dimanche 15 septembre 2013

O ESPÍRITO SANTO segundo Robert Jenson


O ESPÍRITO SANTO À LUZ DE UMA TEOLOGIA LUTERANA REFORMADA
Pelo Prof. Ms. Sergio Moreira dos Santos [1]

Prolegômenos

Robert W. Jenson é professor de teologia sistemática na Luther Northwestern Theological de St. Paul – Minnessota – EUA.

O presente artigo tem como pretensão analisar o “Locus 8 – O Espírito Santo”, escrito por Jenson em colaboração para o livro “Dogmática Cristã”, onde, além de autor, é co-editor com Carl E Bratten, da edição original de 1984 com título Christian Dogmatics – Philadelphia – EUA. A edição em português é de 1995, co-editado pela editora Sinodal e IEPG (Instituto Ecumênico de Pós-Graduação) da Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

Jenson trabalha sobre o assunto, ou como o próprio autor define “o fenômeno” Espírito em cinco blocos: introdução; no primeiro bloco trata sobre O Espírito que falou pelos profetas (onde define o Espírito da sua atuação no Antigo Testamento, no Novo Testamento e através dos credos); no segundo bloco ele propõe sua soteriologia pneumatológica (tratando da graça, justificação e predestinação); no terceiro bloco o autor fala do discurso (palavra) sobre o Espírito como auto-interpretação da igreja (propõe uma cristologia eclesial e trabalha o tema Espírito e seu relacionamento com Deus, com a letra, com a palavra e com a historia), e no ultimo bloco trata do Espírito Cósmico (a sua universalidade onde trabalha a lógica da pneumatologia cósmica, a liberdade da historia, a espontaneidade do processo natural culminando na beleza de todas as coisas).

INTRODUÇÃO

Jenson define o Espírito como fenômeno universal na experiência humana e universalmente observado, ou seja, na palavra de Jenson o espírito é autotranscendência ; a  vivacidade de toda vida é justamente sua origem e seu fim de além de si própria. Com isso o Espírito é um ser pessoal, criativo, participativo, presente para o outro e no outro e o deixa como é. O Espírito interfere na vida, a humanidade é Espírito.

Dessa forma  nenhum modo de vida humana está tão preso  à tradição  ou entorpecido que não seja um vento soprado a nós por nós, para escapar da própria apreensão e que não experimentamos isso em nós mesmos.

De forma, Jenson afirma Deus se for o Deus dos vivos e não dos mortos, deve ser espírito tão certamente que todos os demais espíritos são, diante dEle, não-espírito, “carne” (Is 31.3). O fato de que nós também somos espíritos torna possível que Deus esteja presente conosco como espírito. É fundamental salientar que na Escritura Deus seria Deus mesmo que não houvesse outros espíritos e que a realidade deste Deus como espírito constitui justamente essa independência.

Jenson diz que, ao falar  a uma congregação sobre Deus, enfrentaremos mais cedo ou mais tarde a pergunta em relação a importância ao ‘Espírito’, e, ao aprofundarmos nisso, descobriremos que o que se quer de fato é uma análise da experiência religiosa, um empreendimento que, em si, é perfeitamente legítimo e necessário.

Cabe salientar que quando o Novo Testamento chama de “Espírito” é o “espírito de Javé”, distinto e independente, o Espírito  particular de Jesus e seu Pai, distinto de nós como nós somos  um do outro. E o modo da presença deste Espírito Santo junto a outros espíritos é sempre o do Criador em relação às criaturas.

I - O ESPÍRITO QUE FALOU PELOS PROFETAS

Para entender a experiência cristã do Espírito e o ensinamento cristão a respeito dele, o ponto de partida sucinto é o relato neotestamentário de Pentecoste, não a história do vento, das chamas e de um milagre lingüístico, mas a interpretação bíblica que se segue e por causa da qual Lucas narra história (At 2.16-33). Na igreja primitiva, os fenômenos religiosos ocorridos nas reuniões dos discípulos do Senhor recém-ressuscitado foram interpretados como o cumprimento de um tema fundamental da vida de Israel: A Vinda do Espírito de Javé para constituir profetas.

Através de toda a escritura hebraica, “ruah Javé” mantém seu impacto original. O Espírito é experienciado como uma força transcendente que põe em movimento, para criar ou derrubar, quer na natureza, quer na sociedade, isto é verdade em especial nos documentos que expressam diretamente a vida religiosa. Na tradição narrativa de Israel, o Espírito é sobretudo o poder de Deus que atua sobre e através da liderança carismática de Israel.

Segundo Jenson decisivo para nós é o fato de que a Vinda do Espírito para evocar a ação política é regularmente justaposta à sua vinda para evocar a profecia. Só compreendemos a importância da correlação entre o Espírito e a palavra se nos lembrarmos de uma característica decisiva da própria palavra profética; não se trata meramente de uma palavra sobre o futuro, mas de uma palavra que cria futuro. Sl 33.6, a palavra do Senhor é terminus technicus, designando a palavra profética. Assim os reis temiam os profetas arcaicos porque seus oráculos não apenas prediziam a vitória ou derrota mas também faziam com que elas ocorressem. O Espírito é liberdade para a palavra que abre o futuro e o poder desta palavra.

A vinda e a presença do Espírito, características dos anunciadores da promessa se tornaram também conteúdo da promessa. Isto não requer nenhuma outra explicação inicial além da idéia básica de Espírito. Visto que o Espírito é poder de Deus como vida de Israel, uma promessa de vida nova para Israel precisa ser uma promessa de uma nova Vinda do Espírito. Mas tal promessa não será anunciada até que for a nova vida que precisa ser prometida, até que a esperança de Israel tiver se tornado não meramente esperança de ter boa sorte em termos históricos, mas esperança de ser liberto da morte, até que sua esperança tenha tido que se tornar escatológica.

Na profecia pós-exílica afirmam-se, em princípio, as conexões. Deve haver uma esperança escatológica exatamente porque Deus é o doador do Espírito e por isto o Deus da Vida, e não da morte (Is 57.16). E a presença do Espírito é a união das promessas feitas pelos atos passados de Deus com seu triunfo final (Ag. 2.4-8). O Espírito é a realidade presente, em ambos os sentidos, do poder escatológico de Deus. O Espírito é ao mesmo tempo a garantia e o objeto da esperança final. Disto resulta duas sínteses: a messiânica – que, no final, haverá vida triunfante porque o povo de Deus será reunido por e em redor  de um último profeta, um portador final do Espírito. A outra síntese é comunitária – no final a morte será vencida porque todos os integrantes do povo de Deus serão profetas, portadores da vida. A esperança da vinda de uma nação de profetas surge tarde na história de Israel e é rara, mas, quando aparece, é com força total.

Nos sinóticos, o Espírito Santo significa apenas o Espírito da profecia. O Espírito inspira pronunciamentos e produz arrebatamento. Mas também a realidade criadora de vida do Espírito aparece no uso dos evangelhos – notavelmente, porém, só em contextos ligados de modo estreito à obra profética do Espírito. Essa linguagem tradicional se concentra quase totalmente em referencias à pessoa de Jesus. Há três grandes centros de linguagem a  respeito do Espírito na narrativa dos evangelhos: O Batismo de Jesus (que todos evangelhos descrevem como uma descida do Espírito); O Nascimento de Jesus (Deus cria esta criança de modo direto como algo completamente novo); e, As Obras de Jesus (curas de vida, no Espírito de Deus). Em Lucas essas percepções da comunidade primitiva são elaboradas teologicamente.

Duas características são constantes e decisivas deste Espírito profético: o Spiritus Creator, ou seja, o sopro da vida que ressuscita os mortos e pode até dar a vida a uma estátua. O Espírito é o oposto ontológico da morte, tanto Cristo quanto nós morremos “pela carne” mas ressuscitamos  “pelo Espírito”. A inspiração por este Espírito é invariavelmente entendida de modo cristológico. A segunda é o batismo. A convicção de que todos os batizados possuem o Espírito precisa significar ou que todos os membros da congregação são explicitamente profetas ou que a experiência e a compreensão da possessão  do Espírito incluem fenômenos diferentes da profecia manifesta.

Paulo, segundo Jenson, dá dois passos em relação ao Espírito. Primeiro ele separa de fato, aquilo que constitui a atividade profética em “dons” distintos, de maneira que haja pelo menos um dom para cada crente, até para o menos extático. Segundo, ele identifica o traço comum que qualifica todos estes como dons do Espírito afirmando que se trata de contribuições para o “bem comum”, de “edificação” da comunidade e sua unidade. O Espírito é o poder da ressurreição tanto agora quanto eternamente.

Além disso, temos a pneumatologia patrística, que se localiza nas mesmas áreas como no Novo Testamento: profecia e batismo. O Espírito inspira a palavra, cria a igreja, é dado por ocasião do batismo, vence a morte e é uma antecipação da vida final.

II  - SOTERIOLOGIA PNEUMATOLÓGICA

Jenson declara que a salvação, a justificação, a graça  sacramental, a fé, a predestinação etc. foram os temas que fascinaram os pensadores ocidentais, e não tanto a trindade divina ou a união hipostática. Isto é, o trabalho teológico do Ocidente  tem se voltado principalmente  para o terceiro  artigo.

Em contrapartida, a igreja latina tinha preocupações mais práticas, Tertuliano, por exemplo, declara: “todo homem deve prestar satisfação a Deus na mesma questão em que o ofendeu”. O cristianismo latino se traduziu numa justiça pelas obras. Agostinho juntou as preocupações práticas da Igreja latina com a doutrina de Deus e de suas obras transformadoras desenvolvidas no Oriente que foi criado o cristianismo ocidental como o conhecemos, em que a preocupação é justamente o efeito prático da realidade viva de Deus em nossa vida. Antes da reforma, no entanto, este empreendimento teológico foi encetado não como doutrina do Espírito, mas como uma doutrina da graça.

A doutrina da trindade elaborada pelos pais gregos conceptualizou a relação criativa de Deus com seu povo fiel de uma maneira especificamente bíblica. Para Agostinho, as três pessoas, em relação a nós, são indistinguíveis quanto à sua função. Assim, Agostinho não tinha mais condições de conceptualizar  a relação salvífica entre Deus e as criaturas dizendo que o Pai e o Filho estão presentes de forma transformadora  no Espírito, como o fizeram os gregos que deram origem ao trinitarismo. Tendo obstruído assim a compreensão especificamente cristã da relação de Deus com os fiéis, Agostinho acabou se posicionando como é de costume na religião cultural do Ocidente: de um lado está Deus, concebido como uma entidade sobrenatural que age sobre nós  de maneira causal; de outro lado estão, entre nós, os resultados desta causalidade. Na tradição latina  subseqüente, tanto Deus quanto os objetos desta causalidade  são, por conseguinte, interpretados de acordo com esse esquema: eles são “substâncias”, entidades fundamentalmente auto-sustentadoras e auto-suficientes, que “atuam” uma em relação à outra, sendo que o resultado dessa ação é, em nós, um habitus, uma disposição adquirida para portar-nos e reagir em obediência à vontade de Deus.

Tomás de Aquino declara que a graça pode ser entendida em dupla acepção: como auxilio divino que nos move a querer e agir retamente, e como um dom habitual (habituale donum) que Deus infunde. Segundo Jenson isto cria ou leva ao problema da cooperação entre o Deus gracioso e a criatura agraciada. O problema tem sido crucial em toda teologia ocidental. Aquino continua dizendo que a graça como uma qualidade divina é uma qualidade dos fiéis tomadas em conjunto, é dividida por uma distinção que o divide em operante e cooperante. Pois a operação que produz o efeito pelo qual a nossa alma é movida e não motora, pois só Deus é quem move; e tal é a graça operante. Porém não só Deus, mas também à alma é atribuída a operação  causadora do efeito pelo qual a nossa alma é motora e movida; e tal é a graça cooperante. Deus é o único agente da salvação, mas não existe nenhuma maneira em que uma vontade possa ser “movida” autenticamente a não ser que ela própria também queira.

Além disso, quando se compreende  a relação salvífica entre Deus e os crentes como a causalidade de uma substância em relação à outra, a salvação é necessariamente entendida como um processo. Isto é a graça é compreendida como a causa primária de uma seqüência de evento, dos quais cada um precisa acontecer para que o próximo se torne possível. A tradicional doutrina da graça é uma estrutura de justificação pelas obras alojada no centro da preocupação e realização teológica principal da Igreja Ocidental.

De acordo com Jenson foi exatamente essa perversão que tornou a reforma necessária. A reforma foi um protesto contra toda maneira de pensar e proclamar a fé, e contra as estruturas correspondentes das liturgias ocidentais medievais da penitência e da Ceia. Assim, uma conseqüência imediata da descoberta de Lutero foi a recuperação do discurso bíblico é pré-agostiniano sobre o Espírito, uma capacidade quase extraordinária de simplesmente  falar e escrever a linguagem bíblica e patrística sobre o Espírito.

A mera substituição do termo ‘graça’ por ‘obra do Espírito Santo’, como os teólogos que seguiram Lutero passaram a fazer regularmente, não é , no entanto, uma garantia de que a antiga perversão  tenha sido superada. O pietismo luterano ortodoxo transformou-se numa fixação tradicional de uma seqüência normal na experiência cristã. Começando com a proposição, ortodoxa em termos de descrição, de que a ‘imputação da justiça de Cristo’ é prometida apenas ao “arrependimento não-fingido”. A calamidade se completa então com alguém como August Hermann Francke, que, apesar de toda a sua apropriada insistência luterana em afirmar que o evangelho sempre é decisivo, determinou de maneira categórica que o evangelho simplesmente não pode ser ouvido até que a ‘batalha do arrependimento’ tenha terminado, fazendo a terminação da batalha depender da sinceridade e persistência do penitente.

O que se faz necessário em face de toda a doutrina tradicional da graça é um deslocamento total no discurso pneumatológico, passando desse ponto de observação da terceira pessoa, de uma tentativa de descrever um processo entre Deus e a criatura, para um local dentro da execução da proclamação e do ensino na primeira e segunda pessoas.

A pneumatologia deve tornar-se uma reflexão hermenêutica, reflexão sobre o discurso cristão feita durante seu decorrer, como parte do que esse discurso realiza, reflexão sobre como falar o evangelho feita internamente a esse falar – o que nos leva ao segundo modo teológico da Reforma: o dogma proposto da ‘justificação somente pela fé’. A doutrina da justificação da Reforma não é uma nova tentativa de descrever um processo da graça. A doutrina é, antes, uma instrução hermenêutica para pregadores, mestres e confessores: falem de Cristo e da vida de sua comunidade de tal maneira que a justificação para aquela vida aberta por suas palavras seja do tipo que é apreendido pela fé e não do tipo constituído em obras.

Chamamos a doutrina reformatória da justificação de ‘proposta dogmática’. Se descrevêssemos a asserção central da Confissão de Ausburgo, a justificação somente pela fé, simplesmente como um dogma, excluiríamos da Igreja verdadeira a maior parte do cristianismo ocidental que não aceitou a asserção.

Jenson lembra que a instrução não deve induzir à conversão ou manipular para consegui-la mediante nosso discurso; a conversão dos ouvintes precisa realizar-se como o próprio ato de anúncio do evangelho. A conversão é uma mudança na situação de comunicação dentro da qual toda pessoa vive.

Outro ponto enfatizado por Jenson é a predestinação, onde ele afirma que a predestinação é simplesmente a doutrina da justificação formulada na voz ativa. Se mudamos: “somos justificados somente por Deus” do passivo para o ativo, obtemos: “somente Deus nos justifica”. Nenhum pensamento cristão, nem mesmo um pensamento remotamente cristão, pode evitar uma doutrina da predestinação. Se o Deus da Bíblia existe, não pode haver qualquer coisa parecida com o livre-arbítrio (liberum arbitrium) da discussão tradicional.

Deus não apenas ordena absolutamente minha salvação na palavra cristológica dirigida a mim: como Criador ele ordena absolutamente todos os eventos. O falar do evangelho é o evento da predestinação pelo fato de que o evangelho concede aquilo de que fala, mas esta eficácia escatológica do evangelho é o Espírito. Devemos parodiar Barth: o Espírito Santo é o Deus que elege.

Só Deus ordena todas as coisas’ é um corolário necessário do mesmo.

III - DISCURSO SOBRE O ESPÍRITO COMO AUTO-INTERPRETAÇÃO DA IGREJA

Nesta altura Jenson entra no terceiro bloco que trata do Espírito e a Igreja. Lembra-nos que a pneumatologia funciona como uma cristologia eclesial, toda comunidade tem espírito, portanto, a minha vida também é, ela própria espírito. A igreja, assim como qualquer comunidade, tem um espírito. E como a igreja simplesmente é os discípulos de Jesus, seu espírito e o Espírito de Jesus são idênticos. O ponto crucial é a prometida vinda do Espírito em termos materiais na linguagem do poder e dos sinais de Mateus e Marcos, explicitamente por Lucas.

O fato de sermos comunidade de Jesus define a Igreja. Quando a igreja se defronta com decisões e problemas que fazem refletir sobre o seu próprio propósito e caráter, ela deve refletir cristologicamente e interpretar a si própria à luz do fato e da identidade do Jesus ressurreto; a Igreja desenvolve necessariamente uma espécie de cristologia eclesial.

Cada comunidade possui espírito, de fato um espírito. E cada comunidade tem algum deus. Inversamente, o espírito de uma comunidade é ou o espírito de seu deus, ou um dinamismo ameaçador e misterioso – talvez demoníaco. Assim a comunidade se confronta com a transcendência, e a transcendência aparecerá ou como a defesa da comunidade contra o espírito que assim a desorienta, ou como a própria desorientação. A igreja reivindica ser estabelecida como comunidade pelo cumprimento da esperança final de Israel em relação ao Espírito. Assim a identidade de Deus e Espírito é obrigatória também para a Igreja. Só mais um fator determinante deve ser lembrado: na igreja há um termo médio. O Espírito é o Espírito de Jesus; o Pai é o Pai de Jesus; e assim o Pai e o Espírito são um só Deus. A unidade de Deus e do Espírito é trinitária. Na Igreja, o Pai é o estar dado de Deus e o Espírito é a futuridade de Deus; e estes se opõem apenas pelas maneiras diferentes em que cada um é o único e mesmo Deus.

O Espírito da Igreja deve estar sujeito à letra sobre Cristo e justamente assim ser o Espírito livre de Cristo. Compreender e praticar essa dialética é uma tarefa pneumatológica essencial e permanente da Igreja. A identificação de Deus e Espírito e de Cristo e Espírito por Israel e pela igreja é simultânea com a identificação de palavra e Espírito e dependente dela.

Onde há comunidade, aí há comunicação. E ou a palavra é, ela própria, espírito, ou então é resistência ao espírito; inversamente, ou o espírito é a palavra, ou então subverte a palavra. A palavra é, em todo caso, a realidade de nossa relação uns com os outros e assim com o futuro; é pela linguagem que temos um mundo, de sorte que possivelmente nos encontremos nele. A missão da igreja só pode ser descoberta num ato de linguagem, de interpretação.

Jenson chega a afirmar que não pode haver dúvida quanto à opção da Igreja. Ninguém entra na Igreja ou recebe seu espírito a não ser pelo Batismo, isto é, historicamente, por um evento na vida da pessoa. Mesmo a prática do batismo de infantes não muda isso; ela apenas reconhece que o nascimento num lar que já está sob a disciplina da Igreja pode implicar um direito de iniciação.

O Espírito é a liberdade ilimitada de Jesus, libertada pela ressurreição. O que as pessoas fazem em sua liberdade é história. Assim também no caso de Jesus: o Espírito é a liberdade de Jesus efetuar realidade histórica. O Espírito é exatamente o contrário de uma libertação da história, ou de uma esfera de ser além da história. O Espírito é precisamente a liberdade de Jesus de ser pão e vinho, de viver em nossas congregações historicamente efetivas.

IV - ESPÍRITO CÓSMICO

Neste ponto, Jenson amplia a dimensão do Espírito, ou seja, não só particular de Israel, de Jesus e da Igreja, pois o Deus de Israel é o Criador de todas as coisas. Assim, se o Espírito Santo  é Deus, o vento deste Espírito, deve soprar sobre e através de todas as coisas. No Novo Testamento, o Espírito criador é quase exclusivamente proclamado como Criador da vida nova do povo particular de Deus; mas a própria significatividade deste discurso do Novo Testamento depende das escrituras hebraicas, que evocam o Espírito como criatividade universal.

Jenson diz que na tradição parece haver três temas: o Espírito é a liberdade  da historia universal; o Espírito é a espontaneidade do processo natural (com este termo Jenson, quer dizer que a realidade não é composta de coisas, mas de eventos, ou , como alguns preferem dizer, de ocasiões efetivas); o Espírito é a beleza da criação (com este termo, o espírito cósmico trata do culto, da liturgia, e o seu caráter comunitário, a beleza de todas as coisas).

Irineu afirma que, pela palavra, Deus concede a mera existência, pelo Espírito, ele transforma o que existe num “cosmo”, num todo ordenado cuja ordem é fundamentalmente uma ordem de adequação e adaptação mútua.

Jenson faz uso de Hegel para argumentar o Espírito cósmico. Segundo Hegel uma percepção central da tradição ocidental é que a realidade, no fundo, é consciente. a consciência universal pela intuição bíblica da consciência como sendo primariamente espírito. O mundo subsiste pelo fato de ser transformado, por um Deus que é – longe de uma mente estática – Espírito Vivo. Hegel formalizou a lógica desse sentido por meio de sua famosa  dialética de três passos. A história é feita de tese e antítese. A história faz sentido porque exatamente de tal contradição surge uma nova tese, uma síntese.

A consciência universal evoca o mundo, o mero objeto inconsciente, como seu próprio contrário. Mas exatamente assim  a Consciência encontra seu próprio Sentido – e sentido é a própria essência da consciência – nesse objeto, por meio dessa aço transformadora para realizar-se como Espírito e não mera Mente, e para realizar o mundo como história e não mero cosmo. Assim, o Espírito não apenas cria, mas também envolve o mundo; o Espírito é a liberdade da história universal. O Espírito é o ato em que Deus como Consciência supera os empates aparentemente estáticos da história, pela descoberta criativa do sentido das contradições. O Espírito é a liberdade daquilo que meramente é, e justamente assim está envolvido em alguma contradição, para a nova síntese que resultará em conflito.

Se Jesus ressurreto é Senhor, ele não é apenas Senhor da Igreja, mas sua vontade determina a história não apenas dos que crêem, e sim também de todas as nações. O senhorio  específico de Cristo fora da igreja ocorre quando e onde o milagre da criatividade “sintética” hegeliana ocorre efetivamente. Vamos postular,  sem ambigüidade, o primeiro, identificando a síntese histórica como ação de Jesus, como  o que é possível apenas para alguém ressurreto.

Jenson, usando Hegel, chega a nossa tese: O Espírito de Jesus é a espontaneidade do processo natural.

A pneumatologia é a tentativa de explicar toda a obra de Deus como realidade comunitária  entre nós. A pneumatologia é a tentativa de fazer da própria insistência de Lutero no “para nós”, como condição de todo discurso significativo sobre Deus, a vantagem desse discurso. Se a tentativa pode ter êxito, devemos julgar juntos – como uma decisão pelo Espírito.

Considerações Finais

Jenson faz um tratado pneumatológico luterano, onde a expressão inicial “a humanidade é espírito”, pode ser entendido fora do contexto luterano como uma idéia panteísta ou panenteísta. Dentro do contexto do pensamento construído por Jenson a frase simplesmente transmite a verdade da criação. Deus e o Espírito são um só.


[1] Sergio Moreira dos Santos, pastor batista, cursou o Bacharel em Teologia pela  FTBSP – Faculdade Teológica Batista de São Paulo. É professor da Faculdade Evangélica de São Paulo e do Seminário Teológico Batista do Sudeste do Brasil. É mestre em teologia, na área de Teologia e História pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Este texto ele produziu para aula que ministrou em junho de 2004, na FTBSP.

samedi 14 septembre 2013

História de Israel -- tradição e nomadismo

TRADIÇÃO E NOMADISMO
Jorge Pinheiro, Historia e Religião de Israel, origens e crise do pensamento judaico, ed. Vida, pp. 33--39.

A busca de um centro para as Escrituras hebraico-judaicas traduz uma preocupação moderna, que, na verdade, se referia à preocupação com a unidade desses livros, dentro de sua natural e reconhecida diversidade. Nós acreditamos que essa busca pelo centro causou bastante polêmica e não nos ajudou muito. Por isso, consideramos trabalhar melhor com a ideia de teia e linhas-força, que atravessam os livros e, por assim dizer, sustentam sua unidade. Essas linhas-força sempre foram reconhecidas por muitos estudiosos da história e da religião de Israel, mas na maioria dos casos foram apresentadas separadas umas das outras. Quando pensamos em teia ou rede, sabemos que todo o entrelinhamento é fundamental, assim como os próprios espaços vazios. Podemos então falar de um entrelinhamento teológico formado pelas linhas-força das ideias de Deus, ser humano, aliança, pecado, arrependimento, história e caminho.[1] Embora não seja nossa intenção aqui fazer uma teologia das Escrituras hebraico-judaicas, podemos dizer que a ideia de Deus nas Escrituras é peculiar e alinhava ideias que, se não inéditas, mas por estarem correlacionadas, apresentam um Deus peculiar, já que ele é único, eterno, criador e pessoal. Do ser humano também podemos dizer que é valorizado, pois não surge por acaso, tem universalidade, liberdade para a construção de seu destino.

A discussão em torno de um centro para a teologia de Gênesis é polêmica, pois o próprio conceito de centro, para muitos teólogos, seria uma limitação para um segundo conceito: o de revelação. Ora, dizem eles, se a revelação é dinâmica toda definição de centro é descabida.[2] Acontece que não devemos falar de um desenvolvimento linear em progressão, mas de uma expansão. Poderíamos tomar uma imagem, apesar dos perigos que um grafismo pode representar, de círculos concêntricos formados na água ao cair de uma pedra. A expansão se dá em todos os sentidos; há sem dúvida uma progressão, mas temos um centro inicial, criado pelo choque da pedra com a água. Já a aliança tem por base a descrição de um processo vivo que tem origem em determinado momento histórico, numa relação entre Deus e um personagem, que será transistoricamente definido no correr da história e dos textos.[3] Assim, ao entendermos o conceito de aliança como linha-força das Escrituras, a leitura do texto bíblico passa a ter uma compreensão que cresce conforme essas linhas se transformam em osso e carne, primeiramente, na vida dos patriarcas e, posteriormente, na formação da própria nação.

Mas falamos de sete linhas-força. Vejamos as outras quatro. Pecado e arrependimento: ao contrário da leitura reformada, as Escrituras hebraico-judaicas não afirmam que o ser humano é bom ou mal, mas que agirá a partir dessa polaridade. Isso fica claro no diálogo que Deus tem com Caim, quando diz que ele está inclinado para o mal, que está diante dele como um animal feroz, mas que Caim deve dominá-lo. Essa conversa, de certa forma, apresenta nas Escrituras hebraico-judaicas um padrão humano, a tendência ao mal. Assim podemos ler Gênesis 6.5; 8.21 e Deuteronômio 31.21. É interessante ver que nenhum desses textos fala do ser humano como essencialmente corrupto, mas inclinado ao mal. A própria palavra yetzer, que vem da raiz yzr, utilizada quando as Escrituras falam de inclinação maligna, significa moldar, propor-se. A ideia aqui é que somos dirigidos por nossas inclinações, nossas imaginações, sejam elas boas ou más. Nesse sentido, somos totalmente diferentes dos animais. E é exatamente yetzer que, combinado à liberdade humana, possibilita o arrependimento. Ou, conforme, nos diz Deuteronômio 11.26-28:

Prestem atenção! Hoje estou pondo diante de vocês a bênção e a maldição. Vocês terão bênção, se obedecerem aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, que hoje lhes estou dando; mas terão maldição, se desobedecerem aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, e se afastarem do caminho que hoje lhes ordeno, para seguir deuses desconhecidos.

Como essas linhas se entrelaçam e formam uma teia, a ideia de história está presente nas Escrituras quando vê a vida humana e a realidade presente e futura como estruturas abertas, que nascem desse relacionamento e diálogo entre Deus e o ser humano. É a dicotomia existencial, ser natureza e transcender a ela, que leva o ser humano à possibilidade da revolução, ou seja, à construção da História. Tal fato pode ser mais bem compreendido nos relatos da libertação do cativeiro egípcio. Essa libertação não é uma libertação nacional, que inclui apenas uma etnia, mas revolução social. Ora, é nesse momento que tem início a história de Israel, como ação de liberdade, como revolução e construção da História.

Ou seja, Deus ouviu os gemidos e os clamores do povo hebreu debaixo da escravidão e viu a situação deles (Êx 2.23-25), o sofrimento deles, e resolveu ajudar. Biblicamente, a construção da história humana é sempre uma correlação entre o sofrimento e a coragem de optar pela liberdade. E este foi o desafio apresentado aos hebreus escravizados: construir a História e optar pelo caminho da liberdade significava correr riscos, já que muitas vezes há segurança na escravidão. Bem, e qual é o papel de Deus nessa proposta de construção da história de Israel? Mostrar ao hebreu que o objetivo do ser humano é ser completamente humano, mostrar opções para as escolhas humanas. Deus também discorda quando o hebreu toma o caminho errado, mas não o abandona, pois sua preocupação é com a salvação pessoal e coletiva do hebreu, e por extensão do ser humano, pela construção de uma comunidade governada por amor, justiça e verdade.

Uma das linhas-força dessa teia de ideias teológicas presente nas Escrituras hebraico-judaicas é a do caminho. Mais do que propor uma adoração a Deus, as Escrituras nos falam de andar com ele. Daí a ideia de caminho. Se o ser humano é colocado a cada momento e a cada dia diante da exigência de exercer sua liberdade e escolher entre o bem e o mal, ou, como diz Deuteronômio 30.15, “Vejam que hoje ponho diante de vocês vida e prosperidade, ou morte e destruição”, a vida é o bem maior, o modelo de escolha, já que Deus está vivo e nós também estamos vivos. A escolha correta então é esta: escolher a vida, caminho que fica entre o crescimento e a decadência. A linha-força do caminho da vida ou do caminho de Deus é extensa e profunda nas Escrituras, e sem ela a teia estaria incompleta. E é a partir dessa teia teológica que estrutura o pensamento hebreu e depois judaico que desejamos analisar outras questões.

O livro de Gênesis apresenta a humanidade recém-formada como monoteísta.[4] Até o capítulo 11, não vemos nenhum traço de idolatria. Somente após Babel surge a idolatria, que seria contemporânea ao aparecimento das nações da Antiguidade. Assim, a partir de Gênesis 12, temos nações idólatras, henoteístas, politeístas e pessoas que adoravam ao Deus único. Entre estas estão Abraão e Melquisedeque. A compreensão desse fato é importante para tirarmos das costas de Abraão a responsabilidade de ter criado a primeira religião monoteísta. Ele não criou a religião do Deus único, mas viveu uma tradição, no sentido de transmissão de conhecimento e cultura que vinha, em parte, de seus antepassados.

Vejamos um pouco mais sobre a vida de Abraão, conforme descrita em Gênesis 12.1—25.18. Ele vivia na terra formada entre os rios Tigre e Eufrates, às margens de um afluente do Eufrates, chamado Balique. Viveu com sua família em Harã, uma cidade altamente desenvolvida. Seus parentes — Terá, Naor, Pelegue, Serugue — têm seus nomes registrados nos documentos de Mari e dos assírios como nomes de cidades naquelas regiões.[5]

A cidade de Ur, onde Abraão vivera antes de ir para Harã, é situada pelos arqueólogos na região da moderna Tell el-Muqayyar, a catorze quilômetros de Nasiryeh, no sul do Iraque. Segundo estudos de Sir Leonard Woolley, do Museu Britânico, que reconstruiu a história de Ur desde o quarto milênio até o ano 300 a.C., o deus-lua Nanar, adorado em Ur, também era a principal divindade em Harã.

É interessante agregar que todas as ofensivas da teoria crítica, que se baseavam principalmente nos estudos de Graf-Wellhausen[6] e que afirmam que Abraão, Isaque e Jacó não existiram como indivíduos, mas foram personagens criados pela literatura mitológica israelita entre os anos 950 a.C. e 400 a.C., estão em franco descrédito. A partir de 1925, uma série de descobertas arqueológicas produziu uma revolução de informação até então inédita. Segundo Bright, “temos agora textos, literalmente dezenas de milhares, contemporâneos ao período das origens de Israel”.[7] Ele cita os 25 mil textos de Mari; os milhares de textos capadócios; os das execrações, os do médio império egípcio; e os tabletes de Nuzi, Alalakh e Ras Shamra, produzidos entre os séculos XX a.C. e XIV a.C.

Segundo os documentos diplomáticos de Mari, cidade situada na região do rio Eufrates, o início do segundo milênio se caracterizou pelo tráfego de tribos nômades por toda a região da Mesopotâmia e da Babilônia. Essas tribos tinham sua economia baseada em pecuária, ovinocultura e criação de camelos. Água e pastagens eram necessidades básicas desses grupos. Assim, a escassez de tais elementos determinava o movimento de toda a comunidade. Sendo uma economia ajustada, com mútua dependência de seus membros, forte sentido coletivo de propriedade e consciência de uma descendência comum, o grande fator de desequilíbrio, fora questões climáticas, era o aumento natural da população tribal. Esse fator levava ao fracionamento do grupo, quando crescia em demasia, à aglutinação de parcela de uma tribo a outro grupo tribal, ou a uma postura guerreira na tentativa de apossar-se de territórios controlados por comunidades agrícolas e sedentárias. Normalmente, quando a terceira opção acontecia, essas tribos nômades, com o tempo, acabavam sendo assimiladas pela cultura sedentária. Nesses casos, os líderes nômades e seus descendentes passavam em geral a ocupar a liderança da comunidade conquistada.

Abraão, seu pai e seus irmãos, assim como seu filho, Isaque, e seu neto, Jacó, foram nômades, ou melhor, seminômades, já que todos conheceram também a vida sedentária. Mas Abraão, sem dúvida, foi um homem que viveu sob tendas, acompanhando seu rebanho às nascentes de água e pastagens. Enfrentou as guerras, que caracterizaram o período e o modo de vida tribal. Essa vida dura e cheia de dificuldades fazia desses homens pessoas bastante especiais para a época.[8]

Ao sair de Harã, Abraão deixava para trás a cultura babilônica, mas isso não significa que todos os seus parentes compartilhavam suas ideias sobre a adoração do Deus único. Em Josué 24.2 vemos que membros de sua família eram politeístas. Em Canaã, ele também estava rodeado pela idolatria henoteísta, mas mesmo assim erigiu um altar a Elohim.

Este homem, Abraão, era sem dúvida alguém peculiar. A fé no Deus único produziu um fruto muito especial em sua vida. Era um homem que procurava a paz (Gn 13.8,9), generoso (Gn 14.21-24), hospitaleiro (Gn 18.1-8), intercessor (Gn 18.23-33), que buscava a justiça e o direito (Gn 18.19). Era um homem moral e temente a Deus.

Notas
[1]Cf. Erick Fromm, O Antigo Testamento, uma interpretação radical, p. 259-60.
[2]“Não é necessário verificarmos a evolução do problema nos últimos dois séculos, quando surgiram apreciações bastante divergentes da teologia bíblica. A publicação da teologia de Eichrodt projetou a questão para uma nova dimensão. No seu entender, o conceito central e símbolo apropriado que garante a unidade da fé bíblica é a aliança.” (Gerhard F. Hasel, Teologia do Antigo Testamento: questões fundamentais no debate atual, p. 57.)
[3]“A centralidade da aliança para a religião do AT já possuía defensores muito antes de Eichrodt.” (August Kayser, Die Theologie des AT in ihrer Geschichtlichen Entwicklung Dargestellt [A teologia do AT em seu desenvolvimento histórico], p. 74; tradução livre do autor.) “A concepção dominante dos profetas, a âncora e o alicerce da religião do AT em geral, é a noção de teocracia ou, utilizando a expressão do próprio AT, a noção de aliança.” (G. F. Oehler, Theologie des AT [Teologia do AT], I, p. 69; tradução livre do autor.) “O fundamento da religião do AT é a aliança por meio da qual Deus recebeu a tribo escolhida, a fim de realizar seu plano de salvação.” (apud Gerhard F. Hasel, op. cit., p. 57.)
[4] Cf. Yehezkel Kaufmann, A religião de Israel, p. 220.
[5] Cf. Samuel J. Schultz, A história de Israel no Antigo Testamento, p. 31.
[6] Cf. J. Wellhausen, Prolegomena to the History of Israel [Prolegômenos à história de Israel], Atlanta: Scholars Press, 1994, p. 331.
[7] John Bright, História de Israel, p. 97.
[8] “No deserto não existem muros para se protegerem, e daí a importância capital da liderança, a necessidade urgente de uma disciplina. Todavia, a mobilidade da vida nômade impede a fixação definitiva do poder em determinado grupo. Não há privilégio hierárquico. Quando surgem dificuldades, quando a guerra ameaça a segurança do grupo nômade, qualquer indivíduo de sagacidade maior ou de grande coragem impõe-se como chefe, mas não passa de primus inter pares: uma vez afastado o perigo, volta a seu lugar habitual. Diante de tais condições, o poder político dificilmente pode adquirir suficiente influência ou prestígio para prevalecer sobre a ética, sobre os valores morais, mormente com a crença dos hebreus, segundo a qual os homens, criados por Deus à sua imagem, beneficiam-se dos mesmos direitos e devem assumir as mesmas responsabilidades.” (León Epsztein, A justiça social no antigo Oriente Médio e o povo da Bíblia, p. 107-8.)


samedi 7 septembre 2013

O Gato do Rabino - Completo Dublado

Um filme sobre a 
possibilidade humana e solidária na vida

As felicidades e o fruto do Espírito

O caráter do cristão


OS DOIS TEXTOS


"Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus./ Felizes os que choram, porque serão consolados./ Felizes os mansos, porque herdarão a terra./ Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos./ Felizes os limpos de coração, porque verão a Deus./ Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus./ Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus./ Felizes sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós./ Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós". (Mateus 5: 3-12).

"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei". (Gálatas 5:22 e 23).

O CARÁTER DO CRISTÃO

Esses dois textos descrevem o caráter do cristão. Não são aspectos que devem ser desenvolvidos em separado, mas formam um todo equilibrado e diverso, que bem podemos definir como o roteiro para o discipulado cristão. A ordem é que todo discípulo amadureça todas as qualidades mencionadas.

Falando no monte, Jesus disse que cada pessoa possuidora dessas qualidades - são mansas e misericordiosas, humildes de espírito e limpas de coração, choram e têm fome e sede de justiça, são pacificadoras, sofrem injúria e perseguições por amor à justiça e por amor ao Mestre - é makários (em grego, significa feliz). Para muitos teólogos, Jesus estava apresentando uma teoria para a felicidade humana.[1] É importante, no entanto, esclarecer que a expressão makários refere-se não somente a um estado ideal de felicidade, mas uma construção real do caráter, que produz bençãos imediatas e futuras.

Na verdade, seguindo a lógica exposta por Gundry, Jesus se posiciona como um novo legislador, um novo Moisés, superior, promulgando uma nova lei, a lei do amor, que nasce do Espírito. Jesus não somente condena o arcaísmo da legislação ritual, mas deixa claro que uma nova aliança está nascendo. Assim, estamos diante de um novo povo. Esse israelita espirital terá um caráter novo, diferente em essência dos padrões do mundo. E os pais da igreja também entenderam assim.

Comentando as bem-aventuranças, Agostinho (354-430), o bispo de Hipona, vê na exposição de Jesus uma graduação, como se estivéssemos subindo uma escada. O primeiro degrau é a humildade, a submissão à autoridade divina, e o segundo degrau, a mansidão. Esses dois primeiros degraus colocam o discípulo, em espírito de piedade, diante do conhecimento de Deus. É então que, a partir daí, descobre os laços "com que os hábitos da carne e os pecados sujeitam a este mundo".[2] Assim, para Agostinho, os terceiro, quarto e quinto degraus estão relacionados à luta contra o presente século e seus ditames. Já o sexto degrau leva o crente, vitorioso anteriormente, a contemplar o "bem supremo, que somente pode ser visto por uma inteligência pura e serena".[3] O sétimo degrau é a sabedoria, que nasce da contemplação da verdade, que pacifica o homem e imprime nele a semelhança com Deus. E o último degrau volta ao primeiro, pois ambos nomeam o Reino dos Céus, a perfeição.

Embora a visão agostiniana seja excessivamente alegórica para nossa hermenêutica reformada, ela faz chegar até nós a compreensão dos pais da igreja sobre o Sermão do Monte.

AS QUALIDADES DE UM FRUTO SAUDÁVEL

Do que vimos até aqui, fica claro que o Sermão do Monte fala de qualidades, características dos discípulos de Cristo. E o texto de Galátas 5:22 e 23 sintetiza a mesma preocupação. Fala do fruto de uma árvore saudável. E descreve apenas um fruto, porque a idéia aqui desenvolvida é a de uma corrente, que só existe através de elos entrelaçados. Se apenas um elo for frágil, toda a corrente se faz frágil.

Essas nove virtudes, podem ser catalogadas, segundo Lightfoot,[4] em: 

(1) Hábitos mentais - amor, alegria, paz -, que inspiram o discípulo ao amor a Deus e aos homens, geram profundo regozijo de coração, que nenhuma obra da carne pode produzir, e criam um sentido de harmonia no que se refere a Deus e aos homens.

(2) Qualidades sociais - longanimidade, benignidade, bondade -, que nos levam a paciência passiva, diante de injúrias e perseguições, nos dão uma bondosa disposição em relação ao próximo e nos dirigem à beneficência ativa.

(3) Princípios gerais de conduta - fidelidade, mansidão, domínio próprio -, que traduzem posturas de comportamento, ou seja, ser dignos de confiança, não defender com unhas e dentes os próprios interesses e ter sob controle desejos e paixões.

Voltando ao Sermão do Monte, encontramos no versículo 20, do capítulo analisado: "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus".Esta declaração, uma ordem aos discípulos, une numa corrente de ouro, os dois textos estudados. E por que Jesus dá os escribas e fariseus como anti-exemplos? Porque, como explica Stott, "a grandeza do reino não é apenas avaliada pela justiça que se conforma à lei",[5] pois a entrada no reino torna-se impossível se não houver um comportamento que vá além da própria lei. Aliás, o apóstolo Paulo em Gálatas 5:23 diz que contra as virtudes expressas pelo fruto do Espírito não existe lei. Os escribas e fariseus diziam que a lei tinha 248 mandamentos e 365 proibições, e concordavam que era impossível cumprir tudo. Como então exceder os rabinos? Simplesmente porque não estamos limitados à lei de Moisés, mas à lei do Espírito. A justiça do cristão excede porque é mais profunda, é uma justiça que nasce do coração regenerado, é interna e tem como fonte o Espírito de Deus que habita em nós. É fruto do Espírito.

Assim, podemos dizer que o caráter do cristão, expresso em Mateus 5:3-12 e Gálatas 5:22 e 23, traduz na própria vida do discípulo seu novo nascimento. E, Jesus nos ensinou que ninguém entrará no reino dos céus se não nascer do Espírito.

Temas para exercício

As felicidades

(a) Felizes os humildes de espírito; 
(b) Felizes os que choram; 
(c) Felizes os mansos; 
(d) Felizes os que têm fome e sede de justiça; 
(e) Felizes os misericordiosos; 
(f) Felizes os limpos de coração; 
(g) Felizes os pacificadores; 
(h) Felizes os perseguidos por causa da justiça; 
(i) Felizes sois quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.

Definição das quatro primeiras

(a) Bem-aventurados os humildes de espírito, ou seja, aqueles que reconhecem sua própria miserabilidade diante de Deus, sua total dependência espiritual diante o Criador.
(b) Bem-aventurados os que choram, ou seja, aqueles que se derramam, compungidos diante de Deus por seus próprios pecados e pelos de seus irmãos. Expressa uma postura de verdadeiro arrependimento. 
(c) Bem-aventurados os mansos, ou seja, aqueles que perdoam, que não cobram a dívida, que alegremente caminham a segunda milha. 
(d) Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, ou seja, aqueles que olham para Cristo e querem ser igual a Ele. Cristo é o justo, sobre Ele repousa a justiça de Deus. Ter fome e sede de justiça é alimentar-se espiritualmente de Cristo, ser igual a Ele.

O texto-chave do Sermão do Monte.

"Porque eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus". Mateus 5: 20.

Explicação do versículo:

Os escribas e fariseus viviam uma religiosidade formal, de aparência, sem transformação real de vida, sem conversão. Nesse sentido, o cristão deve exceder esse padrão, ir além, mudar em essência, ter um coração de carne.

A condição para sermos aceitos por Jesus (Mt. 7:21-23).

É a veracidade daquilo que se professa. Praticar o que se prega. Nesse sentido, o que caracteriza o discípulo não é a exterioridade de suas ações, por mais poderosas, miraculosas ou expressivas, mas a obediência que se traduz em vida moralmente genuína e fecunda.

Explicação do significado da santificação no Antigo Testamento, no Novo Testamento e o desenvolvimento da conceituação.

(a) Apesar do mandamento ter sido expresso claramente em Levítico 19:2, "Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo", o kadish (a santificação) era, e é para o judeus, cerimonial. O kadish se dá em certos momentos da vida, em celebrações e rituais. Assim, no cabalat sabat (entrada do sábado) se faz santificação no culto familiar, na alimentação kosher (pura), nos utensílios utilizados pelos sacerdotes, antigamente no templo, hoje nas sinagogas. 

(b) A santificação cristã parte de outra perspectiva: somos definidos por Deus como santos. Devemos então viver aquilo que já somos: separados por Deus para servi-lo, glorificá-lo, espelhá-lo diante do mundo. Somos santos e devemos santificar toda a realidade circundante com nossa vida santificada e em crescente santificação. Esse novo conceito é claramente explicado na primeira carta do apóstolo Pedro, capítulo 1, dos versículos 13 ao 25, mas a segunda parte do versículo 15, nos dá a chave do pensamento cristão sobre a santificação: "tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento". 

BIBLIOGRAFIA
Agostinho, Santo, O Sermão da Montanha, Edições Paulinas, São Paulo, 1992.
Gee, Donald, Para Que Deis Fruto, Edições Vida, São Paulo, 1985.
Gundry, Robert H., Panorama do Novo Testamento, Edições Vida Nova, SP, 1991.
Stott, John R. W., "A Mensagem do Sermão do Monte", ABU Editora, SP, 1993.

Citações

[1] Citando Ernest M. Ligon, in "The Psychology of Christian Personality", John Stott afirma que as bem-aventuranças "não constituem tanto deveres éticos, mas uma série de oito atitudes emocionais fundamentais. O homem que reagir ao seu ambiente com este espírito terá uma vida feliz, pois terá descoberto a fórmula básica para a saúde mental". Stott, John R. W., "A Mensagem do Sermão do Monte", ABU Editora, São Paulo, 1993, p.22.
[2] Agostinho, Santo, O Sermão da Montanha", Paulinas, São Paulo, 1992, pp. 29 e 30. 

[3] Idem, op. cit., p. 30.
[4] Davidson, F, O Novo Comentário da Bíblia, Vida Nova, São Paulo, 1994, pp. 1245 e 1246. 
[5] Stott, op. cit., p.68.

mercredi 4 septembre 2013

Os mandamentos do judaísmo

As Sete Leis de Noé, segundo o judaísmo 

שבע מצוות בני נח, Sheva mitzvot b'nai Noah, também chamadas de Brit Noah, pacto de Noé, são os mandamentos que, de acordo com o judaísmo. foram dados a Noé após o Dilúvio como regras para toda a humanidade. Assim, enquanto os judeus estariam obrigados a cumprir as 613 leis da Torá, cujo resumo são os 10 mandamentos, os não-judeus estariam obrigados a seguir as Sete Leis de Noé.

O cumpridor destes mandamentos é chamado Ben Noah. A observância e guarda do Shabat não está incluída nas Sete Leis de Noé, já que este mandamento foi dado exclusivamente aos filhos de Israel. Assim, os não-judeus não estão obrigados a guardar e observar o Shabat, pois não foi lhes ordenado. Parte do judaísmo considera que aqueles não-judeus que guardam o shabat transgridem a Lei tornando-se objeto de maldição, a não ser que sejam peregrinos entre os israelitas. Outra parte do judaísmo entende que aquele que cumpre uma mitzva, não estando obrigado a cumpri-la, recebe sua recompensa, ainda que menor do que aquela recebida por aqueles que estão obrigados.

As Sete Leis de Noah são:

1. Avodah zarah - Não cometer idolatria.
2. Shefichat damim - Não assassinar.
3. Gezel - Não roubar.
4. Gilui arayot - Não cometer imoralidades sexuais.
5. Birkat Hashem - Não blasfemar.
6. Ever min ha-chai - Não maltratar aos animais.
7. Dinim - Estabelecer sistemas e leis de honestidade e justiça.

A interpretação, aplicação, jurisprudência e doutrina é de competência do Sanhedrin, especificamente da Jerusalem Court for Issues of Bnei Noah. As dúvidas referentes às 7 Leis do Pacto de Noé devem ser resolvidas acessando o site oficial da entidade ou consultando suas autoridades e seus delegados.

O Bnei Noach é proibido, por tipificar Avodah Zarah, de prestar culto a Jesus filho de José (Yeshua ben Yossef), assim como crer que ele foi manifestação do próprio Criador, em sua divindade, ou que compõe uma das 3 pessoas da doutrina Cristã da Trindade.

Os escritos que compõe o "Novo Testamento" ("Brit Chadasha") são classificados como obras de Avodah Zarah.

Fonte: Wikipedia

Os 613 mandamentos do judaísmo

Os 613 mandamentos ou 613 mitzvot, תרי"ג מצוות ou taryag mitzvot sendo TaRYaG um acrônimo do valor numérico "613, é o nome dado ao conjunto de mandamentos que, de acordo com o judaísmo, constam na Torá (os cinco livros de Moisés).

De uma forma geral, a expressão "A Lei de Moisés", em hebraico torat Moshé תורת משה, também é utilizada em referência ao corpo legal judaico.
Apesar das tentativas de codificar e enumerar os mandamentos contidos na Torá, a visão tradicional está baseada na enumeração de Maimônides. De acordo com essa tradição, os 613 mandamentos estão divididos em "mandamentos positivos", no sentido de realizar determinadas ações, mitzvot assê, mandamentos do tipo "faça!", obrigações, e "mandamentos negativos", de abstenção de certas ações, mitzvot ló taassê, mandamentos do tipo "não faça!", proibições. 

Existem 365 mandamentos negativos, correspondendo ao número de dias no ano solar, como se cada dia dissesse à pessoa: "Não cometa uma transgressão hoje"; e 248 mandamentos positivos, relacionado ao número de ossos ou órgãos importantes no corpo humano, isto é, como se cada membro dissesse à pessoa: "Cumpra um preceito comigo".

Apesar de o número 613 ser mencionado no Talmud, sua significância real cresceu na literatura rabínica medieval tardia.

Três dos mandamentos negativos envolvem yehareg ve'al ya'avor, o que significa que "uma pessoa deve se deixar ser morta ao invés de violar este mandamento negativo", são eles o assassinato, idolatria e relações proibidas.
Muitas das mitzvot não podem ser observadas a partir da destruição do Segundo Templo (70 E.C.), apesar de que ainda mantém significância religiosa. De acordo com um entendimento padrão, há 77 mandamentos negativos e 194 positivos que podem ser observados hoje. Há 26 mandamentos que se aplicam somente dentro da Terra de Israel. Além disso, existem mandamentos baseados em tempo das quais a mulher está isenta: exemplos -- incluem shofar, sucá, lulav, tzitzit e tefilin. Alguns dependem de um status especial da pessoa no judaísmo (como cohanim), enquanto outros se aplicam apenas aos homens e outros apenas às mulheres.

De acordo com o Talmud, um verso bíblico afirma que Moisés transmitiu a "Torá" de Deus para o povo judeu: "Moisés nos mandou a Torá como uma herança para a comunidade de Jacó".

O Talmud relata que o valor numérico hebraico (guematria) da palavra "Torá" é 611, e combinando os 611 mandamentos de Moisés com os dois recebidos diretamente de Deus somam 613. Os dois mandamentos que Deus entregou diretamente aos judeus foram os dois primeiros dos Dez Mandamentos: isso pode ser visto a partir do fato destes estarem escritos na primeira pessoa. O Talmud atribui o número 613 ao Rabino Simlai, mas outros sábios clássicos que sustentam essa visão incluem o Rabino Shimon ben Azai e o Rabino Eleazar ben Yossi, o Galileu. Isso é citado nos Midrashim Shemot Rabá, Bamidbar Rabá e o Talmud Babilônico.

Muitos filosófos e místicos judaicos, como o Baal HaTurim, o Maharal de Praga e líderes do judaísmo hassídico, encontram alusões e cálculos inspirados na relação com o número de mandamentos.

Os tzitziot, "franjas com nós", do talit, "xale [de orações", estão conectadas aos 613 mandamentos por interpretação: o principal comentarista da Torá, Rashi, baseia o número de nós em uma guematria: a palavra tzitzit (hebraico: ציצת (bíblico), ציצית, como soletrado na Mishná, tem o valor 600. Cada nó tem oito fios, quando dobrados, e cinco jogos de nós, totalizando 13. A soma de todos os números é 613. Isso reflete o conceito de que a utilização de uma vestimenta com tzitzit lembra seu usuário de todos os mandamentos da Torá.

Não existe uma única lista definitiva que expõe os 613 mandamentos. As listas diferem, por exemplo, em como elas interpretam as passagens na Torá que podem ser lidas como lidando com diversos casos sob uma única lei ou diversas leis separadas. Outros "mandamentos" na Torá são restritos como atos de uma única vez, e seriam consideradas como "mitzvot" que devam ser cumpridas por outras pessoas. Na literatura rabínica, os Rishonim e estudiosos mais tardios compuseram obras para articular e justificar sua enumeração dos mandamentos:

Sefer haMitzvot ("Livro dos Mandamentos") pelo Rabino Saadia Gaon
Sefer haMitzvot ("Livro dos Mandamentos") por Rambam
Sefer haChinuch ("Livro da Educação")
Sefer haMitzvot haGadol ou SMaG ("Grande Livro de Mandamentos") pelo Rabino Moisés ben Jacó de Coucy
Sefer haMitzvot haKatan ou SMaK ("Pequeno Livro de Mandamentos") pelo Rabino Isaac de Corbeil
Sefer Yere'im ("Livro dos Tementes [a Deus]") pelo Rabino Eliezer de Metz
Sefer haMitzvot pelo Rabino Israel Meir Kagan (o "Chafetz Chaim")

Mandamentos positivos

Saber que existe um Deus
Não distrair a mente com outros deuses além Dele
Saber que Ele é um
Amar a Ele
Temer a Ele
Santificar Seu nome
Não profanar Seu nome
Não destruir objetos associados ao Seu nome
Ouvir ao profeta falar em Seu nome
Não desmerecer o profeta
Imitar Seu jeito
Ser fiel a aqueles que conhecem Ele
Amar outros judeus
Amar convertidos
Não odiar um judeu
Reprovar um pecador
Não embaraçar outros
Não oprimir os fracos
Não falar depreciativamente dos outros
Não vingar-se
Não guardar rancor
Aprender a Torá
Honrar aqueles que ensinam e conhecem a Torá
Não praticar idolatria
Não seguir os caprichos do coração ou o que os seus olhos vêem
Não blasfemar
Não venerar ídolos da maneira que eles são venerados
Não venerar ídolos nas quatro maneiras que nós veneramos a Deus
Não fazer um ídolo para si mesmo
Não fazer um ídolo para outro
Não fazer formas humanas nem com propósitos decorativos
Não tornar uma cidade idólatra
Incendiar uma cidade que passou a praticar idolatria
Não reconstruí-la como cidade
Não tirar proveito dela
Não ser missionário para que outros venerem ídolos
Não amar o idólatra
Não deixar de odiar o idólatra
Não salvar o idólatra
Não dizer nada em sua defesa
Não evitar que ele seja incriminado
Não profetizar em nome da idolatria
Não ouvir um falso profeta
Não profetizar em falso em nome de Deus
Não ter medo de matar o falso profeta
Não jurar em nome de um ídolo
Não praticar o mediunismo
Não praticar yidoni vidência
O culto do Dia do Arrependimento
A oferta adicional da Festa de Tabernáculos
A oferta adicional de Shemini Atzereth
As três peregrinações anuais
Vir à presença do Senhor durante a Festa
Alegrar-se nas Festas
Sacrificar a oferta de Páscoa
Comer a oferta de Páscoa
Sacrificar a segunda oferta de Páscoa
Comer a segunda oferta de Páscoa
Tocar as trombetas no Santuário
Oferta de gado de um ano
Oferta dos sacrifícios sem mancha
O sal colocado com as ofertas
As ofertas queimadas
As ofertas pelo pecado
As ofertas pela culpa
As ofertas pacíficas
As ofertas de manjares
Ofertas pelo erro de um príncipe
As ofertas fixas pelo pecado
As ofertas pela incerteza da culpa
As ofertas incondicionais pela culpa
As ofertas de maior e menor valor
Fazer confissões
Redimir a primeira cria do jumento
Quebrar o pescoço da primeira cria do jumento
Trazer a oferta devida nas Festas
Todas as ofertas devem ser trazidas no Santuário
Todas as ofertas devem ser trazidas de fora de Israel para o Santuário
Ofertas pela remissão do pecado
Santidade da oferta substitutiva
O sacerdote comerá do que restar das ofertas
O sacerdote comerá das ofertas consagradas
As ofertas consagradas que se tornarem impuras para serem queimadas
O restante das ofertas consagradas devem ser queimadas
Os nazireus devem deixar os cabelos crescerem
As obrigações dos nazireus de cumprirem seus votos
Todos os compromissos devem ser cumpridos
Revitalização dos votos
Contaminando-se através do contato com carcaças de animais mortos
Contaminando-se através do contato com animais rastejantes
Contaminando-se através da comida e da bebida
A menstruação
Após o nascimento
A lepra
Vestes contaminadas pelo leproso
A casa de um leproso
O ZAR
Sêmen
O ZARAH
A imundície de um cadáver
A lei da aspersão da água
Imersão num banho ritual
Purificação de um leproso
Um leproso deve raspar sua cabeça
Um leproso deve fazer-se distinguir
As cinzas de um bezerro vermelho
Avaliação de uma pessoa
Avaliação de animais
Avaliação de casas
Avaliação de campos
Restituição por sacrilégio
Os frutos plantados no quarto ano
PEAH para o pobre
Colhendo para os pobres
Os molhos esquecidos para os pobres
Os cachos de uvas com defeito para os pobres
Colheita das uvas para os pobres
As primícias devem ser trazidas ao Santuário
A grande oferta trazida
O primeiro dízimo
O segundo dízimo
O dízimo levítico pelos sacerdotes
O dízimo do homem pobre
A declaração do dízimo
Recitar quando trouxer as primícias
A oferta da massa
Renunciando como dono a produção do ano Sabático
O descanso da terra no Ano Sabático
Santificar o Ano do Jubileu
Tocar o shofar no décimo dia de Tishri no ano do Jubileu
Devolução da terra no Ano do Jubileu
Redenção de uma propriedade numa cidade murada
Contagem dos anos para o Jubileu
Cancelar reivindicações no Ano Sabático
Os débitos dos idólatras
O que é devido aos sacerdotes no sacrifício de todo animal limpo
As primícias da colheita devem ser dadas ao sacerdote
Coisas consagradas
Shechitah
O sangue da cobertura de pássaros e animais mortos
Liberar uma barragem quando está se aninhando ?
Procurando por lembranças prescritas no gado e animais
Procurando por lembranças prescritas nos pássaros
Procurando por lembranças prescritas nos gafanhotos
Procurando por lembranças prescritas nos peixes
Determinar a lua nova
Descanso no Sábado
Proclamar a santidade do Sábado
Remoção das folhas
Recontando a partida do Egito
O pão sem fermento deve ser comido na véspera do dia de Nissam
Descanso no primeiro dia de Pessach
Descanso no sétimo dia de Pessach
Contagem do Ômer
Descanso em Shavuot
Descanso em Rosh Hashanah
Jejuar em Yom Kippur
Descansar em Yom Kippur
Descansar no primeiro dia de Sukkot
Descansar em Shemini Atzereth
Habitar numa cabana em Sukkot
Pegar o lulav em Sukkot
Escutar o shofar em Rosh Hashanah
Dar meio shekel anualmente
Dar atenção aos profetas
Nomear um rei
Obedecer ao Supremo Tribunal
Concordar com a decisão da maioria
Nomear juízes e oficiais do governo
Tratar litigantes igualmente diante da lei
Testemunhar em juízo
Perguntar sobre o relato das testemunhas
Condenar testemunhas por falso testemunho
Eglah arufah
Estabelecer cidades de refúgio
Estabelecer cidades para os levitas
Remover coisas perigosas de nossos lares
Destruir todo idólatra
A lei da cidade apóstata
A lei da sete nações
A extinção de Amaleque
Relembrar os escritos malignos de Amaleque
A lei da não-obrigação de ir à guerra
Nomear um sacerdote para a guerra
Preparar um local fora do campo
Incluir um remo entre os implementos de guerra
O ladrão deve restituir o que foi roubado
Caridade
Dar ofertas generosas ao trabalhador hebreu em sua libertação
Emprestar dinheiro aos pobres
Interesse
Restituir o prometido ao dono necessitado
Pagar os salários em dia
Ao empregado deve ser permitido comer do produto entre aqueles que trabalham
Levantar um animal caído
Ajudar o dono a levantar o seu fardo
Devolver o que foi perdido ao dono
Repreender o pecador
Amar ao próximo
Amar ao estrangeiro
As leis de pesos e medidas
Honrar aos mestres e idosos
Honrar aos pais
Respeitar aos pais
"Ser frutífero e multiplicar-se"
A lei do casamento
A devoção do noivo à sua esposa por um ano
A lei da circuncisão
A lei do casamento levirato
Chalizah
O violador deve casar-se com a moça que ele violou
A lei da difamação da noiva
A lei da sedução
A lei da mulher cativa
A lei do divórcio
A lei da suspeita de adultério
Açoitar os transgressores de certos mandamentos
A lei do homicida involuntário
Os transgressores de certos mandamentos devem ser decapitados
Os transgressores de certos mandamentos devem ser enforcados
Os transgressores de certos mandamentos devem ser queimados
Os transgressores de certos mandamentos devem ser apedrejados
Os corpos de certos transgressores devem ser pendurados depois da execução
A lei do enterro
A lei da obrigação do levirato hebreu
Um hebreu deve redimir sua família casando-se com a mulher de seu irmão
Redenção pelo levirato
A lei da obrigação cananita
As penalidades para injúria por ferimentos
A lei por ferimentos causados por um boi
A lei por ferimentos causados por um buraco
A lei do roubo
A lei do dano causado por um animal
A lei do dano causado pelo fogo
A lei da dívida não paga
A lei da dívida paga
A lei do empréstimo
A lei da compra e venda
Salvar a vida dos perseguidos
A lei dos litigantes
A lei da herança

Mandamentos negativos

Crer ou atribuir algo à deidades e não a Ele
Fazer imagens com propósito de adoração
Fazer ídolos para outros adorarem
Fazer figuras humanas
Curvar-se a um ídolo
Adorar ídolos
Oferecer nossos descendentes à Moloque
Praticar a feitiçaria do OB
Praticar a feitiçaria do YIDDEONI
Estudar práticas idólatras
Erigir uma coluna a qual o povo se reunirá para honrar
Fazer figuras de pedra para prostrar-nos a elas
Plantar árvores dentro do Santuário
Jurar por um ídolo
Convocar o povo para a idolatria
Procurar persuadir um israelita a adorar ídolos
Amar uma pessoa que procura induzir ao erro da idolatria
Relaxar a aversão ao enganador
Salvar a vida do enganador
Defender contra o enganador
Reprimir evidências que são desfavoráveis ao enganador
Beneficiar-se dos ornamentos que adornam um ídolo
Reconstruir uma cidade apóstata
Tirar benefícios de uma propriedade de uma cidade apóstata
Aumentar nossa saúde com algo ligado à idolatria
Profetizar em nome de um ídolo
Profetizar falsamente
Ouvir profecia de quem profetiza em nome de um ídolo
Ter piedade de um falso profeta
Adotar hábitos e costumes dos incrédulos
Praticar adivinhação
Guiar nossa conduta pelas estrelas
Praticar a arte da adivinhação
Praticar a bruxaria
Praticar a arte dos encantamentos
Consultar o necromante que usa o OB
Consultar uma bruxa que usa a YIDOA
Buscar informações dos mortos
Mulher usando roupas e adornos de homens
Homem usar roupas e adornos femininos
Fazer qualquer marca sobre seu corpo
Usar vestes de lã e linho
Cortar as têmporas de nossas cabeças
Cortar a barba
Fazer ferimentos na própria carne
Fixar-se na terra do Egito
Aceitar opiniões contrárias daqueles que ensinam a Torah
Fazer aliança com as sete nações de Canaã
Falhar em observar a lei concernente às sete nações
Mostrar misericórdia aos idólatras
Suportar os idólatras habitando em nossa terra
Casar-se com os heréticos
Casar-se com mulheres moabitas e amonitas
Excluir os descendentes de Esaú
Excluir os descendentes dos egípcios
Oferecer paz à Amon e Moabe
Destruir árvores frutíferas durante a colheita
Temer os hereges em tempo de guerra
Esquecer o que Amaleque fez contra nós
Blasfemar o Grande Nome
Violar O SHEBUAT BITTUI
Jurar pelo SHEBUAT SHAV
Profanar o nome de Deus
Por à prova suas promessas e admoestações
Destruir lugares de adoração
Deixar o corpo de um criminoso pendurado após a execução
Interromper o zelo pelo santuário
O Sumo Sacerdote entrar no santuário a qualquer hora, mas não no tempo certo
Um sacerdote com defeito entrar em qualquer parte do Santuário
Um sacerdote com defeito ministrar no santuário
Um sacerdote com defeito temporário ministrar no santuário
Os levitas e sacerdotes executando os serviços distribuídos uns dos outros
Entrar no santuário ou decidir sobre qualquer lei da Torah enquanto contaminado
Um ZAR ministrando no Santuário
Um sacerdote impuro ministrando no Santuário
Um sacerdote que é TEVUL YOM ministrando no santuário
Um imundo entrar em qualquer parte do santuário
Um imundo entrar no campo dos levitas
Construir um altar de pedras lavradas
Subir ao altar com os pés
Extinguir o fogo do altar
Oferecer qualquer sacrifício sobre o altar de Ouro
Fazer óleo como o óleo da unção
Ungir outro a não ser o Sumo Sacerdote com o óleo da unção preparado por Moisés
Fazer incenso como aquele usado no Santuário
Remover as varas dos anéis da Arca
Remover o peitoral do Éfode
Rasgar as beiradas da túnica do Sumo sacerdote
Oferecer qualquer sacrifício fora do Santuário
Matar qualquer das santas ofertas fora do santuário
Dedicar animais imundos para serem oferecidos sobre o altar
Matar animais defeituosos para o sacrifício
Espalhar o sangue de animais com defeito sobre o altar
Queimar as porções sacrificiais de um animal com defeito sobre o altar
Sacrificar um animal com defeito temporário
Oferecer animal defeituoso de um gentio
Tornar uma oferta imunda
Oferecer fermento ou mel sobre o altar
Oferecer um sacrifício sem sal
Oferecer sobre o altar o salário de uma prostituta ou o preço de um cão
Sacrificar a mãe e seu filho no mesmo dia
Colocar azeite na oferta de um pecador
Trazer incenso com a oferta de um pecador
Misturar óleo de oliva com a oferta de uma pessoa suspeita de adultério
Colocar incenso na oferta de uma pessoa suspeita de adultério
Trocar um animal imundo que foi consagrado como uma oferta
Trocar a oferta santa por outra
Redimir o primogênito de um animal limpo
Vender o dízimo do gado
Vender uma propriedade consagrada
Redimir uma oferta consagrada sem uma declaração de propósito
Cortar a cabeça de um pássaro de uma oferta pelo pecado durante MELIKAH
Fazer qualquer trabalho com um animal dedicado
Tosar um animal dedicado
Sacrificar a oferta e Páscoa tendo ainda pão fermentado em mãos
Deixar as porções sacrificiais da Páscoa oferecidas na noite anterior
Deixar algumas das comidas consagradas da Páscoa sobrarem até ao amanhecer
Deixar algumas das comidas consagradas da Festa em quatorze de Nisam sobrar até o terceiro dia
Deixar algumas das comidas consagradas da segunda Páscoa sobrarem até ao amanhecer
Deixar algumas das comidas das ofertas de Ações de Graças sobrarem até ao amanhecer
Quebrar qualquer dos ossos da oferta de Páscoa
Quebrar qualquer dos ossos da segunda oferta de Páscoa
Tirar a oferta de Páscoa de onde ela está para comê-la
Confeitar a sobra da oferta de manjares com fermento
Comer a oferta de Páscoa cozida ou cru
Permitir um GER TOSHAB comer a oferta de Páscoa
Um incircunciso comer a oferta de Páscoa
Permitir a um israelita apóstata comer a oferta de Páscoa
Uma pessoa impura comer comida consagrada
Comer comida das ofertas consagradas que se tornaram impuras
Comer NOTHAR
Comer PIGGUL
Um ZAR comer TERUMAH
Um inquilino ou servo do sacerdote comer TERUMAH
Um sacerdote incircunciso comer TERUMAH
Um sacerdote impuro comer TERUMAH
Um HCLALAH comer comida santa
Comer a oferta de manjares de um sacerdote
Comer comida de oferta pelo pecado cujo sangue tenha sido trazido dentro do santuário
Comer ofertas consagradas inválidas
Comer o segundo dízimo não remido do grão fora de Jerusalém
Consumir o segundo dízimo não remido do vinho fora de Jerusalém
Consumir o segundo dízimo não remido do óleo fora de Jerusalém
Comer uma primícia imaculada fora de Jerusalém
Comer a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa fora do pátio do santuário
Comer comida da oferta queimada
Comer as santas ofertas menos importantes antes de espargir seu sangue sobre o altar
Um sacerdote comer primícias fora de Jerusalém
Um ZAR comer as ofertas mais santas
Comer algo não remido e impuro do segundo dízimo, ainda que em Jerusalém
Comer o segundo dízimo durante o luto
Gastar dinheiro do resgate do segundo dízimo, exceto com comida e bebida
Comer TEVEL
Alterar as ordens prescritas para a dízima da colheita
Atrasar no pagamento de votos
Vir à Festa sem um sacrifício
Infringir qualquer obrigação oral, mesmo comprometendo-se sem um voto
Um sacerdote casar-se com uma ZONAH
Um sacerdote casar-se com uma CHALALAH
Um sacerdote casar-se com uma mulher divorciada
Um sacerdote casar-se com uma mulher viúva
Um sacerdote Ter relações com uma viúva
Sacerdotes com os cabelos despenteados entrarem no Santuário
Sacerdotes usando roupas alugadas entrarem no Santuário
Sacerdotes ministrantes deixarem o Santuário
Um sacerdote comum manchar-se por qualquer pessoa morta, exceto aquelas prescritas nas Escrituras
Um sacerdote estar sob o mesmo teto com um corpo morto
O sumo sacerdote manchar-se por qualquer pessoa morta
Levitar adquirirem um pedaço de chão na terra de Israel
Levitas dividirem os despojos da conquista na terra de Israel
Arrancar os cabelos de um morto
Comer um animal impuro
Comer qualquer peixe impuro
Comer qualquer ave impura
Comer qualquer inseto saltitante alado
Comer qualquer coisa que enxameia a terra
Comer qualquer coisa rastejante que reproduz-se em material apodrecido
Comer criaturas vivas que reproduzem-se em sementes ou frutas
Comer qualquer coisa de enxame
Comer NEVELAH
Comer TEREFAH
Comer um pedaço de uma criatura viva
Comer um GID HÁ-NASHEH
Comer sangue
Comer a gordura de um animal limpo
Cozer carne no leite
Comer carne cozida no leite
Comer carne de um boi apedrejado
Comer pão feito do grão da nova safra
Comer grão tostado do grão da nova safra
Comer espigas frescas do grão
Comer ORLAH
Comer KILAI HÁ-KEREM
Beber YAIN NESECH
Comer e beber em excesso
Comer no Yom Kippur
Comer fermento durante a Páscoa
Comer qualquer coisa contendo fermento durante a Páscoa
Comer fermento depois do meio dia do dia quatorze de Nisan
Fermento ser encontrado em nossas casas durante a Páscoa
Possuir fermento durante a Páscoa
Um nazireu beber vinho
Um nazireu comer uvas frescas
Um nazireu comer uvas secas
Um nazireu comer as sementes de uvas
Um nazireu comer as folhas secas de uvas
Um nazireu contaminar-se por um morto
Um nazireu contaminar-se por entrar numa casa contendo um defunto
Um nazireu barbear-se
Colher toda a safra
Colher espigas de milho que caiam durante a colheita
Recolher todo o produto da vinha no tempo da vindima
Recolher as uvas caídas durante a vindima
Retornar por um feixe esquecido
Semear KILAYIM
Semear grãos ou vegetais na vinha
Acasalar animais de diferentes espécies
Trabalhar com dois tipos de animais diferentes
Impedir o animal de comer o produto enquanto ele está trabalhando
Cultivar o solo no sétimo ano
Podar árvores no sétimo ano
Colher o que nasceu voluntariamente no sétimo ano como num ano comum
Juntar o que nasceu como num ano comum
Cultivar o solo no Ano do Jubileu
Colher os renovos no Ano do Jubileu como num ano comum
Juntar o fruto do Ano do Jubileu como num ano comum
Vender nossas propriedades em Israel perpetuamente
Vender as terras abertas dos levitas
Desamparar os levitas
Exigir pagamento de débitos depois do Ano Sabático
Reter o empréstimo a ser cancelado no Ano Sabático
Falhar em ajudar nossos próprios irmãos
Mandar embora um escravo judeu de mãos vazias
Exigir pagamento de um devedor que sabe-se não poder pagar
Emprestar por interesse
Tomar emprestado por interesse
Participar de um empréstimo por interesse
Oprimir um empregado atrasando o pagamento de seus salários
Tomar garantia de um devedor à força
Manter em garantia algo necessário à seu próprio dono
Tomar garantia de uma viúva
Tomar em garantia utensílios de cozinha
Raptar um israelita
Roubar dinheiro
Cometer furto
Alterar fraudulosamente os limites da terra
Usurpar nossos débitos
Repudiar nossos débitos
Jurar falsamente para repudiar um débito
Enganar um outro nos negócios
Enganar um outro na conversa
Enganar um prosélito na conversa
Enganar um prosélito nos negócios
Entregar um escravo fugitivo
Enganar um escravo fugitivo
Negociar asperamente com órfãos e viúvas
Empregar um escravo hebreu em trabalhos degradantes
Vender um escravo hebreu em audiência pública
Empregar um escravo hebreu em trabalho desnecessário
Permitir maus tratos a um escravo hebreu
Vender uma escrava hebréia
Afligir o esposo de uma escrava hebréia
Vender uma mulher cativa
Escravizar uma mulher cativa
Planejar adquirir a propriedade de outro
Cobiçar os pertences de outros
Um trabalhador alugado comer grão em crescimento
Um trabalhador alugado colocar em seus próprios vasos a colheita
Ignorar propriedade perdida
Deixar uma pessoa capturada
Enganar em pesos e medidas
Ter falsos pesos e medidas
Um juiz cometer injustiças
Um juiz aceitar presentes do litigantes
Um juiz favorecer um litigante
Um juiz ser dissuadido por temor de fazer um justo julgamento
Um juiz decidir em favor de um homem pobre por pena
Um juiz perverter um julgamento contra uma pessoa de má reputação
Um juiz compadecer-se de alguém que assassinou um homem
Um juiz perverter a justiça devida a prosélitos ou órfàos
Um juiz ouvir um dos litigantes na ausência do outro
Um júri convicto num caso capital por maioria de um
Um juiz confiar na opção do próprio julgamento
Apontar um juiz ignorante
Levar falsas testemunhas
Um juiz recebendo o testemunho de um homem perverso
Um juiz recebendo o testemunho de uma única testemunha
Convicção pelo testemunho de uma única testemunha
Matar um ser humano
Pena capital baseada em evidência circunstancial
Uma testemunha agindo como advogado
Matar um ladrão sem provas
Poupar a vida de um perseguido
Punir uma pessoa por um pecado cometido na prisão
Aceitar resgate de uma pessoa que tenha cometido assalto intencional
Aceitar resgate de uma pessoa que tenha cometido crime involuntário
Negligenciar salvar um israelita em perigo de vida
Permitir obstáculos em seu domínio público ou provado
Dar notícia enganosa
Infligir excessiva punição física
Levar mentiras
Odiar um ao outro
Trazer vergonha sobre outro
Trazer vingança sobre outro
Ter rancor
Pegar todo o ninho dos pássaros
Cortar a ...
Amputar ou cauterizar sinais de um leproso
Arar um vale no qual o ritual de EGLAH ARUFAH tenha sido executado
Permitir a um bruxo o amor
Tirar um recém-casado de sua casa
Diferir de autoridades tradicionais
Acrescentar à Lei escrita ou oral
Detratar a Lei escrita ou oral
Amaldiçoar um juiz
Amaldiçoar um governante
Amaldiçoar um israelita
Amaldiçoar os pais
Agredir os pais
Trabalhar no Shabat
Viajar no Shabat
Punir no Shabat
Trabalhar no primeiro dia de Pesach
Trabalhar no sétimo dia de Pesach
Trabalhar em ATZERETH
Trabalhar em Rosh Hashanah
Trabalhar no primeiro dia de Sukkot
Trabalhar em Shemini Atzereth
Trabalhar em Yom Kippur
Ter relações com a mãe
Ter relações com a esposa do pai
Ter relações com a irmã
Ter relações com a filha da esposa do pai se ela é sua irmã
Ter relações com a filha de um filho
Ter relações com a filha de sua filha
Ter relações com a filha
Ter relações com uma mulher e sua filha
Ter relações com uma mulher e a filha de seu filho
Ter relações com uma mulher e a filha de sua filha
Ter relações com a irmã de seu pai
Ter relações com a irmã de sua mãe
Ter relações com a esposa de um tio
Ter relações com a esposa de um filho
Ter relações com a esposa de um irmão
Ter relações com a irmã de sua esposa durante os últimos dias de vida
Ter relações com uma mulher menstruada
Ter relações com a mulher de outro homem
Homem ter relações com um animal
Mulher ter relações com um animal
Um homem relacionar-se carnalmente com outro macho
Um homem relacionar-se carnalmente com seu pai
Um homem relacionar-se carnalmente com o irmão de seu pai
Intimidade com uma parenta
Um MANZER ter uma relação com um judeu
Ter relações sem casar-se
Casar-se novamente com uma mulher divorciada depois de ela Ter se casado de novo
Ter relações com uma mulher sujeita ao casamento levirato
Divorciar-se de uma mulher que tenha estuprado e tenha sido compelido a casar-se
Divorciar-se de uma mulher após tê-la acusado falsamente a infamado
Um homem incapaz de procriar casar-se com um judia
Castração
Eleger um rei não israelita
Um rei possuir muitos cavalos
Um rei possuir muitas mulheres
Um rei ter grande escolta pessoal


Fonte: Wikipedia