mardi 15 novembre 2016

A lembrar Salomão Ginsburg

 

O Evangelho da Consolação

Isaías 52 e 53

Na história dos batistas brasileiros houve um pastor e missionário, Salomão Ginsburg, que pode servir de exemplo para as novas gerações. O historiador João Oscar descreve em seu livro Apontamentos para a História de São João da Barra a oposição sofrida pelo Evangelho em terras fluminenses.

"Em consequência da intolerância religiosa dos fazendeiros da região, não encontrou o protestantismo, quando da vinda dos primeiros missionários batistas para a planície, em fins do século passado (século XIX), terreno muito fértil para a sua expansão. A luta desses abnegados servidores de Deus foi tremendamente difícil para romper os seculares preconceitos ali firmados. Mas, com a ida para Campos, em 1893, do culto pastor americano Salomão Ginsburg, modificou-se inteiramente a situação: esse missionário, que havia encontrado ali apenas 45 adeptos de sua religião, granjeou, graças à sua bondade, as simpatias de todos os que dele se aproximavam, expandindo substancialmente seu ideário religioso".

E por que cito um herói da história batista brasileira? Porque todos que seguirem o Mestre, em maior ou menor grau, sofrerão perseguições. Mas antes de relatar um episódio da vida do pastor Salomão Guinsburg, vamos ler o Evangelho da Consolação (Isaías 52 e 53), que nos apresenta a boa notícia de que “o Senhor reina”.

O Evangelho da Consolação mostra a misericórida de Deus de nos tirar do pelourinho, ao oferecer o recurso capaz para livrar da situação mais aflitiva que alguém pode enfrentar: a morte eterna. A salvação oferecida por Cristo liberta da escravidão do pecado.

Os capítulos 52 e 53 de Isaías tratam do reinado de Cristo, que substituirá os governos, e que já tinha sido anunciado por Jeremias, Ezequiel, Miquéias e celebrado nos salmos do reino. O poema está dividido em estrofes, e começa falando dos mensageiros que chegam e dos sentinelas que os avistam e com alegria anunciam a inauguração do reinado so Senhor.


“Quäo formosos säo, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvaçäo, do que diz a Siäo: O teu Deus reina! Eis a voz dos teus atalaias! Eles alçam a voz, juntamente exultam; porque olho a olho veräo, quando o Senhor fizer Siäo voltar. Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém”.

Dona Mocinha começa a história

"No ano de 1918 houve uma grande perseguição aos primeiros crentes daqui. Um culto foi marcado para a casa do Sub-delegado, Francisco Nunes, cujo filho, Cesário Nunes, era crente. O pregador era o Missionário Salomão Ginsburg. Quando os crentes estavam cantando veio uma multidão que, aos gritos, exigia: Bota pra fora esse careca que nós queremos matá-lo. Foi uma cena muito triste”. (Fonte: Revista de Estudos Bíblicos e Históricos, no. 2, Campos, jul/1984, p. 45).

O quarto Cântico do Servo Sofredor, que vai de 52.13 a 53.12 tem início mostrando a dimensão humana do Cristo, sem beleza, rejeitado, desprezado, e as perseguições que sofreria com paciência, que escandalizariam as pessoas, mas que, na verdade, era a expiação por nossos pecados.

“Eis que o meu Servo procederá com prudência, será exaltado, elevado, e sublime. As multidões pasmaram à vista dele, pois sua aparência estava tão desfigurada a ponto de não parecer mais homem. Assim, as nações ficarão estupefactas a seu respeito, e os reis fecharäo as suas bocas por causa dele, ao verem coisas que não lhes foram contadas, e ao tomarem consciência de coisas que não tinham ouvido”.

Mas a comunidade da fé entende o anúncio e o destino do Servo que sofre. Vê que é uma revelação nova e quase inacreditável. E a surpresa inicial dá lugar à compreensão de que todo aquele sofrimento leva à salvação de muitos. Olhando a Cristo, estamos diante das dimensões do sacrifício, paciência e humildade. Ele era a oferta inocente e sem pecado. Mas se olharmos a partir de nós, pecadores salvos, estamos diante das dimensões da substituição, do arrependimento, da confissão do pecado e da redenção.

“E no entanto eram nossos sofrimentos que ele levava sobre si, eram nossas dores que ele carregava. Mas nós o tínhamos como vítima do castigo, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi trespassado por nossas transgressões, esmagado por nossas iniquidades. O castigo que havia de trazer-nos a paz caiu sobre ele, sim, por suas feridas fomos curados”.

Dona Mocinha termina a história

“O Sub-delegado saiu e pedia ao povo compreensão e que dispersassem. Mas eles estavam muito enfurecidos. O Salomão quis ir atrás do sub-delegado para ajudá-lo. Porém a filha do sub-delegado o segurou. Salomão começou a lutar para se livrar dos braços da moça que o segurava fortemente. Ela dizia: O senhor não sai porque eles não querem nada com o papai. Eles querem é o senhor. O Salomão se esforçava ainda mais. Assim, já perto da porta, os dois lutavam. Ela se interpôs na porta. Neste momento deram vários tiros. Uma bala passou entre a cabeça do missionário e da moça. Por um triz não atingia o missionário. A bala ficou encravada na parede e Salomão mandou tirá-la e engatá-la em seu relógio, pois aquilo era a providência de Deus”.

E o precursor do Senhor Jesus, o missionário João Batista, sintetizou os versículos 4 e 7 ao afirmar: “eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29)  E nós desejamos finalizar essa pastoral com o versículo 11:

“Após o trabalho fatigante da sua alma verá a luz e se fartará. Pelo seu conhecimento, o justo, meu Servo, justificará a muitos e levará sobre si as suas transgressões”.


Caro irmão, caríssima irmã, leia esses dois capítulos de Isaías. Ore e agradeça a Deus. Adore: o Senhor reina em sua vida! Do pastor e amigo, Jorge Pinheiro.

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