Paul Tillich apresenta três questões como fundamentais para uma análise teológica do socialismo: as relações entre ser e consciência, as relações entre massa e mobilização, e as relações entre mito e utopia. E, a partir da história da Europa, mostra que no final da Idade Média são lançadas as bases do socialismo contemporâneo, quando grupos rompem com as estruturas da sociedade medieval e começam a fazer um caminho que tem por base a autonomia.
Em A Decisão Socialista[1] afirma que o socialismo é um movimento de oposição, mas também de mão dupla, porque se por um lado é um movimento de oposição à sociedade burguesa, por outro, enquanto mediação, uniu-se à sociedade burguesa na oposição às formas feudais e patriarcais de sociedade. Entender esta raiz do socialismo ajuda a compreender as raízes do pensamento político. Assim, na teologia política de Tillich seu primeiro referencial é o ser.
Nesse sentido, podemos dizer que Tillich faz uma fenomenologia política quando analisa questões como o ser, a origem do pensamento político, enquanto mito, e a partir daí procura trazer à tona os elementos não reflexivos do pensamento político conservador. E é a partir da análise do pensamento conservador que Tillich vai explicar o surgimento da democracia e do socialismo.
Nota
[1] Introdução: As duas raízes do pensamento político, Potsdam 1933, Gesammelte Werke, II, pp. 219-365.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire