vendredi 11 octobre 2013

O Rappa -- o protesto protestante de uma juventude irada diante a injustiça

O Rappa é uma banda brasileira conhecida por suas letras de forte impacto social. Seu ritmo não é exatamente definido nem mesmo pela própria banda. Embora seja de início principalmente reggae e rock, a banda também incorporou elementos de samba, rap e MPB. Um de seus maiores sucessos, a canção "Pescador de Ilusões", composta pelo baterista do grupo na época, Marcelo Yuka, tornou-se sucesso no CD em que foi lançada primeiramente, Rappa Mundi, e novamente no Acústico MTV de 2005, com o refrão "Valeu a pena, valeu a pena". 

O mesmo feito de popularidade veio com a canção "Me Deixa", também de Marcelo Yuka. Em 2005 foi lançado o Acústico MTV, no qual a banda resgata alguns sucessos e outras canções nem tão famosas, do primeiro ao último disco lançado na época, e introduz duas canções inéditas: uma feita especialmente para o Acústico, "Na frente do Reto" - e outra que entraria em O Silêncio Q Precede O Esporro - "Não perca as crianças de vista" - mas ficou de fora da lista de canções. O Rappa já vendeu contando com álbuns de estúdio, ao vivo, álbuns de video, singles, ep's e etc, mais de 5 milhões de cópias em todo o mundo.


Em 1993, com a vinda do cantor regueiro Jamaicano Papa Winnie ao Brasil, foi montada uma banda às pressas para acompanhar o cantor em suas apresentações. Formada por Nelson Meirelles, na época produtor do Cidade Negra e de vários programas de rádios alternativas do Rio de Janeiro; Marcelo Lobato, que havia participado da banda África Gumbe; Alexandre Menezes, o Xandão, que já havia tocado com grupos africanos na noite de Paris e Marcelo Yuka, que tocava no grupo KMD-5. Após essa série de apresentações como banda de apoio do jamaicano, os quatro resolveram continuar juntos e colocaram anúncio no jornal O Globo para encontrar um vocalista. Dentre extensa lista de candidatos, Marcelo Falcão foi o escolhido.


A decisão sobre o nome da banda envolveu opções como "Cão-careca" e "Bate-Macumba". O nome escolhido, O Rappa, vem da designação popular dada ao ato em que policiais interceptam camelôs, o rapa. Com um p a mais para diferenciar, o nome foi escolhido. Um exemplo de a palavra rapa ser aplicada aos caçadores de camelôs pode ser encontrado na canção "Óia o rapa!" na composição de Lenine e Sérgio Natureza, gravada pela banda no CD Rappa Mundi. Finalmente, com Falcão na voz, Marcelo Yuka na bateria, Xandão na guitarra, Nelson Meireles no contra-baixo e Marcelo Lobato no teclado, estava formado O Rappa. Em 1994, lançaram seu primeiro disco, que levou o nome da banda. 

O Rappa não obteve muito sucesso e foi o único disco com a presença de Nelson Meirelles, que abandonou a banda por motivos pessoais. Com a saída de Nelson Meireles, Lauro Farias, que tocava com Yuka no KMD-5, assumiu o contrabaixo. Em 1996, foi lançado o Rappa Mundi, que praticamente introduziu a banda no cenário nacional e quase todas as canções foram sucesso. Entre elas, Pescador de Ilusões, A Feira, Miséria S.A., Ilê Ayê, O Homem Bomba, a regravação de Vapor Barato que ficou conhecida na voz de Gal Costa e a versão nacional para o sucesso de Jimi Hendrix, Hey Joe. Depois de três anos sem um álbum novo, em 1999 vem a público Lado B Lado A. Com letras "mais fortes" que o anterior, mostra o amadurecimento da banda e revela Yuka como letrista de alto nível em canções como Minha Alma (a paz que eu não quero), O Que Sobrou do Céu, Me Deixa e Lado B Lado A, além de Tribunal de Rua, que narra história baseada em fato real, conhecido na mídia como "Rambo, o torturador", que foi a capa da revista Veja de 9 de abril de 1997. 

Os videoclipe das duas primeiras foram premiadíssimos, tornando-se sucesso nacional. Em 2000, O Rappa causou "comoção pública e muita indignação" entre diversas bandas no Rock in Rio que ocorreria no ano seguinte, a banda seria colocada antes de alguns americanos, e protestaram. Foram retaliados com exclusão, e 5 bandas brasileiras saíram do festival em protesto (Skank, Raimundos, Jota Quest, Cidade Negra e Charlie Brown Jr.)


Em novembro de 2000, o baterista Marcelo Yuka foi vítima direta da violência urbana, ao ser baleado durante tentativa de assalto, ficando paraplégico e assim impossibilitado de tocar bateria. Lobato assumiu o instrumento (deixando para seu irmão Marcos Lobato, contribuinte do O Rappa, os teclados, este não entrou oficialmente para a banda) e O Rappa voltou a tocar. Mesmo debilitado, o baterista voltou ao grupo e no mesmo ano lançaram o disco Instinto Coletivo ao vivo, com um show gravado em 2000, ainda com Yuka na bateria e três inéditas de sua autoria. Yuka desligou-se da banda deixando inimizade com os outros companheiros, alegando ter sido expulso por não concordar com o novo rumo que a banda vinha seguindo. 

Yuka fundou outro grupo, F.ur.t.o (Frente Urbana de Trabalhos Organizados), que faz parte de um projeto social homônimo, que, segundo Yuka, era algo maior do que O Rappa o possibilitava. A dedicação de Yuka ao projeto F.ur.t.o. pode ser vista mesmo durante sua estadia n'O Rappa: ele aparece com uma camiseta preta com o nome F.ur.t.o. em branco durante o vídeo clipe Minha Alma (A paz que eu não quero) vídeo clipe que deu toda a projeção ao O Rappa como movimento social e não somente uma banda de rock.


Em 2003, O Silêncio Q Precede O Esporro, primeiro álbum sem ligação com Yuka foi lançado. Sem as letras de Yuka, Marcos Lobato, tecladista colaborador, tornou-se o principal compositor com a autoria de diversas canções de sucesso como Reza Vela, Rodo Cotidiano e Papo de Surdo e Mudo. Em parceria com Carlos Pombo compuseram O Salto, com letra forte em relação ao resto do disco, mais ameno sem as letras de Yuka. Em seguida foi lançado o DVD homônimo, gravado ao vivo no Olimpo, Rio de Janeiro. 

Em 2005, atendendo a convite por parte da MTV Brasil, a banda gravou o especial Acústico MTV com participação de Maria Rita em "O que sobrou do céu" e "Rodo Cotidiano", e Siba, do Mestre Ambrósio, na rabeca em algumas canções. O disco também rendeu um DVD com algumas canções além das presentes no CD. No dia 7 de julho de 2007, O Rappa realizou um concerto na etapa brasileira do festival Live Earth no Rio de Janeiro. Em 2008 eles lançaram seu mais recente álbum, 7 Vezes. A faixa escolhida para primeiro single, Monstro Invisível, chegou as rádios no dia 8 de julho e fez muito sucesso, sendo bastante executada. Destaque também para o segundo single, Meu Mundo é o Barro e Hóstia. Em 22 de agosto de 2009, O Rappa fez um show na favela da Rocinha, onde foi gravado o seu mais novo DVD ao vivo. Ele contem várias músicas do álbum 7 vezes, mas também conta com músicas antigas como "Hey Joe", "Minha Alma", "Me Deixa" entre outras.



Fonte
Wikipedia

mardi 8 octobre 2013

Le bonheur a tout prix, par Didier Roca

LE BONHEUR A TOUT PRIX 
Pasteur Didier Roca - Eglise Evangélique Baptiste de Montpellier (France)

Proverbes 3:1-15

"1  Mon fils, n’oublie pas mon enseignement et que ton cœur garde mes commandements, 2  car ils prolongeront la durée de tes jours, les années de ta vie, et ils augmenteront ta paix. 3  Que la bonté et la vérité ne t’abandonnent pas: attache-les à ton cou, écris-les sur la table de ton cœur. 4  Tu trouveras ainsi grâce et bon sens aux yeux de Dieu et des hommes. 5  Confie-toi en l’Eternel de tout ton cœur et ne t’appuie pas sur ton intelligence! 6  Reconnais-le dans toutes tes voies et il rendra tes sentiers droits. 7 Ne te prends pas pour un sage, crains l’Eternel et détourne-toi du mal: 8  cela apportera la guérison à ton corps et un rafraîchissement à tes os. 9 Honore l’Eternel avec tes biens et avec les premiers de tous tes produits! 10 Alors tes greniers seront abondamment remplis et tes cuves déborderont de vin nouveau. 11 Mon fils, ne méprise pas la correction de l’Eternel et ne sois pas dégoûté lorsqu’il te reprend, 12 car l’Eternel reprend celui qu’il aime, comme un père l’enfant qui a sa faveur. 13  Heureux l’homme qui a trouvé la sagesse et l’homme qui possède l’intelligence! 14  En effet, le bénéfice qu’elle procure est préférable à celui de l’argent et le profit qu’on en tire vaut mieux que l’or. 15  Elle est plus précieuse que les perles, elle a plus de valeur que tout ce que tu pourrais désirer."

La recherche du bonheur fait partie d'une quête commune à tous les hommes. Chaque personne, chaque génération, quels que soient son milieu social, sa culture, sa situation géographique recherche le bonheur. Il y a malgré tout quelques problèmes de taille à résoudre. Tout d'abord, il faudrait se mettre d'accord sur ce qu'est réellement le bonheur et là il y a de fortes chances pour que nous ayons beaucoup de mal à mettre tout le monde d'accord. 

Beaucoup affirment avec force que le bonheur n'existe pas et que l'homme peut, tout au plus, espérer de profiter des bons moments d'une vie pas toujours très charitable. D'autres ne pensent même pas au bonheur, parce que toute leur énergie est mise dans une survie de chaque instant. Nombreux sont ceux qui ont une vision romantique du bonheur. La littérature française de ces trois derniers siècles regorge de ces (belles ?) histoires dans lesquelles le bonheur se cherche toujours et se trouve parfois dans les relations "homme femme" : expositions du sentiment amoureux dans tous ses labyrinthes, tentatives de mettre en place les pièces d'un puzzle éternel qui reste malgré tout un mystère.

Le bonheur se trouve-t-il enfin dans la réussite sociale ? Dans l'amassement effréné de biens de toutes sortes ? Pour finir, le bonheur est-il dans la célébrité et la reconnaissance des foules ?

Nombreuses sont les questions que nous pourrions continuer de poser. Immense est le tableau de cette humanité qui cherche le bonheur sur tous les chemins du plaisir, de la réussite, de la philosophie … et de la religion.

Il n'est pas question pour moi de me lancer dans un traité philosophique sur le bonheur. Je suis un homme heureux. Malgré les difficultés - nombreuses et parfois rugueuses - de l'existence, je suis un homme heureux. J'ai une épouse merveilleuse. Mariés depuis 34 ans, ensemble nous avons eu 4 filles, 4 perles qui sont autant de cadeaux. Toujours ensemble, nous traversons la vie avec ses bons moments et ceux qui le sont moins. Comme le sage de la Bible, j'ai juste envie de dire : "Le seul bonheur, pour l’homme, consiste à manger, à boire et à se donner du plaisir dans son travail, mais cela aussi, je l’ai bien vu moi-même, dépend de Dieu." (Ecclésiaste 2:24). Sans doute trouverez-vous que ma vision du bonheur est très restrictive, mais je suis un boulimique de la vie, dans laquelle je croque à pleine dents. Je suis aussi prêt à me battre pour que chaque instant de mon existence, soit heureux et jamais je ne baisserai les bras.

Parler du bonheur est particulièrement difficile. 

Alors, je me suis tourné vers la Bible. J'y ai trouvé un message qui m'a quelque peu déstabilisé, mais qui m'a ouvert les yeux sur la pensée de Dieu. Le peuple d'Israël avait tout pour être heureux ! Dieu, son Dieu, le Dieu d'Abraham, d'Isaac et de Jacob venait de le faire sortir d'Egypte, la Mer des Roseaux s'était ouverte pour le laisser passer et en se refermant, elle avait détruite l'armée du Pharaon. Le peuple d'Israël est désormais libre, il est en route vers la terre promise, vers ce bonheur qui le fuit depuis 400 ans. Pourtant, à peine arrivé dans le désert, le peuple murmure contre Moïse et contre Dieu : l'eau de la source (Mara) est amère (Exode 15:23-24). Le peuple connaît la puissance de ce Dieu qui vient de le libérer. Il a vu de quelles plaies les Egyptiens ont été frappées, il est aussi passé au milieu de la mer qui s'est refermée derrière lui. Mais à la première difficulté le peuple murmure … aurait-il déjà oublié la puissance et la ferme volonté de son Dieu ? En fait, le peuple d'Israël ne laisse même pas à Dieu le temps d'intervenir, que déjà il se révolte. Par l'intermédiaire de Moïse, de cette eau qui est impropre à la consommation, Dieu en fera une eau pure. 

Incapable de mesurer la valeur de la liberté que Dieu lui offre et même de la savourer, incapable de compter les bienfaits de Dieu, incapable de s'attendre à Dieu dans une attitude de foi sereine, le peuple d'Israël fera de la révolte et de la revendication son mode de communication préféré avec Dieu, ce qui lui vaudra quelques châtiments dont certains furent terribles. L'invasion des serpents au milieu du campement d'Israël (Nombres 21) figure parmi les plus révélateurs. Alors que Dieu ne voulait que son bonheur, ce que nous voyons dans le désert, c'est un peuple insatisfait qui préfère les coups de fouet des Egyptiens, les privations et les durs travaux de l'esclavage, à la présence Dieu au milieu de lui, à la protection de Dieu, à la bénédiction de ce Dieu qui le nourrit et qui le guide vers la réalisation de ses promesses. Dieu se révèle à son peuple par sa Parole il fait alliance avec lui en lui disant : "Je suis l’Eternel, ton Dieu, qui t’ai fait sortir d’Egypte, de la maison d’esclavage." (Exode 20:2) Mais alors même que Dieu est en train d'écrire les paroles de cette alliance sur des tables de pierre, le peuple fabrique un veau d'or et se prosterne devant son idole aux cris de : "Israël ! Voici ton dieu, qui t’a fait sortir du pays d’Egypte." (Exode 32:4).

Mais il y a plus … ou pire. Le plan de Dieu, c'était de faire sortir le peuple du désert de le faire entrer dans la terre promise à Abraham. Un pays magnifique, une terre prospère, c'est le rapport fait par ceux qui l'ont explorée : la seule difficulté, ce sont ses habitants : "un peuple puissant, des villes fortifiées et grandes et quelques géants" (Exode 13) qu'il faudra chasser.

A l'écoute de ce rapport, au lieu de se saisir par la foi des promesses de Dieu, au lieu de s'appuyer sur la puissance de Dieu et de se préparer à combattre pour conquérir le pays promis, Israël manquera de foi, de courage … attendant que tout lui tombe dans la main, sans combat et sans effort, une fois de plus, le peuple murmurera : "Si seulement nous étions morts en Egypte ou dans ce désert! Pourquoi l’Eternel nous fait-il aller dans ce pays où nous tomberons par l’épée, où nos femmes et nos petits enfants deviendront une proie? Ne vaut-il pas mieux pour nous retourner en Egypte? Et ils se dirent l’un à l’autre: Nommons un chef et retournons en Egypte." (Nombres 14:2-4). A la suite à ces événements, Israël sera condamné à vivre dans le désert pour les 40 années suivantes : jusqu'à ce que disparaisse toute la génération d'adultes qui est sortie d'Egypte.

Par manque de foi, par passivité, se trompant sur Dieu et sur lui-même, Israël est passé à côté de la bénédiction de Dieu et du bonheur immense de prendre possession de ce que Dieu avait promis.

Il est difficile de parler du bonheur. Parce que c'est un concept finalement assez vague qui ne cesse d'évoluer d'un siècle à l'autre et d'une culture à l'autre. Si je me fie à mon dictionnaire, je ne suis pas très avancé pour autant. 
Voici ce que dit par exemple le Larousse (célèbre dictionnaire français) : "Bonheur - état de complète satisfaction, de plénitude - Chance, circonstance favorable - Joie, plaisir liés à une circonstance."

Il faut avouer que c'est là une bien pauvre définition pour une chose à laquelle le monde entier aspire. Et je me dis que si le bonheur n'est que la recherche d'une satisfaction ou de la plénitude, il est alors normal que la surface de la terre soit tapissée de personnes insatisfaites, voir désespérées, parce qu'elles n'arrivent que trop rarement (sinon jamais) à cette totale satisfaction et si elles y arrivent, elles ont bien du mal à s'y tenir, parce qu'il suffit de bien peu de choses pour que disparaisse ce bonheur éphémère.

Des mots pour dire le bonheur ?

Dans la bible, on ne trouve finalement que peu de textes qui mentionnent le bonheur, comme si l'Ecriture voulait rester discrète sur ce sujet. L'Ancien Testament ne donne aucune définition du mot "bonheur", c'est même un mot qu'il semble ignorer et là où les traducteurs de la Bible disent "bonheur", on trouve cinq mots différents qui disent autre chose.

1er mot : GAD – c'est le nom que porte un des enfants de Jacob et de Zilpa la servante de sa femme Léa. On traduit généralement ce mot par bonheur, mais en fait il s'agit plutôt de ce qu'on appelle "la bonne fortune". Cette opportunité qui fait que certains moments de la vie nous plongent dans une joie profonde : "Zilpa, la servante de Léa, donna un fils à Jacob. Léa dit: « Quel bonheur! » (gad) et elle l’appela Gad. (Genèse 30:10-11).

2ème mot : NAWIM – on traduit parfois ce mot par bonheur, mais on le traduit aussi par "délice". Il désigne ce qui est plaisant, agréable, doux, charmant (comme un chant par exemple). "Tu me fais connaître le sentier de la vie; il y a d’abondantes joies dans ta présence, un bonheur (nawim) éternel à ta droite. ("des délices éternelles")" (Psaume 16:11).

3ème mot : YATAB – ce mot désigne le fait d'être joyeux, il introduit aussi la notion de jouissance que l'homme peut avoir dans sa vie. "Cependant, souviens-toi de moi quand tu seras heureux (Yatab) et fais preuve de bonté envers moi: parle en ma faveur au pharaon et fais-moi sortir de cette maison." (Genèse 40:4).

4ème mot : - ESHER – ce mot parle du mouvement, ou de la marche pour être heureux ou encore des actes qui nous conduisent à être heureux. "Celui qui méprise son prochain commet un péché, mais celui qui a pitié des plus humbles connaît le bonheur (esher)." (Proverbes 14:21).

5ème mot : TOBE – c'est ce qui est agréable, plaisant et qui procure un certain bien-être, c'est aussi le bien-être qui vient d'une certaine prospérité. C'est ce dont il est question dans texte : "Oui, le bonheur (tobe)et la grâce m’accompagneront tous les jours de ma vie et je reviendrai dans la maison de l'Éternel jusqu’à la fin de mes jours." (Psaume 23:6) ceci pour dire qu'en présence du berger, la vie devient agréable et prospère. De même dans ces paroles : "Celui qui se montre attentif à ce qui est dit trouve le bonheur …" (Proverbes 16:20). "Celui qui trouve une femme a trouvé le bonheur (tobe); c’est une faveur qu’il a reçue de l’Eternel." (Proverbes 18:22)
C'est enfin toujours ce mot (tobe) qu'on trouve le plus souvent traduit par bonheur dans l'ensemble de l'Ancien Testament et notamment dans livre de l'Ecclésiaste (Ecclésiaste 2:1, 2:24, 3:12, 4:8 …). "Je me suis dit dans mon cœur: « Allons! Essaie la joie et tu goûteras au bonheur! (tobe)» J’ai constaté que cela aussi, c’était de la fumée."  (Ecclésiaste 2:1).

Ces cinq mots expriment le fait que tout au long de sa vie, l'homme est invité à tout faire pour être heureux. C'est-à-dire qu'il doit vivre le moment qui passe, saisir chaque moment de joie, de plaisirs, les provoquer si nécessaire et les recevoir quand on les lui offre. C'est pourquoi, dans la plupart des textes bibliques où se trouvent ces mots cités précédemment, il est surtout question pour l'homme de faire. L'homme est en action pour faire son bonheur, il se bat pour son bonheur, c'est-à-dire pour se rendre heureux, mais en sachant que ce bonheur là est aussi un passage, un instant plus ou moins long de sa vie. Parfois, ce combat (parce que ça en est un) est  long, difficile, parce qu'il faut vaincre quantité d'obstacles et d'épreuves, pour espérer être heureux. 

C'est l'Ecclésiaste qui me semble le mieux définir cela dans la parole déjà citée : "Le seul bonheur (tobe), pour l’homme, consiste à manger, à boire et à se donner du plaisir dans son travail, mais cela aussi, je l’ai bien vu moi-même, dépend de Dieu." (Ecclésiaste 2:24).

Le bonheur : fantasme ou supercherie ?

L'ensemble de cette réflexion nous amène loin de la conception romantique du bonheur qui est l'exigence d'une sorte de plénitude qui descend sur l'homme ou qui prend possession de lui … jusqu'à le détruire parfois. Le bonheur est finalement un grand fantasme ou une supercherie. Victor Hugo (grand écrivain français du 19ème siècle) a écrit ceci : "Le bonheur est vide, le malheur est plein." Ainsi, le bonheur se fait souvent sentir quand il est absent. Mais son absence ne vient-elle pas du fait que l'homme ne cherche pas du bon côté pour le trouver ?

Le Nouveau Testament n'apporte pas plus d'éclaircissement à cette notion de bonheur, sinon que lui aussi parle du plaisir et de la joie. Les mots (en Grec) du Nouveau Testament qu'on traduit par "bonheur", sont encore moins nombreux que ceux de l'Ancien Testament (en Hébreu).

On cite souvent ce texte dans les Eglises : "Il y a plus de bonheur à donner qu’à recevoir." (Actes 20:35). L'apôtre Paul dit que c'est une parole prononcée par Jésus-Christ. En fait, nous sommes là dans le bonheur (makarios) que procure la bénédiction de Dieu, qui descend sur celui qui fait preuve de générosité. C'est un mot (makarios) qu'on retrouve également dans la lettre que Paul écrit aux chrétiens de Galatie qui étaient tentés de revenir à l'observation de la loi de Moïse : "Où donc est l’expression de votre bonheur (makarios)?" (Galates 4:15). Sous entendu (et pour être bref) : "où est l'expression de la bénédiction que vous avez reçu ?"

Quand, s'adressant à l'Eglise de Rome, Paul dit : "Constamment je demande à Dieu d’avoir enfin, dans le cadre de sa volonté, le bonheur d’aller chez vous." (Romains 1:10). Ce n'est pas le même mot qu'il utilise et dans ce texte, ce qui domine, c'est plutôt la notion d'une joie intense (euodoo) que celle du bonheur.

En conclusion et pour vous provoquer, vous lecteurs, je dirai ceci : si vous cherchez le bonheur qui est fait de plénitude ici bas, dans les mêmes lieux et dans les mêmes circonstances où cherchent les hommes, vous risquez fort de ne pas le trouver. S'adressant à Dieu, Jérémie dit ceci : "Tu m’as enlevé la paix, j’ai oublié ce qu’est le bonheur (tobe)." (Lamentation 3:17 ). Sans la paix que Dieu donne, il n'y a pas de bonheur ici bas, quels que soient les plaisirs dont on peut jouir par ailleurs.

Vous cherchez à vivre le bonheur ? Cherchez-le au bon endroit !

On peut-être chrétien et vivre de profondes insatisfactions et déceptions. On peut-être chrétien et être profondément frustré. On peut-être chrétien et vivre dans une tristesse permanente et épuisante. Et je parle là d'un état permanent, ou général et non de ces tristesses que produisent les épreuves de l'existence.

Finalement, le bonheur, ne peut venir que de la relation de chaque croyant avec Dieu. Jésus-Christ était en paix avec son Père et aucune de ses épreuves, aucune de ses souffrances, n'ont pu altérer sa communion avec Lui. Sa nourriture, ce qui construisait sa vie ici bas, c'était de faire la volonté de son Père (Jean 5). Je suis conscient que je ne fais qu'effleurer cette notion du "bonheur", et je vous avoue avoir été étonné de découvrir que finalement on en parle si peu comme la Bible en parle. Alors pour terminer, comme base de réflexion, je reviens à ce texte du livre des Proverbes qui figure en tête de ma réflexion.

Comme premier acte de bonheur voici ce que je vous propose.

Vivre dans l'alliance avec Dieu.
"Mon fils, n’oublie pas mon enseignement et que ton cœur garde mes commandements, car ils prolongeront la durée de tes jours, les années de ta vie, et ils augmenteront ta paix." (Proverbes 3:1-2).

L'auteur du livre des Proverbes n'avait que les textes de la loi de Moïse pour comprendre la perfection de la sainteté de Dieu, la force infinie de sa toute puissance et l'immensité sans limite de son amour. Mais par l'écoute de ces textes, il savait aussi que c'était dans le vécu de l'alliance avec Dieu qu'il trouverait le bonheur. 

Nous avons dans l'Ecriture (Ancien Testament et Nouveau Testament) toute la révélation de Dieu : sa puissance, sa sainteté, son amour, sa justice, la manifestation de sa grâce en Jésus-Christ, la promesse de son Royaume, l'assurance de sa présence en nous par le Saint-Esprit et bien d'autres choses encore, alors posons-nous la question : Qu'est-ce qu'on attend pour être heureux ?

Vivre notre foi.

"Que la bonté et la vérité ne t’abandonnent pas: attache-les à ton cou, écris-les sur la table de ton cœur. Tu trouveras ainsi grâce et bon sens aux yeux de Dieu et des hommes." (Proverbes 3:3-4).

Connaissant par la Parole de Dieu, ce qu'Il aime et ce qu'il désapprouve, ce qui nous édifie ou ce qui nous détruit dans notre relation avec Lui et avec notre prochain : vivons notre foi ! "Mettez en œuvre votre salut avec crainte et profond respect." (Philippiens 2:12) dit l'apôtre Paul aux Philippiens. Pour mémoire, je vous rappelle, que toute la loi de Dieu est contenue dans ces deux commandements, qui sont semblables : "Tu aimeras le Seigneur ton Dieu … Tu aimeras ton prochain comme toi-même." (Matthieu 22:38-39).

"Confie-toi en l’Eternel de tout ton cœur et ne t’appuie pas sur ton intelligence! Reconnais-le dans toutes tes voies et il rendra tes sentiers droits." (Proverbes 3:5-6). Il n'y a rien d'autres dans ces paroles qu'une invitation à la foi, un appel à se tourner vers Dieu pour qu'il règne sur chaque croyant. Si Jésus-Christ est le Sauveur, il veut aussi être le Seigneur (et non pas un dictateur) de chaque personne qui a foi en lui. Le Christ ressuscité est le Seigneur, celui qui conduit et qui protège, celui qui guide sur le chemin de son Royaume et sur le chemin de la liberté. Il est enfin celui qui donne sa paix.

La paix avec Dieu est le bonheur véritable

"Ne te prends pas pour un sage, crains l’Eternel et détourne-toi du mal: cela apportera la guérison à ton corps et un rafraîchissement à tes os." (Proverbes 3:7). La paix avec Dieu, la communion avec le Père, cette paix que Dieu donne à celui qui la demande, c'est là la guérison essentielle et suffisante. 

"Tu m’as enlevé la paix (shalom), j’ai oublié ce qu’est le bonheur (tobe)." (Lamentations de Jérémie 3:17 ). Ce mot "shalom" décrit un état de plénitude, de perfection, de paix et de satisfaction totale : ne serait-ce finalement pas ça le bonheur ?

Christ ressuscité est notre paix (Ephésiens 2:14). En lui se trouve le pardon, la réconciliation avec Dieu et parfois avec nous-mêmes. Il est la guérison de nos blessures les plus profondes.

La générosité.

"Honore l’Eternel avec tes biens et avec les premiers de tous tes produits! Alors tes greniers seront abondamment remplis et tes cuves déborderont de vin nouveau." (Proverbes 3:9-10). Lorsque nous regardons ce que Dieu a accompli pour nous, nous ne pouvons qu'être confondus par la folle générosité de son amour. En Jésus-Christ, tout est grâce. Nous ne pouvons rien racheter de ce qu'il nous offre. Les offrandes que nous mettons dans le tronc ou la collecte d'une Eglise ne sont pas un paiement de sa grâce (sinon ce ne serait plus la grâce). Nos offrandes ne sont pas un impôt, une espèce de "denier du culte". Nos offrandes ne sont et ne peuvent être que l'expression de notre amour, de notre reconnaissance et de notre générosité.

Appeler les chrétiens à la générosité s'impose comme une évidence. Nous ne pouvons nous dispenser d'être généreux dans nos offrandes et dans l'offrande de notre vie. Puisque notre vie appartient à Dieu le Père, alors nous n'avons rien à retenir pour nous-mêmes. L'expression de notre reconnaissance ne peut se manifester que par le fait de vivre joyeusement et paisiblement en lui, mais aussi par cette reconnaissance qui nous pousse à lui offrir notre vie et donc une part de nos biens : parce que tout vient de lui.

Suivre l'éducation qui vient de Dieu

"Mon fils, ne méprise pas la correction de l’Eternel et ne sois pas dégoûté lorsqu’il te reprend, car l’Eternel reprend celui qu’il aime, comme un père l’enfant qui a sa faveur." (Proverbes 3:11-12). Nous sommes pécheurs, et nous les resterons tout le temps de notre vie. Le père, c'est aussi celui qui éduque son enfant, qui l'encourage et qui le reprend quand il s'égare. Le chrétien reste une personne libre, par conséquent, il a toujours le choix de faire la sourde oreille et d'écarter le regard de Dieu de sa vie, ou au contraire de se rapprocher toujours plus de Dieu. 

Mais la paix (shalom) se trouve toujours dans la liberté que je laisse à Dieu pour Dieu agir en moi. Dieu nous connait, il sait tout de nous. David prie ainsi : "Examine-moi, ô Dieu, et connais mon cœur, mets-moi à l’épreuve et connais mes pensées! Regarde si je suis sur une mauvaise voie et conduis-moi sur la voie de l’éternité!" (Psaume 139:23-24)

La sagesse

"Heureux (esher) l’homme qui a trouvé la sagesse et l’homme qui possède l’intelligence! En effet, le bénéfice qu’elle procure est préférable à celui de l’argent et le profit qu’on en tire vaut mieux que l’or. Elle est plus précieuse que les perles, elle a plus de valeur que tout ce que tu pourrais désirer." (Proverbes 3:-13-15).

La sagesse c'est le "hokma" en Hébreu. Dans la version grecque de l'Ancien Testament, ce mot est "logos" : qu'on traduit aussi par "parole".

Jésus-Christ est le logos de Dieu, il est la Parole : tout a été créé par Lui et pour lui. "La Parole est venue chez les siens, et les siens ne l’ont pas accueillie. – écrit Jean - Mais à tous ceux qui l’ont acceptée, à ceux qui croient en son nom, elle a donné le droit de devenir enfants de Dieu, puisqu’ils sont nés non du fait de la nature, ni par une volonté humaine, ni par la volonté d’un mari, mais qu’ils sont nés de Dieu." (Jean 1:11-13)

Vivre en Jésus-Christ ressuscité, là est le bonheur, parce que là est la paix.

Dieu appelle l'homme à vivre pleinement la paix de Dieu (shalom) ici bas : le Christ a donné sa vie pour que ce soit possible. Cette paix profonde se trouve dans la communion avec le Christ ressuscité (l'alliance), à l'écoute de sa parole (sagesse). C'est par sa vie et la générosité de sa foi que chaque chrétien manifeste qu'il appartient au Christ. A ses pieds est notre joie. Dans la marche avec Lui (Hébreux 12:1-2), se trouve le bonheur, parce que Jésus-Christ, le berger, conduit son peuple sur le chemin du Royaume, le pays de la promesse.

- Didier Roca -















lundi 7 octobre 2013

Lições de existência

As pessoas são tocadas pelo amor. Nada sensibiliza mais o ser humano, talvez por isso o rolo bíblico de Cantares compare a paixão à força da morte, já que os dois estados se nos apresentem como definitivos. Caso você já tenha estado apaixonado ou apaixonada sabe como é.

Num domingo de janeiro preparei este prefácio de manhã a partir daquilo que chamei Lições de amor. Foi um pensar na gratidão ao Eterno, um jeito de dizer a Ele que o amo. E pensando, me remeti a um filme de 2001, Uma lição de amor, que conta a história de um pai com deficiência mental e uma filha, de sete anos, que começa a ultrapassá-lo intelectualmente. No filme, uma assistente social quer levar a menina para um orfanato, alegando que o pai não tem condições de criar a filha. Foi nesse momento que me deparei com dois dois textos, o de Cantares (8.6), já citado acima, e outro, também belíssimo, de um profeta mal compreendido e meio abandonado, Oséias (2.14-23).

Minha leitura de Deus, um delírio, de Richard Dawkins, não fez o efeito que ele esperava. Na verdade, me levou a uma outra leitura: fiz uma ponte entre as lições de amor do Eterno e a minha paixão por Ele. E foi assim que surgiu esse prefácio, num discurso sobre as minhas provas da existência do Eterno, que divido em três: o “Noturno Opus 9, no. 2” de Chopin, a roda e a raiz quadrada de menos 1. Talvez, você, querido leitor do meu amigo Jorge Luiz Sperandio, esteja achando que estou louco, o que pode não ser mentira, mas se tiver curiosidade e paciência, vai entender o caminho que trilhei. E esse caminho, que vai na contramão do que Dawkins disse, nos ajuda a entender porque Sperandio está preocupado com os temas centrais da fé cristã, criação, pecado e salvação. Enfim, as lições de amor e essas minhas provas da existência do Eterno se correlacionaram, e levam a uma teoria da existência.
 
Eternidade e amor estão entrelaçados, e vejo isso quando sou obrigado a pensar uma teoria da existência. E, metodologicamente, como teólogo, a primeira coisa que devo me perguntar é se uma coisa existe ou não existe. E isso significa trabalhar com variáveis: uma coisa existe; uma coisa não existe; uma coisa não existe, mas já existiu, deixou de existir e não existe mais, porém poderia existir.
 
Devo pensar também, e essa questão é um pouco mais complexa, que a existência existe. E ainda que eu diga que existência é espaço/tempo, como não temos espaço apenas, ou tempo apenas, a existência existe. Não dá para dizer que a existência não existe, ela é realidade no cosmo, produz diferença no mundo. Caso não existisse a existência, então, nada existiria.

 
Mas, outra questão deve ser colocada: se posso falar numa teoria da existência, preciso entender que posso apreendê-la enquanto atos de conhecimento. E ato de conhecimento é uma ação consciente sobre algo que existe ou uma realidade. Por isso, os atos de conhecimento nos remetem a pessoas que são conscientes e podem conhecer a existência através de seus processos e modos.



As pessoas são tocadas pelo amor. Nada sensibiliza mais o ser humano do que o amor, como dissemos acima. E, por isso, o amor e a morte se nos apresentam como estados definitivos. Caso você já tenha estado apaixonado ou apaixonada sabe como é.

E Oséias contou que o Eterno disse (2.14-18): “Vou seduzir a minha amada e levá-la de novo para o deserto, onde lhe falarei do meu amor. Ali, eu devolverei a ela as suas plantações de uvas e transformarei o vale da Desgraça em porta de esperança. Então ela falará comigo como fazia no tempo em que era moça, quando saiu do Egito. Mais uma vez ela me chamará de “meu marido”, em vez de me chamar “meu senhor” (meu baal). Nunca mais deixarei que ela diga o nome baal, nunca mais ela falará desse deus. Sou eu o Senhor quem está falando. Naquele dia, farei a favor dela uma aliança com os animais selvagens, com as aves, com as cobras, para que não ataquem a minha amada. Quebrarei as armas de guerra, os arcos e as espadas. Não haverá mais guerra e o meu povo viverá em paz e segurança. Israel, eu casarei com você, e para sempre você será minha legítima esposa. Eu tratarei você com amor e carinho, e serei um marido fiel. Então, você se dedicará a mim, o Senhor. Naquele dia, serei o Deus que atende: atenderei o pedido dos céus, os céus atenderão o pedido da terra, dando-lhe chuvas. E a terra responderá produzindo trigo, uvas e azeitonas. Assim, eu atenderei as orações do meu povo de Israel. Plantarei o meu povo na Terra Prometida para que eles sejam a minha própria plantação. E eu amarei aquela que se chama Não-Amada, e para aquele que se chama Não-Meu-Povo eu direi: “Você é meu povo” e ele responderá: “Tu és meu Deus”.

Agora, vamos desconstruir o texto de Oséias e relacioná-lo com a teoria da existência.
 
Deslumbrar e fascinar são desafios da existência e isso está expresso do texto de Oséias, quando o Eterno diz: Vou seduzir a minha amada e levá-la de novo para o deserto, onde lhe falarei do meu amor”. A travessia do deserto, quando os hebreus fugiram do Egito, foi um tempo de intimidade com a eternidade, uma porta de esperança, diferente do vale da desgraça, onde o soldado Acã foi condenado à morte por traição.

Assim, nessa correlação entre eternidade e amor, podemos discutir a existência a partir dos noturnos de Frederico Francisco Chopin. Esses noturnos eram cantos livres, que traduziam as experiências pessoais de Chopin e expressavam sua espiritualidade. Diria que os noturnos desse músico são o deserto do profeta Oséias, espaço/tempo de intimidade com a eternidade.
 
Particularmente, sou apaixonado pelo Noturno Opus 9 no. 2, que tem a propriedade de ser uma obra de criação e pertença de um humano sensível. É peculiar, diria inédita e exclusiva. E ao dizer essas coisas, afirmo não apenas que existe, mas sou obrigado a falar de sua natureza, de sua essência. Ou seja, saber que o Noturno Opus 9 no. 2 de Chopin existe, significa dizer que não existem outros Noturnos Opus 9 no. 2. Só existe esse.
 
Baal e îche são outros dois desafios da existência
 
E as lições de amor nos trazem de volta a Oséias, quando o Eterno diz: “Ela me chamará de meu marido”. E Isaías (54:4-5) conta que o Eterno disse: “Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez. Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra”.
 
E mais uma vez a correlação entre amor e eternidade me remeteu a outro processo da existência, que vou analisar a partir de uma das mais simples máquinas que construímos: a roda. Todos conhecemos as suas aplicações e sabemos que crescem a cada dia: vão do uso nos transportes à utilização nas mais diferentes máquinas mecânicas. Mas é simples: caracteriza-se pelo movimento de rotação em seu interior. Em mecânica diz-se que o seu fato mais importante é determinado pela a transmissão de força, velocidade e distância, que se dá pela  relação entre o diâmetro da borda da roda e o diâmetro do eixo.
 
Ora, a roda nos remete ao trocadilho que Oséias fez com a palavra baal, que era o deus da fertilidade dos cananeus, mas cuja palavra significava também senhor e marido. Oséias não quer que sua amada o chame de baal, mas de îche, homem, que por extensão poderia significar também marido e herói.
 
Esse exemplo, o da roda, nos ajuda a entender a questão da existência, que não é uma propriedade que pertence, mas é o pertencimento a uma propriedade. Pense na roda, no conceito roda e em todas que existem ou podem existir. A existência da roda consiste em participar de relações de predicados. Assim, a existência da roda significa que pertence a propriedades ou é parte de propriedades. Nesse sentido, a existência é sempre participação na relação de predicados. Como baal ou îche.
 
Celebrar a imagem que transcende é um desafio fundante da existência
 
E para sempre você será minha legítima esposa”, disse o Eterno sobre sua amada. Oséias utiliza esse recurso para falar de uma aliança que transcende os predicados definidos pela existência.

Ou como o Eterno disse ao profeta Jeremias (31.33-34): “Quando esse tempo chegar, farei com o povo de Israel esta aliança: eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Sou eu, o Senhor, quem está falando. 34 Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o Senhor.” Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes. Pois eu perdoarei os seus pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o Senhor, estou falando”.
 
Aqui entra o meu terceiro exemplo dessa correlação entre eternidade e amor e os desafios de uma teoria da existência: a raiz quadrada de menos 1 (
-1). Como vimos, as coisas que existem tem suas propriedades. Quando alguma coisa não tem condições de ter existência comprovada ou não tem pertença/predicados, ela fica fora das leis fundamentais da lógica e da existência dos atos de conhecimento. Por isso, em matemática falamos em unidade imaginária i, enquanto solução da equação quadrática: x2+1=0, da qual decorre x2=−1.
 
Ou, dessa séria questão existencial x=
-1, onde a unidade imaginária é i=-1. Dentro da lógica matemática não posso dizer que este número exista, ele é imaginário porque é um recurso da minha imaginação, pois não há número real cujo quadrado seja negativo. É isso é um fato. Imagina-se, então, que haja números especiais, dotados de propriedades que satisfaçam essa exigência da imaginação. E assim a matemática criou uma classe de números: os imaginários, que não são reais.
 
E, agora, voltemos ao filme. O que os amigos do pai deficiente mental entendiam, e a assistente social não, era que havia entre o pai e a filha uma aliança maior, que transcendia em muito suas deficiências intelectuais, uma aliança de amor.
 
Dessa maneira, nessa correlação tresloucada entre eternidade e amor digo que uma teoria da existência parte de três fundamentos: (1) a diferença entre existir e não existir, e que essa diferença não é um atributo, não é uma propriedade; (2) a existência não faz parte da essência de cada coisa, mas cada coisa, todas as coisas mostram diferenças entre natureza e existência; (3) a mente transcende, produz representações que agregam conhecimento e constroem sentido para a existência. É o que Dawkins não entende e que
Sperandio, com paciência e amor, explica a ele.
 
Assim, na correlação eternidade/amor, a existência deslumbra e fascina; é baal e îche; transcende e cria a imagem que alucina.

Jorge Pinheiro

mercredi 2 octobre 2013

Comitê Nacional de Diversidade Religiosa

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH/PR divulgou, recentemente, edital para seleção de representantes da sociedade civil para compor o Comitê Nacional de Diversidade Religiosa. Sobre o assunto, o CONIC foi falar com a assessora da Política de Diversidade Religiosa da SDH, Marga Janete Ströher.

Confira:

1) Qual será a função do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa?

O Comitê terá como finalidade principal promover o direito ao livre exercício das diversas práticas religiosas, disseminando uma cultura da paz, da justiça e do respeito às diferentes crenças e convicções e auxiliar na elaboração de políticas de afirmação do direito à liberdade religiosa na perspectiva dos direitos humanos.

2) De que modo ele contribuirá para a promoção dessa diversidade?

O Comitê terá como um de seus principais objetivos auxiliar a elaboração de políticas de afirmação do direito à liberdade religiosa, do respeito à diversidade religiosa e da opção de não ter religião de forma a viabilizar a implementação das ações programáticas previstas no PNDH-3 a fim de garantir a liberdade de crença, coibir a intolerância religiosa e garantir a laicidade do Estado, desenvolvendo uma cultura do respeito mútuo e da compreensão recíproca em relação às diferenças.

3) Como será o processo de escolha dos representantes da sociedade civil que irão integrar o Comitê?

Através de Edital de Seleção (clique aqui e saiba mais) que normatiza a escolha de pessoas que livremente se candidatam com a apresentação de documentos e com uma declaração de entidade que possa atestar sua atuação e compromisso com a diversidade religiosa e os direitos humanos. Após o prazo de encerramento das inscrições (30/09), a Comissão de Seleção coordenará as diversas etapas do processo seletivo, conforme descrito no Edital. Ao finalizar a seleção, a lista dos nomes será encaminhada para a homologação da Ministra para posterior publicação oficial.

4) Na sua opinião, quais os principais desafios em se trabalhar a diversidade religiosa no Brasil?

O Brasil tem uma diversidade e uma pluralidade religiosa que é também resultado do próprio processo de colonização. Mas ainda estamos distantes de uma convivência religiosa amistosa. Há muita discriminação e a intolerância religiosa tem aumentado consideravelmente, especialmente em relação às comunidades tradicionais de matriz africana por parte de grupos religiosos fundamentalistas. Neste sentido, é um desafio poder estabelecer um possível diálogo a fim de enfrentar a violência religiosa e desenvolver uma cultura de respeito às diferenças, à diversidade e aos direitos humanos.

5) Em linhas gerais, quais suas expectativas com a criação deste Comitê?

Espero que o Comitê tenha uma composição bastante diversificada e que seus membros possam estar engajados nos objetivos definidos em sua portaria de instituição e na colaboração proativa para a implementação de políticas de enfrentamento à intolerância religiosa, o respeito às diferenças e a garantia de liberdade e igualdade entre todas as pessoas.

FONTE: CONIC em 28/09/2013


samedi 21 septembre 2013

Google quer dominar a morte


Saiba um pouco mais sobre como a Google quer "dominar" a morte

Com a Calico, a gigante de Mountain View pretende mudar muito do que sabemos atualmente sobre a medicina 

Por Rafael Gazzarrini em 20 de Setembro de 2013

Saiba um pouco mais sobre como a Google quer

Ray Kurzweil, um dos homens por trás do trabalho da Google. (Fonte da imagem: Reprodução/flipthemedia)

Na quarta-feira desta semana (18), você deve ter lido aqui no Tecmundo uma notícia bastante interessante, envolvendo empresas do ramo de tecnologia e a área da saúde. Nós estamos falando do anúncio da Calico, companhia que surgiu entre uma espécie de esforço conjunto entre a Google e a Apple — sim, as famosas concorrentes.

Como foi informado, um dos altos executivos da Maçã, Arthur Levinson, vai ser o CEO da nova organização. Além disso, o objetivo dela é o de encontrar cura paras as doenças que afligem os seres humanos, como o câncer, e melhorar a qualidade de vida de todos. Para isso, a empresa vai trabalhar com foco em biotecnologia e cuidados com a saúde.
O início e o significado de tudo

Assim como diferentes fontes internacionais mostraram, Larry Page, um dos cabeças da Google, é um grande admirador de Ray Kurzweil. O estudioso defende a ideia que é conhecida apenas por “Singularidade”, afirmando que a tecnologia um dia vai ser tão avançada que o corpo humano poderá ser facilmente alterado, eliminando a velhice e a morte.

Tanto que, através da Google, Page foi um dos fundadores da Singularity University, sendo que ele tirou do próprio bolso US$ 250 mil (cerca de R$ 575) em doações para a instituição. Como se já não bastasse todo esse esforço, a própria gigante de Mountain View acabou contratando Kurzweil em dezembro do ano passado.

Dessa maneira, os empenhos da companhia para trabalhar com a saúde em geral acabaram tomando um novo rumo, resultando na criação da Calico. Como os objetivos da organização são voltados para o estudo da Singularidade, podemos dizer com tranquilidade que a Google simplesmente está trabalhando para que as pessoas não morram mais. Tem mais coisa do que isso...
Saiba um pouco mais sobre como a Google quer Arthur Levinson, o CEO da Calico. (Fonte da imagem: Reprodução/9to5Mac)

Apesar de a admiração de Page por Kurzweil e a cura de doenças graves serem dois pontos que pesaram para a construção da Calico, a importância econômica de tudo isso também falou alto. Em primeiro lugar, os estudos da ciência da vida estão pautados na genética, o que é algo que os computadores de hoje em dia podem entender.
Além disso, a área de pesquisas em saúde e biotecnologia não conta com tantos investidores quanto você pode imaginar — a própria Google é um dos primeiros, com o projeto Ventures. Dessa maneira, por mais que seja um investimento de grandes riscos, a gigante de Mountain View pode crescer de maneira espantosa e extraordinária caso suas iniciativas deem certo.
Empolgação X Discussões
Enquanto Page se preparava para anunciar o surgimento de Calico, o executivo agradeceu Bill Maris — da Google Ventures — e Levinson, com um ar bastante positivo. Além disso, o novo CEO afirmou que está empolgado para trabalhar em projetos “meio malucos”, como a expansão do tempo de vida e a cura do câncer.
No entanto, caso a Google saia vitoriosa e consiga mesmo criar pessoas virtualmente imortais, o mundo acabaria ficando superpopuloso. Para piorar, o balanço entre a parcela produtiva de pessoas e a de aposentadas iria ser desiquilibrado — afinal de contas, não se saberia dizer até quando alguém iria viver ou se ela deveria trabalhar mais ou menos.
Dessa maneira, mesmo no começo e sem planos definidos de operação, a Calico e as pessoas por trás dela precisam responder algumas questões e vencer algumas discussões. E aí, depois de ler tudo isso, você tem alguma opinião formada sobre o assunto?
Fonte: Time MagazineThe Verge


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/google/44781-saiba-um-pouco-mais-como-a-google-quer-dominar-a-morte.htm#ixzz2fXj9meJM