes no
Brasil. (JP)
As missões inglesas no Brasil
Falar das missões ingleses nos
leva a falar de Brasil, já que a partir de 1810, os ingleses inauguraram duas
capelas no Rio de Janeiro e alguns anos depois a Sociedade Bíblica Britânica
passou a enviar caixas de Escrituras Sagradas que eram distribuídas no Rio de
Janeiro.
O missionário mais expressivo
desse momento inicial de presença missionária inglesa em terras brasileiras
tenha sido Robert Reid Kalley (1810-1888). Médico escocês, ele veio para cá com
a esposa e aqui tornou-se amigo do imperador Dom Pedro II. Kalley iniciou um trabalho de evangelização
marcante, e no dia 11 de junho de 1858 batizou Pedro Nolasco de Andrade., o
primeiro brasileiro da Igreja Evangélica, que mais tarde recebeu o nome de
Igreja Evangélica Fluminense.
O trabalho missionário e
evangelístíco de Kalley cobriu todas as classes sociais, mas o que mais
repercutiu na sociedade da época foi o batismo duas senhoras da nobreza, D.
Gabriela Augusta Carneiro :Leão, irmão do duque de Paraná, e do barão de Santa
Maria, e sua filha D. Henriqueta. Esses batismos aconteceram no dia 7 de
janeiro de 1859.
O trabalho missionário de Kalley
foi tão importante, que o senador de Alagoas, A. de Barros Leite, afirmou em
1859, que “daqui a alguns anos haveremos de ter muitos protestantes, há de
crescer o número de igrejas protestantes. Elas hão de ter os seus sínodos, os
seus prelados e suas leis de disciplina. Quem há de fiscalizar isso? O Sr. D.
Pedro II, quer queira ou não queira, há de ser o chefe, ao menos Fiscal Supremo
de todos esses cultos, entretanto, não temos uma lei que os regule”. (Émile G.
Leonard, O Protestantismo Brasileiro,
São Paulo, ASTE, 2002, p. 59). E, assim, a partir da ação civilizatatória
protestante de Kalley sobre a sociedade brasileira, no dia 11 de setembro de
1861 o Conselho de Estado da monarquia brasileira aprovou lei que reconhecia para
efeitos civis os casamentos celebrados nas igrejas protestantes. (JP)
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