jeudi 7 août 2014

Ciências da Religião para hoje




APRESENTAÇÃO

A pergunta que você deve estar se fazendo é: o que são as ciências da religião. Bem, em primeira instância podemos dizer que consiste na investigação do fenômeno religioso a partir de diferentes áreas do conhecimento, como antropologia, filosofia, história, psicologia, sociologia e teologia.

É um conhecimento empírico, que investiga as religiões e suas manifestações. Um elemento importante das ciências da religião é sua neutralidade frente aos objetos de estudo. Não se questiona a verdade religiosa ou a qualidade de uma religião. Por isso, dizemos que as religiões são sistemas de sentido idêntico, definidoras de identidade.

Já para a teologia, é na profundidade do ser, segundo Paul Tillich, filósofo da religião, que reside a fonte da espiritualidade humana. Por isso, é impossível afirmar que Deus e deuses desapareçam da esfera de conhecimento e pesquisa, quer da teologia, ciência primeira da fé cristã, quer das ciências da religião. É certo que há um número crescente de pessoas que se declaram ateias e/ou sem religião, mas mesmo estas, no Brasil, estão colocadas numa sociedade de tradição cristã, o que as obriga a terem que pensar o fenômeno religioso em suas diferentes formas. 

Este livro foi escrito pensando não somente na academia, mas em todos e todas que por curiosidade ou necessidade se debruçam sobre as religiões e suas imbricações neste mundo contemporâneo e pós-moderno. Esta coletânea de textos é, por isso, uma maneira diferente, abrangente, de falar sobre as religiões.

Para a tradição cristã, seja ela católica, reformada ou evangélica brasileira, a teologia é a ciência primeira, servida pela filosofia e por outros campos do conhecimento. Mas a teologia tem um desafio, falar àqueles que não são cristãos, sejam ateus ou estejam no amplo espectro de outras religiões. E isso deve ser feito de maneira dialogal, inter-religiosa. Aí entram as ciências da religião, que têm como um dos objetivos fazer uma análise, a partir dessas diferentes ciências, dos atos e fatos do mundo religioso. O estudo dos fenômenos religiosos possibilita abordar, desde uma perspectiva comparativa, as diferenças e semelhanças entre as religiões singulares e seus conteúdos, formas e práticas. Os traços comuns entre as diferentes religiões, levantados pelo cientista da religião, permitem, então, a definição de elementos que caracterizam o fenômeno religioso enquanto fenômeno antropológico, cultural e social.

Mas, este livro parte também do olhar para um Brasil que busca aprofundar posicionamentos e participação das pessoas nos marcos da democracia representativa e da democracia participativa e suas diversas formas de atuação, no qual as religiões crescem em importância e rompem os espaços marcados de templos, tendas e terreiros.

Por isso, as ciências da religião, hoje, trazem perguntas quanto as questões políticas e sociais que devem ser pensadas, como o reconhecimento da participação social enquanto direito do cidadão e expressão de sua autonomia, assim como a complementaridade, diálogo participativo e transversalidade dos diferentes credos e fé na integração da democracia representativa, participativa e direta.

Esta é a razão de nossos estudos e pesquisas, que contou com a contribuição de Naira Pinheiro, também ela cientista da religião, por meio de um diálogo amplo, geral e irrestrito com as diferentes áreas da vida, geralmente pouco percebido nas religiões em nosso país. Tais textos, oriundos dessas pesquisas, nos mostram que as ciências da religião, apoiadas na antropologia, filosofia, história, psicologia e sociologia, entre outras ciências humanas, e na teologia podem caminhar juntas a fim de pensar este Brasil brasileiro e fazer significativas as diferentes compreensões do ser religioso e do seu mundo.

Um forte abraço de Jorge Pinheiro

Três palavras : Distância, desamor e desatino

Distância, desamor e desatino

Vamos nesta pastoral ler o texto de Marcos 6.14-29. Através da história de três personagens -- Herodes, Herodias e Salomé -- vamos ver que as palavras traduzem força e sentido, e revelam o que pensamos, o que somos e porque fazemos o que fazemos.

Herodes e seus amores

"... porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo". (Marcos 6:20) Herodes tinha carinho pelo profeta João, aquele que batizava. Mas tinha medo dele também, porque João criticava o seu casamento com Herodias, sua cunhada. Só para lembrar, Herodias era mulher de Filipe, irmão de Herodes, que ainda estava vivo. 

Cheio de orgulho, na festa de seu aniversário, ficou encantado com a performance de sua sobrinha, como bailarina, e "disse à moça: — Peça o que quiser, e eu lhe darei. E jurou: — Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!" Puro orgulho. Ele não podia dar metade de seu reino para Salomé. Ele era rei sim, mas vassalo do Império Romano. Suas palavras eram palavras distantes da realidade. Repousavam na sua vaidade. Ele queria se gabar diante dos convivas. Sobre essas palavras que distanciam pessoas e realidade, o Antigo Testamento nos diz que "os sábios guardam todo o conhecimento que podem, mas o tolo, quando fala, logo traz desgraça". (Provérbios 10:14)

Herodias e seu ódio

"João tinha dito muitas vezes a Herodes: “Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!” Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo". (Marcos 6:18, 19). Como vimos, durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. E diante da promessa do rei, de que lhe daria qualquer coisa, Salomé perguntou à mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu: — Peça a cabeça de João Batista.

As Escrituras nos dizem que "os maus fazem planos contra os bons e olham com ódio para eles". (Salmos 37:12). Assim, as palavras que distanciam e as palavras de desamor destroem relacionamentos e levam à morte.

Salomé e seu desatino

"No mesmo instante a moça voltou depressa aonde estava o rei e pediu: — Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!" Salomé não pensou, não refletiu sobre o que estava dizendo. Apenas repetiu as palavras da mãe. Foi obediente para a morte. Não pensou na sua responsabilidade. Por isso, ao repetir as palavras de ódio da mãe, as suas se transformaram em palavras de desatino, de loucura.

Lembre-se: as palavras que distanciam, as palavras de desamor, mas também as palavras de desatino são palavras mal ditas. Mas nós somos chamados às palavras bem ditas, fonte de vida. "Como são doces as tuas palavras! São mais doces do que o mel". (Salmos 119:103)

"No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas". (João 1:1-4)

Queridos irmãos e irmãs, em Cristo somos desafiados a proferir palavras que aproximam, palavras de amor, palavras de sabedoria, que produzam vida. Palavras bem-ditas. Vamos viver assim.

Em Cristo, do pastor e amigo, Jorge Pinheiro.

Adoração depois da catástrofe

http://youtu.be/B2r-ZuvntgY

lundi 4 août 2014

Oriente Médio | Conflitos na Palestina - Prof. Arlene Clemesha





Uma aula necessária...

Uma Igreja contemporânea a serviço do Reino de Deus!

Comissão de Sucessão Pastoral


[Se você é cristão, ore. Se você é membro da IBP participe, mesmo que esteja fora da cidade ou do pais. Somos um corpo -- trabalhamos juntos e nós completamos: oremos. Do pastor e amigo Jorge Pinheiro].








Querido irmã(o),


Estamos montando um relógio de oração intercedendo pelo Processo de Sucessão Pastoral e precisamos da sua participação. Este relógio será utilizado até o dia 13/08/2014. Escolha um ou mais horários da tabela acima da seguinte forma: Se você escolher orar das 18:00 às 18:14 o código será 18A (hora cheia mais a letra correspondente com o intervalo desejado), se o horário for das 10:30 às 10:44 o código será 10C. E assim por diante. Entre no site da IBP, conheça e acompanhe esta igreja linda e viva!

Assim que o relógio estiver sendo completado enviaremos para todos aqueles que estarão participando. Contamos com sua participação.

Abraços
Igreja Batista em Perdizes
Comissão de Sucessão Pastoral

Igreja Batista em Perdizes
Uma Igreja contemporânea a serviço do Reino de Deus!

lundi 28 juillet 2014

Ofensa e culpa

O caminho a percorrer

Jorge Pinheiro


As relações humanas, sociais, entre pessoas de convívio próximo, têm, ao contrário do que se imagina, características próprias e peculiares, que ultrapassam o ethos e as maneiras próprias de cada um e se manifestam não só nas relações da comunidade, mas nas relações que essas pessoas mantêm entre si. Essas relações humanas resultam de mútuas interações interpessoais e coletivas, e geram dinâmicas que podem ser medidas e direcionadas, a partir do relacionamento interpessoal. E duas questões desestruturantes que estão relacionadas e fazem parte dessas relações humanas são as síndromes geradas por ofensas e culpa. E é esta questão que queremos abordar aqui, não numa leitura apenas sociológica, embora esta abordagem seja importante, mas principalmente teológica.

O que é ofensa, o que é culpa? Quando é que ofendemos e nos tornamos culpados? A ofensa, a princípio, é sempre vista como afronta, desconsideração, injúria. Seria postergar responsabilidades, violar mandamentos e, por extensão, alienação e transgressão. Assim, e esta é a leitura teológica cristã, ofendemos quando mascaramos a verdade, quando manipulamos pessoas e fugimos às responsabilidades. E, ao contrário do que propõe a ética cristã, estes padrões acabam sempre presentes na vida em comunidade e nas relações humanas, sociais.

Assim, teria culpa a pessoa que opta por uma conduta negligente que causa dano. Seria culpado quem falta voluntariamente a uma obrigação. E essa leitura penetrou na cultura e hoje faz parte de nossa ética social, onde a culpa no Código Penal brasileiro é sinônimo de delito e crime. Já na tradição judaico-cristã, culpa é sinônimo de transgressão da vontade do Eterno, quer em relação direta com Ele próprio, quer em relação ao próximo. Seria, então, e sempre alienação e pecado.

Poucas vezes, no dia-a-dia, relacionamos ofensas e traição. Mas a traição, tecnicamente, seria uma forma de decepção, um repúdio, enfim, um rompimento sem razões de uma amizade ou de uma aliança. Por isso, tais violações de confiança causam tantos conflitos morais e psicológicos nas comunidades. Mas, vejamos como, teologicamente, podemos vencer ofensas, a começar por sua expressão mais violenta, a traição.

1. A traição e a culpa: o exemplo de Judas Iscariotes (Mateus 27.3-5).

“Quando Judas, o traidor, viu que Jesus havia sido condenado, sentiu remorso e foi devolver as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos líderes judeus, dizendo: - Eu pequei, entregando à morte um homem inocente. Eles responderam: - O que é que nós temos com isso? O problema é seu. Então Judas jogou o dinheiro para dentro do Templo e saiu. Depois foi e se enforcou”.

Assim, traição é também o crime de quem, com deslealdade, entrega, denuncia ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo. É covardia e infidelidade. Judas traiu o sangue inocente. Pecou e foi se enforcar. Segundo Atos 1.18, cheio de remorso, quando se enforcou, a corda rompeu-se e Judas caiu no abismo, tendo as entranhas derramadas no solo. Culpa sem arrependimento é remorso, gera descrença e desespero (falta de fé e esperança) e leva à morte.

2. A traição e o arrependimento: temos o exemplo de Pedro, o pescador (João 21.15-17).

“Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro: - Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam? - Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! - respondeu ele. Então Jesus lhe disse: - Tome conta das minhas ovelhas! E perguntou pela segunda vez: - Simão, filho de João, você me ama? Pedro respondeu: - Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus lhe disse outra vez: - Tome conta das minhas ovelhas! E perguntou pela terceira vez: - Simão, filho de João, você me ama? Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: "Você me ama?" E respondeu: - O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus ordenou: - Tome conta das minhas ovelhas”.

Neste diálogo vemos o arrependimento de Pedro e o perdão de Jesus. Arrependimento é contrição, profunda insatisfação pela nossa conduta moral. Por isso, o arrependimento leva à aceitação do castigo e à disposição de não repetir o erro. E o perdão de Jesus é um perdão para a ação: cuida das minhas ovelhas!

3. O arrependimento e o perdão: o conselho do apóstolo João nos fala da solução do Eterno para as ofensas e culpas.

“Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade”. (1a. João 1.8-9).

Quando há arrependimento e reconhecimento de ofensas e culpas, o Eterno é fiel e justo para perdoar. Ora, se a comunidade constrói modelos de relações intersubjetivas, o ágape deve ser o paradigma da comunidade que busca a paz, já que esse ágape será transmitido às gerações. E porque na comunidade que busca a paz uma pessoa apoia outra, é necessário pensar a comunidade não somente como organismo, mas como processo que atravessa gerações. Por isso, o reconhecimento de ofensas e culpas e o perdão do Eterno são tão importantes, porque possibilitam a reconstrução dos relacionamentos. E é a partir daí que devemos voltar ao ágape solidário e à parceria com irmãos e irmãs.

Do amigo, Jorge Pinheiro.


André Mira prega no culto da noite, 27/07/2014, na Igreja Batista em Perdizes





Sermão do Pr. André Mira. Igreja Batista em Perdizes.

jeudi 24 juillet 2014

A passagem

... um pouco de Eternidade para mim e para você

Ele transitou por aqui como um guerreiro. Um guerreiro e sua viagem. Durante o correr de seus dias no chão deste planeta, o que é muito tempo, lutou bravamente com החיים linda e forte. Os dois nus, suados, ele arfando, sob o olhar atento do soldado que lhe fizera aspirar o gás. Ele era um sobrevivente. Deveria ter ido com os outros, durante a epidemia, mas não, continuou vivo. No entanto, sabíamos, estava contaminado: era um transmissor. Não havia o que fazer: ele devia mudar de vagão.

É isso mesmo, para que não contaminasse a todos, devia mudar de vagão. E a passagem é isso: mudar de vagão para que a viagem continue. Então, foi definido que ele e החיים aspirassem naquele quarto o gás que haveria de possibilitar a passagem. E com com eles estava o soldado que os acompanhava na passagem.

Lá pela tarde, entrei no quarto e os vi nus, lutando. Ele disse alguma coisa, com sorriso, alegre, como só ele sabia ser. E eu sai triste, querendo também aspirar o gás. Chorava, me sentindo sozinho, querendo também mudar de vagão.

E foi ai que, sentado naquele corredor, a chorar, atinei que האלוהים הנצחי é infinito em suas percepções. Mas o infinito é uma abstração e dizer que a eternidade é infinita é tautológico, é dizer a mesma coisa pelo avesso. É explicar o que não se conhece usando o que nos é desconhecido.

Talvez pudéssemos dizer que este האלוהים הנצחי é o fundamento das leis e processos que regem os cosmos, personalidade(s) que sem forma se faz presente em todas as dimensões do espaço e do tempo.

Uma das maneiras de se falar de האלוהים הנצחי é dizer que é espírito, essência que se faz presente em toda a vida, interfere na materialidade, embora não seja matéria. Centelha cujo clarão varia de acordo com o grau de sua depuração, o que inclui a linguagem da programação e as ferramentas da existência. Ou seja, implica em monitorar a execução do programa, pará-lo, reiniciá-lo, ativar pontos de parada, alterar áreas de memória e, em alguns casos, voltar no tempo. 

Assim, podemos entender melhor a imagem e semelhança, de acordo com a presença e manifestações de האלוהים הנצחי. Aliás, no tocante a imagem e semelhança com האלוהים הנצחי presente e manifesto é preciso compreender que האלוהים הנצחי deve pressupor além do tempo e do espaço, único e infinito em suas percepções. Imagem e semelhança pressupõe ser-meio-eterno, transitório nesta temporalidade -- atraídos por האלוהים הנצחי, por estarmos parte e termos destino: sermos derramados em האלוהים הנצחי.

יפה אורן שם טוב

mardi 22 juillet 2014

Contexto judaico do Novo Testamento


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Contexto Judaico do Novo Testamento
Olá Jorge, shalom de Israel.

Em nosso curso "Contexto Judaico do Novo Testamento" discutimos diversos assuntos que surgem ao ler o Novo Testamento dentro do seu contexto Judaico.

Por exemplo, a leitura intitulada "Evangelho de João, judeus e o judaísmo" discutimos o “anti-judaísmo” no Evangelho segundo João;

Marcos, Lucas e Mateus identificaram os inimigos ideológicos de Jesus como vários subgrupos judaicos (Fariseus, Saduceus, Herodeanos e Escribas), enquanto o autor do Evangelho de João chama todos os inimigos de Jesus de “os Judeus”.
Qual contexto histórico pode explicar esse retrato tão negativo de todos os “Judeus” por outro homem judeu – João, o Evangelista? Como isso se conecta com o fato de que apenas neste Evangelho Jesus declara – “salvação é dos Judeus” e que “os Judeus” são propriedade divina? Alguma coisa está faltando.

Participe conosco de uma jornada emocionante, explorando a Herança Judaica do Novo Testamento. Você ficará impressionado com quanto poderá aprender em menos de 3 meses estudando conosco.
Atentamente,

Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg 
Sobre o autor
Um dos principais professores israelenses de Novo Testamento, o Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg leciona para mais de 10.000 membros do grupo de Estudos Judaicos para Cristãos. Sua equipe multilíngue de palestrantes é composta de algumas das mentes mais brilhantes da atualidade. O Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg é um pesquisador de Culturas Antigas e Diretor do Departamento de Estudos Judaicos. Ele recebeu o seu doutorado em História da polêmica Judaico-Cristã pela Universidade Stellenbosch. O Dr. Eli dedica-se a ajudar as pessoas a redescobrirem o judaísmo de Jesus e do movimento apostólico como um todo. Uma das suas maiores paixões é construir pontes de confiança, respeito e entendimento entre Cristãos e Judeus ao redor do mundo.
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jeudi 3 juillet 2014

A identidade da Jesus


Três coisas que você deve saber
sobre a identidade de Jesus de Nazaré

Apesar de estarem convivendo com Jesus, os discípulos ainda não entendiam bem quem ele era. Mas pela graça, Pedro, Tiago e João tiveram a oportunidade de presenciar um momento maravilhoso, que abriu a possibilidade de compreensão da majestade de Jesus.

Marcos 9.2-8 "Seis dias depois, Jesus foi para um monte alto, levando consigo somente Pedro, Tiago e João. Ali, eles viram a aparência de Jesus mudar. A sua roupa ficou muito branca e brilhante, mais do que qualquer lavadeira seria capaz de deixar. E os três discípulos viram Elias e Moisés conversando com Jesus. Então Pedro disse a Jesus: Mestre, como é bom estarmos aqui! Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. Pedro não sabia o que deveria dizer, pois ele e os outros dois discípulos estavam apavorados. Logo depois, uma nuvem os cobriu, e dela veio uma voz, que disse: Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz! Aí os discípulos olharam em volta e viram somente Jesus com eles".

Ao lado de Moisés, o grande profeta do Antigo Testamento, eles puderam se lembrar da ordem que o povo de Israel recebera: Do meio de vocês o Eterno escolherá para vocês um profeta que será parecido comigo, e vocês vão lhe obedecer. Deuteronômio 18.15. Maior do que Moisés, Jesus é o Profeta prometido e a ele todos nós devemos obedecer.

Ao lado de Elias, um homem tão amado que Deus o escolheu para estar com ele, sem passar pela morte, os três discípulos também puderam se lembrar das palavras do Deus Eterno a Isaías (42.1): O Senhor Deus diz: Aqui está o meu servo, a quem eu fortaleço, o meu escolhido, que dá muita alegria ao meu coração. Pus nele o meu Espírito, e ele anunciará a minha vontade a todos os povos.  Jesus é o escolhido, o Ungido de Deus. Ele é o Cristo.

Porém, mais que Profeta e o Cristo de Deus, Ele é o Filho. Ou, como diz o Salmo 2.7: O rei diz: Anunciarei o que o Senhor afirmou. O Senhor me disse: Você é meu filho; hoje eu me tornei seu pai.

Sim, Jesus é o Filho. E a voz do Deus Eterno, ali no monte da transfiguração, declarou: Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz!

Querido irmão e irmã, a este Jesus, que é o Profeta, o Cristo, o Filho, devemos ouvir. Ou seja, devemos obedecer, porque por graça fomos feitos filhos adotivos do amor de Deus. Uma boa semana para todos e todas, do pastor e amigo, Jorge Pinheiro.

mardi 24 juin 2014

De loiras, mulatas e negras

Por Jorge Pinheiro, de São Paulo
(Em memória de Rose Marie Muraro)
anos escrevi... A marcha das mulheres explodiu estereótipos, mitos sexuais, definiu novos comportamentos e construiu cosmovisões. Essa é a mulher deste século XXI. Dilma Rousseff faz parte dessa história.
Veja o vídeo

A eleição da presidenta Dilma Roussef me levou ao passado. Ao início da alta-modernidade, expressão que prefiro ao invés de pós-modernidade, porque apesar das revoluções vividas ainda não fomos além da modernidade. E por causa da eleição da presidenta, resolvi fazer uma viagem às três últimas décadas do século XX, tempo do movimento da contracultura feminina, definidor de comportamentos e cosmovisões. E parto daí, porque foi em 1975 que a ONU instituiu o Ano Internacional da Mulher, dando força a grupos e publicações feministas, que discutiam o papel secundário que era atribuído à mulher na sociedade.
Foi a acumulação, expressão daquilo que despontava no campo de gênero, que nos deu o novo. Foi época do fazer e pensar o movimento de mulheres, agregando a participação de diferentes setores sociais, trabalhadoras da cidade, e depois do campo, intelectuais, negras, ecologistas, portadoras de deficiência, lésbicas, lideranças comunitárias e donas de casa.
E eu lembrei das loiras, mulatas e negras, que durante a ditadura militar estavam reunidas em torno da luta pela volta da democracia, por melhores condições de vida e pela alteração da condição desigual das mulheres.
Teresinha de Jesus/ Deu a queda foi ao chão/ Acudiram três cavaleiros/ Todos três, chapéu na mão.
Uma das maneiras de se conhecer as representações que a sociedade tem da mulher, disse Rose Marie Muraro, é a análise de seus mitos sexuais. E, se quisermos compreender os mitos sexuais brasileiros, vale a pena compará-los com os de outras sociedades, como a estadunidense. Afirmava Muraro: “Quando falamos de mitos sexuais brasileiros, dois nomes nos vêm à memória: Xuxa e Vera Fischer. Xuxa, mais do que qualquer outro símbolo sexual no Brasil é a megastar no sentido americano do termo. Construiu uma imensa fortuna em cima de um império baseado no consumo de sua imagem pelas crianças brasileiras.”
E analisava tal imagem, elaborada pela TV Globo, a da boneca loura, infantil e erótica. Uma imagem que para as meninas era o modelo de feminilidade disponível e que não deixava lugar para outra alternativa, pois ocupou por anos, o espaço matinal de entretenimento nas casas brasileiras.
E como essa imagem da Xuxa (Santa Rosa, 27/03/1963) não foi construída para agradar somente às crianças, mas para ser modelo de sexualidade feminina, o fenômeno criou vetores. Os meninos ao desejá-la procuravam parecer homens maduros, absorvendo a mensagem de que a sexualidade precoce é o caminho para a masculinidade.
Se juntarmos essa imagem à de Vera Fischer (Blumenau, 27/11/1951), também loura, mas de apelo sexual adulto, podemos ver como definições começaram a ser construídas.
Ambas eram louras e, no Brasil, isso lembrava as atrizes do cinema estadunidense. E as consequências para a mulher brasileira passaram a ser muito ruins. Quase nenhuma brasileira da época tinha condições para se identificar com essas modelos e isso rebaixou a autoestima, diminuindo no imaginário seu valor no mercado sexual. Aliás, segundo Muraro, os símbolos sexuais são feitos para isso mesmo, para diminuir o valor das mulheres como mercadoria e manter intacta a dominação masculina.
Outro ponto importante na construção desse imaginário feminino era a obsessão pela juventude. Xuxa tinha pavor de envelhecer e Vera Fischer também. Esta última procurou formas perigosas de escape, quando acreditou que a juventude ia declinando. Aliás, depois dos quarenta as mulheres começavam a se sentir inseguras, porque o símbolo sexual é sempre um objeto descartável, sem vida e sem identidade.
O primeiro foi seu pai/ O segundo seu irmão/ O terceiro foi aquele que a/ Teresa deu a mão
Por isso, Xuxa, em entrevista a Regina Rito, disse que “nenhum fã perdoa quando um ídolo envelhece”. Ela tinha começado sua carreira na televisão em 1983, quando foi convidada por Maurício Sherman para apresentar o Clube da Criança, na Rede Manchete. Nessa época, trabalhava como modelo em Nova York e gravava o Clube nos finais de semana. Em 1986 estreou o primeiro programa diário com seu nome: O Xou da Xuxa, na Rede Globo.
É bom lembrar que as mulheres que se tornaram símbolos sexuais, pin-ups, dificilmente aceitavam retornar ao status de ser humano. Jean Harlow (Kansas City, 03/03/1911), Judy Garland (Grand Rapids, Minnesota, 10/06/1922), Marilyn Monroe (Los Angeles, 01/06/1926), por exemplo, acabaram morrendo nessa busca tresloucada de meios de escape à depressão causada pelo envelhecimento.
Assim, o culto da adolescência e da juventude teve papel relevante na manutenção do status quo, ou seja, do controle da experiência e do conhecimento acumulados pelas mulheres mais maduras.
E esse movimento contrarrevolucionário à emancipação feminina foi tão forte e racista que, nesses anos, quase não encontramos mulheres mulatas e negras que tivessem conquistado status de símbolo sexual. As mulatas das escolas de samba, ou mesmo Taís Araújo (Rio de Janeiro, 25/11/1978), a Xica da Silva, eram símbolos de menor força para o marketing padronizado pela mídia.
Diferente desse panorama era o que começava a acontecer nos Estados Unidos. Lá, Madonna (Bay City, 16/08/1958) criou a imagem de transgressora dos valores puritanos e de independência em relação aos desejos masculinos, que ela manipulou publicamente sem inibição. E num ritmo acelerado, tão famosas quanto Madonna despontaram duas jovens negras: a cantora e atriz Whitney Houston (Newark, 09/08/1963) e a modelo Naomi Campbell (Londres, 22/05/1970), que fez par com a loura Cláudia Schiffer (Rheinberg, Nordrhein-Westfalen, 25/08/1970) .
Quanta laranja madura/ Quanto limão pelo chão/ Quanto sangue derramado/ Dentro do meu coração.
Assim, nos Estados Unidos foram sendo criadas alternativas de identificação feminina, com identidade própria, que rompiam os padrões patriarcais de beleza e moralidade. Esse fenômeno, em relação à mulher negra, era previsível, pois os negros emergiam como nova classe média, apesar de, na época, 25% dos homens negros acabarem presos ou assassinados, vítimas do racismo. Ainda assim, o povo negro começava a impor valores por meio da luta por direitos civis, mas também por sua potencialidade de consumo.
E as mulheres norte-americanas exerceram pressão sobre as estruturas. Em poucos anos abraçaram a causa da liberdade feminina, como forma de enfrentar a competição do mercado de trabalho. Nas universidades surgiram centenas de centros de estudos da mulher, que fizeram das questões de gênero categorias do debate teórico acadêmico. Ocuparam espaços políticos, foram eleitas para governadoras de Estado, prefeitas, e escolhidas como secretárias de Fazenda e, inclusive, secretária de Estado.
E no Brasil, derrubada a ditadura, a pressão por espaço político também cresceu. Surgiram os conselhos estaduais e municipais da condição feminina e, em 1985, o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, que elaborou ações de governo em relação às mulheres.
Nas eleições de 1986, 26 mulheres foram eleitas para a Assembléia Nacional Constituinte. E, independentes de seus partidos, encaminharam propostas vindas das mulheres de todo o país para inclusão ou alteração do texto constitucional. Dessa maneira, 85% das reivindicações apresentadas pelo movimento de mulheres entraram na Constituição de 1988, ampliando como nunca antes se vira a cidadania feminina.
E, em 1996, realizou-se no Brasil uma eleição que incluiu o princípio de quotas, a fim de neutralizar a discriminação sofrida pelas mulheres nos partidos. Dessa forma, foi definido o mínimo de 20% das vagas de cada partido para candidatas mulheres.
Essa marcha explodiu estereótipos e mitos sexuais. A mulher definiu comportamentos e construiu cosmovisões. Essa é a mulher deste século XXI. Dilma Rousseff faz parte dessa história.
Dá laranja quero um gomo/ Do limão quero um pedaço/ Da menina mais bonita/ Quero um beijo e um abraço.
13/11/2010
Fonte: ViaPolítica/O autor
Fontes
José Agripino de Paula, Lugar Público, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1965.
Sérgio Sant’Anna, A Utopia de José Agripino, Folha de S. Paulo, 23/02/1997, caderno Mais.
Terra em Transe, direção de Glauber Rocha, com Jardel Filho, Paulo Autran e José Lewgoy no elenco. O filme recebeu dois prêmios no Festival de Cannes, o da Crítica Internacional e o Buñuel.
Rose Marie Muraro, A Mulher Combate Seus Mitos, Folha de S. Paulo, 6/04/1997, caderno Mais.

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Postado por Jorge Pinheiro no JORGE PINHEIRO em 3/08/2012 11:30:00 AM
Clipe com animação de bonecos,da cantiga de roda Terezinha de Jesus, faixa do DVD da Companhia Tempo de Brincar, de Elaine Buzato e Valter Silva.
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