A força do Senhor
Veja on-line, edição 1758, 3 de julho de 2002
O crescimento da fé evangélica está mudando o Brasil dos esportes à política, das favelas aos bairros chiques, dos presídios à televisão
O país mais católico do
mundo está ficando cada vez mais evangélico. O resultado do censo demográfico
no quesito religião, divulgado neste ano, mostra que mais de 15% dos
brasileiros – um rebanho de 26 milhões de pessoas – são protestantes. É um
porcentual cinco vezes maior que em 1940 e o dobro do de 1980. Em Estados como
Rio de Janeiro e Goiás, o índice supera 20% dos habitantes. No Espírito Santo e
em Rondônia, os evangélicos passam de um quarto da população. Esse ritmo indica
que metade dos brasileiros poderiam estar convertidos em cinco décadas – um
tempo mínimo quando se fala em avanço religioso.
As conseqüências desse
crescimento são muitas. Apenas como sinais das alterações a que esse fenômeno
pode levar no perfil das famílias brasileiras, vale citar que os evangélicos,
mesmo entre os menos escolarizados, têm menor número de filhos que seus vizinhos
de outras religiões. Três quartos das mulheres evangélicas casadas usam
contraceptivos. Quase 90% dos adeptos de igrejas evangélicas acreditam que a
moral sexual do homem e da mulher deve ser igual, e 65% deles preferem casar-se
com algum irmão de fé.
Ao contrário do que
acontece com os católicos brasileiros, cuja maior parte nasce dentro da
religião mas na maioria dos casos não a segue completamente, os evangélicos
levam a prática da fé a sério. Para começar, muitos evangélicos são convertidos
– ou seja, escolheram aderir a uma religião por conta própria. Por isso, tendem
a se tornar militantes da causa, envolvendo-se nos cultos e nas atividades
comunitárias desenvolvidas em torno dos templos que freqüentam. Segundo dados
do Instituto Superior de Estudos da Religião (Iser), 80% dos evangélicos dizem
participar das cerimônias e das obras sociais com regularidade – uma
porcentagem quatro vezes maior que no rebanho católico.
As religiões cristãs não-católicas, como as evangélicas, têm sua origem no começo do século XVI, quando um monge alemão chamado Martinho Lutero se insurgiu contra Roma. No ano de 1517, revoltado com a venda de indulgências pelo papa, Lutero escreveu suas famosas 95 teses, que pregou na porta da catedral de Wittenberg. Foi o estopim da Reforma Protestante, que se tornaria uma das mais profundas transformações sociais da história humana. Com o tempo, do tronco protestante antipapal foram brotando dezenas de denominações. A mais importante dessas subdivisões, a do pentecostalismo, criada pelo pregador negro americano William Joseph Seymour, foi uma explosão de fé. Hoje há mais pentecostais no mundo do que anglicanos, batistas, luteranos e presbiterianos somados.
Ao proliferarem em todas as
camadas sociais, os evangélicos estão produzindo mudanças facilmente
detectáveis. A mais visível delas acontece em público. Neste ano, o mais
retumbante evento da Semana Santa, o Sermão da Montanha, aconteceu numa praça
de nome católico, a Praça do Papa, em Belo Horizonte, mas foi liderado por
evangélicos. Cerca de 100.000 protestantes de ramos diversos ali apresentaram
ao Brasil um refrão que sinaliza os novos tempos: "Um, dois, três, quatro,
cinco, mil, queremos um evangélico presidente do Brasil".
Circunstancialmente, foi o presbiteriano Anthony Garotinho, de 42 anos, quem se
apresentou como candidato a esses votos. Poderia ser, também, a nova
governadora do Rio, a petista Benedita da Silva, fiel da Assembléia de Deus e
sucessora de Garotinho no Palácio Laranjeiras. O relevante é que a comunidade protestante
se sente forte o suficiente para ter um candidato a presidente.
Nos campos de futebol, a
imagem de jogadores mostrando camisetas com mensagens cristãs é a parte
espetaculosa de uma mudança profunda nos treinos e nas concentrações. "O
ambiente esportivo tornou-se menos hostil depois do aparecimento dos Atletas de
Cristo", diz o secretário-geral da entidade, o ex-piloto de corridas de
automóvel Alex Dias Ribeiro. Isso quer dizer que muitos já não participam de
brincadeiras machistas e degradantes envolvendo colegas, não se acabam em
noitadas na véspera dos jogos e até evitam xingar os juízes. A Associação dos
Atletas de Cristo já tem 10.000 inscritos e o time revelação dos últimos anos,
o São Caetano, exibe-se com metade da equipe vestindo a camisa de Jesus por
baixo do uniforme azul. "Geralmente, esses jogadores são mais educados e
têm posturas mais positivas", compara o ex-técnico da Seleção Brasileira
de Futebol Carlos Alberto Parreira.
Em todas as variantes do
protestantismo, é missão do fiel e de seu pastor espalhar a palavra do Senhor.
Em resumo, ele deve converter seu semelhante. Na maioria dos casos, quanto pior
o currículo ético desse semelhante, maior será o esforço para salvá-lo. Em
ambientes nos limites da conduta moral, fica mais claro o poder transformador
dessa ação. Na Casa de Detenção de São Paulo, onde havia 7.600 presos até o
início da desativação, há seis meses, um quinto dos presos era evangélico, a
maior parte deles convertida na própria cadeia. A conversão dava o privilégio de
viver num pavilhão dos menos tumultuados, num mundo diferente do resto da
cadeia. Entre esses homens, nenhum jamais se envolveu com drogas, agressões ou
crimes dentro da prisão. Recebiam também mais visitas, interessavam-se pelo
mundo exterior, faziam planos para o futuro e tinham mais chance de obter
apoio, pelas comunidades, ao deixar a detenção. "Até no asseio pessoal e
na arrumação das celas eles se comportavam melhor", diz o diretor da Casa
de Detenção, Jesus Ross Martins, coincidentemente pastor presbiteriano.
A simplicidade facilita a
evangelização. Enquanto os católicos fazem cerimônias aos santos, estão sempre
sob a mediação dos padres para conversar com Deus até na hora de se confessar e
desconhecem os códigos que regem a burocracia de sua igreja, os protestantes
são estimulados a falar diretamente com o Senhor e podem usufruir as
recompensas por sua fé enquanto vivem, em vez de sofrer calados e esperar a
morte para conferir se têm direito ao paraíso. No discurso da maioria dos
protestantes, a insegurança, a droga, o alcoolismo, a infidelidade, a vida
indigna, o desrespeito, a miséria e todos os eventos ruins que podem atingir
uma pessoa compõem as faces diversas de um inferno que se experimenta na terra.
Numa troca simples, a igreja evangélica propõe que sua ovelha se afaste do mal
e siga um código duro de conduta, oferecendo em troca apoio e reconhecimento
por seu sucesso na empreitada. "Num momento, o sujeito se sente
desamparado e, no outro, está num ambiente de fraternidade, solidariedade, comunidade
e dignidade", diz o sociólogo Alexandre Brasil Fonseca, autor do livro Evangélicos
e Mídia no Brasil. "É fácil entender por que os novos evangélicos se
entusiasmam."
Esse entusiasmo gera
dinheiro, na forma de dízimo, e esse dinheiro, ao se transferir para a mão de
pastores que vêem a religião como um negócio, tem gerado tanto o crescimento de
muitas denominações quanto maracutaias, denúncias e investigações. Há igrejas
que, sem hipocrisia, chamam seus fiéis de associados. Um dos ramos evangélicos criou
até um dízimo superfaturado: o fiel deve dar antecipadamente 10% do valor que
pretende alcançar como uma graça do Senhor, e não daquilo que efetivamente
recebe. O boom das chamadas igrejas neopentecostais coincide com o aumento das
denúncias contra pastores evangélicos. O caso mais notório é o do bispo Edir
Macedo, fundador da bilionária Igreja Universal do Reino de Deus. Para erguer
seu império, Macedo vendeu até cornetas de torcida organizada como se fossem
instrumento divino para derrubar as Muralhas de Jericó. Em dezembro de 1995,
teve-se conhecimento de um vídeo em que ele aparece em meio a uma montanha de
dólares, ensinando a seus pastores técnicas para aumentar a arrecadação.
As acusações mais
freqüentes contra pastores evangélicos tratam de estelionato e crimes fiscais.
Três anos atrás, o Ministério Público do Paraná denunciou o pastor David
Miranda, fundador da Deus É Amor, por evasão de divisas. A Igreja Renascer em
Cristo enfrenta mais de cinqüenta processos movidos por ex-fiéis. Seus fundadores,
o apóstolo Estevam Hernandes e a bispa Sonia Hernandes, são acusados de dar um
calote de 12 milhões de reais. Outro encrencado na praça é o pastor e deputado
federal Francisco Silva, dono de emissora de rádio e um dos principais
apoiadores do candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho. Deputados
estaduais do Rio de Janeiro o acusam de ter recebido propinas quando era
secretário estadual de Habitação. Como em todos os grupos humanos, há pecado
também entre os evangélicos. Mas a grande maioria deles é constituída de
pessoas não apenas honestas, mas honestas acima da média.
As igrejas evangélicas,
sobretudo as do chamado ramo pentecostal, penetram com enorme velocidade e sem
nenhuma burocracia nas comunidades carentes e oferecem um modelo ético em
regiões que as autoridades esqueceram e às quais a polícia leva mais medo que
segurança. No livro O Rio de Todos os Brasis (Editora Record, 2000), o
economista Carlos Lessa, reitor eleito da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, afirma que as igrejas evangélicas contribuem para a criação de uma
nova ética, que trará reflexos positivos para o país. "Os crentes não
transigem quanto às regras e aprendem a cobrá-las de si e dos irmãos", ele
escreve. Pôr um terno para freqüentar o culto, levar uma Bíblia embaixo
do braço e ser visto como um modelo de honestidade, para esses crentes pobres,
é alcançar pelo menos um pedaço do paraíso da cidadania.
Um terço dos adolescentes
envolvidos no tráfico de drogas se diz evangélico. É o tipo da descoberta que
mostra quanto os pastores mergulham fundo nas comunidades carentes. "A
maioria desses jovens encontrou uma melhora de vida na igreja. Pelo menos eles
tiveram contato com disciplina", diz o sociólogo Ricardo Mariano, autor do
livro Neo-Pentecostais – Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil.
Mas o modelo não se aplica
somente aos pobres. Na própria raiz o protestantismo possui a fórmula para
pacificar o espírito de quem tem ou persegue a riqueza – numa contraposição à
máxima católica de que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha
que um rico entrar no reino dos céus. Lucrar é legítimo, e a fortuna recompensa
quem mais trabalha, reza a inspiração protestante. O pensador alemão Max Weber
formulou as bases dessa tese no início do século XX. Várias igrejas evangélicas
têm departamentos para atrair gente rica ou famosa. A quantidade de colunáveis
convertidos mostra que a estratégia é um sucesso. A ex-modelo Monique Evans,
que foi capa de várias revistas masculinas, integra o quadro da igreja chique Sara
Nossa Terra. A igreja Vida Nova, de São Paulo, é freqüentada por Íris
Abravanel, mulher do homem do SBT, Silvio Santos, e por suas quatro filhas.
"Igreja não é só para pobre e ignorante", diz a pastora e
primeira-dama da igreja, Ivonne Muniz.
Essas igrejas oferecem
espaço a quem quer rezar num templo sem ouvir condenações sumárias ao
capitalismo, como ocorre em certas paróquias católicas. Um dos templos da
Renascer em Cristo, em São Paulo, dedica o culto das segundas-feiras aos
integrantes da Associação Renascer de Empresários e Profissionais Evangélicos
(Arepe). O economista e empresário paulista Ricardo Abbud, de 48 anos, sócio de
uma construtora que fatura 500 milhões de reais por ano, é um dos
freqüentadores. Na hora de fazer negócios e realizar contratações, Abbud tem
preferência por seus irmãos de fé, porque os considera mais éticos e
confiáveis. Outra entidade, a Associação de Homens de Negócios do Evangelho
Pleno (Adhonep) – com 25.000 filiados no país –, se diz adepta da chamada
Teologia da Prosperidade, segundo a qual Deus recompensa fartamente quem mais
contribui com sua igreja. Já existe até uma revista, a Consumidor Cristão,
com tiragem de 20.000 exemplares, lida por evangélicos e recheada de anúncios
com linguagem e até produtos específicos para esse público.
Somando tudo – de CDs a bares e instituições de
ensino –, o mercado impulsionado pelos protestantes movimenta 3 bilhões de
reais por ano e gera pelo menos 2 milhões de empregos. Na área da mídia
eletrônica, há um verdadeiro império evangélico país afora. Existem mais de 300
emissoras de rádio evangélicas no Brasil, centenas de sites e pastores dando
plantão on-line, na internet. Uma grande máquina televisiva cumpre também uma
extraordinária missão arrecadadora. Não por acaso, a Universal – dona da
terceira rede de TV do Brasil, a Record – é a igreja que mais recolhe doações
acima dos 10% do dízimo convencional. O rádio e a TV servem ainda de canal para
a transmissão de modelos culturais e de comportamento. Aline Barros, uma
cantora de 25 anos, pode ser um nome desconhecido para quem acompanha as
paradas de sucesso. Mas já vendeu mais de 1 milhão de CDs de música pop
evangélica. Cassiane, com 3 milhões de discos vendidos, é outra grande estrela
do gênero. A banda de rock pauleira Oficina G3 ultrapassou os limites da
igreja, apresentado-se no último Rock in Rio.
Na política, os evangélicos
são um trator. Anthony Garotinho é só a figura mais ambiciosa entre eles. A
bancada evangélica, com mais de cinqüenta parlamentares na Câmara Federal, é unida
e atua muito além das barreiras partidárias nas questões relacionadas a
costumes ou a interesses da fraternidade crente. Uma das razões para o PL ser
cortejado pelo presidenciável petista Luís Inácio Lula da Silva é o fato de o
partido ter enorme rebanho ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Enquanto
os bispos da Diocese do Piauí baixavam no início do ano uma proibição à
candidatura de seus padres a cargos políticos, igrejas protestantes do Brasil
inteiro já estavam em ebulição com as preliminares do próximo processo
eleitoral. Se o terreno para as conquistas é o Parlamento, nada mais natural
para os evangélicos do que ir até lá pegar seu quinhão.
Há também grande
investimento em educação. A média de leitura dos evangélicos brasileiros gira
em torno de seis livros por ano – o dobro da média nacional. As denominações
evangélicas administram quase 1.000 escolas no Brasil, com uma clientela de 740
000 alunos. "Os fundamentos do movimento protestante pregam a moralização
do indivíduo e o desenvolvimento de uma ética de responsabilidade social",
diz Almir de Souza Maia, reitor da Universidade Metodista de Piracicaba e
presidente da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas.
No tradicional ensino católico, o que se vê é encolhimento. A CNBB divulgou
recentemente que 130 escolas católicas de ensino fundamental e médio fecharam
as portas nos últimos cinco anos.
Paradoxalmente, o que mais
mudou no Brasil com o crescimento da legião evangélica foi a Igreja Católica.
De um lado, surgiu a Renovação Carismática, para revigorar os aspectos místicos
e milagrosos da fé. De outro, os padres-cantores saíram atrás de fiéis e
compradores de CDs. Na mídia, a Igreja fincou uma bandeira em tempo recorde,
criando a Rede Vida de rádio e TV, que cobre todo o território nacional. Os
resultados, porém, estão longe do esperado. Os católicos falam em crise de
vocações. Há sete vezes mais pastores protestantes atuando no Brasil que
padres, e na maioria das denominações mais recentes esses ministros são formados
em apenas alguns meses. "Muitos logo acabam fundando a própria igreja e
aumentando o poder dos evangélicos", diz o teólogo jesuíta João Batista
Libânio. Na prática, eles seguem aquele famoso incentivo: "Crescei e
multiplicai-vos".
*
Dado de 1992
Fontes: IBGE, Operation World, Sepal, igrejas e Ricardo Mariano em Análise Sociológica do Crescimento Pentecostal no Brasil.
Fontes: IBGE, Operation World, Sepal, igrejas e Ricardo Mariano em Análise Sociológica do Crescimento Pentecostal no Brasil.
Evangélicos que todo mundo conhece
Gisele Fraga,32 anos, atriz Os pais, ambos já falecidos, eram evangélicos – a mãe presbiteriana e o pai batista. Ela se afastou da religião na juventude e diz ter cometido muitos erros na ânsia de "curtir a vida". Separada e sem filhos, afirma que a fé a deixou pronta para procurar um homem digno e para lutar pela realização profissional como atriz, já que está com dificuldades para conseguir trabalho. Conta ter sido tocada pelo Evangelho durante uma viagem com amigos à Espanha, em 1998. Estava hospedada na mesma casa que Monique Evans e ficou intrigada com o interesse da amiga pela Bíblia. Na volta ao Brasil, foi levada por Monique à igreja. Hoje, vai aos cultos da Sara Nossa Terra aos domingos e durante a semana participa das "células", grupos que se reúnem na casa de um irmão de fé para discutir o Evangelho.
Íris Abravanel,54 anos, mulher do apresentador Silvio Santos
Freqüenta a igreja Vida Nova, conhecida por reunir socialites de São Paulo. De formação católica, ingressou em 1998 em um grupo de estudos bíblicos e levou as quatro filhas. Hoje, depois de passarem pela Renascer em Cristo, todas pertencem à mesma igreja. Uma das filhas, Patrícia Abravanel, fez um discurso religioso após ter sido seqüestrada, no ano passado. A fé de Íris provocou desentendimentos com o marido, que segue o judaísmo.
Iris Rezende,68 anos, senador
Nasceu em um lar evangélico. Os avós e os pais se converteram depois da chegada de missionários ingleses a Goiás no final do século XIX. Rezende pertence à Igreja Cristã Evangélica, fundada há 100 anos. Nasceu em Cristianópolis, cidade originada de um povoado fundado por evangélicos que fugiam de perseguições religiosas. Era o caso de seus avós, que antes moravam em Caldas Novas. Cultiva sua fé em família, mas o filho mais velho quis ser católico. A mulher do senador, que também se chama Iris, foi educada em colégio de freiras, mas se converteu à igreja do marido depois do casamento.
Dedé Santana,66 anos, humorista
Criado na igreja católica, passou também pelo kardecismo, mas diz que, apesar da fama e do dinheiro, vivia deprimido e sentia um "vazio existencial". Desde que se tornou evangélico, há oito anos, transformou-se em verdadeiro globetrotter da causa. Já percorreu quase mil cidades para levar a palavra de Deus. Converteu-se após ter sido visitado por pastores em um hospital, onde estava tratando de problemas cardíacos. Os pastores foram levados por seu filho Átila, que consumia drogas e largou o vício depois de entrar para os Atletas de Cristo. Hoje, Dedé integra a Sara Nossa Terra.
De formação católica, consumia drogas desde os 13 anos com freqüência diária. No ano passado, foi levado pela noiva, filha de evangélicos, à Sara Nossa Terra. Diz ter havido uma "revelação" logo na primeira vez em que participou do culto. Abandonou as drogas e as letras mundanas dos Raimundos (para revolta dos fãs, que culpam a igreja pelo fim do grupo). Lançou a banda Rodox, que faz canções de louvor a Deus. Tatuou a frase "Obrigado, Senhor" na nuca e hoje freqüenta a igreja Cristo é Vida.
Bezerra da Silva,75 anos, cantor e compositor
Um dos maiores símbolos da malandragem carioca, foi batizado na Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Macedo, em março deste ano. Garante que não vai renegar as antigas canções, mesmo as que falam de boemia e da vida mundana. "Deus não quer que a gente largue o ganha-pão", diz. Faz planos, no entanto, de produzir um disco com sambas evangélicos pela gravadora Line Records, pertencente à Igreja Universal.
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