dimanche 2 décembre 2018

Huguenotes e tupinambás

Huguenotes e Tupinambás - abordagem metodológica a partir da teologia da cultura

Pesquisador: Prof. Dr. Jorge Pinheiro dos Santos 
Faculdade Teológica Batista de São Paulo 
Departamento de graduação em Teologia 
Professor Pós-Doutor em Ciências da Religião 
Eixo temático: História e Teologia
Categoria: Mesa redonda 

INTRODUÇÃO 

Quando nos debruçados sobre a pesquisa dos encontros e desencontros do pensamento calvinista com a cultura tupi-guarani nas ilhas de Laje e Sirigipe, na baía de Guanabara, costa do Rio de Janeiro, entre os anos de 1555 e 1560, devemos levar em conta, numa leitura a partir da Teologia da Cultura, que protestantismo e política não são realidades estanques. Isto porque as raízes do pensamento protestante não são apenas pensamentos. Pensamento protestante é a expressão de seres políticos, de situações culturais, cuja eclosão situamos em 1517, com a exposição das 95 teses de Martinho Lutero. Não se pode entender o pensamento dos huguenotes quando se subestimam as realidades sociais que deram origem ao pensamento protestante. 

As raízes do pensamento religioso – e aqui devemos nos referir aos huguenotes e tupinambá -- não podem agir com uma força igual em todo momento e em todo grupo. Um ou outro pode predominar, depende da situação social, dos grupos ou formas de dominação presentes, pois se correlacionam às estruturas sociopsicológicas de interação com a situação social objetiva. 

Pensamento huguenote e cultura tupi-guarani
O primeiro referencial é a pessoa. Nesse sentido, ao analisar essa relação entre o pensamento huguenote e a cultura tupi-guarani devemos partir de uma fenomenologia política que leve em conta questões como a origem do pensamento político e religioso calvinista, enquanto simbologia do cristianismo reformado. É bom lembrar que a conversão de João Calvino (1509-1564) ao protestantismo se deu entre 1532 e 1533, quando tinha 23 ou 24 anos. Donde o protestantismo calvinista dos huguenotes, na baía de Guanabara dos anos 1555-1560, tinha ainda a plasticidade de um pensamento político/ religioso em construção. E é a partir daí, dessa plasticidade da simbologia reformada em construção, que devemos trazer à tona os elementos não reflexivos desse pensamento1 e analisar como ele se relacionou com uma cultura até aquele momento desconhecida. 
 
E a questão da pessoa, aí imbricada, leva-nos a uma antropologia existencial. Ora, a questão existencial é traspassada pela religião, que é dimensão de profundidade e espectro dessa profundidade no espírito humano. Tal metáfora tillichiana2 traduz a idéia de que o aspecto religioso aponta em direção àquilo que na vida do ser humano é último e incondicional. Assim, no sentido mais amplo e fundamental do termo, religião é preocupação última. E a preocupação última se manifesta em absolutamente todas as funções criativas do espírito humano. 

Nem sempre é necessário perguntar-se pelas raízes de um fenômeno social, mas quando não temos respostas para uma realidade que se apresenta como nova, então é necessário perguntar pelas raízes. É necessário procurar pelas raízes do pensamento político e religioso na própria pessoa humana. E é esse caminho, que parte da teologia da cultura, que nos direciona na análise do ethos tupinambá. 

A formação da consciência 

Sem uma imagem do humano, de suas forças e tensões, não se pode dizer nada sobre as fundações políticas do pensamento e do ser religioso. Sem uma teoria do humano não se pode construir uma teoria das orientações políticas e religiosas. Mas, o Tupinambá, e aqui estamos falando da cultura tupi-guarani, embora colado à natureza, é pessoa e por isso ser dividido. Não importa saber onde termina a natureza e onde começa o tupinambá, não importa que a passagem entre natureza e tupinambá se tenha feito através de transições ou por um salto. O importante é que em determinado momento, a diferença ficou clara. 

O tupinambá tem consciência de si mesmo, distingue-se da natureza enquanto ser que se desdobra, tornando-se pessoa consciente de si mesma. A natureza ignora esta divisão, por isso o tupinambá não é uma combinação de duas partes autônomas, tais como natureza e corpo, mas um só ser, fendido em sua unidade. Estas determinações gerais levam a algumas considerações no que se refere à pesquisa do tupinambá e da cultura tupi-guarani. Elas negam qualquer dedução da cultura tupi-guarani enquanto puro movimento reflexo frente à natureza. 

Mas, porque os pensamentos políticos e religiosos vêm do ser humano enquanto unidade, a relação entre huguenote e tupinambá está enraizada no ser que ambos são. É por isso que não se pode entender essa correlação entre pensamento huguenote e cultura tupi-guarani sem contextualizar seu enraizamento no ser humano enquanto ser imbricado a pulsões e interesses, constrangimentos e aspirações constituintes do humano. Mas também é impossível separar o huguenote de sua consciência, ou ver o tupinambá como simples subproduto do ser tupi- guarani. 

A consciência estrutura ser huguenote enquanto ser social, em cada um de seus elementos, inclusive as sensações pulsantes mais primitivas. Mas, quando se tenta desfazer laços passa-se ao largo da primeira e mais importante característica daquilo que é humano, de que há uma consciência inadequada ao ser, uma falsa consciência, que, no entanto, não invalida a unidade do ser e da consciência. Isto porque, não é possível haver falsa consciência quando o que é designado não é conhecido. 

A consciência ajustada é uma consciência que emerge da pessoa e ao mesmo tempo a determina. Não pode ser uma coisa sem ser a outra, porque o humano é uma unidade na divisão, e desta unidade nascem as raízes do pensamento político e religioso. O ser humano, quer seja o huguenote recém desembarcado no litoral do Rio de Janeiro, ou o tupinambá estabelecido na região, se encontra enquanto realidade dada, assim como seu ambiente. 

Este encontro do pensamento calvinista com a cultura tupi-guarani criou a possibilidade de algo novo, que não existia antes, que poderia produzir uma consciência, diferente das originais de cada grupo. A realidade daquilo que huguenote e tupinambá eram estava a priori colocada, era algo próprio. Mas, agora tínhamos uma tensão entre o ser-próprio huguenote e tupinambá e o ser-posto frente a frente no litoral do Rio de Janeiro. E aqui a origem não liberta. Não se pode dizer que eram e que não são mais. Sem dúvida, eram puxados pela origem, que os segurava firme, fazendo-os submergir. E se a origem é o que estabelecia como algo huguenote e tupinambá, ser-posto frente a frente supunha caminhar para a morte ou em direção ao novo. 

Teologia da Cultura e religiosidade 

A religiosidade não se dá simplesmente como processo de adequação da mente humana ao novo que lhe é apresentado. Impõe-se que o novo inerente ao processo cognoscitivo tenha um significado: uma relação em que o ser humano opera como ser significante e o novo como haver significado. Desta forma, a religiosidade não se processa entre realidades ahistóricas, mas em relação espacial e temporal, exigindo para que a interação humano/ realidade se estruture que haja algo maior, alguma coisa além de ambos, não causal, mas essencial. 

No processo de construção das religiosidades é o ser humano quem se encontra em construção, já que é partícipe, mas não senhor pleno do processo. É um ser colocado no tempo e no espaço, que estabelece relação com a realidade que o cerca dentro do processo cognoscitivo enquanto dimensão humana e histórica. 

Analisar as relações político-religiosas entre huguenotes e tupinambá, nos obriga pensar utilizar como referenciais teóricos Paul Tillich; Alfred Métraux e Florestan Fernandes, no que se refere à religiosidade, à organização social e à função da guerra entre os tupinambá; e a documentação produzida no período, em especial os textos de Jean de Léry, Cordelier André Thevet, e A Confissão de Fé da Guanabara, escrita por Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André la Fon, em 1558, que foram condenados à morte e enforcados naquele ano. 

No que tange ao pensamento político dos huguenotes é importante fazer a leitura de seu republicanismo radical, expresso em teses constitucionalistas, contratualistas e na defesa da resistência com base no direito positivo e no direito natural, produzidas no período posterior, mas próximas da presença huguenote no Brasil. Temos, então, Luís de Condé, “La défense civile et militaire des innocents et de l'Église de Christ” (1563); François Hotman, “Franco-Gallia” (1573); Eusebe de Philadelphe (pseudônimo), “Reveille-Matin” (1573); Théodore de Bèze, “Du Droit des Magistrats” (1574) e “Le Politicien” (1574); anônimos, “Paroles Politiques” (1574), e Philippe Du Plessis-Mornay, “Vindiciae contra Tyrannos” (1579). 

A leitura do estado da arte no que se refere à presença francesa no litoral fluminense, em meados do século XVI, mostra a carência de estudos multiculturais destinados à compreensão do papel que o calvinismo jogou na elaboração do projeto colonial francês. Essa carência dificulta a compreensão do papel do protestantismo de invasão, conforme definição de Antonio Gouvêa Mendonça, na história brasileira. 
A familiaridade dos franceses com o litoral atlântico não foi suficiente para assegurar uma vida longa à tentativa de implantação de uma “República Cristã”, leia-se huguenote, em solo brasileiro. Este foi um diálogo fraturado por razões internas, religiosas, que envolveram entre outros temas uma controvérsia eucarística sobre a presença real ou não do corpo e do sangue de Jesus no pão e vinho servidos na Ceia. Tais questões teológicas levaram os huguenotes “a optar pela fúria canibal dos tupinambá à antropofagia da transubstanciação praticada pelos papistas”,1 abandonando assim o espaço geográfico da colônia recém plantada. 

Outras razões, continentais, mas também religiosas, aceleraram o processo de deterioração do projeto colonial francês no litoral fluminense: crescia na França a oposição entre católicos e protestantes. Dessa maneira, as desavenças entre Nicolau Durand de Villegaignon e os huguenotes foram apenas uma pálida antevisão do que estava por vir em todo o mundo francês. Tal situação acabou por desintegrar o projeto colonial francês na região e impossibilitou o desenvolvimento do diálogo aberto entre huguenotes e tupinambá. Mas a literatura produzida na época, tanto católica como protestante, nos permitem, à luz das Ciências da Religião, avaliar e projetar sinais sobre tal diálogo. 

CONCLUSÃO 

Toda documentação deve estar centrada em dois textos, singulares e fundamentais para a compreensão daquele momento histórico: Les Singularités de la France Antarctique, do padre Cordelier André Thevet, e L'Histoire d'un Voyage faict en la terre du Brésil, do huguenote Jean de Léry. O primeiro foi publicado em 1557-1558 e afirma que o fracasso da França Antártica se deveu às dissensões internas ao movimento huguenote, o que levou Jean de Léry a escrever seu livro a fim de opor-se “as mentiras e erros” contidos no trabalho de Thevet. 

Deve-se ressaltar que o livro de Léry desde sua primeira edição em 1578 (A La Rochelle, Pour Antoine Chuppin. M.D.LXXVIII, com reedições em francês e latim en 1585, 1586, 1592, na "Collection des Grands Voyages" de Théodore de Bry, em 1594, 1599, 1600), continua a ser sucesso editorial. 

Dessa maneira, neste caminho sobre a relação entre política e religiosidade, deve-se discutir as razões do fracasso do projeto calvinista, tanto no que refere à tentativa colonizadora, como aquele de implantar uma República huguenote no Brasil. Mas deve apresentar também uma leitura da força cultural dos tupinambá, que sem serem passivos diante da invasão exerceram um papel ativo em suas relações com os huguenotes. Dessa forma, tal abordagem quebra paradigmas, preconceitos, e mostra a cultura tupinambá como hegemônica na relação huguenote/ tupinambá. Isto porque os huguenotes aqui desembarcados confessavam um protoprotestantismo e viviam o trânsito em direção a um protestantismo em construção, marcado ainda por séculos de presença católica na França.

Notas


1Paul Tillich, “La Décision Socialiste“, Écrits contre les nazis (1932-1935), Paris, Genève, Québec: Les Éditions du Cerf, Éditions Labor et Fides, Les Presses de l’Université Laval, 1994, p.27. “Die sozialistische Entscheidung”, in Christentum und soziale Gestaltung. Frühe Schriften zum religiösen Sozialismus, Evangelisches Verlagswerk Stuttgart, Gesammelte Werke II, 1962, pp. 219-265. Trad. fr. Nicole Grondin e Lucien Pelletier, introd. de Jean Richard. 

2Paul Tillich, Teologia de la cultura y otros ensayos, A dimensão religiosa na vida espiritual do homem, Buenos Aires, Amorrortu Editores, 1974, pp. 16-17. Man’s right to knowledge, Columbia University Press, 1954. 

1 Andrea Daher, «Récits français et histoires portugaises: Claude d’Abbeville et Pero de Magalhães Gandavo», Nuevo Mundo Mundos Nuevos, Número 1, 2001, mis en ligne le 4 février 2005, référence du 10 mars 2006. disponível em World Wide Web: http://nuevomundo.revues.org/document238.html.

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