lundi 21 août 2023

A igreja, corpo de Cristo

A igreja como corpo de Cristo


A cultura sexual de Corinto tinha entrado na igreja. Um exemplo da presença da cultura grega na igreja de Corinto, foi o fato de um homem ter se casado com sua madrasta. O texto não fala se o primeiro marido já tinha morrido ou não, mas a partir da lei dada a Moisés, conforme Levítico 18, Deus disse: 

6 Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne para descobrir a sua nudez. Eu sou o Senhor. 7 Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe; ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. 8 Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai.

Assim, Paulo considera que aquele cristão cometeu uma abominação, e sobre isso Deus tinha dito: “29 Porém qualquer que fizer alguma dessas abominações, as almas que as fizerem serão extirpadas do seu povo.” 

E Paulo pede que exclusão daquele homem (cf. capítulo 5).

Outro problema na igreja de Corinto, era que irmãos estavam levando irmãos aos tribunais da cidade. Paulo exorta à fraternidade, ao perdão, e pede que, se o conflito permanecer, tenham sua disputa arbitrada pelos santos na congregação (cf. 6.1-11).

Os cristãos e a sexualidade. A questão anterior, da abominação cometida por um irmão, leva Paulo a falar sobre a vida conjugal dos cristãos. Realça os benefícios do casamento e, de forma prática, pastoral e não teológica, relaciona casamento e sexualidade (cf. 7.1-16). Mas chama os cristãos a assumirem o seu estado de vida (cf. 7.17-28), sem perder de vista que a vida eterna tornará o estado atual secundário (cf. 7.29-33). E destaca a virgindade como estado que agrada a Deus (cf. 7.34-40).

Cuidado para não cair, ou seja, a não se submeterem aos aspectos negativos da cultura de Corinto. Assim, convida os cristãos a não capitularem às pressões culturais e sociais daquela sociedade (cf. 10.1-10). E devem ter em conta que Deus não permite que as tentações estejam além de nossas forças (cf. 10.11-14).

A comunhão que existe entre os cristãos (cf 10.15-18) implica em reconhecer que a liberdade dos cristãos está ao serviço da edificação do nosso próximo, para a glória de Deus (cf. 10.23-33).

Devemos participar dos cultos de forma digna. O véu para as mulheres era uma forma de se diferenciar as prostitutas cultuais, que não cobriam a cabeça e raspavam os cabelos. E também para cobrir os cabelos, que traduziam naquela cultura a sensualidade (cf. 11.1-16). E recorda a necessária dignidade dos cristãos que participam na Ceia do Senhor (cf. 11.17-34).

Para ilustrar a diversidade de dons espirituais, recebidos para o bem comum (cf. 12.1-7), Paulo toma o exemplo do corpo humano, que é composto por diferentes membros, mas conduzido por uma vontade (cf. 12.8-31).





dimanche 20 août 2023

Uma carta do apóstolo aos gentios

1a. Coríntios, uma carta do apóstolo aos gentios
Pr. Jorge Pinheiro


À guisa de introdução


1. Esta é uma carta pastoral, que hoje nós estudamos como um dos fundamentos de nossa teologia pastoral. Mais do que apresentar “porquês”, mais do que responder questões teóricas da teologia cristã, Paulo nos mostra “como” agir pastoralmente. Mas aborda questões teológicas, como quando discorre sobre a unidade cristã, os dons e a ressurreição.

2. Esta é uma carta que nos ensina como fazer missão. O grande desafio da missão em todos os tempos é como relacionar a cultura onde estamos plantando uma igreja, a cultura da cidade, de um povo, de um país, com a contra-cultura cristã. Sempre vão existir pontos de aproximação, mas também distanciamentos que devem ser conhecidos e entendidos como inadimissíveis para nós cristãos e para nossas igrejas.

3. O cristianismo é uma contra-cultura. Desde Paulo, atravessando os séculos sempre foi assim. O que nós chamamos de “o mundo” é, em outras palavras a cultura daquele lugar onde estamos. E o cristianismo é uma contra-cultura porque tem por base o “viver segundo o Espírito”, que é diferente do viver segundo o mundo e segundo a carne.

4. Na época de Paulo, Corinto era a capital da província de Acaia. Era muito importante em termos comerciais, principalmente por seu porto. Tinha cerca de 300 mil habitantes, o que era muito para a época, dos quais 3/4 eram escravos. Sua cultura grega repousava sobre o pensamentos dos filósofos clássicos, em especial sobre o epicurismo, uma forma de existencialismo, que favorecia a libertadade sexual, a homossexualidade e a pedofilia, aceitos culturalmente e presentes socialmente. O templo de Afrodite tinha cerca de mil prostitutas cultuais, que serviam sexualmente os homens que se dirigiam ao templo e profetizavam sobre o futuro deles. Entre aspas, “curas, milagres e línguas” estavam presentes nas religiões de mistério, sincretismo das religiões de origem oriental, cultos persas, frígios, babilônicos, egípcios, e nos cultos mediterrâneos, etruscos e gregos. Os mais conhecidos foram os cultos de Elêusis, o orfismo, o pitagorismo, o culto a Ísis, o culto a Mitra e os movimentos gnósticos. 

Algumas questões de teologia 
pastoral tratadas por Paulo nesta carta

1. A primeira questão de teologia pastoral colocado por Paulo é que a unidade cristã (ver Anexo 1) está fundada em Cristo. Essa questão ele apresenta nos capítulos de 1 a 4. Paulo exorta a não se dividir sobre mestres espirituais, sejam eles Apolo, Pedro ou Paulo, porque a igreja tem um só Senhor, Cristo (cf. cap. 1.10-16). E não é a filosofia grega, nem a inteligência que deve unir os cristãos de Corinto, mas a fé no Cristo crucificado (cf. cap. 1.17-31).

Assim, Paulo lembra que não fez um discurso filosófico para anunciar o evangelho a eles, mas que foi inspirado pelo Espírito Santo (cf. 2.1-5). E esta sabedoria de Deus, ensinada pelo Espírito, só pode ser compreendida pelo cristão espiritual (cf. 2.6-16).

Paulo os desafia novamente em suas divisões (cf. 3.1-4). Sendo Cristo o único alicerce, não importa quem nele edifica o templo de Deus a que são chamados (cf. 3.5-17). Ele então os adverte contra a sabedoria deste mundo (cf. 3.18-23).

Os mestres espirituais dos cristãos de Corinto são apenas servos de Cristo (cf. 4.1-5), por isso não devem se orgulhar de pertencer a um ou a outro, principalmente porque, embora apóstolos, devem ser considerados os últimos dos homens (cf. 4.6-13).

2. A cultura sexual de Corinto tinha entrado na igreja (cf. 5-6). Um exemplo da presença da cultura grega na igreja de Corinto, foi o fato de um homem ter se casado com sua madrasta. O texto não fala se o primeiro marido já tinha morrido ou não, mas a partir da lei dada a Moisés, conforme Levítico 18, Deus disse: “6 Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne para descobrir a sua nudez. Eu sou o Senhor. 7 Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe; ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. 8 Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai.” Assim, Paulo considera que aquele cristão cometeu uma abominação, e sobre isso Deus tinha dito: “29 Porém qualquer que fizer alguma dessas abominações, as almas que as fizerem serão extirpadas do seu povo.” E Paulo pede que exclusão daquele homem (cf. capítulo 5).

Outro problema na igreja de Corinto, era que irmãos estavam levando irmãos aos tribunais da cidade. Paulo exorta à fraternidade, ao perdão, e pede que, se o conflito permanecer, tenham sua disputa arbitrada pelos santos na congregação (cf. 6.1-11).

3. Os cristãos e a sexualidade. A questão anterior, da abominação cometida por um irmão, leva Paulo a falar sobre a vida conjugal dos cristãos. Realça os benefícios do casamento e, de forma prática, pastoral e não teológica, relaciona casamento e sexualidade (cf. 7.1-16). Mas chama os cristãos a assumirem o seu estado de vida (cf. 7.17-28), sem perder de vista que a vida eterna tornará o estado atual secundário (cf. 7.29-33). E destaca a virgindade como estado que agrada a Deus (cf. 7.34-40).

4. Cuidado para não cair, ou seja, a não se submeterem aos aspectos negativos da cultura de Corinto. Assim, convida os cristãos a não capitularem às pressões culturais e sociais daquela sociedade (cf. 10.1-10). E devem ter em conta que Deus não permite que as tentações estejam além de nossas forças (cf. 10.11-14).

5. A comunhão que existe entre os cristãos (cf 10.15-18) implica em reconhecer que a liberdade dos cristãos está ao serviço da edificação do nosso próximo, para a glória de Deus (cf. 10.23-33).

6. Devemos participar dos cultos de forma digna. O véu para as mulheres era uma forma de se diferenciar as prostitutas cultuais, que não cobriam a cabeça e raspavam os cabelos. E também para cobrir os cabelos, que traduziam naquela cultura a sensualidade (cf. 11.1-16). E recorda a necessária dignidade dos cristãos que participam na Ceia do Senhor (cf. 11.17-34).

7. Para ilustrar a diversidade de dons espirituais, recebidos para o bem comum (cf. 12.1-7), Paulo toma o exemplo do corpo humano, que é composto por diferentes membros, mas conduzido por uma vontade (cf. 12.8-31).

O Espírito Santo e seus dons, 
uma leitura neotestamentária

8. As virtudes teologais. Os dons mais brilhantes não têm valor sem o amor (cf. 13.1-3) que Paulo então destaca citando um louvor da época (13.4-7). E afirma é eterno (cf. 13.8-13). 

9. Na continuação (cf. cap. 14), discute o dom de profecia e o falar em línguas. Ele recomenda particularmente, depois das palavras em línguas, que as palavras ditas sejam interpretadas. E no versículo 34 pede às mulheres que não falem nos cultos, em oposição à presença marcante das profetisas, prostitutas cultuais, que ocupavam lugar de destaque no templo de Afrodite.

10. Os cristãos de Corinto, seguindo a tradição helênica, tinham dificuldade em compreender a ressurreição de Cristo. Paulo mostra que esta verdade constitui o fundamento da fé cristã (cf. 15.1-19). A ressurreição de Cristo nos diz respeito e nossa vida terrena deve ser colocada em perspectiva da vida eterna (cf. 15.20-34). Paulo então explica a natureza do corpo espiritual que será ressuscitado (cf. 15.35-50) e as modalidades da ressurreição (cf. 15.51-58).

Montpellier, 20 de agosto de 2023.



samedi 12 août 2023

Émile Henri de Lanteuil

Généalogie
de la famille de Lagaye

Mes proches :

Mon père :

Alphonse Gabriel de Lagaye de Lanteuil

Ma mère :

Thérèse Mallay

Mon frère puiné :

Alphonse Gabriel Jean de Lagaye de Lanteuil

Un de mes enfants :

Ivan de Lanteuil

Émile Henri de LANTEUIL

°1894

Ma famille

Ma situation familiale

Je suis né le dimanche 15 avril 1894 à Condat (63).

Je suis fils de Alphonse Gabriel de Lagaye de Lanteuil et de  Thérèse Mallay.

Je suis le père de :

Mon frère est :

Mon lien avec la famille de Lagaye   

4e génération
Je suis l'ainé de Alphonse Gabriel Jean de Lagaye de Lanteuil

Mon histoire   

Vers 1917J'ai vécu à Rio-de-Janeiro au Brésil

Accès à d'autres sites

Photos :

Site :

Demande d'informations

Si vous avez une information à me communiquer sur moi,
une question à me poser ou quelque chose à me demander,
n'hésitez pas à m'adresser un courriel à partir de votre messagerie en cliquant ici,
ou en accédant au formulaire de la page d'appel à l'aide.


Sosa : 7,99 - Référence base D de L : 90
Fiche saisie le dimanche 11 décembre 2011


 

Émile Henri de Lanteuil

 Généalogie

de la famille de Lagaye

Mes proches :

Mon père :

Alphonse Gabriel de Lagaye de Lanteuil

Ma mère :

Thérèse Mallay

Mon frère puiné :

Alphonse Gabriel Jean de Lagaye de Lanteuil

Un de mes enfants :

Ivan de Lanteuil

Émile Henri de LANTEUIL

°1894

Ma famille

Ma situation familiale

Je suis né le dimanche 15 avril 1894 à Condat (63).

Je suis fils de Alphonse Gabriel de Lagaye de Lanteuil et de  Thérèse Mallay.

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Mon frère est :

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4e génération
Je suis l'ainé de Alphonse Gabriel Jean de Lagaye de Lanteuil

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Sosa : 7,99 - Référence base D de L : 90
Fiche saisie le dimanche 11 décembre 2011


jeudi 10 août 2023

L'alliance rebelle et lémpire du mal -- première partie

 L'alliance rebelle et l'empire du mal

Ou comment les évangéliques construisent la réalité

Jorge Pinheiro



La pensée évangélique nous contraint. On se demande parfois, mais d'où vient ce type ? D'une grotte ? Es-tu descendu de la lune et atterri ici par hasard ? Mais, si vous avez déjà pensé à la post-modernité et à la virtualisation de la pensée et à ses conséquences éthiques, sociales et politiques, vous êtes en passe de comprendre cette présence qui approche déjà un quart de la population brésilienne.


Il y a un verset de Nietzsche qui peut servir de guide pour penser la religiosité évangélique :

 

« Maintenant nous célébrons, sûrs de la victoire commune, la fête des fêtes : l'ami Zarathoustra est arrivé, l'invité des invités ! Maintenant le monde rit, l'horrible rideau est déchiré, C'est l'heure du mariage de la Lumière et des Ténèbres..."

 

Nietzsche pensait l'absence d'horizons. Dans Par-delà le bien et le mal, il pense contre la modernité : il diffame les valeurs de la modernité, comme le sens historique, l'objectivité scientifique et, logiquement, la foi en une raison autonome. Ainsi, il est temps de se demander : est-il possible de continuer à avoir un certain contact avec la soi-disant réalité, alors que la virtualité devient indiscernable et encore plus authentique que l'original ? Quand pouvons-nous créer des mondes plus réels que réels ? Quand la technologie occulte-t-elle la nature ?


Ici, en réfléchissant à la question de la virtualité dans la communauté religieuse brésilienne, j'utilise un concept qui a été utilisé dans la critique littéraire, l'idée d'imagologie. L'imagologie a été une méthode de littérature comparée qui étudie la relation entre l'écrivain et les géographies, les cultures, pertinentes dans la construction de sa] pensée. Aujourd'hui, les médias ont démontré la force des réalités imagologiques.


Cette question, réalité et image dans la communauté imagologique, avait déjà été analysée par des psychologues de l'école piagétienne. Selon eux, il est difficile d'apprendre à un enfant à penser logiquement lorsqu'il est sous le bombardement d'images qui sont loin d'être logiques, comme c'est le cas dans les programmes pour enfants. Et où même les interviews en direct font partie de la création d'un génie de la publicité. Les concerts de mode et de rock, par exemple, font partie de cette réalité où ce qui est présenté par l'intervieweur n'a rien à voir avec la réalité du public ou avec l'interprète/produit lui-même, puisque leurs images subissent une transformation magique pour pouvoir être populaire, ou du moins c'est le but.

 

Ainsi, avant, à l'époque moderne, les créations virtuelles étaient des imitations de la réalité. Mais aujourd'hui, dans la post-modernité, on parle de virtualité comme création de réalités qui ne correspondent pas à ce que nous avons dans le monde immédiat, qu'il soit culturel, social ou politique. Maintenant, comme disait Nietzsche, "l'horrible rideau est déchiré, c'est le moment du mariage entre la lumière et les ténèbres...".


Nous vivons à une époque d'une complexité sans précédent, où les choses changent plus vite que notre capacité à comprendre. C'est pourquoi nous devons résister à la tentation de chercher des réponses simples, car ce qui était autrefois la force de la pensée moderne est aujourd'hui une faiblesse qui nous laisse à la merci du destin. Dès lors, sera-t-il possible de distinguer réalité et virtualité dans la communauté imagologique évangélique... si la virtualité et les médias construisent la nouvelle réalité ? Eh bien, nous vivons dans un monde placé dans un processus d'équilibre instable, et pour le comprendre, il faut aller aux marges du système.


Les religiosités évangéliques peuvent être qualifiées de lieux de consommation et renvoient à la construction imagologique d'une monarchie théocratique, où règnera un roi libérateur soutenu par des prophètes. En ce sens, le capitaine Jair Messias Bolsonaro incarne et synthétise l'imagerie évangélique. Mais une structure n'est pas ce que l'on recherche, car les religiosités mettent l'accent sur le mouvement et l'échange. 


La connaissance symbolique dans les religiosités évangéliques émerge d'une interaction entre la compréhension et les expressions de la foi, qui sont des filtres à travers lesquels l'information est traitée. Si quelqu'un considère ces catégories comme un cadre d'interprétation historiquement émergent, dans un processus constant de formation, de déformation et de réforme, nous sommes confrontés à un saut comme celui des technologies de production et de reproduction.


Le mouvement évangélique traduit cette révolution : il est postmoderne lorsqu'il nie la modernité et sa rationalité herméneutique, et lorsqu'il défend l'économie de marché. Nous commençons alors à voir les manières dont les évangéliques traitent l'expérience, où la connaissance appartient aux gens mais est en constante évolution. Ce n'est pas seulement une question de comment ils pensent, c'est une question de comment ils voient, entendent et craignent. Et c'est là que l'ethos évangélique et la politique entrent en jeu, et des questions comme l'avortement, le féminisme et les mouvements homosexuels, en bref, les droits civiques, deviennent centrales dans la réflexion sur la politique. Et dans cette vision, cette audition et cette peur, les médias ouvrent de nouvelles capacités de perception et de prise de conscience. Le point auquel le changement est effectué est une question importante. Ces réseaux d'échanges ne sont pas seulement religieux, ils sont culturels, politiques, sociaux. Comprendre les religiosités évangéliques comme constituées de réseaux d'échanges est fondamental.


Au Brésil aujourd'hui, on peut parler d'une multidimensionnalité du temps dans la culture. Eh bien, avant, sans aucun doute, le temps devait être nettement différent pour les évangéliques et le reste de la population, mais maintenant avec la présence de temps artificiels produits par la technologie, en particulier les médias informatiques, les rythmes et les temps s'interpénètrent.


Ainsi, en analysant la pensée politique de la religiosité évangélique au Brésil, à partir des prophètes médiatiques, on peut dire qu'il y a eu une offensive contre les droits civils, démocratiques et laïcs. Les prophètes de ces dénominations médiatiques ont adopté le discours moral de crise et jeté les bases de la construction d'une pensée politique. Ainsi, ils ont formaté un projet de défense de la hiérarchie, avec ses inégalités sociales, ce qui serait inévitable et naturel. 


Une telle position politique a la monarchie biblique comme modèle imagologique, exprimée sous les règnes de David et de Salomon. Cette droite, contrairement à tout ce que l'on connaissait auparavant au Brésil, a été favorisée par l'opposition au travail réformiste, s'est développée et a massivement virtualisé sa présence. Habituellement, de manière hâtive, nous appelons un tel mouvement fondamentaliste.

 

La Réforme protestante dès ses premiers instants a cherché des fondements. On connaît les principes de base présentés par Luther : la justification par la foi, la sola scriptura, le libre examen des textes sacrés et le sacerdoce universel des croyants. De ces concepts de liberté a émergé un ensemble de principes sur lesquels la théologie réformée a été construite. Une telle construction était considérée comme la base qui légitimait l'expansion de l'une des plus grandes révolutions religieuses de l'histoire occidentale. Et ainsi, la théologie réformée est apparue comme le fondement de tous les protestantismes et aussi des évangélismes, avec leurs différentes nuances et lectures.


L'utilisation de l'expression fondamentaliste pour la religiosité évangélique brésilienne n'est pas fausse, mais elle devient réductionniste lorsqu'elle s'attache aux aspects négatifs du terme - conservation, fondamentalisme, rétroaction - et ne voit pas les aspects relationnels positifs que la recherche de fondation implique.


Une des questions que l'on se pose quand on considère la montée en puissance de la religiosité évangélique est de savoir si, en fait, cette religiosité donne un sens aux masses urbaines. Nous pensons que les Brésiliens sont des personnes potentiellement spirituelles et que cette spiritualité tend à s'exprimer sous différentes formes de religiosité. Et ces religiosités dans les grands centres brésiliens occupent un espace privilégié. Or, si la spiritualité est la dimension profonde de l'éthos brésilien, dans l'urbanité cette recherche, pour diverses raisons, est accrue et orientée vers l'évangélisme. Il suffit de voir que dans le Brésil urbain, la communauté évangélique a augmenté de 61,45 % en dix ans. Ainsi, si la population urbaine brésilienne est religieuse, cette religiosité a été catalysée par le processus massif d'évangélisation des soixante-dix dernières années.


La spiritualité traduite dans les religiosités des villes brésiliennes est présente dans toutes les actions de l'éthos brésilien, dans la culture, l'éducation, l'éthique et la politique. Pour cette raison, de plus en plus de représentants des communautés se prononcent publiquement sur des questions qui appartenaient auparavant strictement à la sphère civile non religieuse.


De ce fait, on peut dire que, en tant que phénomène urbain, la religiosité évangélique est, dialectiquement, un facteur d'agrégation et de désagrégation. Nous pouvons même expliquer cette dualité avec quelques exemples. Au cours de la redémocratisation brésilienne, dans les années de dictature post-militaire, les évangéliques et leurs communautés étaient divisés en forces réformistes soutenant les gouvernements travaillistes et en forces réactives liées aux gouvernements opposés au travailliste. Ainsi, les religiosités évangéliques sont perturbatrices lorsqu'elles se mobilisent contre les droits civiques et l'État de droit. 


Mais ils ajoutent quand ils défendent la vie comme un droit humain. Avec cela, nous constatons que les religiosités évangéliques peuvent être l'une ou l'autre ou même, en tant que communautés, les deux. Ce sont des caractéristiques de l'histoire évangélique récente. Mais, bien sûr, ce serait une erreur de standardiser le travail des évangéliques. Ce qui est certain, c'est que les évangéliques, au nom des fondements et des virtualités des doctrines de leurs communautés, affrontent la laïcité au Brésil.






mardi 8 août 2023

La joie en rose, l'humanité couronne la gloire

La joie en rose

Jorge Pinheiro, PhD


Les visions du monde du paysan hébreu et même du Juif du début de l'ère commune étaient différentes des visions du monde chrétiennes modernes. La plus grande chose que nous puissions apprendre des Hébreux et des Juifs est peut-être que la profondeur du texte est son humanité.


En plongeant dans cette humanité, nous avons alors la possibilité de retrouver sa transcendantalité. Et cela peut se faire de trois manières : académique, le bon sens et la vie elle-même, quand on y arrive à travers la macération de notre personnalité, la crise, la douleur et le risque.


Lorsque l'intellectuel juif Samuel Cahen réalise la première traduction des Écritures juives en français, entre 1831 et 1851, en dix-huit volumes – La Bible, nouvelles traductions –, il cherche à dépasser les traductions chrétiennes antérieures. Sa traduction, dans une édition bilingue, a apporté la structure hébraïque, les constructions littéraires et les hébraïsmes au lecteur non juif. Au siècle dernier, dans la lignée de Cahen, André Chouraqui a construit une traduction encyclopédique (1974-1977) : à partir d'exégètes comme Rashi et Ibn Ezra, il a fait une lecture orientale des textes du testament juif.


En comprenant avec les anciens exégètes juifs que l'humanité du texte est la voie d'une possible rencontre avec le transcendant, nous allons, comme exercice exégétique, analyser deux versets issus de récits et de moments différents des Écritures juives. On ne peut cependant pas oublier que la scolastique a théorisé des manières de lire le quadrivium, concept issu de la combinaison de deux mots latins : quattuor, qui signifie quatre, et via, qui signifie chemin. Ainsi, lors de la lecture d'un texte, nous avons quatre voies : littéraire, pédagogique, théologique et eschatologique. Quadrivium est un carrefour et a été utilisé comme herméneutique par Hugo São Vitor et Thomas d'Aquin. Mais aujourd'hui, dans nos lectures, nous nous intéressons au sens littéraire des textes.


"Dans le combat, l'homme, voyant qu'il ne pouvait pas gagner, frappa le creux de sa cuisse et étrangla la force de création de Jacob". (Genèse 32.25).


Le premier verset choisi, qui se situe dans le premier livre, celui des origines, parle de la lutte du patriarche Jacob avec un homme – le mot hébreu dans le texte est îxe, homme, mâle, et non ange. La traduction SEV (version de 1569) se lit comme suit : "Y cuando el varón vio que no podía con él, tocó la palma de su muslo, la palma del muslo de Jacob se descoyuntó combattant avec lui". C'est une bonne traduction, car l'expression palme "kaph" fait référence à la cavité ou partie du corps qui est pliable ou incurvée, et "yarek" qui a été traduit par "muslo", fait référence à la longe, ou lieu du pouvoir procréateur .


Dans le combat avec ce qui aurait pu être son propre frère Esaü ou l'un de ses acolytes, l'homme n'a pas pu vaincre Jacob. Alors, déjà fatigué, l'homme recourt au coup le plus ancien, qui met fin à tout combat, genou dans le creux de la cuisse de Jacob et étrangle ses forces.


Terminaisons nerveuses, sensibilités. Scrotum, testicules. Le coup de pied produit une hémorragie interne, un gonflement, une douleur. Le muscle se rétracte, les nerfs et les artères s'emmêlent et entravent la circulation du sang. Le recul était féroce, la capsule se brise et fuit.


Vu sous cet angle, dans son humanité, le texte parle de deux hommes qui se battent jusqu'au petit matin, et que l'un d'eux, le filou, est frappé par la force de sa virilité, renversé par un coup d'en bas et d'en bas. Tombé, haletant, entre deux gémissements, il demande une faveur à son adversaire : la liberté d'avancer. Et l'homme – Esaü ou un homme de main – lui dit : suis ton chemin, aujourd'hui tu n'as pas triché, tu as gagné. En se traînant, celui qui s'accrochait à la cheville de son frère, se relève : il est libéré, il est libre de passer à autre chose.


Les écritures juives contiennent un joyau de la littérature orientale : le Cantique des Cantiques. Le superlatif n'existait pas en hébreu, d'où l'idée de la plus belle des chansons. Le poème raconte une histoire d'amour entre une fille noire, Sulamita, et un berger.


Pour les chrétiens, nous ne sommes pas face à un érotisme oriental, mais à une allégorie de l'amour transcendant de l'éternel. Maintenant, cependant, nous nous intéressons au cheminement du poème dans la matérialité de l'érotisme humain. Nous allons donc travailler sur un seul verset du Cantique des Cantiques, en essayant de garder vivante l'expression et son contenu apparemment non religieux.


"Entrez dans la maison du vin, sa bannière est le désir". (Cantique des Cantiques 2.4).


Dans le verset hébreu, nous avons le verbe « s'incliner » pour entrer, entrer, qui est au degré hiphil, causatif, dans l'humeur parfaite ; l'expression métaphorique « bayith yayin », maison du vin ; "degel", drapeau, bannière ; et « ahabah » qui exprime le plaisir, le désir sexuel. La Vulgate de saint Jérôme le traduit ainsi : « introduxit me in cellam vinariam ordinavit in me caritatem ». La traduction italienne de Diodati (version 1649) se lit comme suit: "Egli mi ha condotta nella casa del convito, E l'insegna ch'egli mi alza è: Amoré". Et la traduction SEV de 1569 dit : "Je me suis rendu à la chambre à vin, et j'ai mis sur moi ta bannière d'amour".


Nous sommes face à un poème oriental. L'expression « maison du vin », au sens littéraire, ne doit pas être prise au pied de la lettre, mais si Suivant les anciennes traditions orientales – et aussi portugaises –, c'est une métaphore, comme une « cave à vin » ou une « maison rose », entre autres.


Jusqu'à la fin du XIXe siècle, la morale établit que l'art et la littérature portent atteinte aux mœurs lorsqu'ils recourent à la sexualité ou que le langage comporte des termes licencieux. Dans de tels cas, l'art et la littérature étaient considérés comme érotiques ou pornographiques, car les termes n'étaient pas discernables. Aujourd'hui, nous comprenons l'érotique comme se rapportant au désir sexuel ou traitant de l'amour sexuel, et pornographique comme ce qui décrit ou évoque la luxure.


Comme beaucoup de ces sentiments du 19ème siècle ont encore des racines profondes dans la culture, le verset ci-dessus est une chanson qui choque la mentalité occidentale, car la Sulamite, la jeune femme du Cantique des cantiques, dit que son amant la pénètre quand elle est menstruation. C'est le temps du pendant, de la maison du vin, de la joie en rose. Et ainsi, la règle de la menstruation comme temps d'impureté, présente dans le livre du Lévitique (15,19), est renversée par la relation de couple. Aucune critique de l'acte, qu'elle présente comme une option née du désir.


Et parler de désir nous amène à un petit extrait d'un autre texte classique de la littérature orientale, les Mille et Une Nuits – Alf Lailah Oua Lailah – un recueil de textes arabes, persans, hindous, syriaques et juifs. Les contes les plus anciens remontent au XIIe siècle en Égypte. Mais maintenant nous nous intéressons aux relations entre le fils du marchand Ghânim et le favori du sultan, Qût al-Qulûb.


« Quand le gracieux fils du marchand Ghânim et la belle favorite du sultan se coucha, il voulut, mais elle ne le fut pas. Sur la taille de l'amant on pouvait lire : difficile ". La résistance de la femme augmentait le désir de l'homme. Les mois ont passé et les choses ont changé. Quand elle l'a embrassé plus tard pour l'encourager, il a reculé et ils se sont chacun endormis sur leur propre natte.


Le fils du marchand et le favori du sultan affrontent l'intermittence du désir, mais au verset 2.4 du Cantique des cantiques Shulamith et son amant sont à l'unisson de la modulation : c'est être, plaisir, paronyme.


On comprend mieux la présence de l'érotique dans les textes orientaux anciens quand on lit Michel Foucault dans Histoire de la sexualité, A Vontade de Sabre. Pour lui, en Occident, il y a deux manières de traiter le bien et le mal du sexe. Un procédé méfiant face aux anciennes cultures romaine, chinoise, hindoue, japonaise et arabe, qui ont développé un ars erotica. Un tel art tire sa vérité du plaisir lui-même, compris comme une expérience où il n'y a pas de place pour les interdits, mais aussi du plaisir qui peut être mesuré par le cisaillement du corps et de l'esprit. Cet art érotique est une expérience et sa connaissance ne peut être transmise par le discours. Sa force est dans le symbole.


La culture occidentale n'a pas construit d'ars erotica, c'est pourquoi l'autre procédé est né d'une scientia sexualis, qui génère des règles pour définir le bien et le mal du sexe. Ainsi, la sexualité occidentale est, majoritairement, le résultat d'un discours constitué en scientia sexualis, que la religion a sacralisé pour produire la vérité sur le sexe.


L'érotisme est présent dans les textes anciens, dans le Cantique des Cantiques et dans Les Mille et Une Nuits, car c'est une dimension de la sexualité lue à travers l'ars erotica. Mais elle est regardée avec suspicion par la morale qui repose sur la scientia sexualis. Eros est une expression humaine et cela devrait être vu par les exégètes qui étudient les textes orientaux de l'ars erotica. C'est-à-dire : le verset 2.4, analysé dans la profondeur de l'humain, nous parle du désir, un attribut de l'espèce, qui naît de la capacité de penser au plaisir. La jeune femme du Cantique des Cantiques ne nous dit pas que pendant les menstruations elle a plus envie d'avoir des relations sexuelles, mais elle ne nous dit pas non plus le contraire. Si c'est une règle, si ce n'est pas une règle, on ne sait pas. On nous dit cependant que le vœu est une enseigne. Ainsi l'amant entre dans la maison du vin.



Hieronymus Bosch

Jheronimus van Aken, dit Jérôme Bosch, ou Jheronimus Bosch , né vers 1450 à Bois-le-Duc (‘s-Hertogenbosch, souvent abrégé en Den Bosch, en néerlandais, d'où son pseudonyme) et mort en août  1516 dans la même ville, est un peintre néerlandais, rattaché au mouvement des primitifs flamands. Membre de l'Illustre Confrérie de Notre-Dame, il fait partie en tant qu'artiste du fleuron de l'art gothique finissant fantastique et se rapproche culturellement de l'Humanisme de la Renaissance, de la pensée d'Érasme et de Thomas More. Le Jardin des délices serait d'ailleurs, comme l’Utopia de More, une vision de ce que le monde pourrait être, s'il n'avait été corrompu par le mal.



lundi 7 août 2023

Éléments à penser sur les origines du Brésil colonial

Jorge Pinheiro, PhD

L'herméneutique des textes anciens

Quand nous pensons à l'herméneutique des textes anciens, nous voyons que l'idéologie et l'utopie sont susceptibles de transformation civilisatrice, dans laquelle, dans le cas que nous avons étudié, la relation du portugais, de l'afro et du brésilien s'est traduite en un moment d'une complexité sans précédent, lorsque les choses ont changé plus rapidement que votre capacité à comprendre. Pour Ricoeur, l'idéologie se traduit toujours par un processus de distorsion à travers lequel la personne ou la communauté définit sa situation, mais sans réellement connaître ou reconnaître une telle situation. Ainsi, par exemple, l'idéologie peut refléter la situation sociale d'une personne, sans qu'elle en soit pleinement consciente. Mais ce processus de dissimulation produit également du confort. De même, le concept d'utopie est considéré comme représentant une sorte de rêve social qui ne présente pas les étapes nécessaires à sa réalisation. Cependant, dans ce processus de construction de l'imaginaire social, les deux concepts ont des côtés positifs et négatifs, et la polarité ou la tension entre eux sont des caractéristiques structurelles fondamentales pour comprendre la culture et ses lectures.

Nous devons résister à la tentation de chercher des réponses simples à ces relations, car ce qui semble être une force d'interprétation peut se transformer en faiblesse qui nous laisse abandonnés à la chance. Dans ces conditions, sera-t-il possible de distinguer l'idéologie de la foi dans la relation des communautés analysées, si l'utopie de l'imaginaire a construit la nouvelle réalité? Eh bien, comme les Portugais, les Africains et les Brésiliens vivaient dans un monde dans un processus d'équilibre instable, pour le comprendre, nous devons aller en marge de ce système.

De la complexité, nous voyons le phénomène de l'interprétation comme marginal et émergent. Elle n'est pas figée, car la complexité est mobile, momentanée et le moment marginal de son apparition est forcément complexe. Et ici, nous devons nous rappeler qu'une situation de complexité apparaît toujours comme confusion et difficulté. Loin d'être un état, ce moment émergent doit reconstituer l'écoulement du temps, comme une impulsion qui maintient le texte en mouvement. Il est intéressant de noter que le mot moment dérive de l'idée d'impulsion en latin, montrant le mouvement comme étant également impulsion. Bien qu'il représente un point simple, le moment est intrinsèquement complexe. Ses limites ne peuvent pas être fermement établies, car ce sont toujours des modes changeants qui font couler le moment. Dans cette lecture, nous sommes sous le domaine de l'intermédiaire.

Le Nouveau Monde des lusos, afros et brasis n'est pas transparent car nous ne disposons pas des informations adéquates et nécessaires pour établir des lois. Ainsi, l'intégralité du fonctionnement de cette rencontre des mondes est inaccessible. De cette compréhension du chaos et de la complexité, deux raisons peuvent être mises en évidence dans l'approche.

Premièrement, nous devons comprendre que les traditions culturelles et religieuses sont des systèmes ouverts. Et deuxièmement, que les structures et les systèmes de traditions impliquent des relations qui ne peuvent être comprises qu'en termes de modèles linéaires de causalité. Il est impossible de mesurer avec précision les conditions initiales pour déterminer les relations causales de cette période coloniale. L'imprévisibilité est donc inévitable. Contrairement aux systèmes linéaires, dans lesquels les causes et les effets sont proportionnels, l'évaluation est ici complexe, car la période s'est nourrie de la vie de ses participants au cours des quatre derniers siècles et demi et une telle récurrence a généré des causes qui ont eu des effets disproportionnés.

Une lecture de la complexité est moins intéressée à établir l'évasion ou le chaos déterminé, car elle oscille entre ordre et chaos. Le moment de la complexité est le point où des systèmes organisés émergent pour créer de nouveaux modèles de cohérence et des structures de relation. Ainsi, la perception de la complexité peut être utilisée pour éclairer les questions de la corrélation entre lusos, afros et brasis, parce que la possibilité de la vie, qui traverse un régime équilibré d'ordre et de chaos, est ce qui est commun chez les processus complexes.

La situation au sein d'un réseau qui implique des échanges de différents types, économiques, religieux, symboliques, constitue des relations de particularité: elle devient ce qu'elle est en raison de sa situation au sein de réseaux complexes. Mais les réseaux ne sont pas fermés et stables, mais ouverts. Ainsi, la subjectivité n'est jamais un produit fini, elle évolue car les réseaux au sein desquels elle s'abonne évoluent constamment.

Et les traces que nous quittons et suivons peuvent se présenter de différentes manières. L'un des problèmes avec la façon dont nous percevons l'utopie de la colonie portugaise est qu'elle n'est pas distincte de la façon dont nous percevons les révélations qui nous sont parvenues. Ainsi, nous pouvons mettre en évidence un aspect de la dogmatique catholique des Portugais: Dieu est omniscient et ce qui se passe, c'est parce qu'il nous a choisis pour cela. Ensuite, nous avons l'économie de la représentation catholique qui lit les révélations brésiliennes et afro basées sur des opérations au sein de structures de référence qui prétendent se référer à l'autre et sont des structures de référence à l'ego qui utilisent l'autre pour la conformation de une lecture de la domination.

Dans un effort pour sécuriser l'identité entre interprète et texte et établir leur présence, l'herméneutique découvre différence et absence. Bien que j'aie du mal à le nier, c'est la réalité. La recherche de présence dans la conscience de soi conduit à la découverte de l'absence. L'affirmation de soi et le déni s'avèrent indissociables. Et donc, l'interprète devient un marcheur et le texte, un voyage. Pour cette raison, le retour à l'acte d'interprétation est un voyage dangereux, car dans la représentation le texte est cassé et ouvert. La rupture du texte est enregistrée par croisement. Le croisement est, en général, l'ouverture du texte à l'extériorité, au rapport énigmatique d'un intérieur traversé par l'externalité. L'absence est toujours présente et l'extérieur est toujours ceci: la mort. Le présent vivant est toujours marqué par la mort. Et cette mort est la non-conservation qui hante la présence et sur le chemin du croisement une croix est inscrite qui marque l'endroit où le texte a disparu.

Les marcheurs doivent comprendre quelle est l'idéologie de l'image et comment elle peut être utilisée pour fournir une interface plus intime entre ce qui est de la relativité humaine et herméneutique, et comment les données sensorielles sont transformées en expérience réelle. Cependant, la clé est d'analyser la représentation qui se trouve derrière l'idéologie et au sein de la structure. On peut dire que tout ce que fait l’interprète est de la simulation. Ainsi, la réalité de l'idéologie, qui pourrait être un nouveau paradigme, devient une métaphore. C'est un concept étrange et provocateur, avec un certain sens de l'aventure. Cette compréhension de l'herméneutique conduit à une totalité structurelle dans laquelle tout est à l'intérieur et a son propre autre. Ainsi, l'altérité et la différence sont des composantes essentielles de l'acte de marcher, et la relation entre l'altérité et la différence est, en dernière analyse, l'acte de traverser le texte.

Par conséquent, la lecture des origines a de la valeur dans la construction du déambulateur. Lorsque de telles lectures résistent à ce rôle, lorsqu'elles refusent d'être utilisées ou consommées, de telles territorialités sont envahies et leur altérité colonisée. De cette façon, l'idéologie que nous offrent les lectures des origines finit par être des réactions. Ils promettent la réalité, qui n'est plus une métaphore, et devient une véritable création. En ce sens, l'idéologie cesse d'être métaphore et devient métaphysique.

La lecture mondialisée des textes d'origine a créé une perspective de ce que sont les textes portugais et catholiques sur la colonisation portugaise et sur les brésiliens et les africains. En d'autres termes, nous sommes confrontés à la récurrence de la théorie de la complexité. Si la perspective précédente était la division, la perspective de la lecture globalisée est l'intégration forcée. Ces processus de mondialisation ont créé une culture de la lecture dont la logique complexe et dynamique commence à peine à être comprise. Le contraste entre les grilles et les sites Web clarifie la transition du système précédent à celui de la culture réseau. Le système précédent est né pour maintenir la stabilité grâce à des relations et des situations complexes qui devraient être simplifiées en termes de grilles avec des oppositions précises. Il s'agissait de lectures où les murs semblaient assurer la sécurité. Les murs et les barres n'offrent cependant aucune protection contre la possibilité de créer des toiles. Ainsi, les murs s'effondrent. Les nouvelles structures remplacent les anciennes, bien que cela ne signifie pas l'apparition immédiate des nouvelles. Dans cette situation, les oppositions structurelles qui avaient formé la pensée herméneutique sont défaites et l'équilibre des forces disparaît. Alors que les murs partageaient et traduisaient un effort pour imposer l'ordre et le contrôle, les toiles racontent l'enchevêtrement des mondes, transformant les connexions dans lesquelles aucun marcheur n'a le contrôle. À mesure que les connexions prolifèrent, le changement s'accélère, amenant tout au bord du chaos.

Les interprètes ont oscillé entre mettre l'accent sur l'idéologie et l'utopie. Certains ont tenté d'affirmer l'idéologie face à la dégradation de la réussite humaine, et d'autres ont cherché à faire de l'utopie une affirmation des valeurs humaines. Et nous nous demandons: qu'est-ce que l'idéologie alternative contre l'utopie omet? En fait, l'idéologie et l'utopie nous parlent de l'imaginaire social, qui façonne la réalité sociale. Ainsi, l'imagination culturelle, en agissant comme une force constructive, mais aussi destructrice, confirme la situation vécue. Se pose alors la question: comment générer un développement de la pensée critique. Nous avons aujourd'hui de fabuleux instruments, mais en même temps, il y a une paralysie au niveau pratique de la pensée critique.

Nous sommes plus démobilisés aujourd'hui que par le passé, a déclaré Ricoeur. Parce que? Cela dépend de l'éducation et des conditions sociales. Les effets négatifs du développement de la pensée critique proviennent de niches largement européennes et américaines, qui ont fragmenté la pensée et l'ont divisée en zones plus petites. Par conséquent, il est nécessaire d'augmenter le courage pratique et de passer au courage de faire. Osez agir. Brisez tous les types de passivité. La critique affecte nos émotions, nos sentiments et nous oblige à une nouvelle imagination. Cette imagination se produit dans différentes cultures, mais elle est motivée par nos émotions. À partir d'images, c'est-à-dire de l'imagination elle-même. Mais je préfère dire, à partir des symboles. Ce qui me permet de critiquer la politique et la religion. Et cela nous amène à comprendre le statut de l'imagination, aujourd'hui. Par exemple, dans le passé historique et lointain, nous avions l'imagination prophétique, qui a créé la base du monothéisme. Modernement, nous avions l'imagination du rationalisme, puis d'autres, comme l'imagination marxiste. Et c'est et ce sont ces imaginations qui ont rendu possible les critiques radicales de la modernité et du XXe siècle. La force de la pensée critique est cette capacité de l'imagination à systématiser l'émancipation de ce qui est donné et formalisé par la tradition. En d'autres termes, nous devons toujours faire face à des résistances de toutes sortes, dans les différents domaines. L'imagination critique est toujours ouverte, mais elle a besoin de courage pour se construire comme pensée, mais aussi comme action transformatrice.

Le système capitaliste, le marketing, les médias, mais aussi la manière de générer de la richesse et de la posséder sont l'obstacle majeur à l'imagination critique. Il est important de penser à ce capitalisme dépendant, qui a le marketing et les fausses nouvelles comme un projet de contrôle de la pensée. Autrement dit, le contrôle de l'imaginaire. Une telle imagination asservie n'a pas de pouvoir critique, c'est la raison pour laquelle elle dégénère. Et même la raison symbolique, qui y est générée, n'est pas l'imagination critique.

La tâche de l'interprète, pour Paul Ricoeur, dans la critique des idéologies est de démasquer les intérêts qui entravent la réalisation de la personne et guident la construction du langage sans limite et sans contrainte. Jürgen Habermas, philosophe fondateur de l'herméneutique critique des idéologies, et cité par Ricoeur, présente trois intérêts comme constitutifs des sciences: l'intérêt technique, basé sur les sciences empirico-analytiques; l'intérêt pratique, qui construit le domaine de la communication à partir des sciences historico-herméneutiques; et l'intérêt pour l'émancipation, constitué par les sciences sociales critiques. À partir de là, l'herméneutique historico-critique doit commencer, mais c'est sans aucun doute l'intérêt pour la liberté qui y fonctionne comme moteur. Ainsi, la critique des idéologies est à la base des sciences historico-herméneutiques, c'est-à-dire de la communication. C'est dans la reconnaissance de cet espace que se constitue l'idée régulatrice de la libre conversation de la domination. Aujourd'hui, la communication est un héritage culturel de l'humanité, une tradition qui est créée et recréée par l'interprétation. L'idéal de communication n'est rien d'autre qu'une anticipation, qui dépend de l'herméneutique même pour être annoncée comme telle. Ou comme le disait Habermas: «Nous ne pouvons pas simplement anticiper dans le vide, l'un des endroits dans l'exemplification de l'idéal de communication est précisément notre capacité à dépasser la distance culturelle dans l'interprétation des œuvres reçues du passé. Il est très probable que ceux qui ne sont pas en mesure de réinterpréter leur passé ne pourront pas non plus concrétiser leur intérêt pour l'émancipation ».

Pour paraphraser Martin Heidegger, quand il parle de poètes, on peut dire que les interprètes sont les gardiens de la maison de l'être, de ce que nous sommes, ce sont les gardiens de la langue. Par conséquent, les interprétations sont les actions de veiller sur la maison de l'être, mais elles ne sont pas. Interpréter, ce n'est pas expliquer ou analyser, c'est conduire à une conversation poétique, où le réel se manifeste dans sa vérité dialogique. L'interprétation ne remplace pas le travail d'ascendance, elle rend la conversation possible. L'interprète ne protège pas le monde que le travail des ancêtres ouvre, mais protège l'ouverture du monde. La sauvegarde de l'ouverture du monde manifeste le travail des ancêtres comme la force d'avoir été dans l'avenir de l'avenir. L'interprétation de l'ascendance doit se produire, ce qui n'est pas proposé, de manière critique, comme le seul vrai.

En ce sens, on peut dire que l'herméneutique est un regard qui aborde la difficulté de compréhension. Classiquement, le texte, qui a été choisi pour sa première approche. Mais de là vient la question: avons-nous besoin de professionnels de l'interprétation, de quelqu'un qui nous présente l'élévation comme fil conducteur? Ou mieux vaut parler d'une approche épistémologique, compte tenu de l'espace problématique. Le texte n'est certainement pas le meilleur moteur pour étudier le problème de l'espace. Le problème de l'espace se pose dans différents régimes, spatialité culturelle, religieuse, sociale. En effet, l'espace a un caractère familier. Nous partons tous de la familiarité de l'espace, sans difficulté, sans problème. Nous avons toujours une compréhension immédiate, mais il faut faire face à l'espace, car il devient problématique d'expériences différentes, car la spatialité du corps lui-même et la spatialité des choses sont des choses liées et ont des effets sur la spécialité des choses. Elle conduit à une confrontation du corps lui-même. Spécialité, spatialité, les choses sont proches, selon leurs premières originalités. Et le caractère de familiarité est surprenant, c'est une homologie entre le corps et les choses. Par conséquent: quand l'espace des choses doit-il être interprété? Nous vivons la spatialité des choses comme quelque chose qui nous dépasse. D'où l'imagination des espaces intimes, par exemple, la maison, la famille. Ce sont des espaces poétisés: centre chaud et périphérie froide. D'où le problème de la spécialité qui nous conduit aux émotions, car la personne n'est plus un centre de référence. Cela nécessite des recherches sur ce problème du moi qui a perdu son orientation. Il faut donc réorienter l'interprétation, faire ressortir le caractère problématique des choses.

C'est vrai, nous sommes une personne et un environnement basés sur des situations. D'où la cognition, c'est construire le chemin de cette relation entre la personne et l'environnement. Et l'imagination signifie élargir, garder les choses, mais construire des analogies, créer des concepts qui traduisent toute la richesse qui présente un nouvel horizon, une transformation esthétique de la spatialité. C'est une nouvelle façon de ressentir. À titre d'exemple, je peux citer le parc Güell de Gaudí à Barcelone, ou le Dieu et le diable de Glauber Rocha au pays du soleil. Nous avons là la dimension sociale de l'espace. Dans ce cas, on peut dire qu'habiter l'espace c'est construire une corrélation entre vivre et construire, cela génère une architecture, une réflexion avant, qui fait circuler la chose pour permettre d'habiter.

Ainsi, la référence normalise et normalise l'espace précédemment créatif, ce qui nous amène à la nécessité de laisser l'espace activé et de connaître la nature sauvage. Mais nous sommes toujours attirés par le retour à l'espace habité au détriment de l'espace naturel. C'est ce qui conduit à une herméneutique de la nature, et nous pensons ici à la forêt amazonienne et à l'immensité écologique du Brésil, ce qui est nécessaire car le défi est présent lorsque nous sommes confrontés à la nature ou même y pensons. Il y a une essence évanescente dans la nature. Cela semble permanent, mais c'est éphémère. Ça change, ça change, quand on s'approche, quand on essaie de l'attraper.

Ces phénomènes expliquent la polarité entre l'idéologie et l'utopie et comment ils se rapportent aux différents décalages de l'imaginaire social, signalant que les aspects positifs et négatifs des deux concepts doivent être compris comme dans une relation mutuelle permanente. Comme nous l'avons vu, Ricoeur considère les phénomènes d'idéologie et d'utopie qui corrèlent des termes ambigus. Les deux ont des aspects négatifs et positifs, un rôle négatif et positif, une dimension constitutive et pathologique. Et le deuxième enjeu commun, tant en idéologie qu'en utopie, est que l'aspect pathologique apparaît en premier, ce qui signifie qu'à partir de la surface du phénomène, on procède de manière régressive. Mais il s'agit de se demander: outre l'aspect pathologique, existe-t-il un élément corrélationnel qui erre entre la dialectique de chacun et des deux? Cet élément ne pourrait-il être ni idéologie ni utopie? Cet élément ouvre l'espace-temps des cultures hégémoniques des Brésiliens et des Africains face à l'expansion du catholicisme, des différences différentes et deux autres, qui subvertissent les reflets des polarités. Un tel espace-temps nous conduit à une façon de penser qui nous maintient ouverts à une différence incontrôlable. Cela signifie parler de limites, une parapraxie qui résiste à la fermeture de la lecture idéologique, qui simplifie le monde, et de la lecture utopique, qui sanctifie le monde.

Ni la non-déclaration de lecture idéologique ni la déclaration positive de lecture utopique ne créent des espaces à travers lesquels un tel espace-temps peut être vu comme une affirmation d'altérité et de différence sans fin. De telles questions montrent les défauts des lectures totalisantes. Ou, comme l'a dit Nietzsche, la croyance des métaphysiciens est la croyance aux oppositions de valeurs. Même les plus prudents d'entre eux ne doutaient pas ici, sur le seuil, où c'était le plus nécessaire: même quand ils avaient juré de tout douter. Car il est possible de douter, premièrement, qu'il existe des oppositions absolues. Et, deuxièmement, que les oppositions sont plus que des évaluations de façades, des perspectives provisoires, vues sous un angle, de bas en haut, peut-être. Ainsi, les lectures totalisantes sont exposées comme des relations liées à la présence éventuelle d'une véritable idéologie et de structures culturelles de domination.

Les textes portugais d'origine et les révélations des Brésiliens et des Africains doivent être démêlés et rien déchiffré. La structure peut être perçue, déroulée comme la ligne des chaussettes en tous points et niveaux, mais il n'y aura rien en dessous: l'espace d'écriture est à parcourir, pas à violer. Ainsi, les textes sources, en refusant d'accepter un certain secret, deviennent l'activité ultime, une activité révolutionnaire puisque le refus de fixer des significations est, après tout, le refus de l'hypothèse de la raison, de la science et du droit. Ainsi, la fin de la fondation herméneutique est suivie de la mort du thème autonome. La disparition de l'un nécessite la disparition de l'autre. Mais la fondation n'a pas simplement disparu, elle a été jetée.

Telle est la question: la fondation n'est pas morte, elle est devenue humaine. Car l'une des choses à considérer dans ce contexte est la lecture mondiale des textes. S'agit-il de se demander quel sera l'impact de la nouvelle herméneutique sur la notion traditionnelle de textes? Un autre problème est la relation entre l'espace et l'identité, entre le voyage et le voyageur, car la géographie et la culture sont fondamentales pour le promeneur, en tant que médiation symbolique. Une partie du processus de lecture mondialisé est certainement la mondialisation des textes et leur libre circulation à travers les réseaux du monde entier, car ils ne sont plus limités aux limites luso-brésiliennes.

Malheureusement, il n'est pas fait mention de l'acte herméneutique lui-même, lorsque les promeneurs libres, utilisateurs de ce voyage, rompent avec la géographie produisant une déterritorialisation, qui écarte la relation entre lieu physique et identité entre voyage et voyageur et de l'autre la notion d'espace symbolique. De la même manière, parce qu'ils sont des utilisateurs, en oubliant la place première des communautés, l'identité entre voyage et voyageur peut être changée du lieu physique à un espace idéologique, créant un type différent de configuration herméneutique. Et cet espace idéologique médiatisé par les technologies prend de plus en plus d'importance. Les processus de déterritorialisation ne sont pas entièrement négatifs. Si le marcheur libre regarde de la lecture mondialisée et comprend les luttes herméneutiques présentes dans le monde de la lecture de texte, l'effort pour rectifier le choc territorial peut être positif, car l'une des opportunités est de créer un espace pour l'échange d'informations. Et cela est très important pour les marcheurs libres qui peuvent entrer dans cet espace pour présenter des moyens constructifs et créatifs.

Le défi est de repenser l'idéologie et l'utopie de manière à imaginer des structures herméneutiques non totalisantes, qui peuvent créer des possibilités de connexion et de coopération, qui reconnaissent la nécessité et l'inévitabilité des interconnexions sans avoir de structures répressives. Une analyse qui cherche à explorer la nature du changement historique peut avoir des difficultés à avancer lorsqu'elle perd la possibilité de développer une vision globale. L'incompatibilité entre l'idéologie et l'utopie ne peut pas être comprise comme des extrêmes radicaux. Lorsque cela est fait, nous perdons la compréhension de la possibilité de changements historiques. L'idéologie est, en dernière analyse, un système d'idées qui devient obsolète, car il ne dépasse pas la réalité actuelle. Les utopies, en revanche, sont bénéfiques dans la mesure où elles contribuent à l'intériorisation des changements.

Pour cette raison, dit Ricoeur, dans cette relation, nous parlons de «jugement de convenance», c'est-à-dire d'une manière de résoudre le problème d'incompatibilité entre l'idéologie et l'utopie: une sorte d'accord, le résultat de la capacité d'évaluer ce qui est approprié dans une situation donnée. S'il est impossible de briser le cercle idéologie / utopie, le concept de commodité peut nous conduire à l'idée d'un cercle en spirale. La métaphore des toiles traduit une autre compréhension du cercle idéologie / utopie, un processus dans lequel les espaces vides sont des temps d'utopie qui traversent des espaces idéologiques. Penser au Web crée la possibilité de sortir de l'impasse dans laquelle nous nous trouvons dans la relation entre l'herméneutique et les lectures globalisées, les produits de la pensée catholique portugaise contre réformiste sur la colonie portugaise sur les terres brésiliennes et les relations entre portugais, africains et brésiliens. C'est le terrain qui doit être exploré.

Dans la lecture transversale des relations entre lusos, afros et brasis, leurs idéologies et utopies, nous utilisons la voie de la corrélation tillichienne, comme une manière d'aborder notre objet. La méthode de corrélation met en relation les pôles, le discours et l'interprétation de ce discours, qui doit prendre en compte la situation de ceux à qui il est destiné. La situation, ici, sont les formes culturelles, éthiques et politiques à travers lesquelles les personnes et les groupes expriment leurs interprétations de l'existence. En ce sens, la méthode de corrélation permet de faire émerger des questions, de faire des réponses individuelles, permettant des croisements liés aux questions posées par l'existence elle-même.

La lecture suppose une certaine compréhension non contenue dans ce que vous lisez. Et le déchiffrement n'est pas simplement une fonction visuelle. Il faut recourir à autre chose, activer un réseau de neurones pour donner un sens à l'ensemble des lettres et des blancs. Il appartient donc à l'auteur de fournir le niveau d'information nécessaire au lecteur pour faire passer le message.

Parcourir le texte, en tirer des significations, est un défi qui ne se limite pas à un acte personnel, ni à une courte période d'années. Nous supposons que le texte source contient plus de contenu que ce qui est perceptible en première lecture. Il y a là une dialectique qui reste dans l'équilibre de ses opposés, sans solution ni synthèse. Le besoin historique de traverser vient de là, de ce processus constructif entre idéologie et utopie. Par rapport au texte, la tâche du voyageur consiste à rendre le message explicite à travers un raisonnement dirigé et systématisé. Les conclusions n'ajoutent rien aux idéologies et aux utopies présentes dans le texte, telles qu'elles y étaient contenues: bien qu'elles soient nouvelles pour le voyageur. Ils ne sont pas différents en eux-mêmes, car ils ont été gravés dans le sous-sol du texte, qui a été traversé. Mais parce que c'est une œuvre ancienne, issue d'une période de transition, les interprétations ne sont pas épuisées. Chaque nouvelle coupe du texte approfondit les croisements, mais il est toujours possible d'avancer. Les interprétations se succèdent dans le temps, mais elles se situent dans le même lieu.

Il appartient au voyageur de reconstituer la réalité socioculturelle dans laquelle le texte a été construit, en parcourant un dédale de questions et réponses vers un havre de paix. Exactement pour cette raison, nous partons de l'hypothèse que les textes sources permettent un dialogue riche, qui permet de reconstruire les idéologies et les utopies des Portugais, des Africains et des Brésiliens. Pour cette raison, ces études doivent partir des textes eux-mêmes, sachant que lorsque nous parlons de textes, nous ne nous référons qu'à un côté de la question, la manifestation de lusos définis, et nous oublions que nous sommes confrontés à un dialogue, car chaque texte implique une interaction, dans l'existence d'un autre personnage, le voyageur, qui non seulement écoute et lit, mais vit.








Jorge Pinheiro: EINSTEIN E OS CAMINHOS DA CRIAÇÃO

Jorge Pinheiro: EINSTEIN E OS CAMINHOS DA CRIAÇÃO

A COSMOGONIA JUDAICA
E O CONCEITO ESPAÇO-TEMPO EM GÊNESIS UM 

Prof. Dr. Jorge Pinheiro

Aos olhos de Hitler e de seus fiéis, conforme descreve Raphaël Draï [La Pensée Juive et L’Interrogation Divine, Exégèse et Épistémologie (Paris: Presses Universitaires de France, 1966) 1], existia um perigoso pensamento judaico, caracterizado por sua essência maléfica, inspiradora da física de Einstein, da literatura de Kafka, da música de Schoenberg e da psicanálise de Freud. Deixando de lado os delírios hitlerianos, podemos dizer que há um criativo e fecundo pensamento judaico, que através dos séculos soube combinar Torah e conhecimento, ética e epistemologia. Nosso propósito é, numa primeira aproximação, mostrar que os estudos judaicos dos conteúdos de Gênesis Um produziram uma epistemologia que interliga o conceito espaço/tempo em Gênesis Um com a teoria da relatividade. Essa dialética tem especial importância para a teologia cristã, já que a partir dela podemos entender melhor a realidade de Gênesis Um.

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Leia o artigo inteiro, que foi publicado pela primeira vez em 2008.
Você também o encontra em Jorge Pinheiro
Imago Dei, a teologia do ser humano, Fonte Editorial, 2016, pp. 126-151.