mercredi 23 septembre 2015
lundi 21 septembre 2015
Imago Dei
Atenção, meu novo livro, já está na reta final
... sob a batuta do nosso querido Eduardo de Proença, criador e ação pensante da Fonte Editorial. E vou dar uma dica para você curtir com profundidade de estudioso o último capítulo do Imago Dei, que se chama "O derradeiro paradoxo". Sugiro a leitura de
(1) Bernard Williams, Problems of the Self, Cambridge University Press, 1973.
(2) Earl Conee e Theodore Sider, Enigmas da Existência, Lisboa, Bizâncio, 2010.
(3) Earl Conee e Richard Feldman, Evidentialism: Essays in Epistemology, Oxford University Press, 2004.
(4) Theodore Sider, Logic for Philosophy, Oxford University Press, 2010.
(5) ______________, Four Dimensionalism: An Ontology of Persistence and Time, Oxford University Press, 2003.
(6) ______________ e Dean W. Zimmerman, Contemporary Debates in Metaphysics, Wiley-Blackwell, 2007.
E se você for meu aluno de Filosofia no próximo semestre, se prepare: vamos estudar Identidade e continuidade espaço-temporal.
Abraços, JP.
dimanche 20 septembre 2015
O evangelho de Maria Madalena -- para entender
Segredos de História e Fé
Frei Jacir de Freitas Faria
Introdução
A literatura apócrifa, sobretudo a de origem cristã, tem sido objeto de estudo para muitas pessoas e comunidades. Cursos e conferências sobre a temática têm se multiplicado. Os evangelhos apócrifos de Maria Madalena e Tomé são os que têm despertado maior interesse. O motivo disso é que nos apócrifos encontramos ensinamentos que permanecem atuais, como, por exemplo, a da leitura de gênero, isto é, a relação homem/mulher no início do cristianismo. Ademais, a espiritualidade integradora que emerge do Evangelho de Maria Madalena fascina a todos que dele se aproximam. Também outras descobertas surgem, tais como: os nomes dos avós de Jesus, Joaquim e Ana; a vida consagrada de Maria; a assunção de Nossa Senhora; a história de Verônica; a história de José; a defesa da virgindade de Maria; as travessuras de Jesus menino; a idéia que o pecado não existe; o amor preferencial de Jesus por Maria Madalena; que Maria Madalena não era prostituta, a história da filha de Pedro; as divergências entre as lideranças das primeiras comunidades cristãs; a descida de Cristo aos infernos... E poderíamos continuar enumerando informações advindas dessa fascinante literatura. Analisemos algumas delas. Antes, porém, redefinamos o sentido do termo apócrifo.
1 - As várias definições de Apócrifo e seu valor para a nossa fé
Apócrifo deriva do grego apókpryphos. A definição mais conhecida para apócrifo é texto falso no conteúdo ou no título e que, por isso, não entrou na lista dos livros inspirados, na Bíblia. Os apócrifos seriam meras fantasias de piedosos cristãos. Na verdade, entre os primeiros cristãos circulavam muitos textos sobre a vida de Jesus e seus seguidores. Fala-se em uma lista de 60 apócrifos do Novo Testamento (Segundo Testamento) e outros 52 do Antigo Testamento (Primeiro Testamento). Muitos deles foram parar na fogueira. O decreto Gelasiano (referente ao Papa Gelásio – falecido em 496) proibia a utilização desses livros pelos cristãos.
Hoje, tantos séculos depois, me proponho, como estudioso da Bíblia, retomar o estudo dos apócrifos com o intuito de encontrar neles o precioso que foi mantido em segredo. Assim, compreendo os textos apócrifos. Com estilo literário diferente dos evangelhos canônicos, os evangelhos apócrifos complementam o conteúdo desses e, sobretudo, apresentam pontos de vistas diferenciados dos que permaneceram como oficiais. Não por menos, na coletânea dos livros apócrifos do Segundo Testamento encontramos, por exemplo: Evangelhos (de Maria Madalena, de Tomé, de Filipe, Árabe da Infância de Jesus, do Pseudo-Tomé, de Tiago, do Nascimento de Maria); Atos (de Pedro, de Tecla e Paulo, dos doze apóstolos, de Pilatos); Epístolas (de Pilatos a Herodes, de Pilatos a Tibério, dos apóstolos, de Pedro a Filipe, Paulo aos Laodicenses, Terceira epístola aos Coríntios); Apocalipses (de Tiago; de João, de Estevão, de Pedro); Outros (A filha de Pedro, Descida de Cristo aos Infernos, Declaração de José de Arimatéia). Os originais desses textos estão em grego, latim, siríaco, copto, etíope, etc. Muitos deles são apenas fragmentos. Os evangelhos de Maria Madalena e Tomé, em copto, foram descobertos no alto Egito, em Nag Hamadi, em 1945.
Tantos escritos assim não invalidam, por outro lado, o valor incontestável dos evangelhos canônicos produzidos pelas comunidades de Mateus, Marcos, Lucas e João. Esses permanecerão sempre como critério verossímil de análise da pessoa e vida de Jesus, mas serão mais bem compreendidos em relação aos outros modos de pensar daquele então. Nesse sentido, gostaria de propor algumas reflexões advindas do estudo dos apócrifos, sobretudo dos evangelhos de Maria Madalena e Tomé.
2 - Maria Madalena não era prostituta
Quem é Maria Madalena? A ligação errônea das passagens evangélicas que falam dela levou à identificá-la com a pecadora (prostituta?) que ungiu os pés de Jesus (Lc 7,36-50). E esse erro virou verdade de fé. O inconsciente coletivo guardou na memória a figura de Maria Madalena como mito de pecadora redimida. Fato considerado normal nas sociedades patriarcais antigas. A mulher era identificada com o sexo e ocasião de pecado por excelência. Daí não ser nenhuma novidade a pecadora de Lucas ser prostituta e a prostituta ser Maria Madalena. Lc 8,2 cita nominalmente Maria Madalena e diz que dela “haviam saído sete demônios”. Ter demônios é o mesmo que ser acometido de uma doença grave, segundo o pensamento judaico. No cristianismo, o demônio foi associado ao pecado. No caso da mulher, o pecado era sempre o sexual. Nesse sentido, a confusão parece lógica. Mas não o é, se levarmos em consideração o valor da liderança exercida por Maria Madalena entre os primeiros cristãos, bem como a predileção de Jesus por ela. Entre os discípulos judeus considerar Maria Madalena como prostituta significava também subestimar o valor da mulher enquanto liderança. Os padres da Igreja seguiram essa linha de pensamento.
3 - A liderança de Maria Madalena incomodava os apóstolos
Entre os primeiros cristãos havia disputas pela liderança. Havia o grupo de Pedro, o de Paulo, o de Tiago, e também o de Maria Madalena. O evangelho de Maria Madalena diz que ela recebe os ensinamentos do Mestre e os transmite, causando a irritação de Pedro, que diz: “Será possível que o Mestre tenha conversado assim com uma mulher? Devemos mudar nossos hábitos e escutarmos todos essa mulher? Mas Levi repreende a Pedro dizendo: “Se o Mestre tornou-a digna, quem és tu para rejeitá-la? Arrependamo-nos!”, o que significa, unamos o masculino e o feminino dentro de nós e saiamos a anunciar o Evangelho segundo Maria Madalena. E assim termina o Evangelho de Maria Madalena.
Há também um tratado gnóstico chamado Pistis Sophia que nos mostra o quanto a liderança de Maria incomodava aos discípulos. Assim diz o texto: “Pedro precipitou-se adiante e disse a Jesus: “Meu Senhor, nós não podemos mais suportar esta mulher, pois nos tira a oportunidade; ela não deixou falar ninguém de nós, mas sempre ela a falar. Meu Senhor que as mulheres cessem afinal de perguntar, de modo que nós possamos também perguntar”. E Maria Madalena também disse a Jesus: “Por isso, eu tenho medo de Pedro: ele costuma ameaçar-me e odeia o nosso sexo”. A opinião de Pedro em relação a Maria Madalena revela o quanto lhe incomodava o protagonismo de Maria Madalena, mulher, discípula e apóstola de Cristo.
4 - Maria Madalena era a amada de Jesus e o beijava freqüentemente
O evangelho de Filipe nos traz uma informação não muito conhecida entre nós. Ele diz: “A companheira de Cristo é Maria Madalena. O Senhor amava Maria mais do que todos os discípulos e a beijava freqüentemente na boca. Os discípulos viram-no amando Maria e lhe disseram: Por que a amas mais que a todos nós? O Salvador respondeu dizendo: ‘Como é possível que eu não vos ame tanto quanto a ela?” (Filipe 63, 34-64,5). E noutra parte diz: “Eram três que acompanhavam o Senhor: sua mãe Maria, a irmã dela, e Madalena, que é chamada de sua companheira. Com efeito, era “Maria” sua irmã, sua mãe e a sua esposa” (Filipe 32).
Com entender o beijo entre Jesus e Maria Madalena? É fácil! Basta remontarmos à cultura daquela época. O beijo em hebraico significa comunicar o espírito. Por isso é que dizemos que o beijo é, por excelência, o sacramento do amor. Maria Madalena recebia os ensinamentos do mestre. Eles eram espíritos unidos pelo amor ao Reino de Deus. Podemos também compreender isso olhando a vida dos grandes místicos. Francisco e Clara de Assis viveram essa mesma experiência sublime de amor, na consagração de suas vidas.
Chamar Maria Madalena de mãe, amada e irmã significa dizer a mesma coisa em três modos diferentes. Eles representam a mulher (feminino) nos seus três estágios de vida: infância, procriação e menopausa. E todas essas dimensões, na relação com o homem (Jesus), revelam a união profunda entre os seres humanos. União sem divisão, sem dualidade. Por isso, Maria Madalena só poderia ter sido de Jesus mãe, irmã e esposa.
No evangelho de João encontramos a expressão “discípulo amado”. Esse evangelho tem parentesco próximo em sua teologia com o evangelho de Maria Madalena. João quase não entrou na lista dos canônicos. Não seria o evangelho de João fruto da comunidade de Maria Madalena? O discípulo amado do evangelho de João não seria Maria Madalena? Ela, sim, recebe esse título nos apócrifos. E para que o seu evangelho fosse considerado canônico, o evangelho de Maria Madalena virou de João e, João, por conseguinte, o discípulo amado. Bom, há de se considerar também que o discípulo amado nem seja João.
5 - Para Maria Madalena, o “pecado não existe”
O evangelho de Madalena afirma: “não há pecado, somos nós que fazemos existir o pecado quando agimos conforme os hábitos de nossa natureza adúltera” (pagina 7, 14-19). O ser humano nasce em estado de graça, sem pecado. São os condicionamentos da vida que criam situações de pecado. O pecado então passa a existir. E vale lembrar que o pecado não é só moral, mas social e comunitário. Infelizmente a Igreja católica, no decorrer da sua história, enfocou muito o pecado moral, chegando a criar até listas de pecados, e muita gente viveu atrelada a essa idéia, sem conseguir se libertar. A confissão dos pecados fez e faz um bem para todos nós, mas a idéia que tudo é pecado, não. A liberdade é já um estado de graça. Nem tudo é pecado, sobretudo no campo da moral. O evangelho de Maria Madalena nos ensina a buscar a harmonia interior e sem absolutismos.
6 - Para Tomé, Jesus é um crítico do império romano
Segundo os estudiosos, parte do Evangelho de Tomé data do ano 50, sobretudo as parábolas. Nos evangelhos canônicos nós temos parábolas e alegorias. A parábola é o fato e a alegoria é a interpretação que se faz dele. No Evangelho de Tomé não existem alegorias, apenas parábolas. Isso nos leva a entender que esse evangelho está mais próximo da fala original de Jesus. Comparando os textos, percebemos isso claramente. Na parábola do semeador, por exemplo, o que Jesus estaria dizendo? Ele convoca o pessoal do norte da Galiléia, os quais estavam assistindo o roubo de suas terras pelo Império Romano e repassados aos “apadrinhados políticos” do Império, a lutar pelos seus direitos. Ou seja, Jesus ensina os trabalhadores a resistirem. Outro texto interessantíssimo é a Parábola dos vinhateiros, que algumas Bíblias intitulam erroneamente como “Parábola dos vinhateiros homicidas / assassinos”.
Quando se faz uma comparação entre os textos de Tomé, Mateus, Marcos e Lucas, percebemos nitidamente a intenção de cada um deles. Os três evangelistas canônicos relêem essa parábola de forma cristológica: Jesus é o que foi morto fora da vinha; o dono da vinha é o Pai (Deus); os trabalhadores representam o povo de Israel que rejeitou Jesus. O texto de Tomé não diz isso. Ele coloca os vinhateiros de uma forma positiva, pessoas que não têm nada de homicidas. Os vinhateiros, em Tomé, são os trabalhadores que se organizam e que brigam contra o patrão para reivindicar o direito à terra, herança dada por Deus que estava sendo tomada pelos romanos. Por mais paradoxal que seja, o Evangelho de Tomé convida a comunidade a resistir contra aqueles que tomavam as suas terras. Evidentemente, as comunidades de Marcos, Mateus e Lucas, cada um a seu modo e a partir da problemática interna e externa vividas por elas: perseguição judaica, ambição pelas riquezas do mundo, alegorizam a fala de Jesus. E isso também não está errado. Nós fazemos o mesmo ainda hoje.
7 - Para não concluir
O precioso dos apócrifos mantido em segredo, trazido à tona, desinstala a opinião teológica sedimentada. Esses escritos são, de fato, já desde as origens do cristianismo, textos questionadores. Temos que reconhecer que, evidentemente, que alguns apócrifos têm histórias aberrantes, que não poderiam corresponder à verdade. Mas também a “história” sobre Jesus nos evangelhos canônicos não é toda a história. Nem tudo sobre Jesus foi escrito. Muita coisa não foi considerada. E muitos textos sobre Jesus são já releituras feitas pelas comunidades daquela época. Alguns estudiosos chegam a afirmar que somente 18% das palavras atribuídas a Jesus nos evangelhos são dele. Além disso, o que era dado de fé passou a ser dado histórico e o que era dado histórico tornou-se dado de fé. É difícil distinguir, mesmo como o auxílio da exegese moderna, o Jesus da fé do Jesus histórico. As coisas estão misturadas. Estudar os apócrifos é colocar-se no caminho do diálogo com as origens do cristianismo. É perceber o valor deles para a nossa fé ecumênica e aberta ao “novo”, ainda que esse não seja “tão novo” assim.
Fonte
O Evangelho de Maria Madalena: uma introdução
Frei Jacir de Freitas Faria
Muitos se assustam ao ouvir dizer que existe um evangelho de Maria Madalena. Como? Uma prostituta escreveu um evangelho? O estudo acurado dos escritos apócrifos, isto é, textos sagrados que não entraram na Bíblia, nos proporciona descobertas inusitadas: Maria Madalena não era prostituta; Jesus a amava muito; A nossa devoção Mariana tem sua origem nos apócrifos. Os apócrifos do Segundo Testamento (Novo Testamento) são em torno de 60 e os do Primeiro Testamento, 52.
O Evangelho de Maria Madalena tem muito a contribuir com os estudos recentes sobre as origens do cristianismo. Com grande probabilidade estamos diante de um texto fundador do cristianismo. Ele chegou até através de um manuscrito grego datado, provavelmente no ano 150 da Era Comum (E.C.), e na sua tradução para o copta saídico (língua usada no Egito), no século V da E.C. O texto está organizado em forma de páginas, das quais nos faltam as de número 1 a 6 e 11 a 14.
Contrário aos evangelhos sinóticos (Mc., Mt. E Lc), os quais, a partir do relato da paixão, morte e ressurreição de Jesus, relatam a infância e a missão de Jesus, o gênero literário do Evangelho de Maria Madalena corresponde ao que chamamos de ditos e sentenças. E Maria Madalena dizendo o que Jesus disse.
Postulamos em nossa interpretação que o objetivo desse evangelho seria o de reagir contra a institucionalização do cristianismo na linha hierárquica e masculina. E foi por isso que Maria Madalena e sua comunidade procuraram interpretar a mensagem do mestre Jesus de modo integrador. Jesus, contrariamente à linha judaica, essênica e farisaica, esteve sempre próximo às mulheres, pecadores e enfermos. Os evangelhos canônicos, os que estão na Bíblia, não negaram essa postura de Jesus, mas, por outro lado, minimizaram a liderança de mulheres apóstolos e discípulas de Jesus, como Maria Madalena. O Evangelho da comunidade de Maria Madalena conservou discussões teológicas entre Maria Madalena, Pedro, Lavi e André sobre a pessoa e missão Jesus transmitidas por ele a Maria Madalena, nas quais encontramos novidades que a tradição achou por bem deixar de lado. Vamos ler e interpretar o Evangelho de Maria Madalena tendo em vista o diálogo com esses textos primitivos que muito nos iluminam a reflexão hodierna sobre a espiritualidade e gênero. Convido a você, caro leitor (a) a acompanhar as reflexões que faremos sobre a personagem de Maria Madalena e seu evangelho. A nossa intenção será de destruir os preconceitos criados historicamente em torno a Maria Madalena para, assim, reconstruí-la como paradigma de fé e apóstola de Jesus.
O Evangelho de Maria Madalena
Frei Jacir de Freitas Faria
Infelizmente a descoberta do Evangelho de Maria Madalena, em 1945, no Alto Egito, em Nag-Hammadi, também não nos logrou oferecer o texto completo do evangelho. Faltam as páginas iniciais, 1 a 6 e 11 a 14.
Abaixo apresento uma página do Evangelho de Maria Madalena. O texto completo se encontra traduzido e comentado por Jean-Ives Leloup e Jacir de Freitas nos livros:
· FARIA, Jacir de Freitas. As origens apócrifas do cristianismo: Comentários aos evangelhos de Maria Madalena e Tomé. São Paulo: Paulinas, 2003; e
· LELOUP, Jean-Ives. Evangelho de Maria: Miriam de Mágdala, Petrópolis: Vozes, 1998.
PÁGINA 8
1 “O apego à matéria
2 gera uma paixão contra a natureza.
3 É então que nasce a perturbação em todo o corpo;
4 é por isso que eu vos digo:
5 ‘Estejais em harmonia...’
6 Se sois desregrados
7 inspirai-vos em representações
8 de vossa verdadeira natureza.
9 Que aquele que tem ouvidos
10 para ouvir, ouça.”
11 Após ter dito aquilo, o Bem-aventurado
12 saudou-os a todos dizendo:
13 “Paz a vós – que minha Paz
14 seja gerada e se complete em vós!
15 Velai para que ninguém vos engane
16 dizendo:
17 ‘Ei-lo aqui.
18 Ei-lo lá.
19 Porque é em vosso interior
20 que está o Filho do Homem;
21 ide a Ele:
22 aquele que o procuram o encontram
23 em marcha!
24 Anunciai o Evangelho do Reino.
---------------------------------------------------------
* Seguimos literalmente a tradução de Jean-Yves Leloup em O Evangelho de Maria; Míriam de Mágdala.
Epístola aos Efésios do apóstolo Paulo
Carta aos Efésios
AUTOR. Paulo, o apóstolo. Veja 1:1.
DATA. Provavelmente escrita em Roma, ano 60-64 d.C.
Éfeso hoje
A região do Mar Egeu é uma das regiões mais belas da Turquia. Longas praias de areia, oliveiras verdes, rochas e pinheirais juntamente com águas cristalinas. O clima é ameno e a brisa marítima refresca os dias mais quentes do verão. Uma das regiões mais bonitas é Marmaris, que foi um local destacado na rota comercial que ligava a Anatolia ao Egito. Os arredores de Marmaris estão cheios de locais históricos.
Marmaris situa-se numa baía rodeada de montanhas, no ponto de encontro entre o Mar Egeu e o Mediterrâneo. A dois dias de viagem está a antiga Éfeso e Pamukkale, onde possivelmente morou Maria, a mãe de Jesus. De Éfeso restam ruínas, a casa de Maria e a basílica de São João As sete igrejas citadas no Apocalipse estavam localizadas em cidades hoje da Turquia.
A Carta
A Carta aos Efésios "é um hino de adoração proveniente do coração do apóstolo Paulo. Não é um argumento teológico monótono e sim o transbordar de sentimentos ardentes do coração agradecido do apóstolo. No grego esta passagem (1.3-14) constitui uma grande sentença. O espírito de Deus inspirou o apóstolo Paulo a proferir esta profusa adoração ao Deus que o havia salvado”.[1]
A epístola é “um dos mais notáveis escritos do Novo Testamento, tanto pela consistência teológica, quanto pela praticidade”. Sua ênfase concentra-se no:
1. projeto divino da salvação,
2. na natureza da igreja,
3. e no senhorio de Cristo sobre todas as coisas.
A Epístola descreve a igreja como sendo o corpo de Cristo. Ele é a cabeça que dá vida e comanda o corpo. Os aspectos da universalidade e unidade da igreja, bem como sua submissão a Cristo -- revelada através de um novo estilo de vida -- , são preponderantes:
1. bênção da eleição Efésios 1,3-4.
2. bênção da adoção Efésios 1,5-6
3. conhecimento de Deus Efésios 1,7-14
4. graça Efésios 1,15-23
5. nova sociedade Efésios 2,1-10
6. universalidade da graça Efésios 2,11-22
7. unidade da igreja Efésios 3,1-13.
8. edificação da igreja Efésios 3,14-21.
9. nova vida Efésios 4,1-6; 4,7-16
10. plenitude do espírito Efésios 4,17-5,14
11. relacionamentos cristãos Efésios 5,15-21 Efésios 5,22-6,9
12. luta espiritual - Efésios 6,10-20. [2]
A carta aos Efésios “é portadora de uma boa notícia: o universo inteiro forma um só corpo em Cristo, cabeça de tudo. Essa novidade é celebrada na 'grande bênção' que abre o texto (1,3-14) e que espalha suas raízes, ramos, flores e frutos por todo o texto. Neste texto o aluno vai encontrar uma introdução básica para começar a entender Efésios e um comentário breve a cada trecho, mostrando continuamente a ligação que existe entre o grande hino e as partes menores do texto:" [3]
O Ministério de Paulo
Sua primeira visita, At 18:18-21; em sua segunda visita, o Espírito Santo foi dado aos crentes, At 19:2-7; continua seu trabalho com êxito extraordinário, At 19:9-20; seu conflito com os artífices, At 19:23-41; sua palavra aos anciãos efésios, At 20:17-35. Os judeus convertidos nas igrejas primitivas se inclinavam a ser exclusivos e a separar-se de seus irmãos gentios. Esta situação na igreja de Éfeso pode ter motivado o apóstolo a escrever esta carta, cuja idéia fundamental é a unidade cristã.
TEXTO CHAVE, 4:13.
CADEIA CHAVE, mostrar a corrente do pensamento, 1:10; 2:6, 14-22; 4:3-16.
TEMA PRINCIPAL. A unidade da igreja, especialmente entre os crentes judeus e gentios.
Percebe-se esta intenção na ocorrência de certas palavras e frases, como:
(1) As palavras com e juntamente; 1:10; 2:6; 2:22.
(2) A palavra um - um só novo homem; 2:14-15; um só corpo, 2:16; um Espírito, 2:18; uma esperança,4:4; um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e Pai de todos, 4:5-6.
OUTRAS PALAVRAS E FRASES REPETIDAS.
(1) Em Cristo, 1:1,3,6,12,15,20; 2:10,13;3:11;4:21.
(2) Nos lugares celestiais, 1:3,20; 2:6; 3:10.
(3) Riquezas de graça, 1:7;2:7. Riquezas de glória, 1:18; 3:16. Riquezas de Cristo, 3:8.
SINOPSE
PARTE I. A igreja e o plano de salvação. Ao discutir o plano de salvação nas diferentes epístolas. Paulo varia a ênfase. Em Romanos, ele o faz sobre a fé sem as obras; em Gálatas, sobre a fé sem as observâncias cerimoniais; em Efésios, sobre a unidade dos crentes.
Cap. Um.
(1) A saudação, vv. 1-2.
(2) A origem divina da Igreja, vv. 3-6.
(3) O plano de salvação.
(a) Por meio da obra redentora de Cristo, vv. 7-8.
(b) Seu alcance é universal, vv. 9-10.
(c) Garante uma rica herança espiritual, vv. 11-14.
(d) Oração para que os crentes possam ser iluminados quanto às riquezas de suas provisões, vv. 15-23.
Cap. Dois.
(e) O plano prevê uma ressurreição espiritual longe do pecado, e a exaltação do crente aos lugares celestiais vv. 1-6.
(f) Esta exaltação depende inteiramente da graça, e não das obras, vv. 7-10.
(g) Inclui os gentios, que estavam apartados de Deus, mas que foram aproximados por causa do sangue de Cristo, vv. 11-13.
(h) Remove todas as barreiras entre judeus e gentios, e os une em um corpo para habitação do Espírito Santo, vv. 14-22.
Cap. Três.
(i) Os mistérios do propósito divino são revelados a Paulo, e sua designação como apóstolo aos gentios, vv. 1-12.
(j) A segunda oração de Paulo pela plenitude espiritual da igreja e sua iluminação acerca do amor incomparável de Cristo, vv. 14-21.
PARTE II. Aplicação prática. Propósito do plano divino no que se refere à igreja.
Cap. Quatro.
(1) A unidade dos crentes.
(a) No Espírito, 1-3.
(b) As sete unidades mencionadas, vv. 4-6.
(c) A diversidade de dons e a unidade do corpo de Cristo, vv. 7-16.
(2) A vida cristã conseqüente, o andar dos crentes:
(a) Não como os pecadores, vv. 17-21.
(b) Em uma nova vida, abandonado os pecados passados, vv. 22-32.
Cap. Cinco.
(c) Andar em amor e pureza, vv. 1-7.
(d) Andar na luz, vv. 8-14.
(e) Andar com cuidado, cheios do Espírito, vv. 15-21.
(3) A vida no lar.
(a) Deveres dos esposos e das esposas, vv. 22-23.
Cap. Seis.
(b) Deveres dos filhos, dos pais, dos servos, e dos senhores, vv. 1-9.
(4) A luta espiritual.
(a) A fonte de fortaleza, v. 10.
(b) A armadura e os inimigos, vv. 11-18.
(5) Palavras finais e bênção, vv. 19-24.
SELEÇÕES ESCOLHIDAS
Orações de Paulo pela igreja, 1:16-23; 3:14-21.
A unidade cristã, 4:3-16.
A armadura espiritual, 6:10-17.
Citações
[1] MACARTHUR, John. Escolhidos desde a eternidade. In: Fé para Hoje. Editora Fiel, São José dos Campos/SP, Brasil, 2002. n.15, p.1-9 (Ensaio a partir de Efésios 1,3-14").
[2] .A igreja de Cristo - Uma abordagem da carta aos Efésios Estudos Bíblicos Didaquê. In: . Didaquê, Manhumirim/MG, Brasil, 2001. 44p.
[3] BORTOLINI, José. Como ler a carta aos Efésios - O universo inteiro reunido em Cristo. In: . Editora Paulus, São Paulo/SP, Brasil, 2001. 64p.
vendredi 18 septembre 2015
O caráter do cristão
AS BEM-AVENTURANÇAS E O FRUTO
DO ESPÍRITO
O
caráter do cristão
Prof.
Dr. Jorge Pinheiro
OS DOIS TEXTOS
"Bem-aventurados
os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus./ Bem-aventurados os
que choram, porque serão consolados./ Bem-aventurados os mansos, porque
herdarão a terra./ Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque
serão fartos./ Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus./
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus./
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos
céus./ Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos
perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós./ Regozijai-vos e
exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram aos
profetas que viveram antes de vós". (Mateus 5: 3-12).
"Mas
o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei".
(Gálatas 5:22 e 23).
O
CARÁTER DO CRISTÃO
Esses
dois textos descrevem o caráter do cristão. Não são aspectos que devem ser
desenvolvidos em separado, mas formam um todo equilibrado e diverso, que bem
podemos definir como o roteiro para o discipulado cristão. A ordem é que todo
discípulo amadureça todas as qualidades mencionadas.
Falando
no monte, Jesus disse que cada pessoa possuidora dessas qualidades - são mansas
e misericordiosas, humildes de espírito e limpas de coração, choram e têm fome
e sede de justiça, são pacificadoras, sofrem injúria e perseguições por amor à
justiça e por amor ao Mestre - é makários (em grego,
significa feliz). Para muitos teólogos, Jesus estava apresentando uma teoria
para a felicidade humana.[1]
É importante, no entanto, esclarecer que a expressão makários
refere-se não somente a um estado ideal de felicidade, mas uma construção real
do caráter, que produz bençãos imediatas e futuras.
Na
verdade, seguindo a lógica exposta por Robert Gundry, Jesus se posiciona como
um novo legislador, um novo Moisés, superior, promulgando uma nova lei, a lei
do amor, que nasce do Espírito. Jesus não somente condena o arcaísmo da
legislação ritual, mas deixa claro que uma nova aliança está nascendo. Assim,
estamos diante de um novo povo. Esse israelita espirital terá um caráter novo,
diferente em essência dos padrões do mundo. E os pais da igreja também
entenderam assim.
Comentando
as bem-aventuranças, Agostinho (354-430), o bispo de Hipona, vê na exposição de
Jesus uma graduação, como se estivéssemos subindo uma escada. O primeiro degrau
é a humildade, a submissão à autoridade divina, e o segundo degrau, a mansidão.
Esses dois primeiros degraus colocam o discípulo, em espírito de piedade,
diante do conhecimento de Deus. É então que, a partir daí, descobre os laços
"com que os hábitos da carne e os pecados sujeitam a este mundo".[2]
Assim, para Agostinho, os terceiro, quarto e quinto degraus estão relacionados
à luta contra o presente século e seus ditames. Já o sexto degrau leva o
crente, vitorioso anteriormente, a contemplar o "bem supremo, que somente
pode ser visto por uma inteligência pura e serena".[3]
O sétimo degrau é a sabedoria, que nasce da contemplação da verdade, que
pacifica o homem e imprime nele a semelhança com Deus. E o último degrau volta
ao primeiro, pois ambos nomeam o Reino dos Céus, a perfeição.
Embora
a visão agostiniana seja excessivamente alegórica para nossa hermenêutica
reformada, ela faz chegar até nós a compreensão dos pais da igreja sobre o
Sermão do Monte.
AS
QUALIDADES DE UM FRUTO SAUDÁVEL
Do
que vimos até aqui, fica claro que o Sermão do Monte fala de qualidades,
características dos discípulos de Cristo. E o texto de Galátas 5:22 e 23
sintetiza a mesma preocupação. Fala do fruto de uma árvore saudável. E descreve
apenas um fruto, porque a idéia aqui desenvolvida é a de uma corrente, que só
existe através de elos entrelaçados. Se apenas um elo for frágil, toda a
corrente se faz frágil.
Essas
nove virtudes, podem ser catalogadas, segundo Lightfoot,[4]
em:
(1)
hábitos mentais - amor, alegria, paz -, que inspiram o discípulo ao amor a Deus
e aos homens, geram profundo regozijo de coração, que nenhuma obra da carne
pode produzir, e criam um sentido de harmonia no que se refere a Deus e aos
homens;
(2)
qualidades sociais - longanimidade, benignidade, bondade -, que nos levam a
paciência passiva, diante de injúrias e perseguições, nos dão uma bondosa
disposição em relação ao próximo e nos direcionam à beneficência ativa;
(3)
e princípios gerais de conduta - fidelidade, mansidão, domínio próprio -, que
traduzem posturas de comportamento, ou seja, ser dignos de confiança, não
defender com unhas e dentes os próprios interesses e ter sob controle desejos e
paixões.
Voltando
ao Sermão do Monte, encontramos no versículo 20, do capítulo analisado:
"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos
escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus".Esta declaração,
uma ordem aos discípulos, une numa corrente de ouro, os dois textos estudados.
E por que Jesus dá os escribas e fariseus como anti-exemplos? Porque, como
explica Stott, "a grandeza do reino não é apenas avaliada pela justiça que
se conforma à lei",[5]
pois a entrada no reino torna-se impossível se não houver um comportamento que
vá além da própria lei.
Aliás,
o apóstolo Paulo em Gálatas 5:23 diz que contra as virtudes expressas pelo
fruto do Espírito não existe lei. Os escribas e fariseus diziam que a lei tinha
248 mandamentos e 365 proibições, e concordavam que era impossível cumprir
tudo. Como então exceder os rabinos? Simplesmente porque não estamos limitados
à lei de Moisés, mas à lei do Espírito. A justiça do cristão excede porque é
mais profunda, é uma justiça que nasce do coração regenerado, é interna e tem
como fonte o Espírito de Deus que habita em nós. É fruto do Espírito.
Assim,
podemos dizer que o caráter do cristão, expresso em Mateus 5:3-12 e Gálatas
5:22 e 23, traduz na própria vida do discípulo seu novo nascimento. E, Jesus
nos ensinou que ninguém entrará no reino dos céus se não nascer do Espírito.
Temas
para exercício
As
bem-aventuranças
(a)
Bem-aventurados os humildes de espírito;
(b)
bem-aventurados os que choram;
(c)
bem-aventurados os mansos;
(d)
bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça;
(e)
bem-aventurados os misericordiosos;
(f)
bem-aventurados os limpos de coração;
(g)
bem-aventurados os pacificadores;
(h)
bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça;
(i)
bem-aventurados sois quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo,
disserem todo o mal contra vós.
Definição
das quatro primeiras
(a)
Bem-aventurados os humildes de espírito, ou seja, aqueles que reconhecem sua
própria miserabilidade diante de Deus, sua total dependência espiritual diante
o Criador.
(b)
Bem-aventurados os que choram, ou seja, aqueles que se derramam, compungidos
diante de Deus por seus próprios pecados e pelos de seus irmãos. Expressa uma
postura de verdadeiro arrependimento.
(c)
Bem-aventurados os mansos, ou seja, aqueles que perdoam, que não cobram a
dívida, que alegremente caminham a segunda milha.
(d)
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, ou seja, aqueles que olham
para Cristo e querem ser igual a Ele. Cristo é o justo, sobre Ele repousa a
justiça de Deus. Ter fome e sede de justiça é alimentar-se espiritualmente de
Cristo, ser igual a Ele.
O
texto-chave do Sermão do Monte.
"Porque
eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e
fariseus, jamais entrareis no reino dos céus". Mateus 5: 20.
Explicação
do versículo 20 de Mateus 5.
Os
escribas e fariseus viviam uma religiosidade formal, de aparência, sem
transformação real de vida, sem conversão. Nesse sentido, o cristão deve
exceder esse padrão, ir além, mudar em essência, ter um coração de carne.
A
condição para sermos aceitos por Jesus (Mt. 7:21-23).
É
a veracidade daquilo que se professa. Praticar o que se prega. Nesse sentido, o
que caracteriza o discípulo não é a exterioridade de suas ações, por mais
poderosas, miraculosas ou expressivas, mas a obediência que se traduz em vida
moralmente genuína e fecunda.
Explicação
do significado da santificação no Primeiro testamento, no Novo testamento e o
desenvolvimento da conceituação.
(a)
Apesar do mandamento ter sido expresso claramente em Levítico 19:2,
"Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo", o kadish
(a santificação) era, e é para o judeus, cerimonial. O kadish se dá em certos
momentos da vida, em celebrações e rituais. Assim, no cabalat sabat (entrada do
sábado) se faz santificação no culto familiar, na alimentação kosher (pura),
nos utensílios utilizados pelos sacerdotes, antigamente no templo, hoje nas
sinagogas.
(b)
A santificação cristã parte de outra perspectiva: somos definidos por Deus como
santos. Devemos então viver aquilo que já somos: separados por Deus para
servi-lo, glorificá-lo, espelhá-lo diante do mundo. Somos santos e devemos
santificar toda a realidade circundante com nossa vida santificada e em
crescente santificação. Esse novo conceito é claramente explicado na primeira
carta do apóstolo Pedro, capítulo 1, dos versículos 13 ao 25, mas a segunda
parte do versículo 15, nos dá a chave do pensamento cristão sobre a
santificação: "tornai-vos santos
também vós mesmos em todo o vosso procedimento".
BIBLIOGRAFIA
Agostinho,
Santo, O Sermão da Montanha, Edições
Paulinas, São Paulo, 1992.
Gee,
Donald, Para Que Deis Fruto, Edições
Vida, São Paulo, 1985.
Gundry,
Robert H., Panorama do Novo Testamento,
Edições Vida Nova, SP, 1991.
Stott,
John R. W., "A Mensagem do Sermão do Monte", ABU Editora, SP, 1993.
jeudi 17 septembre 2015
Apocalipse para a pós-modernidade
Prof. Dr. Jorge Pinheiro
Apocalipse para a
pós-modernidade
Como se sabe,
grande é o número de sistemas que tentam interpretar o Apocalipse. Todos
concordam sobre o sentido geral do livro, que quer anunciar a vitória do Bem
sobre o mal, do reino de Cristo sobre as maquinações dos pecadores. Divergem,
porém, quando tentam indicar a época precisa em que o Apocalipse situa essa
vitória. As diversas teorias se agrupam sob os títulos seguintes:
a.
Sistema do fim dos tempos: João estaria descrevendo os embates
finais da história. Esta interpretação esteve em voga na Antigüidade; foi posta
de lado na Idade Média; do século XVI aos nossos dias é mais e mais prestigiada
principalmente por parte de correntes que profetizam o fim do mundo para breve;
b.
Sistema da história antiga (do século I aos séculos IV/V): o
Apocalipse descreveria a luta do judaísmo e do paganismo contra os discípulos
de Cristo, luta que terminou com a queda da Roma pagã (476) e o triunfo do
Cristianismo;
c.
Sistema da história universal: o Apocalipse apresentaria, sob a
forma de símbolos, uma visão completa de toda a história do Cristianismo;
descreveria sucessivamente os principais episódios de cada época e do fim do
mundo.
Todas estas
interpretações são, de algum modo, falhas, pois não levam em conta suficiente o
estilo próprio do livro e querem deduzir do Apocalipse notícias que satisfaçam
aos anseios de concreto ou mesmo à curiosidade do leitor. Por isto, deixando-as
de lado, proporemos a teoria da recapitulação, que tem seu grande mestre no Pe.
E. B. Alio O.P., professor da Universidade de Friburgo (Suíça) e autor do
livro: Saint Jean. L'Apocalypse. Paris, 1933 (4á edição)'. Examinemos essa
teoria:
A Recapitulação
Antes do mais, é
necessário observar que nem todo o livro do Apocalipse está redigido em estilo
apocalíptico. Compreende duas partes anunciadas em Ap 1.19:
·
1.4-3.22: as coisas que são (revisão da vida das
sete comunidades da Ásia Menor às quais João escreve); o estilo é sapiencial e
pastoral;
·
4.1-22.15: as coisas que devem acontecer depois.
Esta é a parte apocalíptica propriamente dita, para a qual se volta a nossa
atenção. Observemos a estrutura dessa parte:
·
4.1-5.14: a corte celeste, com sua liturgia. O
Cordeiro "de pé, como que imolado" (5.6), recebe em suas mãos o livro
da história da humanidade. Tudo o que acontece no mundo está sob o domínio
desse Senhor, que é o Rei dos séculos. Notemos assim que a parte apocalíptica
do livro se abre com uma grandiosa cena de paz e segurança; qualquer quadro de
desgraça posterior está subordinado a essa intuição inicial.
a. O corpo do livro, que se segue, compreende três
septenários: 6.1-8.1: os sete selos 8.2-11.18: as sete trombetas 15.5-16.21: as
sete taças. Reflitamos sobre este núcleo central (de sentido decisivo) do
Apocalipse.
Pergunta-se: uma
estrutura construída de forma tão sofisticada poderá ainda ser o reflexo
imediato da história tal como ela é vivida pelos homens? Não seria, antes, o
fruto de um arranjo lógico ou do trabalho de alguém que reflete sobre os
acontecimentos e procura discernir alguns fios condutores por debaixo das
diversas ocorrências da vida cotidiana?
Sabemos que o
estilo de João é comparado ao vôo de uma águia que gira em torno do objeto
contemplado até finalmente dar o bote ou dizer claramente o que quer. Levando
em conta esta peculiaridade de estilo, podemos dizer que o autor não expõe os
sucessivos acontecimentos concretos da história do Cristianismo, mas apresenta
a realidade invisível que se vai afirmando constantemente por detrás dos
episódios visíveis da história.
Em outros
termos: o Apocalipse apresenta (sob forma de símbolos) a luta entre Cristo e
Satanás, luta que é o fundo e a coluna dorsal de toda a história. Cada
septenário (o dos selos, o das trombetas e o das taças) é uma peça literária
completa em si mesma; o número sete, aliás, significa plenitude ou totalidade,
segundo a mística dos antigos.
b. A seguir, de 17.1 a 22.15, ou seja, após os três
septenários, ocorre a queda dos agentes do mal:
§
17.1-19.10: a queda de Babilônia (símbolo da
Roma pagã);
§ 19.11-21: a queda das duas feras que regem
Babilônia (o poder imperial pagão e a religião oficial do Império);
§
20.1-15: a queda do Dragão, supremo instigador
do mal.
c. Em contra partida, a seção final (21.1-22.15) mostra a
Jerusalém celeste, Esposa do Cordeiro e antítese da Babilônia pervertida. Os
vv. 22,16-21 constituem o epílogo do livro. Aprofundemos um pouco mais o
sentido do tríplice septenário central do Apocalipse.
O primeiro, o
dos selos (6,1-8,1), nos dá a ver a paulatina abertura do livro que está nas
mãos do Cordeiro. É o septenário mais sóbrio e nítido, que, pode-se dizer,
resume o livro inteiro; examinemo-lo de perto:
§
O primeiro selo corresponde a "um cavalo
branco, cujo cavaleiro tinha um arco. Deram-lhe uma coroa e ele partiu vencedor
e para vencer ainda" (5,2). O cavalo branco reaparece em 19,11-16; seu
montador é o Senhor dos Senhores e o Rei dos Reis (19,16). - Conseqüentemente
dizemos que o primeiro septenário se abre com uma figura alvissareira: a do
Verbo de Deus ou Evangelho que, vencedor (porque já propagado no mundo), se
dispõe a mais ainda se difundir. Sobre este pano de fundo vêm os três flagelos
clássicos da história:
§
O segundo selo corresponde ao cavalo vermelho,
símbolo da guerra (6,3s);
§
O terceiro selo é o do cavalo negro, símbolo da
fome negra e da carestia que a guerra acarreta (6,5s);
§
O quarto selo é o do cavalo esverdeado, símbolo
da peste e da morte decorrentes da guerra e da fome (6,7s).
Aí estão os três
flagelos que afligem os homens em todos os tempos e que a Bíblia freqüentemente
menciona; cf. Lv 26,23-29; Dt 32,24s; Ez 5,17; 6,11-12; 7,15; 12,16.
§
Depois disto, o quinto selo apresenta os
mártires no céu pedindo a Deus justiça para a terra ou o fim da desordem que
campeia no mundo. Reproduzem o clamor dos justos de todos os tempos ansiosos de
que termine a inversão dos valores na história da humanidade. Em resposta,
é-lhes dito que tenham paciência e aguardem que se complete o número dos
habitantes da Jerusalém celeste; cf. 6,9-11.
§
O sexto selo já nos põe em presença do desfecho
da história: chegou o Grande Dia do juízo final (6,17). Aparecem então os
justos na bem-aventurança celeste: os judeus representados por 144.000
assinalados, e os provenientes do paganismo, a constituir "uma multidão
inumerável de todas as nações, tribos, povos e línguas" (7,9); celebram a
liturgia celeste.
Aqui se encerra propriamente o
primeiro septenário; compreende em suas grandes linhas os aspectos aflitivos da
história da humanidade e o anseio dos justos para que a ordem se restabeleça; a
consumação da história é, para os fiéis, vitória e felicidade. A consolação que
João quer transmitir aos seus leitores, consiste precisamente em mostrar que as
calamidades sob as quais os homens gemem, estão envolvidas num plano sábio de
Deus, onde todos os males estão dimensionados para que sirvam à salvação das
criaturas e à glória do Criador. Eis aí a síntese do Apocalipse apresentada com
clareza no primeiro septenário.
§
E o sétimo selo (8,1)? Corresponde a um silêncio
de meia-hora. Sim, o livro se abriu por completo. João espera a execução dos
desígnios de Deus contidos no livro aberto. Este silêncio de meia-hora é o
"gancho" do qual pende o segundo septenário. O segundo e o terceiro
septenários (8,2-11,18 e 15,5-16,21) retomam o conteúdo do primeiro com algumas
variantes. Observemos, para começar, que terminam cada qual com a consumação da
história (sétima trombeta em 11,1418 e sétima taça em 16,17-21). O segundo
septenário tem em vista principalmente os flagelos que afligem o mundo profano:
a terra, a vegetação, as águas, os astros... Ao contrário, o terceiro
septenário tem em mira as sortes da Igreja perseguida pelo Dragão (Satanás) e
seus dois agentes (o poder imperial pagão, que manipula a religião oficial do
Estado pagão). Observemos dentro do segundo septenário o "gancho" do
qual pende o terceiro septenário: em Ap 10,8-11 é entregue a João um livrinho,
doce na boca e amargo no estômago. Como entender isto? -- O segundo septenário
apresenta a execução do plano de Deus contido no livro cujos selos se abriram.
Portanto, se deve haver outra série de revelações, deve haver também outro
livro que as traga; é precisamente este que João recebe em 10,811 (amargo no
estômago, porque portador de notícias pesadas para os cristãos fiéis).
Merece atenção especial o
intervalo ocorrente entre o segundo e o terceiro septenários, ou seja, a secção
de 11,19 a 15,4. Ele prepara a série das taças, apresentando os grandes
protagonistas da história da Igreja: a Mulher e o Dragão no capítulo 12; as
duas Bestas, manipuladas pelo Dragão, sendo que a primeira sobe do mar (quem
olha da ilha de Patmos para o grande mar, se volta para Roma) e representa o
poder imperial perseguidor, ao passo que a segunda Besta sobe da terra (quem de
Patmos olha para o continente próximo, volta-se para a Ásia Menor, onde campeia
o culto religioso do Imperador); ver respectivamente Ap 13,1 e 11.
A sede capital destes dois
agentes é Babilônia (= a Roma pagã). O cap. 12, ao apresentar a Mulher e o
Dragão, é também uma síntese da mensagem da Apocalipse e da história da Igreja,
que será comentada na quarta parte deste estudo. - Como dito, os agentes do mal
estão fadados a perecer, como se lê em 17,1-20,15, dando lugar à Jerusalém
celeste e à bem-aventurança dos justos.
Por conseguinte
as calamidades que o Apocalipse apresenta a se desencadear sobre o mundo, não
hão de ser interpretadas ao pé da letra; antes, depreender-se-á o seu sentido à
luz das cenas de paz e triunfo que João intercala entre as narrativas de
flagelos (enquanto os justos padecem na terra, há plena segurança no céu,
conforme o Apocalipse). Justapondo aflições (na terra) e alegria (no céu), João
queria precisamente dizer aos seus leitores que as tribulações desta vida estão
em relação estrita com a Sabedoria de Deus; foram cuidadosamente previstas pelo
Senhor, que as quis incluir dentro de um plano muito harmonioso, plano ao qual
nada escapa.
Em conseqüência,
ao padecer as aflições da vida cotidiana, os cristãos se deviam lembrar de que
tais adversidades não esgotam toda a realidade, mas são apenas as facetas
externas e visíveis de uma realidade que tem seu aspecto celeste e grandioso.
As calamidades sob as quais os cristãos do primeiro século se sentiam prestes a
desfalecer, não os deveriam impressionar, constituíam como que o lado de baixo
de um tapete que, visto no seu aspecto autêntico e superior, é um verdadeiro
tapete oriental, cheio de ricas cores e belos desenhos.
Eis a forma de
consolo que João queria incutir aos seus leitores (não só do séc. I, mas de
todos os tempos da história): os acontecimentos que nos acometem aqui na terra
são algo de ambíguo ou algo que tem duas faces: uma exterior, visível, a qual é
muitas vezes aflitiva e tende a nos abater; outra, porém, interior, invisível
aos olhos da carne (mas perceptível aos olhos da fé), a qual é grandiosa e
bela, pois faz parte da luta vitoriosa do Bem sobre o mal; é mesmo a
prolongação da obra do Cordeiro que foi imolado, mas atualmente reina sobre o
mundo com as suas chagas glorificadas (cf. c. 5). Por isto, enquanto os
cristãos na terra gemem (Ai, ai, ai!), os bem-aventurados na glória cantam
(Aleluia, aleluia, aleluia!).
No céu os justos
não se acabrunham com o que acontece de calamitoso na terra: continuam a cantar
a Deus porque percebem o sentido verdadeiro das nossas tribulações. No dizer de
João, essa mesma paz e tranqüilidade devem tornar-se a partilha dos cristãos na
terra, pois, embora vivam no tempo e no mundo presentes, já possuem a
eternidade e o céu sob forma de semente (semente da graça santificante, que é
semente da glória celeste).
Assim o
Apocalipse oferece uma imagem do que é a vida do cristão e a vida da Igreja: é
uma realidade simultaneamente da terra e do céu, do tempo e da eternidade. Na
medida em que é da terra e do tempo, apresenta-se aflitiva. Este aspecto,
porém, está longe de ser essencial: no seu âmago, a vida do cristão é celeste
e, como tal, é tranqüila, à semelhança da vida dos justos que no céu possuem em
plenitude aquilo que os cristãos possuem na terra em germe.
2.
DOIS TEXTOS EM PARTICULAR
Examinaremos Ap
12.1-17 e 20.1-10.
Ap 12.1-17
Este capítulo
sintetiza toda a história da Igreja sob a forma da luta entre a Mulher e o
Dragão, figuras paralelas às da Mulher e da serpente em Gn 3.15. Este trecho
apresenta uma Mulher gloriosa e sofredora ao mesmo tempo. Está para dar à luz
um filho que um monstruoso Dragão espreita para abocanhá-lo. A Mulher gera seu
Filho, que tem os traços do Messias. Ele escapa ao Dragão e é arrebatado aos
céus. Dá-se então uma batalha entre Miguel com seus anjos e o Dragão, que acaba
sendo projetado do céu sobre a terra, onde procura abater a Mulher-Mãe,
perseguindo-a de diversos modos. Mas o próprio Deus se encarrega de defender a
Mulher no deserto durante os três anos e meio ou os 42 meses ou os 1260 dias de
sua existência.
Vendo que nada
pode contra essa figura grandiosa, a Serpente antiga atira-se contra os demais
filhos da Mulher, tentando perdê-los. Que significa este capítulo? Está claro
que o Dragão representa Satanás, aquele que é "mentiroso e homicida desde
o início" (cf. Jo 8.44).
Quanto à Mulher,
não pode ser identificada com algum personagem individual, mas é a Mulher que
perpassa toda a história da salvação. Com efeito; já à primeira Eva (mãe dos
vivos) Deus prometeu um nobre papel na obra da Redenção. A primeira Eva se
prolongou na Filha de Sião, o povo de Israel, do qual nasceu o Messias. A filha
de Sião culminou na segunda Eva, a Igreja de Cristo. Por isso, em Ap 12.1 e
seguintes, a Mulher é gloriosa, mas sofredora como o povo de Israel, pois os
filhos que ela gera estão sujeitos a ser atingidos pela sanha do Dragão, que
age neste mundo como um Adversário já vencido, mas desejoso de arrebanhar os
incautos que lhe dêem ouvidos. Agostinho diz que o demônio é um cão
acorrentado: pode ladrar, fazendo muito barulho, mas só morde a quem se lhe
chegue perto. Por último, esta Mulher-Mãe, Igreja que exerce sua maternidade
por toda a história da salvação, se consumará na Jerusalém celeste, a Esposa do
Cordeiro (Ap 21 s).
A batalha entre
Miguel e o Dragão não corresponde à queda original dos anjos, mas significa
plasticamente a derrota de Satanás, vencido quando Cristo venceu a morte por
sua Ressurreição e Ascensão. Deus permite Satanás tentar os homens nestes
séculos da história da Igreja, com um fim providencial, provar e consolidar a
fidelidade dos crentes. Satanás só age por permissão de Deus.
A duração de
1260 dias ou 3 anos e meio que a Mulher passa no deserto, não significa
cronologia, mas tem valor simbólico. Com efeito, três anos e meio, 42 meses e
1260 dias são termos equivalentes entre si: correspondem à metade de sete anos.
Sete é o símbolo da totalidade, da perfeição, da bonança e, por conseguinte, a
metade de sete é o símbolo do que está inacabado, da dor. Portanto, três anos e
meio (e as expressões equivalentes em meses e dias) no Apocalipse traduzem toda
a história da Igreja na medida em que não é algo concluído, que é a penosa luta
da Igreja entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, no deserto deste mundo.
Ap 20.1-10
É este o trecho
que fala de um aparente reino milenar de
Cristo sobre a terra, estando Satanás acorrentado. O milênio seria inaugurado
pela primeira ressurreição, reservada aos justos apenas, aos quais seria dado
viver em paz e bonança com Cristo. Terminado o milênio, Satanás seria solto para
realizar a seu ataque final, que terminaria com a sua derrota definitiva.
Dar-se-iam então a segunda ressurreição, para os demais seres humanos, e o
juízo final.
A teoria
milenarista, entendida ao pé da letra, foi professada por antigos escritores da
Igreja: Justino (+165), Irineu (+202), Tertuliano (+ após 220), Lactâncio (+
após 317). Agostinho (+430) propôs novo modo de entender o texto, a partir a
leitura de João 5.25-29, onde se lê:
“Em verdade, em
verdade vos digo, aquele que ouve a minha palavra... passou da morte para a
vida. Em verdade, em verdade vos digo, que vem a hora, e já veio, em que os
mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão”.
“Não vos
admireis disto, pois vem a hora em que ouvirão sua voz todos os que estão nos
sepulcros. Os que praticaram o bem sairão para a ressurreição da vida, os que,
porém, praticaram o mal, sairão para a ressurreição do juízo".
Nesse trecho, o
Senhor distingue duas ressurreições: uma, que se dá "agora" ("e
já veio"), no tempo presente, quando ressoa a pregação da Boa Nova: é
espiritual e publicitada através do batismo; equivale à passagem da vida no
pecado para a vida na graça que santifica. A outra é futura e se dará no fim
dos tempos, quando os corpos forem transformados pela vida na graça por
enquanto latente nos salvos.
Assim, no
Apocalipse a ressurreição primeira é a passagem da morte para a vida que se dá
na conversão de cada cristão, quando este começa a viver a vida sobrenatural ou
a vida do céu em meio às lutas da terra. A segunda ressurreição é, sim, a
ressurreição dos corpos, que se dará quando Cristo vier em sua glória para
julgar todos os homens e por termo definitivo à história.
Mil anos, em Ap
20.1-10, designam a história da Igreja na medida em que é luta vitoriosa ("mil"
é um símbolo de plenitude, de perfeição; "mil felicidades", na
linguagem popular, são "todas as felicidades"). Pela redenção na
cruz, Cristo venceu o príncipe deste mundo (cf. Jo 12.31), tornando-o
semelhante a um cão acorrentado, que muito pode ladrar, mas que só pode morder
a quem voluntariamente se lhe chegue perto (Agostinho).
É justamente
esta a situação do Maligno na época que vai da primeira à segunda vinda de
Cristo ou no decurso da história do Cristianismo. Por isto os três anos e meio
que simbolizam o aspecto doloroso desses séculos (já estamos no vigésimo primeiro
século), são equivalentes a mil anos, caso queiramos deter nossa atenção sobre
o aspecto feliz, transcendente ou celeste da vida do cristão que peregrina
sobre a terra: a graça santificante é a semente da glória do céu.
Assim se vê
quanto seria contrário à mentalidade de João tomar ao pé da letra os mil anos
do capítulo 20 e admitir um reino milenário de Cristo visível na terra após o
término da história atual.
3.
Considerações finais
O sistema da
recapitulação proposto merece a preferência aos demais, pois é o que mais leva
em conta a mentalidade e o estilo de João. Este, também no seu Evangelho,
recorreu ao estilo da recapitulação em espiral. Contudo não se pode negar as
alusões do Apocalipse aos personagens e situações da história antiga (Nero, a
invasão dos bárbaros, Roma, Babilônia...).
Mediante essas
referências, João não tinha em vista deter a atenção do seu leitor sobre
episódios da Antigüidade, mas mencionar tipos característicos de mentalidades
humanas ou de situações de vida que acompanham toda a história da Igreja: assim
Nero vem a ser o protótipo dos soberanos políticos que persigam a Igreja em
qualquer época (há muitas reproduções de Nero através da história). Por isto
também o número 666 da Besta do Apocalipse, adversária dos cristãos, equivale,
segundo a interpretação mais provável, à expressão Kaisar Neron (Imperador
Nero).
Roma e
Babilônia, por sua vez, designam de maneira típica o poderio deste mundo que,
com seus mil atrativos de esplendor e prazer, procura seduzir os discípulos de
Cristo para o pecado. A luta a que João assistiu, entre Roma pagã e a Igreja, é
evocada no Apocalipse não por causa da luta propriamente dita, mas dentro de
uma perspectiva mais ampla, isto é, a fim de simbolizar e predizer o combate
perene que se vai travando entre o poder diabólico e Cristo através dos
séculos, até terminar com a plena vitória do Senhor Jesus.
Estas
considerações concorrem para evidenciar quanto é vã a tentativa de descobrir a
predição de fenômenos estranhos da hora presente (bombas atômicas, explosões,
enchentes e secas, discos voadores) nos quadros do Apocalipse. Estes são
quadros típicos e perenes, quadros que se reproduzem por todo o decorrer da
história, variando apenas de aspectos.
A sua mensagem
abrange todas as situações análogas: querem, sim, dizer que as desgraças da
vida presente, por mais aterradoras que pareçam, estão sujeitas ao sábio plano
da Providência Divina, a qual tudo faz concorrer para o bem daqueles que 0 amam
(cf. Rm 8.28).
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO APOCALIPSE
Segunda parte
O Apocalipse passo a passo
Estamos então
nos últimos anos do primeiro século, no fim do reinado do imperador Domiciano.
O culto do imperador divinizado se espalha e torna-se o teste da lealdade
política: todo bom cidadão deve participar dele. Os cristãos professam a
existência de um só Deus e um só Senhor. Recusam esta idolatria que é o culto
imperial, expõem-se ao martírio. Para compreender o Apocalipse é preciso que
esta situação seja lembrada.[1]
"O que diz
o espírito às igrejas”
Ler o cap. 1.
A obra se
apresenta como uma carta: tem um endereço (1,4); como uma profecia: é a Palavra
de Deus (1,2-3), e João arrebatado pelo Espírito, escuta e vê (1,10 e 12) como
os profetas de outrora; como um apocalipse (revelação, 1,1); por isso a visão
de João (1,12-20) se sobrecarrega com elementos simbólicos.
·
A saudação da carta tem uma estrutura
trinitária; Deus e o Espírito têm uma breve menção (1,4). João se detém mais no
Cristo: três títulos lhe são dados, sua obra é resumida, sua vinda anunciada.
·
Na primeira visão, é o Cristo que se manifesta.
Qual o sentido dos elementos descritos nos versículos 13-16? (cf. BJ notas).
Como ele se apresenta nos versículos 17-18?
Ler os cap. 2 e 3.
Cada uma das
sete cartas às Igrejas se compõe dos mesmos elementos: escrita em nome do
Cristo evoca a situação concreta da Igreja a que se dirige e termina com uma
promessa.
·
De que maneira Cristo é designado em cada carta?
Diante das tribulações suscitadas pelos pagãos ou falsos doutores as Igrejas
reagem com fidelidade, ou relaxamento. Que promessas são feitas aos vencedores?
"Ao que
está sentado no trono e ao Cordeiro, louvor e glória”.
Ler os cap. 4 e 5.
Com o quarto
capítulo, o céu se abre e João é convidado a entrar (4,1). O desenrolar e o
objetivo da história, visto do lado de Deus lhe vão ser revelados. Assim ele
poderá fazer compreender às Igrejas o sentido do que estão vivendo.
No céu, João vê
primeiro celebrar-se um culto em torno de um trono, no qual alguém está
sentado.
·
Que representam as personagens que a celebram?
Como se exprime sua adoração?
Deus tem na mão
um livro selado que ninguém pode abrir enquanto Cristo não tiver vindo. Somente
ele revelará o seu conteúdo, entre as aclamações dos personagens celestes
(5,1-14).
·
Por que Cristo é chamado Leão, depois de
Cordeiro?
·
Que significa a posição e o estado do Cordeiro
no versículo 6?
·
Conforme os cânticos que o aclamam, é digno de
que e por que?
Ler os cap. 6 e 7.
O Cordeiro abre
sucessivamente os sete selos do Livro. A abertura dos quatro primeiros provoca
na terra a saída de quatro cavaleiros, cujo simbolismo é indicado por uma
expressão tirada de Ezequiel (6,8; cf. BJ).
·
À oração dos mártires, convidados a esperar
ainda a vingança (5º selo), responde a cólera divina que começa a se
desencadear (6º selo): contra quem?
Diante da cólera
de Deus, quem pode resistir (6,17)? O resto da visão nos vai contar. Ela
distingue na terra (7,1-8) o grupo dos 144.000, pertencentes às 12 tribos de
Israel, o povo que Deus elegeu (marcou com seu selo). Aparece em seguida, no
céu, uma grande multidão, que ninguém podia contar, vinda de todos os povos
cuja identificação é fácil. Esta multidão passou pela tribulação: agora está
salva e canta (7,9-17).
·
De quem lhe veio a salvação (10)? E de que modo
(14)?
Ao 7º selo
segue-se um tempo de silêncio (8,1). Novas visões explicitarão o que estava
apenas esboçado na visão dos selos.
"Será
consumado o mistério de Deus"
Ler os caps. 8-9 e 11-14-19.
Novamente tudo
parte de Deus, que age através de seus anjos (8,25). Estes, ao som de suas
trombetas (ainda uma série de sete) desencadeiam sobre a terra quatro espécies
de flagelos paralelos aos quatro primeiros selos, mas que se inspiram nas
pragas do Egito (8,6-12; cf. Ex 7-10). A quinta e a sexta trombeta fazem surgir
batalhões demoníacos, cujo aspecto é horrível e a ação maléfica (9,1-19).
·
Contudo, Deus tem intenções de salvação deixando
o campo livre a esse monstro. Qual é, conforme 9,20-21?
A sétima trombeta
suscita cantos de louvor, no céu.
·
Qual o objeto desses cantos em 11,15 e 17?
O terceiro
"Ai" chega. A sétima trombeta, como o sétimo selo, não põe fim a
nada. Ela abre novas perspectivas de julgamento, mas também de salvação
(11,18-19).
Ler o cap 10,1-11.13.
Entre o soar da
6ª e da 7ª trombeta, dois episódios se intercalam: o do "primeiro
livro" (10,1-10) e o das duas testemunhas (11,1-13). O primeiro prepara o
futuro (a seqüência dos capítulos do Apocalipse), o segundo explicita um
passado ainda recente.
O anjo do
arco-íris tem uma dupla função: traz um livrinho aberto e faz uma proclamação.
·
Como a postura do Anjo e suas palavras indicam o
soberano domínio de Deus?
João recebe a
confirmação de sua missão de profeta (10,8-11). Ela é dirigida "contra"
povos e reis.
·
Que sorte está reservada à cidade santa? (v. 2 e
13) e por que? O texto não é esclarecido por 21,24 e 13,35?
·
Os adoradores, no entanto, são poupados e há
sobreviventes. Ter-se-á notado igualmente que as "testemunhas"
partilham o destino de seu Senhor (7,12). Assim estabelece-se o seu reino (cf.
sétima trombeta).
"A hora da
perseverança e da fé"
Ler o cap. 12.
Centro e talvez
chave do Apocalipse joanino, este capítulo dá a conhecer, numa visão grandiosa,
as razões da perseguição dos cristãos.
Dois sinais
antagônicos aparecem: uma Mulher, um Dragão (v. 1-5).
O menino
arrebatado para junto de Deus é o sinal da queda do dragão (v. 7-9). Enquanto o
céu aplaude (12,10-12), terríveis ameaças pesam sobre a Mulher e sobre o resto
de sua "descendência": os cristãos.
·
Mas a vitória de seu Filho está assegurada. A
Mulher encontra um refúgio no deserto, onde Deus protege e alimenta seu povo
(12,6 e 13-16).
Ler o cap. 13.
Depois desta
revelação capital sobre a luta que continua por detrás dos acontecimentos da
história, podemos, com toda serenidade, ver aparecer dois animais monstruosos
(tudo o que é demoníaco é hediondo, cf. 12,3 ou 4,2-19). Eles representam duas
realidades de todos os tempos: o poder político e as ideologias religiosas e
todas as que o poder põe a seu serviço. (João pensa no culto imperial
favorecido pelas religiões da época).
·
Que relações existem entre o Dragão e os
animais? [E] Entre os dois animais? Qual é a tática de cada um dos Animais e
como se comportam os homens diante deles?
Ler o cap. 14.
Em face dos
animais e de seus partidários, se levantam o Cordeiro e os que O seguem, já
vistosos, cantando o cântico novo (14,1-5). Esta visão vem acompanhada de
aclamações angélicas (14,6-13).
·
Que dizem estas, nos desígnios de Deus, a
propósito dos adoradores da Besta e dos fiéis do Senhor?
Em seguida dois
quadros paralelos vêm simbolizar o julgamento divino (a ceifa e a vindima;
14,14-20).
“Caiu Babilônia,
a grande!”
Ler os cap. 15 e 16.
João contempla
no céu anjos portadores de taças, mas antes mesmo que eles tenham derramado seu
conteúdo (a cólera de Deus) sobre a terra, o povo dos vencedores entoa no céu o
cântico do Cordeiro (15,1-4).
·
Este cântico exalta a obra de Deus: em que termo
e por que?
Depois as sete
taças das últimas sanções divinas se derramam, em rápida sucessão.
·
A quem elas atingem (v. 2.6.10)? Obtêm o
resultado esperado (v. 9.11)?
O Dragão e seus
animais tentam, como último estratagema (12,16) lutar ainda, mas em vão: está
terminado! A sétima taça produz o terremoto que o número sete traz
habitualmente (17-21), mas desta vez ele é o sinal do fim.
Ler o cap. 17,1-19,10.
Uma nova figura
aparece, que lembra o primeiro animal (cf. 13,1-10): a figura feminina de
"Babilônia", personificando Roma, a capital do Império.
Ela ocupa o
trono com uma glória insolente; por isso sua queda é espetacular, enquanto o
povo de Deus, para não partilhar seu destino, se afasta dela (18,1-8).
Então se eleva a
tríplice lamentação dos reis, dos mercadores e dos marinheiros, surpreendidos
diante do fim súbito de uma tão poderosa cidade (18,9-20), enquanto há júbilo
no céu.
·
Um anjo, com um gesto simbólico, proclama a
ruína definitiva. Qual é o refrão?
·
Então ressoa a aclamação litúrgica (qual?) da
multidão celeste, louvando a Deus por seus julgamentos e a glória de seu reino.
·
"As núpcias
do Cordeiro"
Uma deslumbrante
visão se apresenta subitamente: o céu se abre para dar passagem a um cavaleiro
resplandecente, que vai travar os últimos combates.
Ler o cap. 19,11-20,15.
O cordeiro se
transformou em guerreiro.
·
De onde vem o sangue que tinge o seu manto? Com
que arma combate? Os nomes que lhe são dados são suficientes para defini-lo?
Cf. 19,12.
Tudo cede diante
dele; seus inimigos são sucessivamente eliminados: os reis, os animais, e por
fim, depois de um último combate, o dragão (19,19-20,10).
·
Agora já estamos no fim dos tempos. Satã está
completamente vencido, mas já o estava há muito tempo (cf. 12,5) apesar das
aparências contrárias. Da mesma forma, os mártires não cessaram nunca de
partilhar o triunfo do Cordeiro e sua vida (20,4.6). A morte, por seu turno, é
vencida e os homens julgados segundo suas obras (20,11-15).
Ler o cap. 21,1-22,5.
O mundo antigo
desapareceu e uma visão radiante ocupa seu lugar. João contempla, vinda do céu,
em todo seu esplendor, a Cidade Santa que é a Esposa do Cordeiro.
·
A primeira representação dela é destinada a por
em relevo o poder criador de Deus (21,1 e 5,6) e a nova Aliança que acaba de
instaurar. Por que termos esta é evocada nos versículos 3 e 7?
A descrição da
Nova Jerusalém se inspira largamente em Ezequiel (cf. Ez 40-48). Como ele, João
examina a cidade do exterior até o coração da cidade.
·
Por que se interesse ele pelos fundamentos da
muralha (21,24), pelas portas (21,12-13.25), pelos materiais de construção?
Qual é o sentido das imagens de luz?
·
João suprimiu o Templo (por quê?), mas guardou a
fonte: de onde brota ela? Quais os habitantes da cidade e qual sua ocupação?
No epílogo de
sua obra (22,6-21) João atesta com firmeza a autenticidade de suas visões e a
urgência de sua mensagem. O próprio Jesus anuncia sua vinda. Para lhe
responder, exprimindo o voto de todos os que têm sede, o Espírito se une à
Esposa:
"Amém! Vem, Senhor Jesus!"
Bibliografia para aprofundamento
Apocalipse
2002
ARENS, Eduardo. El cordero y el dragón: el
Apocalipsis, ¿una teología política? In: Yachay - Revista de cultura, filosofía
y teología. Universidad Católica Boliviana, Cochabamba, Bolívia, 2002. v.19,
n.35, p.109-137 (Artículo "que destaca la importancia que tiene considerar
la situación vital e ideológica del género apocalíptico para responder a la
pregunta por lo que Juan propugnaba y defendía en su Apocalipsis. El lenguaje
de este libro nos muestra, entre otras cosas, señala Arens, numerosos términos
'provenientes del mundo político y afines'; contraposiciones o antagonismos muy
marcados (como los del cordero y la bestia, de Jerusalén y Babilonia), que
simbolizan los reinados de Dios y de Satanás y otras tantas cuestiones de poder
y soberanía; una terminología cultual; y la actitud anticristiana de Roma; que
dan cuenta de la mencionada situación a la vez que enseñan el marco
'profundamente político', de dicho género. El reinado de Dios, soberano y
liberador, y toda la cristología del Apocalipsis de Juan, significarían
principalmente, en este contexto, el triunfo de la justicia de Cristo sobre
'los poderes políticos y económicos opresores' de la humanidad, no la
destrucción de este mundo") (SA) [Imágenes - Símbolos - Soberanía de Dios
- Babilonia - Soberanía - Libertad]
CHEVITARESE, André Leonardo. I.
Literatura do cristianismo primitivo - Dragão, serpente e mulher. As bases
helenísticas do capítulo 12 do Apocalipse de João, o visionário. In: Estudos de
Religião. Universidade Metodista de São Paulo - UMESP - Campus Rudge Ramos, São
Bernardo do Campo/SP, Brasil, 2002. v.16, n.22, p.11-36 ("Texto
apresentado e discutido no grupo de pesquisa Estruturas Religiosas Convergentes
no Judaísmo e Cristianismo do Primeiro Século (UMESP/FAPESP)". "O
texto procura verificar a conexão entre as imagens descritas no capítulo 12 do
livro do Apocalipse de João, o Visionário, e os seus primeiros leitores e
ouvintes situados na Ásia Menor, na última década do I d.C. Para esse fim, foi
feito um levantamento dos significados das palavras gregas correspondendo a
'dragão' e 'serpente' na literatura grega, em toda a sua extensão. Os
principais tópicos dizem respeito a: caracterização física, lugar de habitação,
conexões temáticas, relação com deuses ou heróis, presença nos escudos,
sinonímia, sacralidade, simbolismo. A comparação com o texto de João permite
levantar uma série de pontos de convergênca e divergência e de chegar a algumas
conclusões afirmativas sobre interações culturais e influências helenísticas no
capítulo 12 do Apocalipse") (SA) [Dragão - Universo divino - Universo
heróico - Serpente - Simbolismo]
FELIX, Isabel Aparecida. A terra
e a mulher. Uma leitura ecológica de Apocalipsis 12,1-18. In: A Palavra na
Vida. Centro de Estudos Bíblicos - CEBI-RS, São Leopoldo/RS, Brasil, 2002.
n.177/178, p.55-60 (A Palavra na Vida, 177/178) (Reflete a partir de Apocalipse
12,1-18: "pensamos que no Apocalipse de João, concretamente no capítulo
12, os mitos são leituras da realidade vivida pelas mulheres sob o domínio do
Império Romano") (SA) [Mito - Mulher Terra - Ecofeminismo - Dragão]
FIORE, Joaquim de. Introdução ao
Apocalipse. In: Veritas - Revista de filosofia. Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul - PUC-RS, Porto Alegre/RS, Brasil, 2002. v.47,
n.3, p.453-471 ("O livro do Apocalipse é o último de todos os livros
escritos com espírito de profecia incluindo no catálogo das Sagradas
Escrituras. E, por isso mesmo, o livro é chamado de Revelação, pois é através
dele que se pode desvendar as obras de Cristo que, neste momento de plenitude
dos tempos, estão completas ou estão se completando") (SA) [Livro da
Revelação - Tradução]
FRIEDRICH, Nestor Paulo. A besta
(OHPION) no Apocalipse: uma descrição. In: Estudos Bíblicos. Editora Vozes,
Petrópolis/RJ, Brasil, 2002. n.74, p.96-106 ("Neste estudo é apresentado
um quadro comparativo daqueles textos no Apocalipse em que ocorre uma
referência à besta. A análise procura mostrar como o próprio livro do
Apocalipse desmascara este poder demoníaco antagônico a Deus e ao Cordeiro,
apontando simbolicamente para sua dimensão interior (ideologia) = besta, e sua
manifestação exterior concreta = reis, Roma, poder do Império Romano")
(SA) [Besta da terra - Falso profeta - Símbolo - Mito]
GALVÃO, Antônio Mesquita.
Apocalipse ao alcance de todos. In: O Recado. O Recado Editora, São Paulo/SP,
Brasil, 2002. n.179, p.1-95 (Estudo sobre o livro de Apocalipse. "O
Apocalipse não é um livro de segredos, mas uma revelação que nos apresenta
Cristo como chave para compreensão e julgamento da história. Trata-se de uma
linguagem simbólica, empregada por causa das condições de perseguição que
afligiam a igreja, no tempo em que foi escrito. Deus foi se revelando aos
poucos, através da história, e no Apocalipse ele completa essa revelação. Por
uma linguagem cifrada, é verdade, Deus revela o quanto nos ama, e como, através
do Cristo vitorioso, prepara a nossa salvação. Apokálipsis em grego quer dizer
revelação. O verbo apo-kalyptôo significa revelar algo obscuro. O Appocalipse é
um livro que retrata uma relação entre o passado, o presente e o futuro. Ele se
abre com a revelação de Jesus, como Messias, a testemunha fiel e verdadeira, o
Primogênito dos mortos, o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores, o Libertador e
aquele que criou, para o Pai, um povo santo. Embora o autor chame o livro de
profecia, alguns exegetas vêem nele também um estilo semelhante às Epístolas do
NT. Alguns estudiosos vêem no Apocalipse uma releitura interpretativa que os
cristãos do primeiro século teriam feiito do AT. Na verdade, essa visão tem, de
certa forma, algum fundamento, pois o livro usa o evento do êxodo como
protótipo das grandes libertações que vêm de Deus. A escatologia do Apocalipse
realiza-se privilegiadamente no tempo presente. O incidente central do livro,
transformador da história, é a morte e a ressurreição de Jesus. A revelação
centra sua pregação na presença do ressuscitado, que ocorre no mundo e na
história. O Apocalipse une escatologia e política, práxis e mito, consciência e
transformação histórica. A mensagem dos mártires vencendo a Besta, por exemplo,
é uma lição de fé e libertação. O livro foi escrito no tempo em que a Igreja se
instaurava. O cristianismo foi, desde o início, um movimento
profético-apocalíptico... O Apocalipse não tem uma exegese padrão, uniforme e
consolidada. Existem teorias de interpretação bem diversas, algumas até
opostas. É preciso ir com cuidado e observar as diversas fontes") (SA)
[Visões - Cristo - Igreja - Cartas à Igreja - Mundo - Selos - Trombetas -
Mulher vestida de sol - Anticristo - Povo do cordeiro - Sete taças - Ira de
Deus - Consumação final - Cristo vencedor - Celebração da vitória - Jerusalém
celeste - Atos 1,1-8 - Atos 1,9-3,22 - Atos 4,1-16,21 - Atos 17,1-20,15 - Atos
21,1-27 - Atos 22,1-5 - Atos 22,6-21 - Atos 22,16-21]
THOMPSON, Alvin. G. K. Beale, The Book of
Revelation (New International Greek Testament Commentary; Grand Rapids: William
B. Eerdmans Publishing Company, 1999), 1245 págs. In: Revista Kairós. Seminario Teológico
Centroamericano, Guatemala, Guatemala, 2002. n.30, p.128-129 (Una reseña;
"en este comentario masivo sobre el Apocalipsis Beale ha creado un recurso
valioso para los estudiantes serios. Aunque el comentario de Beale (así como
otros libros de esta serie) tiene su base en el texto griego, no llega a ser
tan técnico como para resultar ininteligible a los que tienen poco conocimiento
del griego... Aunque no se aconseja que el libro de Beale sea su único
comentario sobre Apocalipsis, los estudiantes serios de Apocalipsis hallarán en
este volumen una herramienta de mucho valor") (SA) [Reseña]
Apocalipse
2001
ADRIANO, José Filho. À queda da
Babilônia em Apocalipse 18. Uma crítica das relações comerciais de Roma. In:
Revista Teológica Londrinense - RTL. Seminário Teológico Reverendo Antônio de
Godoy Sobrinho, Londrina/PR, Brasil, 2001. n.1, p.107-130 (Leitura
bíblico-teológica de Apocalipse 18 desde uma ótica econômico-social. O pano de
fundo que perpassa o artigo é o do Império Romano e sua marcante presença em
todas as províncias, incluindo a da Ásia Menor. O artigo navega pelas águas
turbulentas e agitadas do Apocalipse. Relaciona um capítulo com outro e ambos
com o contexto social-político-econômico e religioso que está presente no livro
todo) (DG) [justiça de Deus - símbolos - cântico fúnebre - anjos - julgamento -
lamento - lamento dos reis - lamento dos marinheiros - Apocalipse 17,1 -
Apocalipse 18,1 - Apocalipse 19,1 - apocalipse 18,1-24 -Apocalipse 17,1-6 -
Apocalipse 17,8-14 - Apocalipse 17,7.15-18 - Apocalipse 16,19 - Ezequiel
26,15-18 - Ezequiel 27,1-8 - Ezequiel 27,26-36 - Apocalipse 18,1-3]
ÁLVAREZ VALDÉS, Ariel. ¿Quién es la bestia
del Apocalipsis? In: Actualidad Pastoral. Actualidad Pastoral, Morón,
Argentina, 2001. n.281-283, p.220-221 ("En diversos momentos del libro del
Apocalipsis, aparece la bestia así como la descripción de su actividad en
contra de los cristianos y de la iglesia de Jesús. Pero son dos lugares claves
para poder descifrar el misterio que encierra su figura: los capítulo 13 y 17.
En los dos el autor aporta los datos suficientes para que el lector que no
conozca el sentido de este símbolo, pueda descubrirlo.... Adelantemos ya ahora
el final: la bestia es, en el Apocalipsis, nada más ni nada menos que el
Imperio Romano") (SA) [simbología - exploración]
FERNÁNDEZ, Laurén y CASTILLO, Jaime. Signos
de esperanza. In: Revista de Interpretación Bíblica Latinoamericana - RIBLA.
RECU - Editorial Dei, Quito, Equador, 2001. n.39, p.130-143 (También en
portugués: In: Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana.
Petrópolis/São Leopoldo, 1998. n.39, p.139-153; "El imperio se ha
declarado la verdad última, se trata del fin de las alternativas y de las
utopías que no sean las suyas. Esta situación actual, ya era vivida por las
comunidades del Apocalipsis. La cotidianidad lo demostraba, era el ámbito en el
que de manera absoluta se expresaba el poder de Roma, no había alternativa
(esperanza), que pudiera ser oposición articulada. La experiencia cristiana de
tribulación y muerte, vivida desde la experiencia del Mártir muerto y
resucitado, logra volverse resistencia y esperanza salvando a la misma
cotidianidad del imperio de lo efímero. Las visiones de 1,9-19 y 12,1-18 son
una lectura - contemplación de la cotidianidad, que logran cambiar la
tribulación y muerte, en resistencia, y esperanza en el triunfo de la vida y de
la justicia") (SA) [Vida - Muerte - Desesperanza - Bien - Mal - Figuras -
Mujer - Monstruo - Batalla - Dragón - Persecución - Canto de victoria - Jesús -
Llaves de lectura - Vida de las comunidades - Visión]
GRINGS, Dadeus. A igreja de
Cristo x plano pastoral. In: Teocomunicação. Faculdade de Teologia e Ciências
Religiosas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC-RS,
Porto Alegre/RS, Brasil, 2001. v.31, n.131, p.13-20 ("Ao iniciarmos o
estudo para o grande projeto pastoral, que deve nortear, coordenar e harmonizar
nossas atividades eclesiais, abrimo-nos à voz do Espírito, para ouvir o que ele
diz á nossa igreja, á semelhança das mensagens dirigidas ás 7 igrejas da Ásia ,
exaradas nos primeiros capítulos do Apocalipse". Aborda "A igreja do
Pai misericordioso"; "Igreja missionária" e "A igreja do
Espírito participativo") (SA) [trindade]
RIBEIRO, Ricardo. La esperanza. In: Página
Valdense. Iglesia Evangélica Valdense, Paysandú, Uruguai, 2001. n.60, p.2 (Una
reflexión a partir de Apocalipsis 21,1: "la fe y la esperanza son las
guías provisorias que nos conducen a la práctica del amor") (SA)
SANTIAGO, William Soto. Entrando
a tempo na arca da salvação. 1.ed., Missão Apocalíptica Internacional, São José
dos Campos/SP, Brasil, 2001. 33p. (Reflexão bíblico-pastoral - inspirada no
capítulo 7 do livro do Apocalipse. O autor oferece uma análise bíblica e uma
proposta de atualização para os/as cristãos/as que procuram no texto bíblico
iluminação para sua vida. Exemplos da vida cotidiana enriquecem o texto e o
aproximam do leitor/ª) (DG) [ - Apocalipse 7,1-17 - Apocalipse 19,7-10 -
Efésios 2,19-22 - Hebreus 3,5 - 2 Coríntios 3,10-11 - Mateus 25,10-13 - Lucas
21,36 - Lucas 14,11]
SAUER, Erich. O triunfo do
crucificado. In: A Candeia. Editora Conhecer a Bíblia, Gramado/RS, Brasil,
2001. v.14, n.53, p.1065-1066 (Reflete a partir de Apocalipse 13: escreve
"acerca da natureza do sistema anticristão") (SA) [linguagem -
profecia bíblica]
Apocalipse
2000
CÁRDENAS PALLARES, José. Carlos Mesters y
equipo de la CRB. El sueño del pueblo de Dios. Las comunidades y los
movimientos apocalípticos, México, Ed. Dabar, 1999, 352p. (Tu Palabra es Vida,
7). In: Efemérides Mexicana. Universidad Pontificia de México, México DF,
México, 2000. v.18, n.53, p.253-258 (Quiere "compartir algunas reflexiones
sobre este libro tan interesante y tan desigual... A pesar del gran parecido
entre el portugués y el español la traducción es deficiente... El libro es de
calidad desigual, al grado que a veces parece estar escrito por mentes
opuestas, hay muchas inexactitudes... Al principio del libro hay unas
orientaciones prácticas para la lectura de la Biblia en común. Por lo general
son muy valiosas. Se trata de no leerla en un ficticio vacío histórico. Además,
recomiendan estudiar la situación en la que surgió el texto. Se invita a leerlo
en un ambiente de oración, con miras a un compromiso en la fe y en la misión, y
expresar ese compromiso en forma de ofertorio. Estas recomendaciones son el
antídoto contra un exégesis estéril. La guía a la lectura del Apocalipsis es
excelente. Explica a grandes rasgos el movimiento apocalíptico, aclara el
contexto socioeconómico en que surge el libro, hace notar los peligros del
movimiento apocalíptico hoy en día; en concreto, de cómo se distorsiona el
mensaje de este libro") (SA)
CUNHA, Elenira. Maravilhar-se com
mulher? Por que não? Imagens da mulher no livro do Apocalipse. In: Estudos de
Religião. Universidade Metodista de São Paulo - UMESP - Campus Rudge Ramos, São
Bernardo do Campo/SP, Brasil, 2000. v.14, n.19, p.175-183 ("A autora
analisa imagens de mulheres no livro do Apocalipse. Mostra como a mulher era
vista como um ser que prejudicava a pureza masculina e sua devoção a Deus -
Apocalipse 14,1-5. Mas, por outro lado, ela era vista como muito sedutora,
digna do maravilhamento do visionário - Apocalipse 17,1-7. Para uma
religiosidade que requeria o ideal da abstinência sexual, o simples 'olhar'
para a mulher e maravilhar-se com ela constituía-se em grande problema")
(DG) [mulher - imagem de mulher - renúncia sexual - sexualidade - literatura
apocalíptica - leitura de gênero - Apocalipse 17,1-8 - Apocalipse 21,1-22,5 -
Apocalipse 17,1-6 - Apocalipse 14,4]
FRIEDRICH, Nestor Paulo.
Apocalipse 2-3: sete cartas? Uma análise literária. In: Estudos de Religião.
Universidade Metodista de São Paulo - UMESP - Campus Rudge Ramos, São Bernardo
do Campo/SP, Brasil, 2000. v.14, n.19, p.149-173 ("Este artigo analisa o
gênero literário de Apocalipse 2 e 3, mostrando que, apesar das analogias
judaicas e helenistas, trata-se de um texto sui generis, constituídas de um
misto de gêneros. Formalmente, as sete proclamações são muito semelhantes aos
antigos editos reais e imperiais; no que se refere ao conteúdo, possuem
características da profecia cristã-primitiva. Esta forma literária evidencia o
caráter polêmico da obra: o fato de ter emoldurado sua obra em uma estrutura
epistolar, inspirar-se nos profetas do Antigo Testamento e construir as sete
proclamações em analogia com editos imperiais indica que tinha em vista um
endereço concreto, uma situação específica e um momento histórico
peculiar") (DG) [gênero literário - cristianismo da Ásia Menor - promessa
- dimensão profética - Apocalipse 2,14-20 - Apocalipse 2,18-29 - Apocalipse
1,1-3 - Apocalipse 1,4-5b - Apocalipse 1,7 - Apocalipse 1,19-20 - Apocalipse
1,11 - Atos 21,11 - Amós 1,3-2,5 - Marcos 15,39 - Apocalipse 4-22 - Apocalipse
2,14-20 - Atos 2,14-26 - Atos 3,12-26]
HOEFELMANN, Verner. Como entender
os símbolos do Apocalipse. In: 22 perguntas e respostas da fé. Editora Sinodal,
São Leopoldo/RS, Brasil, 2000. p.44-47 (Breve aproximação à simbologia do
Apocalipse e explicação de algum desses símbolos do livro) (DG)
HOLMES, Raymond. La adoración en el libro de
Apocalipsis. In: Theologika - Revista Bíblico-Teológica. Universidad Unión
Incaica, Lima, Peru, 2000. v.15, n.1, p.2-32 ("La adoración en el libro de
Apocalipsis - uno de los libros bíblicos donde más aparece el motivo de la
adoración es el Apocalipsis. De hecho el libro empieza con una escena de
adoración al resucitado por Juan y esta acción de adoración se manifiesta a lo
largo del libro llegando al clímax de la adoración cuando los redimidos los
hacen ante el trono de la deidad. El autor acertadamente menciona que la
adoración cristiana ha decaído tremendamente y sugiere que, ésta debe de seguir
los patrones bíblicos de adoración si es que los adoradores desean recibir las
bendiciones que realmente implican adorar 'en espíritu y en verdad'") (DG)
[adoración teocéntrica - liturgia - majestuosa - humillación - cordero -
Babilonia - remanente - Apocalipsis 1,17 - Apocalipsis 4,10 - Apocalipsis 5,14
- Apocalipsis 14,1-5 - Apocalipsis 13 - Apocalipsis 14,6-12]
MOURA, Arlindo. A desmistificação
dos poderes bestiais - Apocalipse 13. In: Estudos Bíblicos. Editora Vozes,
Petrópolis/RJ, Brasil, 2000. n.68, p.89-101 (Estudo do capítulo 13 que busca,
entre outros aspectos, desmascarar a falsidade e as ilusões que as bestas e as
bestinhas de ontem e de hoje carregam em si, para se perpetuar e consolidar seu
poder. "O presente comentário, porém, não pretende abordar todo o livro do
Apocalipse, mas, de maneira peculiar, o capítulo 13, em que as imagens
referidas acima são destaques centrais... o capítulo 13 é dotado de uma
simbologia extraordinária formada por números e animais. Esses elementos são
contributos que fazem ver o destino final do dragão, das bestas e também
daqueles que são por elas perseguidos") (DG [dez chifres - dez diademas -
besta - cordeiro - 666 - dragão]
RUBEAUX,
Francisco. "Caiu, caiu a Babilônia, a grande..." - Apocalipse 18,2.
In: Estudos Bíblicos. Editora Vozes, Petrópolis/RJ, Brasil, 2000. n.68, p.80-88
("A partir do capítulo 18 do Apocalipse, ele nos mostra que o desafio é
não cair nas ciladas e ilusões de força e poder das bestas imperiais, que se
renovam a cada etapa da história, mas conseguir resistir na vivência de algo
alternativo e novo, com fé na vitória final, que será do Cordeiro e de seus
seguidores!") (DG) [sistema econômico romano - império romano - Apocalipse
13 - Apocalipse 18,9-10 - Apocalipse 18,11-16 - Apocalipse 18,17-20]
SANTIAGO, William Soto. A
materialização do céu na terra. 1.ed., Missão Apocalíptica Internacional, São
José dos Campos/SP, Brasil, 2000. 27p. (Estudo sobre o livro de Apocalipse.
Centra sua atenção no capítulo 21,1. A chave de leitura ou o tema é: "A
materialização do céu na terra". São 27 páginas onde é apresentada a
riqueza do capítulo 21 do livro de Apocalipse que trata da Nova Jerusalém) (DG)
[lágrima - livro da vida - Cordeiro - milênio - Espírito Santo - Verbo - templo
- cidade - imortal - profeta - reino de Deus - cavalo - Apocalipse 5,21 -
Apocalipse 19,11 - Apocalipse 19,11-21 - Apocalipse 17,14 - Apocalipse 7,14].
SAUER, Erich. O triunfo do
crucificado. In: A Candeia. Editora Conhecer a Bíblia, Gramado/RS, Brasil,
2000. v.13, n.51, p.1027-1030 (Estuda "O sistema do Anticristo" a
partir de Apocalipse 13; "conforme o Apocalipse 13 o Anticristo virá como
cabeça de um sistema humano que é inimigo de Deus, em oposição e imitação
aberta à trindade divina") (SA)
SILVA, João Artur Müller da
(editor). 22 perguntas e respostas da fé. Editora Sinodal, São Leopoldo/RS,
Brasil, 2000. 94p. (Breve aproximação à simbologia do Apocalipse e explicação
de algum desses símbolos do livro) (DG)
STAM, Juan. Los siete mundos de Juan de
Patmos. In: Signos de Vida. Consejo Latinoamericano de Iglesias - CLAI -
Ecuador, Quito, Equador, 2000. n.16, p.29-33 (Presenta los siete mundos de Juan
de Patmos: "El mundo del imperio romano"; "El segundo mundo de
Juan es el mundo de las escrituras hebreas"; "El tercer mundo de Juan
era el de literatura apocalíptica"; "El mundo de Qumran enriquecía
también el pensamiento de Juan de Patmos"; "Otro mundo tangencial al
Apocalipsis es el de la tradición rabínica"; "Otro mundo que
definitivamente habitaba Juan de Patmos era el mundo de la liturgia, tanto
judía como cristiana" y "Finalmente, otro mundo en que vivía Juan de
Patmos, y donde tendremos que entrar si queremos compartir sus visiones y su
mensaje, es el mundo de la imaginación") (SA)
SZCZERBACKI, Rubens. Revelando os mistérios do Apocalipse. 2. ed., Editora Betel, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2000. 342p. (A 1a. impressão é de 1986; "é um livro de contornos simples e uma ferramenta para que o cristão não encare o Apocalipse como um filme de terror, mas como parte integrante das Escrituras Sagradas. É um livro onde, versículo por versículo, o autor explica os fundamentos de palavras, signos e figuras, de modo a servir como fonte de consulta tanto para estudiosos em escatologia como para leigos em geral. O Apocalipse é um livro de consumação, pois revela o plano final de Deus para a igreja e para Israel... O objetivo é desmistificá-lo a partir de uma visão histórico-judaico-profética, conclamando o povo de Deus a assumir uma postura responsável diante do seu Senhor para uma vida santa e piedosa, a fim de não passar pelo tempo de grande angústia reservado brevemente para este planeta"; divide o livro em diversos capítulos: "1 - As coisas que tens visto"; "As coisas que são - Introdução"; "2 - Carta às igrejas em Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira"; "3 - Carta às igrejas em Sardes, Filadélfia e Laodicéia"; "4 a 22 - Introdução"; "4 - A visão do trono da majestade divina"; "5 - O livro selado com sete selos"; "6 - A abertura dos seis primeiros selos"; "7 - O ministério dos 144 mil israelitas"; "8 - O sétimo selo - As quatro primeiras trombetas"; "9 - A quinta e a sexta trombetas"; "10 - O livrinho doce amargo"; "11 - As duas testemunhas e a sétima trombeta"; "12 - A mulher e o dragão"; "13 - As duas bestas"; "14 - O evangelho eterno - A ceifa e a vindima"; "15 - Os sete anjos com as sete taças cheias das últimas pragas"; "16 - As sete taças são derramadas"; "17 - A queda de Babilônia espiritual"; "18 - A destruição de Babilônia mística: Roma"; "19 - Alegria e triunfo nos céus - A vitória de Cristo"; "20 - Satanás é amarrado por mil anos - O juízo final"; "21 -O novo céu e a nova terra - A Nova Jerusalém"; "22 - O rio da água da vida - Admoestações e promessas finais - Conclusão" e o "Apêndice - Os cinco anjos dos continentes") (SA).
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