dimanche 23 janvier 2022

Sermão vespertino para o terceiro dia comum

 A mãe e a hora de Jesus

Sermão vespertino de 22 de janeiro de 2012

Pr. Jorge Pinheiro


Versículo-chave

Deste modo, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais. Assim manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele”. (João 12.11)


No terceiro dia (depois do encontro com Felipe e Natanael), houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava lá. 2 Jesus e os seus discípulos também foram convidados. 3 A certa altura da boda faltou vinho. Então a mãe de Jesus disse-lhe: "Já não há vinho!" 4 Jesus respondeu: "E que temos tu e eu a ver com isso, mulher? A minha hora ainda não chegou". 5 Ela então disse aos criados de mesa: "Façam tudo o que ele disser". 6 Havia ali seis vasilhas de pedra das que os judeus utilizavam para as suas cerimônias de purificação. Cada uma levava uns cem litros de água. 7 Jesus mandou aos criados: "Encham de água essas vasilhas". Eles encheram-nas até acima. 8 Depois disse-lhes: "Tirem agora um pouco e levem ao mestre de cerimônias para ele provar". Eles assim fizeram. 9 O mestre de cerimônias provou a água transformada em vinho. Não sabia o que tinha acontecido, pois só os criados é que estavam ao corrente do fato. Mandou então chamar o noivo 10 e observou-lhe: "É costume nas bodas servir primeiro o vinho melhor e só depois de os convidados terem bebido bem é que se serve o menos bom. Mas tu guardaste o melhor até agora!" 11 Deste modo, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais. Assim manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele. 12 Depois disto, Jesus desceu até Cafarnaum, com a sua mãe, os seus irmãos e os discípulos, e ficaram lá alguns dias”. (João 12.1-12)


  1. Um estranho diálogo 


A certa altura da boda faltou vinho. Então a mãe de Jesus disse-lhe: Já não há vinho! “E que temos tu e eu a ver com isso, mulher? A minha hora ainda não chegou” (João 2.3-4). “O que há entre nós” era uma expressão judaica, que aparece tanto no Antigo (Jz 11.12; 2Sm 16.10; 1Rs 17.18) como no Novo Testamento (Mt 8.29; Mc 1.24; Lc 4.34). 


Maria, presente na festa de casamento, pediu para que Jesus manifestasse a sua glória. Aqui temos um diálogo aparentemente estranho. Há uma pedido de Maria e há uma resposta algo seca, como se Jesus quisesse fugir ao pedido. Assim começa a história do primeiro milagre público de Jesus. Mas, mãe e filho se conheciam muito bem.


Maria era uma mãe judia piedosa. Mas o que era uma mãe judia piedosa? A família judia, nas tradições antigas, recitava na entrada do shabat o último capítulo de Provérbios, como referência e tributo a esposa e mãe ideal. Esposa e mãe eram vistas como pessoas alegres, compreensivas, reverentes. Ela dava o tom espiritual cotidiano da família. Reunia os filhos em torno de si, quando pronunciava a benção das luzes, preparava a casa para as festas. E, importante, era a conselheira de toda a família. Aquela mãe piedosa conhecia o seu filho. E o filho conhecia a sua mãe. Assim, naquele diálogo não houve discussão, Maria expôs o problema e se dirigiu aos empregados da casa: "Façam tudo o que ele disser". É... ela conhecia o seu filho.


Mas o clamor de Maria remete ao clamor humano diante das limitações, do fim da alegria e da felicidade que trombam com a perda de sentido, com a morte. O vinho acabou. Na caminhada humana, o vinho sempre acaba, permanece diante de nós a alienação, o atravessar errantes o deserto não escolhido. A frase de Maria é de todos nós humanos... o vinho acabou!   


  1. A hora de Jesus


A minha hora ainda não chegou” (João 2.4). Mas, qual é a hora de Jesus? E a hora da manifestação da sua glória. E essa hora se aproximava, dirá mais tarde o apóstolo João (7.30; 8.20; 12.23-27). O pedido de Maria transformou-se assim numa antecipação simbólica da manifestação da glória, que teve seu anticlímax, seu momento de terror e tristeza, na cruz, e seu clímax, seu momento maior, na ressurreição. Como Moisés (Ex 4.1-9), Jesus deveria realizar sinais para mostrar que tinha sido enviado pelo Pai. Esses sinais e maravilhas deveriam chamar seus discípulos à fé.


Mas ele disse à mãe que ainda não chegara o momento da manifestação maior de sua glória. Não do seu ministério, que já iniciara com seu batismo, tentação no deserto e escolha dos primeiro discípulos. Por isso, João se refere ao casamento de Caná como o terceiro dia a partir da escolha de André, irmão de Pedro, Filipe e Natanael.


Dias depois, numa discussão no templo de Jerusalém, os chefes dos judeus perguntaram-lhe: "Que sinal nos mostras para poderes fazer isto?" Jesus respondeu: "Destruam este santuário e eu em três dias o hei-de levantar”. (João 2.18-19).


A transformação de água em vinho apresentou-se, então, como uma antecipação da ressurreição, fim definitivo do clamor humano, da perda de sentido, das lágrimas... A ressurreição de Jesus foi e é a manifestação de sua glória. E, por isso, o apóstolo Paulo clamará: “se não há ressurreição, comamos e bebamos, porque amanhã morremos” (1Coríntios 15.32)

Deste modo, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais. Assim manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele” (João 12.11).


  1. Para meditarmos juntos: Eu, você e a hora de Jesus


Como os discípulos, eu e você vimos a glória de Jesus. Ele fez esses sinais para que eu e você crêssemos. Cremos que Jesus é o rei da glória?


Cristo ressuscitou dos mortos e é a garantia de ressurreição para os que morreram. Assim, se por meio de um homem começou a morte no mundo, por outro homem começou a ressurreição dos mortos. Deste modo, unidos a Adão todos estão sujeitos à morte e unidos a Cristo todos voltarão a receber a vida” (1Coríntios 15.20-22).


AMÉM


Vá e faça o mesmo

 O bom samaritano

Pr. Jorge Pinheiro


Jesus respondeu: 

-- Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Por acaso um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, passou pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano estava viajando por aquele caminho e chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Chegou perto e fez curativos, pondo azeite e vinho nas feridas. Depois disso, colocou o homem no seu próprio animal e o levou  para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo:

-- Tome conta dele. Na volta, quando eu passar por aqui, pagarei o que você gastar a mais com ele.

Então Jesus perguntou ao professor da Lei:

-- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?

-- Aquele que o socorreu – respondeu o professor da Lei.

-- Pois vá e faça a mesma coisa – disse Jesus. 


Parábola do bom samaritano, 

Evangelho de Lucas 10.30-37, 

versão da Bíblia na Linguagem do Hoje.


A tomada de decisão na vida pessoal e social é uma exigência constante. Vivemos sob um bombardeio de encruzilhadas. Quando possuímos desejo de mudança, advindo dos erros cometidos, postura e atos mudam a vida até aqui levada. Invertem-se então os papéis. De qualquer maneira, é incontestável o defrontar-se com a necessidade de solucionar difíceis questões no correr de nossa vida. 


Nossas perplexidades diante das circunstâncias e do mundo têm sempre solução na encruzilhada da cruz, que nos apresentam caminhos novos a percorrer. Mas o sentido desse caminhar é desafiador. 


A encruzilhada surge quando precisamos percorrer os quatro caminhos que nos levam à mudança: a escolha de opções, a renúncia da indiferença, a renúncia do status quo e a escolha da pessoa. 


O primeiro caminho é o da opção ou a via das opções


É preciso ter em mente que a partir do momento em que tomamos esse caminho, temos as opções práticas de escolha para a decisão.


Quando estamos diante de um desafio, estamos também diante de alternativas de escolha, quer seja uma só ou várias. Toda opção exige liberdade de escolha, preferência, tomada de decisão. Por isso é tão difícil. 


Mas, diante da indecisão, temos de escolher dentre as opções a que melhor soluciona o desafio que se levanta diante de nós. Quando entendemos isso, já demos o primeiro passo no caminho das opções. E esse primeiro passo é um progresso. 


Quando tomamos uma decisão é preciso refletir até que ponto ela é inquestionável. Quando descobrimos sua incontestabilidade as dificuldades tornam-se mais fáceis de serem resolvidas, porque temos a convicção de que a melhor opção já foi tomada. Mas ainda faltam caminhos a percorrer.


O segundo caminho é o da renúncia à indiferença


Renúncia a tomar posições é uma tentação presente em nossas vidas. É algo demoníaco e só se justifica em casos não vitais e passíveis de aprazamento. Muitas vezes, renunciamos à tomada de decisão quando ela nos parece traumática, não cabível ou impossível à primeira vista, assim protelamos porque nos traz um aparente conforto. Mas, na maioria dos casos, este é o pior caminho. Através dele ignoramos a decisão e optamos pela indiferença: fingimos que a decisão não se refere a nós e preferimos não enxergá-la.


Normalmente, quando ignorarmos a decisão, a situação tende a se complicar ainda mais. Além, é claro, da possibilidade de sermos considerados covardes e irresponsáveis por aqueles que nos observam.

 a Idem 

Ao escolhermos a via da renúncia à indiferença, procuramos mudar o cenário da decisão a fim de mudar paralelamente as opções de escolha. Ao percebermos que as opções disponíveis não bastam ou não nos atende de maneira satisfatória, procuramos uma mudança nas premissas que estabeleceram a decisão. E é esta situação que nos leva ao terceiro caminho.


O terceiro caminho é o da renúncia ao status quo


Quando trilhamos o caminho das opções e avançamos através da renúncia à indiferença somos, muitas vezes, desafiados a fazer um terceiro caminho: percorrer a via da resignação da dignidade de posições aparentemente inquestionáveis. Renúncia aos privilégios do status quo é isso... sacrifício para que possamos superar circunstâncias e tomar decisões.


O quarto caminho é a escolha da pessoa


Quando nos deparamos com circunstâncias adversas, é fundamental que a escolha de opções e nossas renúncias nos levem à pessoa. É claro que os fatores externos precisam ser levados em conta, a mudança dos paradigmas pessoais é prioritária, mas se permanecermos neles como únicas bases para nossa escolha, o futuro será implacável. A criatura humana, imagem de Deus, ser consciente de si mesmo, senhor dos seus atos e, por isso, responsável por eles, é o quarto momento do quadrívio. Mas, esta pessoa é também unidade social que se expressa no agrupamento humano organizado. No caminhar, o caminhante faz o caminho. E esta é uma questão radical.


É isso que Jesus nos ensina nesta belíssima parábola do Bom Samaritano. E é por isso que ele finaliza a história dizendo:

-- Vá e faça a mesma coisa.


Leandro Seawright Alonso entrevista Jorge Pinheiro

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxwb2RlcmVjdWx0dXJhMnxneDo3YTc4OTdmMmY4M2VkY2Fh 

Entrevista 13 - por Leandro Seawright Alonso.pdf



Omar de Barros Filho entrevista Jorge Pinheiro

Novela de memorias: un pedazo de mí, de Jorge Pinheiro
Extractos y entrevista con el autor brasileño


Por Omar L de Barros Filho | 06/07/2008 | Cultura
Fuentes: Via Politica 

Quien, como yo, tuvo la oportunidad de conocer a Jorge Pinheiro durante su activa militancia socialista en la década de los 70, después del exilio en Argentina, Chile y Europa, se quedó sorprendido con los rumbos de su trayectoria posterior, tras la derrota de la dictadura y la consolidación democrática brasileña, aún en proceso. Lo […] 

Quien, como yo, tuvo la oportunidad de conocer a Jorge Pinheiro durante su activa militancia socialista en la década de los 70, después del exilio en Argentina, Chile y Europa, se quedó sorprendido con los rumbos de su trayectoria posterior, tras la derrota de la dictadura y la consolidación democrática brasileña, aún en proceso. Lo normal sería que el talentoso periodista ocupara un cargo de importancia en los medios de comunicación tradicionales, o trabajara en alguna asesoría de comunicación del sector público o privado. Sin embargo, Jorge Pinheiro, un superviviente de la represión de la policía política de Brasil y del paredón de fusilamiento durante el golpe contra Allende, en Chile, optó por un camino distinto: se convirtió a la fe del cristianismo y adoptó la construcción de la Iglesia Baptista como su nuevo objetivo. Se doctoró en teología, escribió obras de temática religiosa, se volvió profesor y pastor. Ahora, al concluir el primer volumen de una trilogía en preparación –Novela de memórias: um pedaço de mim-, que será presentado por Eleva Cultural el próximo 31 de mayo en São Paulo, el científico de la religión, Jorge Pinheiro, abre una nueva etapa en su camino. Una inflexión que lo ha llevado a describir y reflexionar sobre la marcha de un militante marxista y sus camaradas por un continente sin rumbo, oprimido por regímenes arbitrarios, una América Latina injusta y violenta que, incluso así, ha sobrevivido a la sombra de las alas del cóndor. 

Capítulo 1 – Yendo… 

Rebeca quitó el pie del acelerador. El coche derrapó a un lado y chocó con fuerza en el barranco. Durante unos segunos ninguno de nosotros entendió lo que estaba sucediendo. Filemón tenía el rostro ensangrentado y el cuerpo anestesiado por el impacto. En el asiento de atrás, Yasmin y yo nos recuperamos rápidamente del susto y saltamos del coche. Entre los tres agarramos a Filemón por los brazos y lo arrastramos hacia fuera. Estaba demasiado pálido, color de cera, a no ser por el rojo que le escurría por la cara. 

-Está muerto -dijo Rebeca. 

-No, no lo está -respondió Yasmin. 

Y se miraron una a otra, con una disputa de miradas que todo el mundo conocía muy bien. Se odiaban y nunca perdían la oportunidad de demostrarlo. Es absurdo, esas dos van a empezar a pelearse aquí, quién sabe si se van a enzarzar, a morderse, a mentarse la madre, yo qué sé, mientras Filemón se disipa en la sangre. 

-Tiene un golpe en la cabeza. Si es algo muy grave, sólo lo sabremos después. Ahora no podemos llamar al médico. 

Las dos me miraron como si estuvieran delante de un extraterrestre. Cogimos un trozo de estopa viejo y manchado de aceite, el único que había a mano, limpiamos la cabeza de Filemón y le hicimos un vendaje con unos trapos que estaban tirados en el fondo del coche, un Dauphine que servía para todo. 

Reclinamos al chico en el barranco y, entonces, volvimos al mundo real. Eran las dos y media de la madrugada. Allí estábamos cuatro militantes del Movimiento Nacionalista Revolucionario con un coche lleno de armas, volcado junto a un barranco de la Rua Almirante Alexandrino, en Santa Teresa, Río de Janeiro. Mira que le había dicho a Rebeca que condujera con cuidado porque esos caminitos resbalaban. Cuidado con esa curva cercana al hospital alemán, cuidado. Pero quién dijo que Rebeca escuchaba. Siempre se consideraba una Mata Hari. Sólo que no usaba boquilla. Pero ¿será cierto que Mata Hari usaba boquilla o será una invención más de Hollywood? 

-Estamos cerca de casa. A unos cincuenta metros. El problema es si pasa alguien. 

Dominada la ira inoportuna, Yasmin se arregló la blusa y la minifalda, que se le había subido hasta la parte alta del muslo. Siempre combinaba el color de la minifalda con el de las bragas. Meneó la cabeza, se pasó la mano por el cabello, como si, de repente, se estuviera despertando para la vida. 

-Pongámonos manos a la obra antes de que alguien nos vea. 

Y una vez más los tres volvimos a trabajar juntos. Dimos la vuelta al coche, abracé a Filemón lo mejor que pude, agarrándolo como si fuera un borracho y lo arrastré hasta el edificio. Las dos mujeres, llenas de paquetes, intentaban andar deprisa delante de mí. No corrían. Las ametralladoras, aun desmontadas, eran bultos pesados. Lo que nos faltaba era que nos detuvieran ahora, después de un viaje tan largo. 


Jorge Pinheiro habla en un acto público
en São Paulo el 1 de mayo de 1978 

Capítulo 15 – Ahumada con huérfanos 

Escena Tres – Diálogo Tres 

El hombre que fue baleado en el pecho, a quemarropa, que tiene la camisa y la parka verde oliva quemadas, continúa su historia. Todos escuchan en silencio. 

El autobús de carabineros bloquea la calle sin salida. Empiezan a llegar tanques. Voy a intentar romper el cerco por la retaguardia. Hacemos explotar una pared y salimos por detrás. Estamos en San Joaquín, frente a la Coca Cola. 

Ametrallan a León. Unos compañeros lo llevan de regreso a Indumet. Los carabineros invaden Indumet y fusilan a León y a dos obreros más. 

Cruzamos San Joaquín y nos metemos en una calle al lado de la Coca Cola. 

Nuestro comando ha llegado a La Legua. Un camión de carabineros ha intentado interceptarnos, pero hemos respondido con tiros de bazuca. El camión se ha incendiado. Cogemos todas sus armas y hemos dado un pequeño discurso exhortándoles a que luchen al lado del pueblo y no contra él. 

Ocupamos la plaza de La Lengua. Tomamos un camión de bomberos, ponemos la sirena y pasamos de población en población llamando a la gente a que resista y defienda a su gobierno. 

En La Legua dejamos a una compañera que estaba herida en el tobillo. Se ha quedado con algunos habitantes de una población y se ha salvado. 

Llegamos a Sumar, que era uno de los lugares de concentración, según nuestro plan de resistencia. Varios compañeros estaban llegando de Tomás Moro. Uno de ellos con una camioneta llena de armas. 

El compañero Lozada, de la comisión política, ha dirigido nuestra reorganización. Tenemos 200 hombres armados. 

En esto nos ataca un helicóptero Puma del Ejército. Baja a la altura de las copas de los árboles y nos empieza a ametrallar. Unos cien compañeros responden inmediatamente. El Puma es alcanzado y se aleja con rapidez, mortalmente herido. 

He pensado en derribarlo con un tiro de bazuca o de M60, pero ya no teníamos esas armas a mano. En medio de ese alboroto, recuerdo la frase del Che: «Si la revolución es verdadera, o se vence o se muere». 

Para no ser un blanco fácil y concentrado, creamos un comando para que se una a los trabajadores de Mademsa-Madeco. He ido en ese comando. 

En el camino, por La Legua, nos han atacado unidades de carabineros. Como la orden era llegar a Mademsa-Madeco, un grupo se ha quedado combatiendo, mientras otro, cerca de 50 compañeros, ha roto el cerco y ha seguido su camino. 

Hemos llegado a nuestro destino y ahí hemos creado nuestra segunda defensa perimetral, con coches, radio y control de varias manzanas. 

A las tres de la tarde me he reunido con el interventor de la fábrica, un compañero socialista. Hemos conseguido pan para los combatientes. Entonces la central de radio me ha informado de que hasta el momento no había habido ninguna comunicación de las regionales. 

Los militares habían ocupado todas las radios. 

FICHA TÉCNICA:
Novela de memórias: um pedaço de mim
Autor: Jorge Pinheiro dos Santos
Editorial: Eleva Cultural
Acabado: Rústica
Formato: 16 x 23, 152 páginas
Precio: R$ 28,00 

PRESENTACIÓN:
31 de mayo, a las 18h, en la Saraiva Mega Store Pátio Paulista
Rua 13 de Maio, 1947 Bela Vista, São Paulo/SP
Tel: (11) 3171.3050
Contacto com Layr Cruz. E-mail: elevacultural@elevaculrural.com
Tel: (11) 8119.9894 – Skype: layr.cruz 


A continuación, lea la entrevista de Jorge Pinheiro con Omar L. de Barros Filho, editor de ViaPolítica, sobre Novela de memórias: um pedaço de mim, en la que el autor discurre detalladamente sobre el libro y sobre las bases de su opción religiosa. 


VP – Usted aún es joven. Los políticos, periodistas y escritores, en general, escriben sobre sus memorias ya tarde, cuando el ocaso se aproxima. ¿Por qué publica su libro ahora? 

Jorge Pinheiro – Gracias por lo de joven. Tengo 63 años, con salud hasta ahora, pero 63 años nos llevan a pensar en el tránsito en dirección a la eternidad. Ya ha empezado la cuenta regresiva. Las ideas del libro parten de los factores, el papel de la utopía socialista en mi vida y los demonios que acosaron mi juventud. 

En realidad, como novela de memorias, el libro tiene dos personajes: yo mismo y la utopía socialista. Cuando hablo de utopía no es para menospreciar el sueño del socialismo, sino para colocarlo en un nivel de realización permanente, histórica y transhistórica. O sea, veo el caminar permanente de la utopía, siento su olor agradable, pero no necesariamente voy a vivirla como desearía. 

Y los demonios, siguiendo a Nietzsche, son los pecados de la juventud que se tornan virtud en la vejez. Son las pesadillas que andan siempre al lado de los sueños. En ese sentido, como cualquier texto biográfico, mi libro tiene la función de un exorcismo. Exorcizar a fantasmas y demonios y quedarse con la utopía generadora de nuevos sueños. 

El libro es la primera parte de una trilogía esperada. Es mi historia y la historia de mi utopía, donde todo lo demás es escenario. Es biografía, pero también ficción, pues los sueños y demonios están personificados e interfieren en la vida del autor y de su sueño más grande. 

VP – ¿Cuál es el periodo de su historia personal abarcado por la obra que en breve será publicada? 

Jorge Pinheiro – La historia abarca de 1969 a 1973. O sea, mi militancia en el Movimiento Nacionalista Revolucionario/MNR, el primer exilio, la militancia en el Chile de Allende, la prisión después del golpe de Pinochet y la condena a fusilamiento. 

Si tenemos en cuenta que me llevaron al paredón para fusilarme y hoy puedo contar la historia para ustedes, es fácil entender los demonios de mi vida personal. 

VP – ¿Siente algún tipo de nostalgia del periodo marcado por la acción política del 68, 40 años después de lo ocurrido?

Jorge Pinheiro – Ustedes publicaron hace unas semanas un excelente artículo sobre Daniel Cohn-Bendit, en el que pide a las nuevas generaciones que olviden el Mayo francés [1]. Yo y mi mujer, Naira Carla Di Giuseppe Pinheiro dos Santos, hemos reflexionado bastante sobre esta cuestión y, a diferencia de Cohn-Bendit, no negamos la contemporaneidad de 1968. Al contrario, damos gracias a Dios por aquel «kairos», como esfuerzo de ruptura con una sociedad arcaica y sin sintonía con lo nuevo que se avecinaba, y de construcción de un socialismo democrático y revolucionario. Llamar el movimiento del 68 rebeldía juvenil es no entender la riqueza creativa del «kairos» histórico. Es negar las luchas que partieron de estudiantes y trabajadores de Francia en dirección a los Estados Unidos, Italia y Alemania, y desechar las luchas entre el capital y el trabajo, las guerras de Vietnam, Laos, Camboya y las insurrecciones populares en Chile, Portugal y Nicaragua. 

No tengo nostalgia, porque no sitúo mi acción en el pasado, sino en el presente, como activista político-social que soy. El Mayo francés abrió un nuevo momento en la historia del planeta y no se limitó a Europa. Se expandió por el mundo. Y mi vida política, sea en Brasil, Chile, Argentina e incluso Europa, estuvo vinculada al Mayo francés. Desde pequeño aprendí que no se escupe en el plato en que se come. Creo que he progresado en relación con mi ingenuidad militante y juvenil, pero eso no significa negar los momentos nobles y poderosos de mi militancia en los años 60 y 70. 

Mi conversión al cristianismo, que es un acto de fe en el sacrificio de Cristo, no implicó de ninguna manera un abandono de mi conciencia política. Nosotros, los baptistas, consideramos inalienable la libertad de conciencia y creemos que cada persona es libre ante Dios en todas las cuestiones de conciencia. 

En ese sentido, soy un utópico: creo que debo partir de una ética de responsabilidad social. Eso implica entender la paradoja de la multicultura relacional brasileña: vivimos en un país donde impera la moral autoritaria del señor, de la casa grande y la senzala [2], y la moral libertaria de la contracultura -la moral del «no existe pecado por debajo del Ecuador/ vamos a hacer un pecado abierto, sudado, a todo vapor» [3]. 

Por eso, cualquier actuación en el campo social comporta comprender esta realidad. Sin embargo, consciente de que las sociedades deben organizarse a través de relaciones democráticas, considero que el reto de la Iglesia en América Latina es basar su compromiso en el imperativo protestante: libertad, conocimiento y justicia. 

Tal proceso se expandirá conforme crezca la conciencia de que tenemos la tarea de transformar Brasil en un país donde todos puedan tener acceso a condiciones dignas de vida y justicia social. Y, lógicamente, todo el continente. 

VP – ¿Cómo ocurrió el proceso vivido por usted -un militante marxista radical considerado peligroso por la dictadura brasileña- de ruptura con su política y el posterior encuentro con el cristianismo, la Iglesia Baptista y la teología? ¿Cómo lidia con esa cuestión hoy en día?

Jorge Pinheiro – Jesús proclamó la llegada del Reino de Dios, que es un reino de justicia, paz y alegría. Es bien cierto que, muchas veces, el cristianismo ha dejado la proclamación del Reino de Dios de lado y ha procurado vivir bajo la tutela del reino de este mundo. Sin embargo, sólo para demostrar la implicación cristiana protestante en la transformación del mundo, voy a remitirme a la historia de la militancia cristiana en la Inglaterra del siglo XVIII. 

William Wilberforce y William Pitt son dos personajes conocidos en Inglaterra, pero no entre nosotros. Amigos desde la universidad, estos dos hombres, en el siglo XVIII, llegaron al Parlamento con poco más de veinte años. Pitt fue elegido primer ministro y se ganó el mote de «el Joven» para diferenciarlo de su padre, que también había ocupado el cargo. Decidió llevar adelante un proyecto político audaz: acabar con el tráfico de esclavos, liderado por Inglaterra. Un proyecto difícil, pues la mayoría de los parlamentarios estaba directa o indirectamente ligada al tráfico. 

Pitt convocó a Wilberforce para ayudarlo en la tarea. Y fue así como dos movimientos marcaron a Inglaterra: la campaña contra la esclavitud, que empezó en 1789, con un discurso de William Wilberforce en la Cámara de los Comunes, y las campañas para las reformas laborales, que desembocaron en el movimiento social cristiano. El 23 de febrero de 1807 se suspendió el tráfico de esclavos, gracias a la militancia cristiana y política de Wilberforce. 

A partir de ese momento, otro activista, Thomas Fowell Buxton, encabezó las campañas abolicionistas. Los dos, Wilberforce y Buxton, pertenecían a un pequeño grupo protestante surgido en la parroquia de Clapham, pueblecito distante a ocho kilómetros de Londres. De modo que la comunidad de Clapham, aliada con los grupos no conformistas, y a través de publicaciones, charlas y movilizaciones en la calle, fue responsable de algunas de las manifestaciones sociales más importantes de Inglaterra. El 25 de julio de 1833, la Ley de Emancipación liberó a los esclavos en todo el imperio británico. 

El significado de esa acción repercutió en todo el mundo, incluso en el Imperio brasileño, estratégicamente ligado a Inglaterra, a través de tres intelectuales: Joaquim Tabuco, Rui Barbosa y Luiz Gama. Tabuco, que era diplomático, se inspiró en el cristianismo militante de Wiilberforce para organizar el movimiento que llevó a la monarquía brasileña a aprobar la Ley del Vientre. Sumada a la presión británica, la militancia de Tabuco contribuyó a la abolición de la esclavitud, en 1888. 

Junto con las campañas abolicionistas, las reformas laborales movilizaron a otros intelectuales provenientes del anglicanismo, como John Malcom Ludlow (1821-1891), Charles Kingslev (1819-1875) y Thomas Hughes (1822-1896), que lucharon por el fin de la esclavitud, contra el trabajo infantil en las fábricas y por la jornada de diez horas. Esas movilizaciones conllevaron una amplia reforma social y el surgimiento del movimiento socialcristiano inglés. 

Como vemos, los protestantes iniciaron el movimiento social inglés. Hombres como Ludlow, Kingslev, Maurice y Hughes crearon el socialismo cristiano en Inglaterra. Con plena conciencia de lo que estaban haciendo, Maurice proclamó «la necesidad de una reforma teológica inglesa, para evitar una revolución política y traer lo bueno que existe en las revoluciones extranjeras, que ha estado cada vez más grabado en mi pensamiento». 

El movimiento inglés repercutió con fuerza en los Estados Unidos. A pesar de la visión esclavista de muchos protestantes estadounidenses, como Richard Furman, líder baptista de Carolina del Sur, que, en cierto modo, traducía el sentimiento generalizado entre los terratenientes del sur, en el norte surgió un fuerte movimiento protestante contra la esclavitud. Su primer gran activista fue Charles G. Finney, seguido por abolicionistas como Theeodore Weld y Liman Beecher. 

Una novela marcará la campaña abolicionista y entrará en la historia de la literatura mundial: La cabaña del tío Tom, de Harriet Stowe. Con una lectura escatológica milenarista, Harriet Stowe consideraba que la esclavitud no era un pecado del Sur, sino que la culpa era nacional y, por eso, el juicio sería nacional. 

En el libro, atacaba la conciencia nacional esclavista con la esperanza de que una purificación del alma de los Estados Unidos librara el cuerpo político de la venganza divina. Es interesante saber que el argumento de Wilberforce, expuesto en sus campañas, sobre la inviolabilidad del concepto de que todos los hombres son iguales, fue recogido por el presidente estadounidense Abraham Lincoln en la ley de 1863 que abolió la esclavitud en los Estados Unidos. Lincoln, cuyo mandato se desarrolló en medio de la Guerra de Secesión, compartía la visión de Wilberforce de que era una inmoralidad poseer a otro ser humano y citaba al inglés en sus discursos. 

Con la guerra, llegó la victoria del Norte y la abolición de la esclavitud. Una vez abolida, la discusión sobre la industrialización del país, los daños humanos, miserias y exclusión que producía entraron en la orden del día. Surgieron los «protestantes públicos» que, al contrario de los «privatistas», hablaban de cristianismo social, evangelio social y servicio social. Exponentes de ese pensamiento fueron Washington Gladden, ministro congregacional de Ohio, el escritor Charles Sheldon, autor de una obra que llegó a ser famosa, En sus pasos, ¿Qué haría Jesús?, y el pastor baptista Walter Rauschenbusch. 

Rauschenbusch (1861-1918) era de origen alemán. Planteó la cuestión del evangelio social, a partir de una lectura que combinaba la doctrina bíblica de la responsabilidad social y los socialistas utópicos. Defendió una democracia económica y política y propuso una actuación a través de los sindicatos. 

«Nuestra economía política ha sido durante mucho tiempo el oráculo de un dios falso. Nos enseñaron a ver las cuestiones económicas desde el punto de vista de los bienes y no de los hombres. Nos contaron cómo la riqueza es producida y dividida y consumida por el hombre, y no cómo la vida y el desarrollo del hombre pueden mejorar y ser promovidos por la riqueza material. Es significativo que en la economía política se descuide la discusión del consumo de la riqueza, a pesar de que la cuestión humana es la más importante de todas. La teología debe ser cristocéntrica, pero la economía política debe volverse antropocéntrica. El hombre es cristianizado cuando pone a Dios por encima de sí mismo, la economía política será cristianizada cuando coloque al hombre por encima de la riqueza. Es eso lo que hace una economía política socialista«, afirmó en Christianity and the social crisis. 

En el mismo libro decía que 

«nada dará a la clase trabajadora una comprensión más real de su condición de clase y de su objetivo final que la lucha permanente para conquistar sus reivindicaciones mínimas y para eliminar las presiones reaccionarias contra sus sindicatos. Nosotros partimos del principio de que una organización fraternal de la sociedad no tendrá fuerza si sólo es apoyada por idealistas. Ésta (la organización fraternal de la sociedad) necesita el sustento firme de la clase trabajadora, cuyo fruto económico depende del éxito de ese ideal. La clase trabajadora industrial es, consciente o inconscientemente, la fuerza para la realización de ese principio. Los que desean la victoria, desde un punto de vista religioso, tendrán que hacer una alianza con la clase trabajadora. Sin embargo, el principio protestante de la libertad religiosa y el principio democrático de la libertad política llevan a la victoria a través de la alianza de la clase media, que también desea la conquista del poder, con la clase trabajadora; de esa manera, el nuevo principio cristiano, que busca una organización fraternal de la sociedad, debe aliarse para una conquista que ambos quieren«. 

Creo que estoy en buena compañía, principalmente cuando recuerdo al compañero Martin Luther King Jr., pastor baptista, y uno de los mayores militantes de la causa social de todos los tiempos. 

VP – ¿Cómo aparecen en el libro esa crisis y su superación? ¿La revolución y Cristo aún caminan juntos en América Latina? ¿Por qué? 

Jorge Pinheiro – Hoy, en América Latina, muchos intelectuales, pastores y teólogos protestantes están organizados alrededor de proyectos sociopolíticos. Sin embargo, lógicamente, la primera preocupación de las iglesias protestantes es la vida espiritual de las personas y su renovación en Cristo. Hoy en día no son pocos los evangélicos que actúan inspirados en la fe cristiana en los movimientos populares, los sindicatos, los partidos políticos y los ministerios de acción social de sus iglesias. Y, en relación con nuestro país, actuar políticamente ya forma parte de la vida de los protestantes brasileños. En términos de organización, voy a hablar de los movimientos que, aunque sean nuevos, han fermentado positivamente el suelo militante evangelista. El primero es el movimiento de la Misión Integral, que procura implicar a las iglesias locales con el compromiso social. En la visión de la Misión Integral, de la cual formo parte y soy uno de sus muchos teóricos, la proclamación del Evangelio tiene consecuencias sociales cuando mira al ser humano como totalidad. 

La teología de la Misión Integral busca la justicia social porque entiende la fe como intervención política, material y espiritual, y cree que la transformación de las personas y los cambios estructurales están relacionados. 

Y porque creemos que el ser humano es la imagen de Dios, la Misión Integral es una teología para aquellos que carecen de bienes y posibilidades, pero que, como los demás, son imagen de Dios. Los desposeídos de bienes y posibilidades tienen conocimiento, habilidades y recursos. Tratarlos con respeto significa crear condiciones para que sean arquitectos del cambio en sus comunidades, en vez de imponer soluciones. Trabajar con los desposeídos y expropiados implica la construcción de relaciones que conducen a un cambio mutuo. 

Para la Misión Integral, quienes pueden y deben actuar así son las iglesias. El futuro de la misión integral se define, pues, en términos de capacitar a las iglesias locales para que transformen las comunidades de las cuales forman parte. Las iglesias, como comunidades de cuidado e inclusión, son el centro de lo que significa hacer misión. Las personas, en particular, son atraídas a la comunidad cristiana antes de ser atraídas por el mensaje cristiano. 

Esa manera de producir inclusión social nace de abajo, nace de las iglesias, traduce una teología del Reino de Dios, comunitaria, la experiencia de caminar con las comunidades. Vista así, la iglesia no es meramente una institución, sino una comunidad en la que se concretan los valores del Reino de Dios. 

La participación de los desposeídos y expropiados en la vida de la iglesia lleva a encontrar nuevas maneras de ser iglesia en el contexto de la cultura brasileña. De esa manera, la Misión Integral, que hoy abarca centenas de iglesias evangelistas brasileñas, es una teología social. Tal actividad se amplía para incluir avances hasta la transformación de valores, la valoración de las comunidades y la cooperación en cuestiones de justicia. Con su presencia entre los desposeídos y expropiados, la iglesia está en una posición singular para restaurar la dignidad de las personas, presentando valores que producen recursos y crean redes de solidaridad. 

Sin embargo, los problemas continúan presentes, por esto toda acción de transformación es permanente. Tenemos problemas políticos y sociales, como pobreza, violencia y corrupción. También son evidentes la mala calidad de los servicios públicos en el área de la educación y la sanidad y las agresiones contra el medio ambiente. Por eso, en un momento en que la visibilidad y el reconocimiento de la presencia protestante reclaman expresiones políticas de responsabilidad y servicio, nosotros, o sea, un grupo de evangelistas de iglesias diferentes y de diferentes partes de Brasil, estamos actuando en la construcción de un movimiento llamado Evangelistas por la Justicia. 

Bien, debe estar pensando, ¿pero por qué dos movimientos: Misión Integral y Evangelistas por la Justicia? Considero que la Misión Integral, que hoy ya se estudia como materia en muchas facultades de teología, actúa a través de las iglesias sugiriendo programas y propuestas para que éstas actúen en los lugares donde están implantadas. Aquí, entonces, el agente es la iglesia local: agente de transformación social. 

Si pasamos al caso de los Evangelistas por la Justicia deseamos tener en este primer momento una actuación concienciadora sobre los formadores de opinión del mundo protestante. Al mismo tiempo, tenemos una preocupación definitivamente política, pues queremos una sociedad distinta, que supere el capitalismo y sus orientaciones ideológicas, el neoliberalismo y las llamadas terceras vías, y que implicará contribuciones de dentro y fuera del campo protestante. Sin embargo, por encima de todo, no es un proyecto que implique la creación de un poder evangelista o apoyado en la religión. 

Por eso, nosotros, los Evangelistas por la Justicia, rechazamos los modelos de fusión entre las instituciones religiosas y el poder económico. No porque consideremos que la política es indigna o contraria al mensaje del Reino de Dios, sino porque creemos que las instituciones políticas de una sociedad democrática deben ser construcciones históricas, pactadas entre personas de cualquier fe o de ninguna fe. A la vez, creemos que el papel de los cristianos es testificar su fe también en las cuestiones sociales y políticas. 

Así, la lucha contra la globalización excluyente y sus formas de legitimación ideológicas, seculares y religiosas, conservadoras o progresistas, es un proyecto que exige estrategia histórica, que va más allá de las confesiones religiosas, que remite a la aspiración de una humanidad libre y democrática. Sin embargo, es un proyecto legítimo para los que ven la fe cristiana como una llamada al compromiso con la liberación de todas las formas de esclavitud, opresión y discriminación, que niegan en los seres humanos la imagen de Dios y nos impiden un encuentro con nuestro Creador. Es eso. 



Notas del traductor: 

[1] Puede consultar el artículo de Mário Maestri «Cohn-Bendit pide disculpas» en español en Tlaxcala: http://www.tlaxcala.es/pp.asp?lg=es&reference=4931

[2] Pinheiro hace referencia a la novela de Gilberto Freyre Casa grande y senzala. Existen dos ediciones en español del libro, ambas traducidas por Benjamín Garay. Una de Emecé Editores (Buenos Aires, 1943) y otra de la Biblioteca Ayacucho (Caracas, 1977). Las senzalas son los lugares donde se alojaban los esclavos en las antiguas haciendas o las casas señoriales. 

[3] Referencia a la canción compuesta por Chico Buarque y Ruy Guerra Não existe pecado ao sul do Equador. Puede ver la letra y escuchar la canción en: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/86006/

Fuente: http://www.viapolitica.com.br/anima_view.php?id_anima=65

Artículo original publicado el 12 de mayo de 2008 

Sobre el entrevistado

Omar L. de Barros Filho es editor de ViaPolitica y miembro de Tlaxcala, la red de traductores por la diversidad lingüística. Àlex Tarradellas y Juan Vivanco son miembros de Rebelión, Cubadebate y Tlaxcala. Esta traducción se puede reproducir libremente a condición de respetar su integridad y mencionar a sus autores.





dimanche 19 décembre 2021

O cristianismo na França


Uma breve leitura do cristianismo na história da França

Prof. Dr. Jorge Pinheiro



Introdução


A religião na França é autorizada pela Declaração dos direitos do homem e do cidadão de 1789, desde que sua "demonstração não perturbe a ordem pública". Sua prática é definida pela lei de 9 de dezembro de 1905, que fez da França um estado secular. Ou seja, por lei existe a separação da religião e o estado, portanto a República Francesa não tem mais uma religião estatal ou uma religião oficial.


A França não possui estatísticas oficiais sobre as religiões. Donde, as estimativas se baseam em pesquisas de institutos privados que sempre variam e são de abrangência restrita. Podemos, no entanto, dizer que numa população de 67 milhões de habitantes, haveria cerca de 4 a 7 milhões de católicos, a maior religião da França -- no início do século XX, os católicos representavam 95% da população francesa, hoje são de 6 a 10%, mesmo que metade dos franceses continuem se dizendo católicos --, de 2 a 5 milhões de muçulmanos, 600 mil cristãos protestantes, 150 mil budistas e 125 mil judeus.


No entanto, no geral, a prática religiosa é relativamente baixa. Embora 70% da população tenha sido batizada, o país está entre os menos religiosos do mundo e os ateus são cerca de 40% dos franceses. Se levarmos em conta aqueles que não se identificam com nenhuma religião a percentagem de ateus mais os sem religião varia de 60 e 70%.


1. A expansão do cristianismo


A história do cristianismo na França começa no século II. Desde a separação das Igrejas do Oriente e do Ocidente (1054), foi marcante o papel da Igreja Católica na vida espiritual e social do país, desde a Idade Média até os tempos modernos. Só no correr do século XX e no início do século XXI diminuiu o papel do clero na vida dos fiéis e de suas práticas religiosas.


A evangelização da Gália, depois das províncias orientais do Império Romano, começou durante o segundo século. O cristianismo na Gália chegou através de comerciantes do Oriente. O cristianismo era tolerado, mas quando crescia muito em uma região ou comunidade sofria violenta perseguição. É o caso dos mártires de Lyon no ano 177.


O cristianismo seguiu a corrente comercial do Mediterrâneo subindo o vale do Ródano, onde Eusébio de Cesareia foi o respnsável pelo primeiro grupo de comunidades cristãs conhecidas em 177 em Lyon. Os cristãos dessa época se reuniam na clandestinidade, perto das cidades, nos locais onde seus mortos eram enterrados e onde celebravam seus cultos, como nas catacumbas de Roma.


Grégoire de Tours, em sua Histoire des Francs, apresenta histórias das diferentes origens, datas e valores cristãos, e fala de sete missionários que na época da perseguição em Roma, por volta de 250, foram enviados à Gália: Gatien de Tours, Trophime d'Arles, Paul de Narbonne, Saturnin de Toulouse, Denis de Paris, Austremoine de Clermont e Martial de Limoges. E assim surgiram os primeiros bispados na França, seguindo a tradição dos tempos apostólicos.


Dos séculos II ao IV cada igreja, ou santuário que geralmente se tornava lugar de peregrinação, assim como as festas que celebravam a história de Jesus, remetiam aos evangelistas e mártires apostólicos que ali estiveram presentes. É o caso de Caprais e Foy d'Agen cujos corpos só foram descobertos no século V, de Maurice d'Agaune e seus companheiros cujos corpos nunca foram encontrados, de Quentin Vermand e Lucien de Beauvais.


Irineu de Lyon ficou conhecido como um dos Pais da Igreja e foi o primeiro ocidental a desenvolver uma teologia sistemática. Do século II ao IV surgiram trinta bispados na Gália. Houve um crescimento material, graças às doações dos fiéis, um número crescente de bispos, construção de igrejas, bem como o mais antigo batistério retangular, em Poitiers, Lyon.


A expansão do cristianismo na Gália se reflete em números: enquanto a população total de cristãos não excedia 2% em torno de 250, alcançou de 5 a 10% sob Constantino no quarto século. O Concílio de Arles, em 314, condenou o donatismo (1). Mas o arianismo (2) se desenvolveu na Gália. Hilaire de Poitiers foi o grande defensor da ortodoxia nicena (3), e condenou o arianismo em 355. 


Martin de Tours introduziu o monasticismo (4) na Gália no final do século IV. O monasticismo martiniano se localizou ao redor do Loire, enquanto os monasticismos de Lerinian e Cassianita se desenvolveram no sul da Gália no século V.


No final do século V, a invasão dos francos afetou a presença cristã nas regiões onde haviam se estabelecido. Mas a conversão do rei Clóvis, em 499, favoreceu a fusão desse povo germânico, os francos, com o povo gaulês/romano sob o manto protetor do cristianismo niceno da Gália. Este evento, do ponto de vista histórico, simboliza a conversão do país ao cristianismo católico, quanto da tradição da origem divina da monarquia dos reis da França. Nesta perspectiva, a França foi considerada a "filha mais velha da Igreja".


O século VII foi um período importante para a expansão cristã tanto para a Europa quanto para a França. A evangelização das cidades e círculos aristocráticos nos quais os bispos estavam diretamente envolvidos, e a do campo em pleno crescimento demográfico, favoreceu a multiplicação de locais de culto, em especial graças ao desenvolvimento agrário, o que possibilitou o surgimento dos mosteiros, que se tornaram centros de altos estudos de teologia. Este período viu o desenvolvimento da rede paroquial nas áreas rurais até o século VIII.


2. Roma e monarquia francesa unidas


Em busca proteção militar contra os lombardos, o papa Estêvão II rompeu as últimas amarras de Roma com o Império Romano do Oriente em 754 e coroou Pepino, rei dos francos. Dessa maneira, a história do cristianismo ocidental se fundiu tanto com a da Igreja de Roma quanto com a da monarquia francesa. 


Do século XI ao XIII, os cavaleiros e soberanos franceses participaram das cruzadas na Espanha e na Terra Santa. A criação da Ordem do Templo em 1129 nasceu neste contexto de guerra santa. A Inquisição foi responsável pela luta contra as "heresias", oficializada pelo Papa Inocêncio III em 1199 com a criação de tribunais eclesiásticos. A Inquisição na França, entre 1459 e 1461, levou a julgamentos pessoas acusadas de bruxaria, não importando condições sociais, e obrigou os  judeus à conversão forçada.


No final da Idade Média, a Igreja Católica não tinha mais o papel cultural e social que tivera no meio da Idade Média. As mudanças econômicas levaram à criação de estados modernos e empresas privadas. A Igreja não tinha mais tanta terra e meios econômicos para se impor culturalmente. No nível político, isso se traduziu no confronto do rei da França, Philippe le Bel, com o papa Bonifácio VIII, quando cada um buscando afirmar a primazia absoluta de seu poder. Isto levou ao grande cisma do catolicismo, nos anos de 1378 a 1418, quando existiram então dois papados, um em Roma e outro em Avignon (1309-1418).


A Concordata de Bolonha assinada em 1516 entre Francisco I e o Papa Leão X passou a definir as relações entre a Igreja Católica e o rei da França até 1790. Deu aos reis da França poder sobre a Igreja em seu reino.


3. A Reforma e a guerra das religiões


Uma questão se coloca, onde estava a igreja não católica, antes dos huguenotes? Os protestantes reformados tiveram diferentes antepassados. O primeiro foi o reformador checo Jan Hus, que se levantou contra as indulgências do catolicismo. Lutero conhecia os escritos de Hus, mas não gostava deles, porque Hus se orgulhava de suas ações. Até 1520, Lutero pensou que ele poderia ser um hussita, mas constatou que suas críticas à igreja de Roma eram mais profundas que as de Jan Hus. 


Depois vieram os valdenses, herdeiros do pensamento de Pierre Valdo. Era um rico comerciante. Por volta de 1170, ele ouviu uma passagem da vida de São Alexis narrada por um trovador. Esse relato o levou ao desejo de seguir o Cristo pobre. Entregou sua propriedade à esposa e seguiu o ideal de pobreza apostólica. Começou a pregar nas ruas de Lyon sem a permissão das autoridades eclesiásticas. Ele e seus seguidores foram expulsos da cidade. Mais tarde, durante o Sínodo de Chanforan (1532), muitos deles aderiram à Reforma. Segundo historiadores protestantes dos séculos XVI e XVII, os valdenses surgiram com as primeiras comunidades cristãs, antes mesmo de Pierre Valdo. Graças a eles, as igrejas reformadas francesas puderam afirmar sua origem apostólica. 


O terceiro grupo foram os albigenses ou cátaros. Os albigenses nos séculos XI e XII se fizeram presentes no sul da França, no Languedoc, na Provença, e se localizaram principalmente nas cidades de Albi, de onde levaram o nome, Béziers, Carcassonne, Toulouse, Montauban, Avignon. Os albigenses deram a si mesmos o nome de cátaros, puros. Viviam uma vida simples, sem ostentação, longe dos vícios, tendo como modelo as primeiras comunidades cristãs. Inicialmente, os protestantes reformados foram hostis a eles. Mas, na década de 1560, os católicos acusaram os protestantes de serem idênticos aos albigenses, e os protestantes adotaram esse ponto de vista por volta de 1562. Para eles, a perseguição aos albigenses tornou possível pensar melhor seu cristianismo protestante. Isso significou uma ligação direta entre albigenses e reformados.


A França experimentou um fracionamento religioso violento no século XVI. A maioria do país era católica, mas os reformados/huguenotes cresciam em número e importância política e social. O princípio da coexistência das duas denominações no Reino fracassou. Vejamos um exemplo dessa violência, que até hoje marca a história francesa.


Em 22 de agosto de 1572, um atentado foi realizado contra o almirante de Coligny, protestante (França Antártica/ Baía de Guanabara/ Villegagnon/ Forte Coligny), quando ele deixou o Louvre, onde participara do Conselho do rei. O ataque falhou e o almirante ficou ferido.


Na noite de 23 a 24 de agosto de 1572, um Conselho Real se reuniu, durante o qual foi decidido assassinar o Almirante de Coligny e os líderes huguenotes. A igreja Saint-Germain-l'Auxerrois tocou o sino como sinal para início do massacre.


O almirante foi selvagemente morto em sua casa, enquanto outros líderes huguenotes eram massacrados no Louvre e na cidade, surpreendidos à noite sem possibilidade de defesa, "mortos como ovelhas no matadouro", como escreveu Theodore Beze.


Por três dias, o assassinato continuou em Paris. A violência foi extrema. Católicos que usavam uma cruz branca em seus chapéus atacavam todos os lares protestantes. As ruas ficaram vermelhas de sangue derramado. O número de vítimas é estimado em 4.000 mortos em Paris. Em 26 de agosto, o rei foi ao parlamento e assumiu a responsabilidade pelo massacre. E o papa elogiou à ação católica.


Oito guerras se sucederam por um período de 36 anos (1562-1598), intercaladas com períodos de paz frágil. Estima-se que três milhões de pessoas morreram durante a guerra, por violência, fome ou doença. Foi a segunda guerra religiosa mais mortífera da história da Europa, superada apenas pela Guerra dos Trinta Anos, que matou oito milhões de pessoas. A guerra das religiões terminou com o edito de Nantes, 30 de abril de 1598, que estabeleceu uma dualidade confessional. Mas a esta altura, 200 mil huguenotes tinham sido mortos, outros tantos migraram e o restante se refugiou nas montanhas. Calcula-se que no início da guerra havia cerca de 600 mil de protestantes na França, numa população francesa de cerca de 10 milhões de pessoas.


O secularismo francês foi construído no século dezenove na reunião presencial entre católicos e republicanos. Esse corpus jurídico garante a liberdade de crer ou não e a separação entre comunidades ou organizações religiosas e o Estado. O catolicismo recebeu vantagens, financiamento público de seus locais de culto e em parte de seus estabelecimentos de ensino, sob certas condições. Mas também passou a enfrentar limitações, em particular de seus esforços evangelísticos e missionários dentro do país. Isso trouxe uma crise progressiva entre 1949 e 1954, uma crise nos movimentos de jovens católicos entre 1956 e 1965, as consequências eclesiais da crise do maio de 68, os debates em torno da encíclica Humanae Vitae, a dissidência fundamentalista, a renovação carismática, e a crise vocacional.


Considerações finais


Uma pesquisa de 2009 estima os protestantes franceses em 3 a 4% da população, enquanto em 1995 uma pesquisa os estimou em 1,5%, um crescimento que o sociólogo Jean-Paul Willaime atribui à expansão dos movimentos evangélicos. O historiador batista Sébastien Fath trabalha com estatísticas diferentes. Numa, calcula cerca de 2,6 milhões de pessoas, sendo 750 mil evangélicos e 1.850 mil luteranos e reformados, incluindo a França ultramarina. Já numa estatística bem mais restrita, considera 600 mil pessoas sendo 460 mil evangélicos e 140 mil luteranos e reformados. Esse pequeno grupo seria cerca de 2% da população francesa e pode ser comparado aos 6 a 10% que representariam o catolicismo. Ainda a partir de Sébastien Fath há na França quatro mil locais de culto protestantes, sendo 2.600 evangélicos e 1.400 luteranos ou reformados.


A era contemporânea assiste na França o desenvolvimento do diálogo inter-religioso. O diálogo entre judeus e cristãos, dificultado desde o final do século XIX pelo caso Dreyfus e a ascensão do anti-semitismo entre católicos, retomou e aprofundou-se após a Segunda Guerra Mundial. O judaísmo francês estava então no meio de uma reconstrução religiosa, ampliação da rede de sinagogas, fundação em 1948 da Amizade Judaico-Cristã da França, e intelectual em torno de instituições como a escola Gilbert Bloch em Orsay ou conferências de intelectuais dos dois grupos religiosos. As mutações do judaísmo, entre memória e comunidade, se fazem presentes a partir da segunda metade do século vinte pelo retorno a diferentes formas de judaísmo despertadas pela Memória da Shoá, pela Guerra dos Seis Dias e pela busca de solução do conflito árabe-israelense.


As novas vagas de imigração favoreceram o desenvolvimento do Islã na França. Até a década de 1960 era uma religião minoritária de trabalhadores isolados. Mais tarde, porém, se tornou a segunda denominação religiosa do país, e cada vez mais visível no espaço público. E enquanto comunidade, muito mais praticante que as outras, o que alimenta um debate recorrente sobre a integração dos muçulmanos no país. Isso dá origem a debates políticos e teológicos entre os católicos franceses. O anti-semitismo recua e o anti-islamismo cresce. No entanto, a contribuição do trabalho etnológico na década de 1950 e a descolonização também favoreceram o diálogo islâmico-cristão, cujos principais precursores foram Louis Massignon, Jean-Mohammed Abd-el-Jalil, Louis Gardet e Georges Anawati.


Atualmente, a liberdade de consciência protestante se reflete em contradições entre sua origem liberal e a ascensão -- mesmo dentro de instituições como a Federação Protestante da França -- de uma corrente evangélica mais orientada à identidade e mais conservadora.


Mesmo que a polarização permaneça -- dominada pela separação entre cristãos e muçulmanos versus ateus e sem religião -- podemos dizer que a França é atualmente um país de diferentes religiões, onde, em geral, a prática religiosa não está diminuindo, mas, ao contrário, começa a crescer.


Notas


(1) O donatismo foi um movimento cismático cristão iniciado no século IV na Numídia, atual Argélia, que nasceu como uma reação à lassidão dos costumes dos fiéis. Iniciado por Donato, bispo de Cartago, afirmava que somente os sacerdotes cujas vidas eram eticamente exemplares podiam administrar os sacramentos, entre eles a eucaristia, e que pecadores não poderiam ser membros da Igreja.

(2) O arianismo desenvolveu uma cristologia anti-trinitariana. Foi defendida por Ário, presbítero de Alexandria. Negava que Deus e Cristo com partilhavam a mesma substância. Dizia que Cristo era um ser pré-existente, criado, embora a primeira e mais sublime de todas as criaturas.

(3) O Credo Niceno foi a profissão de fé definida no Concílio de Niceia, na Bitínia, atual Turquia, em 325. Chama-se também o Símbolo Niceno (em latim: Symbolum Nicaenum) e a Profissão de fé dos 318 Pais, referência aos 318 bispos que participaram do Concílio de Niceia.

(4) O monasticismo, do grego monachos, uma pessoa solitária, consiste na abdicação da vida em sociedade em prol da prática religiosa. As pessoas que praticam o monasticismo são monges e monjas. Ambos podem ser chamados também de monásticos e, por norma, vivem na clausura monástica.

 


 

samedi 13 novembre 2021

Un mot pastoral

Le sermon sur le feu
Pour penser ce moment du pandemie 

Pasteur Jorge Pinheiro 

Genèse 19:15 
« Des l’aube, les anges insistèrent auprès de Lot en disant: Lève-toi, prends ta femme et tes deux filles qui se trouvent ici, sinon tu disparaîtras dans la punition qui s’abattra sur la ville ». 

L’histoire de la destruction de Sodome e Gomorrhe nous présente deux archétypes de notre humanité. Nous sommes au même temps, Lot et sa femme, au bien dire de notre vie excessivement matérialiste. La délivrance de Lot vient répondre à la prière d’Abraham au chapitre précédent, quand il dit : « Vas-tu vraiment supprimer le juste avec le coupable » Genèse. 18.23. Et après, « Peut-être là s’en trouver-t-il dix ! ». Et Dieu à répond : « Je ne détruirai pas à cause de ces dix ». Genèse 18.32.

Celui-ci avait cru que pour sauver les personnes qu’il aimait il était nécessaire que Sodome soit épargnée de la destruction. Or Dieu ne répond pas toujours de la manière que nous avions pensé. Mais il répond. Ces anges ont dit à Lot très distinctement ce qui allait se passer à Sodome. Ils n'ont pas mâché la question, mais a révélé ce que son destin devait être. La ville devait être détruite, et il doit en sortir, ou sinon il serait aussi détruit. Après que ces anges eurent dit à Lot la vérité sur son péril, ils ne se contentèrent pas du faire, mais a commencé à presser et l'exhortant à fuir hors de la ville condamnée: « Les anges ont hâte Lot » Et quand hâter ne paraissait pas suffisant pour le convaincre, ils lui imposèrent les mains, ainsi qu'à sa femme, et sur ses filles.

Hélas ! Comme tous nous dans notre moderne société, le cœur de Lot s’est profondément attaché à tout ce qu’il doit maintenant laisser derrière lui. Il tarde à partir. Les anges sont obligés de l’entraîner de force avec sa femme et ses deux filles. Chers rachetés du Seigneur, posons-nous la question : S’il nous fallait partir cette nuit tout rapidement pour une autre ville, serait-ce avec joie ? Ou bien aurions-nous comme Lot du regret à quitter toutes les choses d’ici-bas auxquelles nos cœurs son attachés ? Lot épargné avec sa famille. Dès l’aube du jour. Toutes les scènes précédentes s’étaient passées durant la nuit. Qui se trouvent ici.

Ces mots opposent la femme et les filles de Lot, qui sont, avec lui dans la maison, à ses gendres qui n’ont pas voulu s’y rendre pour échapper avec lui. La ville qui va brûler Et quoi fait la ville bruler ? Prêt être nous pouvons dire son matérialisme, sa faute de l’hospitalité, sa violence cotidienne. C’est tout comme ça. C’est l’image de notre monde, de notre humanité violente et de ségrégation permanente. Le personne du foi doit être hâtif par rapport à ce qui est le mieux pour sa famille, se détourner de la folie du temps présent et faire le chemin de l'obéissance au Seigneur. Et les gens commun qui ne connaissent pas Dieu doivent entendre parler du danger imminent de cette société violente et ségrégative et de la nécessité de prendre une décision à côté de la vie. 

De même, nous devons aussi avertir les personnes de leur danger. Et nous ne devons pas à tous broncher, même si nous devons prononcer des mots qui ont un son très dur à leur sujet, car l'amour et la paix ne faisons pas se manifester par des mensonges, mais en parlant la vérité réel qui peut changer les cœurs. Et si, mon frère, ma sœur, toi et moi, nous nous sommes sauvés, nous voulons être le moyen de sauver les autres, nous ne devons pas simplement leur raconter la vieille, vieille histoire, cependant simplement, et sincèrement, et souvent nous le disons; mais nous devons venir à lutter avec eux. Nous devons plaider avec eux, nous devons pleurer sur eux, et nous devons décidez-nous que si nous ne pouvons pas briser leur cœur, nous briserons le nôtre. 

Et si nous ne pouvons pas les obtenir changer Sodome, en tout cas ce ne sera pas parce que nous n'avons pas travaillé de toutes nos forces pour changer la cruelle réalité et les donner des nouveaux cœurs. Oh, afin que nous puissions être aussi clair du sang de tous les personnes que ces anges étaient clairs concernant le destin de notre sœur la femme de Lot! Nous ne pourrons pas les sauver tous. Même les anges ne l'ont pas fait. La femme de Lot était un archétype, exemple de touts les personnes, qui périt après la meilleure instruction possible, et les gendres de Lot furent examinés comment, avec quelques hommes, le plaidoyer le plus sérieux ne peut pas aboutir qu'à la moquerie.

Oui, chers amis, nous ne pouvons pas demander si certains rejettent notre message d’amour et paix alors que tant de gens ont rejeté l'enseignement du Maître lui-même. Mais nous devons donc le livrer que, en tout cas, s'ils le refusent, la violence et la destruction seront entièrement à leur porte. Le point spécial dans le ministère des anges est le fait qu'ils ont hâté Lot. Et je vais utiliser ce fait de deux façons. D'abord, je vais essayer de nous montrer que les personnes de foi ont besoin d'être hâtés, car Lot était un homme juste, malgré ses imperfections. Et, d'autre part, que les gens commun qui ne connaissent pas Dieu en particulier besoin hâte hâtive. Nous devons essayer non seulement de prêcher sur ces deux choses, mais de les faire, comme l'Esprit nous aidera.

Certains chrétiens ont besoin d'accélérer même en ce qui concerne les questions communes de la vie chrétienne. C’est normal que beaucoup de nous soyons contemplatives, très accommodats avec les choses qui concernent à la vie sociale. Nous avons professé avoir été converti pendant beaucoup de temps, mais nous n'ayons jamais vis une foi active e participative vers notre société, bien que nous croyons que c'était notre devoir de le faire. Quand nous l'avons agité peu de choses concernant notre négligence, en général ditons: "Celui qui croit ne doit pas se hâter". C'est une erreur honteuse. Nous prétendons avoir été converti pendant beaucoup de temps, mais nous n'avons pas obéi à l'ordre de notre Sauveur. C’est vrai. David a dit « Seigneur, ne me couvre pas de honte ! Je me dépêche de suivre le chemin de tes commandements, car tu as ouvert mon cœur ». Psaume 119.31-32.

C'est un texte plus approprié pour tous. Pourquoi, si nous avons une vie active et participative dans la société, nous n’avons pas pu être considérés coupables de toute hâte, après le long temps qui nous avons attendu. Certaines personnes, quand elles sont jeunes, savent qu'elles doivent s'unir eux-mêmes avec l'Église mais aussi répondre aux nécessités du monde, mais ils l'ont remise. Et quand ils vieillissent, ils semblent confirmés en continuant dans une condition qui n'est pas bonne pour un chrétien. Tous chrétiens ont besoin de se hâter, car ils prennent tellement de temps pour cela. Il me semble que la moitié de la beauté de l'obéissance consiste à obéir au commandement de Dieu à faveur de la vie. Supposons que nous avons un garçon, et nous lui dites, Jean, je veux que vous alliez faire une course, et il dit, très bien, mon père, je vais va la semaine prochaine.

Quel genre de garçon est-il? Supposons qu'il dit: Oui, père, je veux vraiment y aller, mais pas avant demain. N'est-ce pas une désobéissance virtuelle? Appelons cela comme nous pouvons, retarder pour obéir est la désobéissance. Nous a-t-on déjà dit, chers amis, que lorsque nous remettons à plus tard notre devoir, nous commettions d’erreur à la poste? La terre désolée Un poète américain d'origine anglaise a écrit sur un monde qui a déjà brûlé. Ses poèmes traduisent l'angoisse prophétique face à la guerre et au drame humain. "Terre désolée" est l'un des poèmes les plus impressionnants de Thomas S. Eliot.

C'est un gémissement face à un monde aride, où les survivants rampent et agonisent. Écrit entre 1921 et 1922, il est considéré comme le poème le plus terrible de la littérature occidentale au XXe siècle. Mais au milieu du désespoir, nous pouvons voir le sens de la transcendance qui jaillit dans la « terre désolée » de ce chrétien angoissé devant la destinée humaine. À la fin de la troisième partie du poème, intitulée « Le sermon sur le feu », l'extase et la terreur se complètent: « A Carthage, je suis venu, brûler, brûlant, brûlant, brûlant, Ô Seigneur Toi qui me voles, Ô Seigneur toi qui me voles, brûle ». Et quoi fait la ville bruler ?

Notre matérialisme, notre faute de l’hospitalité, notre violence cotidienne. C’est fait et feras la ville bruler ! Combien de fois nous sommes absents ? Je ne peux pas calculer. Si c'est un devoir que nous devons faire à cette heure, encore nous le répétons heure après heure, ne commettons-nous pas autant de fois qu'il y a d'heures où nous retardons? Peut être il serait encore plus juste de dire qu'à chaque instant qu'un clameur de la vie est négligé, il y a une absence au moment même que l'horloge fait tic tac. Certainement, nous persévérons dans une absence qui dure depuis longtemps. La négligence du devoir est un erreur continu. Laissez cette petite phrase demeurer dans notre mémoire, et laissons-la tomber dans notre cœur.

Et nous irrite dans l'obéissance rapide, car il y a certains d'entre nous, qui semblent s'imaginer que quand nous avons pris la décision de faire quelque chose et que nous avons de bonnes intentions, j'ai pratiquement fait la chose, et je n'ai pas besoin de m'en inquiéter davantage. Mais ce n'est pas le cas, car celui qui sait faire le bien, et ne le fait pas, en particulier, et au-dessus des autres hommes, c'est l’absence tragique. Il y a l’histoire d’un certain prince de Monaco, qui a laissé des instructions que cette inscription devrait être mis sur sa tombe : « Ici se trouve Untel, Prince de Monaco, un homme de bonnes intentions ». C'était tout ce qu'il pouvait dire à propos de lui-même.

Il n'avait rien fait, mais il avait l'intention de faire quelque chose. Et c'est l'épitaphe qui va certains d'entre nous doivent être mis à moins que nous ne transformions pas l'intention en action. Mais qu'est-ce que c'est une confession que nous avons la responsabilité de savoir ce que nous devons faire, mais nous n'avons ni la courage, ni la force pour nous poussons à faire ce que nous aurions dû faire il y a longtemps? Comme les anges, je me hâtai de laisser Lot, mon frère chrétien, qui tarde à marcher sur le sentier de la vie pleine, d’amour et paix, je nous hâte. Mensonge pas en bas ce matin avec un devoir non libéré si nous pouvons y assister ce matin. Ne repose pas tant qu'il y en a arriérés d'obéissance due à notre Dieu. Même quand nous avons fait tout notre devoir, nous ne serons plus qu'un serviteur inutile à notre Dieu.

Mais que dira-t-on de nous si le précepte après le précepte est négligé? En tout cas, ne soyons pas si idiot que d'imaginer que vouloir obéir c'est la même chose que d'avoir vraiment obéi au commandement de notre Dieu d’aimer le prochain comme a nous même. Sodome et Gomorrhe sont « réduites en cendres », solennel exemple de ce monde matérialiste, qu’il n’y a pas d’hospitalité, qui est violente contre les personnes, contre les étrangers, contre les différents, conforme nos dit 2Pierre 2.6 : « Il a condamné à la destruction les villes de Sodome et de Gomorrhe en les réduisant en cendres, pour donner à ceux qui se révoltent contre lui un examiné de ce qui leur arrivera ». Quant à la femme de Lot, elle aussi demeure dans la Parole comme un monument, un signal, pour nous avertir de ce qu’il en coûte de lier son sort à un monde condamné.

Cette femme avait longtemps partagé la vie pleine, mais elle n’en faisait pas partir. Le monde cruel et diabolique était dans son cœur et elle a péri n’en faisait pas partir. Le monde cruel et diabolique était dans son cœur et elle a péri avec lui. Un monde des hommes vides e bourrés Trois ans plus tard, Eliot lance « Les hommes creux », où, toujours au milieu du monde désolé, il parle d'hommes vides et bourrés. Et c'est ici, dans ce poème, que la transcendance déborde, pointant vers un sens profond du changement. Et dans une strophe sublime, brillante il complète : « Ainsi respire le monde. ainsi respire le monde, ainsi respire le monde, pas avec une explosion, mais avec un soupir ». 

Et pour qu’à ces hommes sont vides et bourrés ? Parce que ils ont choisi le désir, le pouvoir et la descente. C’est pour qu’à tomba l’ombre. Et ainsi respire le monde, pas avec une explosion, mais avec un soupir de désespoir et mort. En conclusion Et le livre d’Apocalypse 15.4 nous a dit que ça va changer: « Qui peut refuser de te respecter avec confiance et de chanter ta gloire ? Oui, toi seul, tu es saint. Les habitants de tous les pays viendront et ils se mettront à genoux devant toi, parce que tous peuvent voir tes actions justes ». 

Recevons le Christ. Recevons le Christ maintenant, par un simple acte de foi, et il nous donnera la force et la grâce de combattre avec nos absences, et de faire nous chrétiens actives et participatives pour le salut des gens. Oh, maintenant, maintenant, maintenant, le grand travail peut être fait! Je ne pense pas que nous pouvons entendre cette horloge cocher. Mais quand nous restons à penser, écoutons notre vieille horloge dans le cœur et elle nous dira : « Maintenant, maintenant, maintenant, maintenant ». J'ai parfois pensé que dans la nuit, j'ai entendu l'horloge dire : « Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! » 

Nous n'avons plus besoin d'écouter les politiques, les professeurs ou même les pasteurs, mais écoutons ce message de l'horloge. Que le Saint-Esprit nous parle à travers cela, et puisions-nous répondre : « Maintenant, même maintenant, je servirai mon Jésus-Christ et je serai dans la pleine joie ». 

Que Dieu nous bénisse! Et le Christ nous sauve! Ce message est pour méditer, mais aussi pour vivre ! Devant une ville qui brûlera, d'un monde qui a déjà brûlé, il y a urgence et espoir. « Et comme il tardait, les anges prirent Lot par la main, sa femme et ses filles, et les emmenèrent hors de la ville. » Amen !