samedi 30 janvier 2016

Introdução ao estudo interreligioso

Jorge Pinheiro, PhD
As cosmovisões, os cristãos e a defesa racional da fé


O emprego da Apologética como método racional de defesa da fé tem por base alguns textos escriturísticos. São eles 1Pe 3:15, IICo 7:11, Atos 22:1, 25: 16, I Co 9:3, Fp 1:7, 1:16, IITm 4:16.

Para ps cristãos, a fé está ligada a fatos. Mas, como essas duas realidades se completam no cristianismo? Para Clark Pinnock, mente e coração devem conhecer juntos.

“Exige um grande esforço o trabalho de apresentar às pessoas, de um modo inteligente, as provas em favor do evangelho, de maneira que elas possam tomar decisões significativas, convencidas pelo poder do Espírito Santo. O coração não pode se comprazer com aquilo que a mente rejeita como sendo falso”. Pinnock, Clark, “Viva Agora, Amigo”, Atibaia, Editora Fiel, p. 8 in Josh McDowel, Evidência que exige um veredicto, São Paulo, Candeia, 1992, p. 3.

Donde, os cristãos se fazem algumas perguntas: a fé é cega? Mt 22:37; podemos ter uma fé inteligente? IITm 1:12, Jo 8: 32. O que é uma fé objetiva? A que se destina?, como diria Caetano Velloso. 1Co 15:14. Cristo e a ressurreição. O Cristo histórico e Teologia Sistemática.

João, Pedro, Mateus, Tiago, Marcos, Paulo, Lucas. Por que esses homens são tão importantes para os cristãos? IIPe 1:16. Qual a diferença entre mito e história?

O que é uma testemunha histórica? Você já ouviu falar em Mi Lai, uma aldeia do Vietnã? Qual o poder de uma testemunha ocular? O que dizem João, Lucas, Paulo e Pedro sobre isso? IJo 1:1-3; Jo 20:30-31; Lc 1:1-3; At 1:1-3, 1:9, 10:38-42; ICo 15:6-8; IPe 5:1.

Mas, cuidado com os preconceitos. O que afirma Millar Burrows, professor da Universidade de Yale e especialista nos Rolos de Qumran, in Montgomery, John W., History and Christianity, Downers Grove: Inter-Varsity, 1972, sobre ceticismo e investigação histórica? O que é história? Em que se baseia a cientificidade da história? Que relação isso tem com documentação e testemunhos? 

Qual a diferença entre provas históricas, verdade absoluta e probabilidade histórica? Em que sentido podemos entender Hume, quando diz que a história não nos apresenta a verdade absoluta?

Fatores subjetivos que impedem uma análise histórica objetiva: ignorância consciente (Rm 1:18, 23); orgulho (Jo 5:40-44); opções morais (Jo 3:19-20).

Duas opções: vamos refletir sobre duas abordagens metodológicas, a de Aldous Huxley, quando disse que “... a filosofia da ausência de sentido foi basicamente um instrumento de libertação, tanto sexual, como política”, ) e de Pascal, ao afirmar que “as provas em favor da existência de Deus e do seu poder são mais do que suficientes...”. Jo 7:17.

Sobre a singularidade e a diversidade das escrituras judaico-cristãs, vamos utilizar Josh McDowel, Evidência que exige um veredicto, São Paulo, Candeia, 1992, “A Bíblia, eu acredito nela”, cps 1, 2 e 3, pp. 19-48.

Tecnicamente, por que a Bíblia é diferente? Qual o sentido da pluralidade tempo, escritores, classes sociais, atividades profissionais, condições, circunstâncias históricas, continentes, regiões geográficas, idiomas?

Em termos editoriais, que importância tem para a defesa racional da fé cristã dados como sobrevivência e quantidade de manuscritos, circulação e tiragem, traduções, e sobrevivência às perseguições e críticas?

Pluralidade de assuntos e influências no campo da história, profecia e literatura. A verdade como padrão de qualidade. 

Pluralidade de material e técnicas empregadas em sua confecção: pedras, tabletes de argila, óstraco, papiro, pergaminho, velino. Rolos e códice. Escrita uncial e minúscula carolina.

A singularidade do cânon. O cânon hebraico - lei, profetas e escritos. O testemunho de Jesus (Lc. 24:44, Jo.10:31-36, Lc.11:51); do prólogo do deuterocanônico Eclesiástico, de ben Sirac (Eclo. Pról.1-34); de Josefo, do Talmud (Tosefta Yadim, Seder Orlam Rabba, Talmud Babilônico/Sanedrim), de Melito e Eusébio. 

Ben Zakkai e as objeções dos fariseus a Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Ester. A decisão do debate de Jamnia.

Apócrifos do Antigo Testamento. Literatura de sabedoria, nacionalista e apocalíptica. Importância histórica e literária. Filo, Josefo, Jesus, os apóstolos, os rabinos reunidos em Jamnia e os pais da igreja não os consideraram escrituras reveladas. O Concílio de Trento (1546), a Contra-Reforma e os apócrifos.

O Novo Testamento - Os critérios para determinar a inspiração de cada livro. Ef. 2:20, Jo. 16:13, At.2:42: a autoridade apostólica. Por que definir um cânon? Quem foi Marcião? O que estava acontecendo nas igrejas orientais? O que representava o edital de Diocleciano (303 d.C.)?

A defesa: Inácio (50-115 d.C.), Justino Mártir (100-165), Policarpo (115), Irineu (180), Atanásio de Alexandria. O Sínodo de Hipona (393), sob o bispado de Agostinho, e o III Sínodo de Cartago.

E então, o que é Cosmovisão?

A. Realidade e estruturas conceituais. Consciência e omissão. A definição de Deus nos dá o elemento central de uma cosmovisão. Toda cosmologia leva a princípios e valores da vida. 

B. Existe uma cosmovisão cristã? Qual é a sua base? Deus infinito (Sl.25:14; Is. 43:10; Sl. 90:2), pessoal (Ex.3:14-15; Is. 55:8-9; Sl.135:5-6), criador (Gn.1:1; Sl.148:3-5, 33:6-9; Hb. 11:3), mantenedor do universo (Sl.14:20, 147:8-9; Ne. 9:6), amor (Lm.3:22-23; Jo.3:16; Rm 5:8) e santo (Hc.1:13; Sl. 5:4; Jr. 9:23-24). Único (Dt. 6:4-5; Is. 45:5-6) e plural (Mt.11:27; Jo.17:5; 15:26; At.1:8, 2:1-4).

C. A Trindade e a unidade/diversidade do universo. Deus criador: João 1:1-3; Rm. 11.36; Cl.1:16-17, Hb. 1:2, 11:3; Tertuliano (Adversus Praxean), Zwinglio (Bromiley, G.W., Zwingli and Bullinger, Londres, SCM Press, 1953, p.249). Unidade/ diversidade; determinismo/ individualidade (Pieratt, Alan, “Pensando no Céu”, in Imortalidade, Shedd, R e Pieratt, A., São Paulo, Edições Vida Nova, 1992, p.231-245).

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, págs. 15-23.
Horrel, J. Scott, Uma Cosmovisão Trinitariana, Vox Scripturae, volume IV, No 1, pág. 55-77.
Pieratt, Alan, Pensando no Céu, in Imortalidade, Shedd, R e Pieratt, A., São Paulo, Edições Vida Nova, 1992, pp.223-245.

Ateísmo

A. Quais as bases fundamentais do ateísmo e do agnosticismo radical? Deus não existe. É impossível saber. 

B. Como um filósofo ateu ou agnóstico radical responderia a estas três perguntas: (1) por que o universo existe? (2) por que o homem existe? (3) qual é o papel do indivíduo no universo? As opiniões de Friedrich Nietzsche e Jean Paul Sartre, nos ajudam a entender esse caminhar do ateísmo. 

C. Comunismo, existencialismo e humanismo: respostas que deixam a desejar. Deus não existe? Que certeza é essa? Um novo panteão: utopias e angústias.

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, págs. 39-43.

Panteísmo

A. O que é panteísmo? Infinitude e impessoalidade. Universo/aparência. Nada existe além do que se vê e toca (aparência). Só o presente existe. 

B. Qual é a posição panteísta em relação ao universo, à vida espiritual e à morte? 

C. Qual as características do panteísmo hindu? A fala de Bhahman no Bhagavad Gita. O panteísmo na filosofia européia (Spinoza / Deus é pensamento e extensão; Hegel / Deus é história e consciência). O panteísmo na teologia moderna (Tillich e John Robinson / Deus é profundeza; Teilhard de Chardin / Deus, através da evolução, estará em todos). A teologia da morte de Deus: T. Altizer e William Hamilton. 

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, págs. 45-58.

Teísmo

A. Quais os conceitos que norteiam o teísmo? 

B. Por que não somos judeus, nem muçulmanos? Unitarianismo. Determinismo. Cabalismo (Sefer Ietzirá, in Guinsburg, J., Do Estudo e da Oração, São Paulo, Editora Perspectiva, 1968 págs. 563-566). Sufismo (Al-Junaíde). 

C. Em que sentido o cristianismo trinitariano é superior ao teísmo judaico e muçulmano; ao deísmo/agnosticismo filosófico (Thomas Hobbes) e ao misticismo (hippies, Beatles, Nova Era)? Ex 33:18-23, 34:5-7; Is 6:1-5; Ez 1:26-28; Jr 9:23-24; Jo 1:18, 14:8-10; Ap 1:12-17; I Pe 1:8. 

Bibliografia: 
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, Edições Vida Nova, pp. 25-30, 59-67.

História e Arqueologia

Novo Testamento: testes bibliográficos, número de cópias e dados comparativos com outros textos antigos. Cronologia dos manuscritos e métodos de datação. Versões e utilização pelos pais da igreja.

Antigo Testamento: os talmudistas, os massoretas, o testemunho de Flávio Josefo, os rolos do Mar Morto e a Septuaginta. O texto samaritano, os targuns, o mishná, os guemarás, o midrash e a sêxtupla de Orígenes. 

Aristóteles e o conceito do benefício da dúvida. A datação das fontes primárias.

Evidências externas. Eusébio, em História Eclesiástica; Papias; Irineu em Contra as heresias III, Policarpo e Flávio Josefo em Antigüidades XVIII 5:2 sobre João Batista.

Rowley, Albright e Montgomery analisaram as provas arqueológicas. Paolo Matthiae, Giovanni Petinato e os 17 mil tabletes de Ebla.

Sir William Ramsey e o trabalho de Lucas. Erasto, o tesoureiro de Corinto (Rm 16:23), a assembléia em Éfeso (At. 19:23+), o pátio da Torre Antônia, o poço de Betesda.

Por que usar dois pesos e duas medidas em relação às Escrituras e à literatura da antigüidade?

E a partir dessa compreensão os cristãos se lançam à proclamação do Evangelho até os fins da terra, conforme o mandamento de Jesus de Nazaré.

O mundo e as missões cristãs

Eis um levantamento estatístico levantado pelo professor David Barret, do Regent College em Virgínia Beach, Virgínia (EUA). Nesse trabalho ele procura responder a três perguntas: Quantos são os cristãos no mundo, em relação ao crescimento da população? Como os cristãos estão representados no globo? Como vão as finanças cristãs e como os cristãos apoiam às missões? 

Situação Global no Contexto dos Séculos xx e xxi. Levantamentos realizados em 1998

Ano
1900
1970
1998
2000
2025
Pop. Mundial
1.619.886.800
3.697.141.000
5.892.480.000
6.158.051.000
8.294.341.000
Megacidades
20
161
400
433
650
Pobres urbanos
100.000.000
650.000.000
1.782.000.000
2.000.000.000
3.050.000.000
Favelados
20.000.000
260.000.000
1.043.000.000
1.300.000.000
2.100.000.000
Cristãos (todos)
558.056.300
1.245.934.000
1.995.026.000
2.119.342.000
3.050.229.000
Muçulmanos
200.102.200
564.212.000
1.154.302.000
1.240.258.000
1.957.019.000
Hindus
203.033.300
477.024.000
806.099.000
846.467.000
1.118.447.000
Budistas
127.159.000
237.262.000
328.233.000
334.852.000
385.818.000
Ateus
225.600
169.277.000
224.489.000
231.515.000
300.878.000

Como os cristãos estão representados no globo? Levantamentos realizados em 1998

Todos cristãos
34,4%
33,7%
33,9%
34,4%
36,9%
Membresia
521.563.200
1.159.119.000
1.808.278.000
1.888.270.000
2.589.206.000
Praticantes
469.259.800
905.352.000
1.315.693.000
1.356.513.000
2.280.000.000

Blocos






Católicos Rm.
266.419.400
688.542.000
992.295.000
1.030.637.000
1.303.507.000
Protestantes
103.056.700
239.056.000
381.147.000
404.892.000
640.342.000
Ortodoxos
115.897.700
146.863.000
214.692.000
219.592.000
261.839.000

Por continente






África
8.756.400
118.721.000
309.639.000
338.285.000
669.510.000
Ásia
20.110.000
90.003.000
299.170.000
323.192.000
521.534.000
Europa
368.790.600
493.691.000
526.572.000
527.576.000
512.626.000
América Latina
60.025.100
268.350.000
450.543.000
471.855.000
618.389.000
América Norte
59.569.700
173.331.000
202.843.000
207.251.000
241.519.000
Oceania
4.311.400
15.023.000
19.512.000
20.111.000
25.628.000

Missões e as finanças cristãs no mundo. Levantamentos realizados em 1998

Obreiros






Nacionais
1.050.000
2.350.000
4.748.000
5.104.000
6.500.000
No exterior
62.000
240.000
403.000
420.000
550.000

Fin. cristãs






Renda/mmbrs
US$ 270 bi
$ 4,1 trilhões
$ 11,5 trilhões
$ 12,7 trilhões
$ 26 trilhões
Doações
US$ 8 bilhões
$ 70 bilhões
$ 200 bilhões
$ 220 bilhões
$ 870 bilhões
Renda missões
US$ 200 mi
$ 3 bilhões
$ 10,9 bilhões
$ 12 bilhões
$ 60 bilhões


Debate Apologético

A1. Mesa redonda entre grupos formados. Moderador: o professor.

A2. Exemplo: o grupo A deve fazer uma exposição sobre cosmovisão e suas implicações na vida humana. O grupo B sobre a cosmovisão cristã. O grupo C sobre Trindade e cosmovisão cristã, o grupo D sobre ateísmo, o grupo E sobre panteísmo, e o grupo F sobre teísmo e suas variantes. Cada grupo tem 5 minutos para exposição.

A3. Enquanto cada grupo expõe, os demais devem anotar os itens que foram mal desenvolvidos ou esquecidos.

B1. Depois das exposições abre-se o debate. Serão realizadas quatro rodadas. Cada grupo tem o direito de fazer uma pergunta por rodada a outro grupo. O direito de resposta é de um minuto. Nesta fase não há direito a réplica.

B2. Após as quatro primeiras rodadas abre-se uma última, com direito a réplica. O tempo de resposta é de um minuto e a réplica também.

B3. O moderador pode intervir, cortar a palavra e colocar novas questões no debate.

C1. A participação no debate é obrigatória para todos os alunos do curso. O não comparecimento implica em perda da nota. Durante o debate qualquer aluno pode ser questionado. Deve responder quem for perguntado. Caso não saiba a resposta, pode passar para um colega do mesmo grupo, mas o grupo perde ponto.

C2. Uma boa exposição equivale a cinco pontos. Cada pergunta bem respondida pelo grupo equivale a um ponto. Na última rodada, com direito a réplica, cada grupo deve fazer o melhor, pois é a última chance de recolocar-se, caso tenha vacilado anteriormente. Posicionando-se negativamente nessa última rodada o grupo perde um ponto do acumulado anteriormente.

Bibliografia obrigatória
Chapman, Colin, Cristianismo: A Melhor Resposta, São Paulo, Ed. Vida Nova, 1985, parte um: Indagações sobre Deus, o homem e o universo... Págs. 9 - 67.
Sproul, R. C., Razão para Crer, SP, Mundo Cristão, 1991, capítulo 7, “Não Há Deus”, pág. 75; capítulo 6, “Não Preciso de Religião”, pág. 63; capítulo 4, “O Cristianismo É Uma Muleta Para os Fracos”, pág. 43. 

Bibliografia recomendada
Green, Michael, Mundo em Fuga, SP, Vida Nova
Little, Paulo, Você Pode Explicar sua Fé?, SP, Mundo Cristão, 1972
Pinnock, Clark, Viva Agora, Amigo, Atibaia, Fiel
Stott, John R. W., Cristianismo Básico, SP, Vida Nova




As missões norte-americanas no Brasil

Um rápida leitura

O reverendo Kidder, metodista norte-americano, foi o grande desbravador das missões modernas no Brasil. Pesquisou e escreveu sobra a sociedade e o catolicismo no Brasil e centrou seu trabalho de evangelização principalmente na difusão das Escrituras Sagradas, na tradução de Figueiredo, que era autorizada pela hierarquia católica. Em seu trabalho de difusão das Escrituras, através da implantação de depósitos de Bíblias em várias cidades brasileiras, mas principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, Kidder teve o apoio de políticos e personalidades da monarquia brasileira, como o regente Diogo Antônio Feijó, que era padre.

Apesar do pioneirismo de Kidder, podemos afirmar que as missões norte-americanas entraram de fato no Brasil no dia 12 de agosto de 1859, quando o Reverendo Ashbel Green Simonton, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos desembarcou no Rio de Janeiro. O trabalho presbiteriano foi transferido para São Paulo, mas não cresceu muito. Mas, no dia 23 de outubro de 1864, o padre José Manuel da Conceição, conhecido como “o padre protestante” por suas idéias reformadoras foi batizado pelo Reverendo Blackford. Foi a partir daí, com o prestígio e espírito missionário do Padre José Manuel da Conceição, que o protestantismo de fato começou a criar raízes no Brasil. (JP)


As missões inglesas no Brasil
  
Falar das missões ingleses nos leva a falar de Brasil, já que a partir de 1810, os ingleses inauguraram duas capelas no Rio de Janeiro e alguns anos depois a Sociedade Bíblica Britânica passou a enviar caixas de Escrituras Sagradas que eram distribuídas no Rio de Janeiro.

O missionário mais expressivo desse momento inicial de presença missionária inglesa em terras brasileiras tenha sido Robert Reid Kalley (1810-1888). Médico escocês, ele veio para cá com a esposa e aqui tornou-se amigo do imperador Dom Pedro II.  Kalley iniciou um trabalho de evangelização marcante, e no dia 11 de junho de 1858 batizou Pedro Nolasco de Andrade., o primeiro brasileiro da Igreja Evangélica, que mais tarde recebeu o nome de Igreja Evangélica Fluminense.

O trabalho missionário e evangelístíco de Kalley cobriu todas as classes sociais, mas o que mais repercutiu na sociedade da época foi o batismo duas senhoras da nobreza, D. Gabriela Augusta Carneiro :Leão, irmão do duque de Paraná, e do barão de Santa Maria, e sua filha D. Henriqueta. Esses batismos aconteceram no dia 7 de janeiro de 1859.  

O trabalho missionário de Kalley foi tão importante, que o senador de Alagoas, A. de Barros Leite, afirmou em 1859, que “daqui a alguns anos haveremos de ter muitos protestantes, há de crescer o número de igrejas protestantes. Elas hão de ter os seus sínodos, os seus prelados e suas leis de disciplina. Quem há de fiscalizar isso? O Sr. D. Pedro II, quer queira ou não queira, há de ser o chefe, ao menos Fiscal Supremo de todos esses cultos, entretanto, não temos uma lei que os regule”. (Émile G. Leonard, O Protestantismo Brasileiro, São Paulo, ASTE, 2002, p. 59). E, assim, a partir da ação civilizatatória protestante de Kalley sobre a sociedade brasileira, no dia 11 de setembro de 1861 o Conselho de Estado da monarquia brasileira aprovou lei que reconhecia para efeitos civis os casamentos celebrados nas igrejas protestantes. (JP)

jeudi 21 janvier 2016

Le transhumanisme, quelques idées

Le transhumanisme est un mouvement culturel et intellectuel international prônant l'usage des sciences et des techniques afin d'améliorer les caractéristiques physiques et mentales des êtres humains. Le transhumanisme considère certains aspects de la condition humaine tels que le handicap, la souffrance, la maladie, le vieillissement ou la mort subie comme inutiles et indésirables. Dans cette optique, les penseurs transhumanistes comptent sur les biotechnologies et sur d'autres techniques émergentes. Les dangers comme les avantages que présentent de telles évolutions préoccupent aussi le mouvement transhumaniste.

En 1988, le premier numéro d'Extropy Magazine fut publié par Max More et Tom Morrow. En 1990, More créa sa propre doctrine transhumaniste qu'il exprima sous la forme des Principles of Extropy (« Principes de l'Extropie »), et jeta les bases du transhumanisme moderne en lui donnant une nouvelle définition :

« Le transhumanisme est une classe de philosophies ayant pour but de nous guider vers une condition posthumaine. Le transhumanisme partage de nombreuses valeurs avec l'humanisme parmi lesquelles un respect de la raison et de la science, un attachement au progrès et une grande considération pour l'existence humaine (ou transhumaine) dans cette vie. […] Le transhumanisme diffère de l'humanisme en ce qu'il reconnaît et anticipe les changements radicaux de la nature et des possibilités de nos vies provoqués par diverses sciences et techniques […]. »

Le terme « transhumanisme » est symbolisé par « H+ » (anciennement « >H ») et est souvent employé comme synonyme d'« amélioration humaine ». Bien que le premier usage connu du mot « transhumanisme » remonte à 1957, son sens actuel trouve son origine dans les années 1980, lorsque certains futurologues américains ont commencé à structurer ce qui est devenu le mouvement transhumaniste. Les penseurs transhumanistes prédisent que les êtres humains pourraient être capables de se transformer en êtres dotés de capacités telles qu'ils mériteraient l'étiquette de « posthumains ».

Pour résumer la FAQ Transhumaniste (2.1), un des documents transhumanistes les plus reconnus, le transhumanisme est défini comme suit :

La promotion de l'amélioration de la condition humaine à travers des techniques d'amélioration de la vie, comme l'élimination du vieillissement et l'augmentation des capacités intellectuelles, physiques ou psychologiques.

L'étude des bénéfices, dangers et de l'éthique de la mise en œuvre de ces technologies.

Ainsi, le transhumanisme est parfois considéré comme un posthumanisme ou encore comme une forme d'activisme caractérisé par une grande volonté de changement et influencé par les idéaux posthumanistes3. En France, ce mouvement est principalement représenté par l'Association française transhumaniste. Il existe des groupes de réflexion, comme Neohumanitas, en Suisse, qui encouragent la réflexion et la discussion sur les conséquences socio-éthiques de l'utilisation des biotechnologies sur l'être humain et qui abordent certains enjeux du transhumanisme4. Le grand nombre d'approches transhumanistes différentes sont reflétés au sein même de ces différents groupes.

La perspective transhumaniste d'une humanité transformée a suscité de nombreuses réactions, tant positives que négatives, émanant d'horizons de pensée très divers. Francis Fukuyama a ainsi déclaré, à propos du transhumanisme, qu'il s'agit de l'idée la plus dangereuse du monde, ce à quoi un de ses promoteurs, Ronald Bailey, répond que c'est, au contraire, le « mouvement qui incarne les aspirations les plus audacieuses, courageuses, imaginatives et idéalistes de l'humanité ».Selon les philosophes ayant étudié l'histoire du transhumanisme, son transcendantalisme s'inscrit dans un courant de pensée remontant à l'Antiquité : la quête d'immortalité de l'Épopée de Gilgamesh ou les quêtes de la fontaine de Jouvence et de l'élixir de longue vie, au même titre que tous les efforts ayant visé à empêcher le vieillissement et la mort, en sont l'expression. La philosophie transhumaniste trouve cependant ses racines dans l'humanisme de la Renaissance et dans la philosophie des Lumières. 

Pic de la Mirandole appelle ainsi l'homme à « sculpter sa propre statue » et même avant lui Plotin : « Si tu ne vois pas encore ta propre beauté, fais comme le sculpteur d’une statue qui doit devenir belle : il enlève ceci, il gratte cela… De la même manière, toi aussi, enlève tout ce qui est superflu, redresse ce qui est oblique » (Énnéades). Plus tard, Condorcet spécule quant à l'application possible des sciences médicales à l'extension infinie de la durée de vie humaine. Des réflexions du même ordre se retrouvent chez Benjamin Franklin, qui rêve de pouvoir interrompre et relancer le cours de la vie en temps voulu. Enfin, d'après Darwin, « il devint très probable que l'humanité telle que nous la connaissons n'en soit pas au stade final de son évolution mais plutôt à une phase de commencement ». Il faut en revanche mettre à part la pensée de Nietzsche qui, s'il forge la notion de « surhomme », n'envisage absolument pas la possibilité d'une transformation technologique de l'Homme mais plutôt celle d'un épanouissement personnel.

Nikolai Fyodorov, un philosophe russe du xixe siècle, soutenait l'idée d'un usage de la science à des fins d'extension radicale de la durée de vie, d'immortalité ou de résurrection des morts. Au xxe siècle, le généticien J.B.S. Haldane, auteur de l'essai intitulé Daedalus: Science and the Future paru en 1923, est un pionnier influent de la pensée transhumaniste. En ligne directe avec le transhumanisme moderne, il annonce les considérables apports de la génétique et d'autres avancées de la science aux progrès de la biologie humaine et prévoit que ces avancées seront accueillies comme autant de blasphèmes et de perversions « indécentes et contre nature ». J. D. Bernal spécule quant à la colonisation de l'espace, aux implants bioniques et aux améliorations cognitives qui sont des thèmes transhumanistes classiques depuis lors1.

Le biologiste Julian Huxley, frère d'Aldous Huxley, semble être le premier à avoir utilisé le mot « transhumanisme ». En 1957, il définit le transhumain, bien que le concept qu'il désignait diffère sensiblement de celui auquel les transhumanistes font référence depuis les années 1980. Il définit le transhumain comme un « homme qui reste un homme, mais se transcende lui-même en déployant de nouveaux possibles de et pour sa nature humaine »:

« La qualité des personnes, et non la seule quantité, est ce que nous devons viser : par conséquent, une politique concertée est nécessaire pour empêcher le flot croissant de la population de submerger tous nos espoirs d’un monde meilleur. »

Le « meilleur des mondes » d'Aldous Huxley n’est pas si éloigné du « brave new world » de Julian Huxley. Il s’agit bien d’améliorer la « qualité » des individus, comme on améliore la « qualité » des produits. Julian Huxley était en effet un des biologistes à l’origine du Manifeste des généticiens, signé par de nombreux généticiens prestigieux en 1939, qui prônait un eugénisme « de gauche », où l’amélioration des conditions sociales est présentée comme la condition de la réussite et de l’efficacité d’une politique eugéniste.

Au début des années 1960, la question des relations entre les intelligences humaines et artificielles, qui est une des thématiques centrales du transhumanisme, est abordée par l'informaticien Marvin Minsky. Dans les décennies qui suivent, ce domaine de recherches continue de voir apparaître d'influents penseurs, comme Hans Moravec ou Raymond Kurzweil, tantôt officiant dans des travaux d'ordre technique, tantôt spéculant sur l'avenir technologique, à la manière du transhumanisme. L'émergence d'un mouvement transhumaniste clairement identifiable commence dans les dernières décennies du xxe siècle. En 1966, FM-2030 (anciennement F.M. Esfandiary), un futurologue qui enseigne les « nouveaux concepts de l'Homme » à la New School de New York, commence à qualifier les personnes qui adoptent des techniques, des styles de vie et des conceptions du monde signalant une transition vers la posthumanité de transhumains (mot-valise formé à partir de « humain transitoire »). En 1972, Robert Ettinger contribue à la conceptualisation du transhumanisme dans son livre Man into Superman. En 1973, FM-2030 publie le Upwingers Manifesto pour stimuler l'activisme transhumaniste.

Les premiers transhumanistes se reconnaissant comme tels se rencontrent au début des années 1980 à l'Université de Californie à Los Angeles, qui devient le centre principal de la pensée transhumaniste. À cette occasion, FM-2030 tient une conférence sur son idéologie futuriste de la « Troisième Voie » (Third Way). Dans les locaux de EZTV, alors couramment fréquentés par les transhumanistes et futurologues, Natasha Vita-More présente un film expérimental, Breaking Away, daté de 1980, sur le thème d'humains rompant avec leurs limites biologiques et avec la gravité terrestre, s'en allant dans l'espace. FM-2030 et Vita-More commencent rapidement à organiser d'autres réunions transhumanistes à Los Angeles, rassemblant notamment les étudiants de FM-2030 d'une part et le public de Vita-More d'autre part. En 1982, Vita-More rédige le Transhumanist Arts Statement (Traité d'Arts Transhumanistes), et, six ans après, produit une émission de télévision sur la transhumanité,TransCentury Update, suivie par plus de 100 000 téléspectateurs.

En 1986, Kim Eric Drexler publie Engines of Creation: The Coming Era of Nanotechnology (deux sens possibles : Les rouages de la création : l'ère nouvelle de la nanotechnologie ou Engins de création :…), qui analyse les perspectives liées aux nanotechnologies et aux assembleurs moléculaires, et fonde l'Institut Foresight. Les bureaux de Californie du sud de l'Alcor Life Extension Foundation, la première organisation à but non lucratif effectuant des recherches sur la cryonie, œuvrant pour sa promotion et la mettant en œuvre, devinrent également un lieu de regroupement privilégié des futuristes. En 1988, le premier numéro d'Extropy Magazine fut publié par Max More et Tom Morrow. 

En 1992, More et Morrow fondent l'Extropy Institute qui a pour but de densifier le réseau social futuriste et de promouvoir une réflexion collective sur les courants idéologiques émergents et les nouveaux comportements en organisant une série de conférences et, surtout, en rédigeant un carnet d'adresses : en conséquence, la pensée transhumaniste se voit diffusée pour la première fois, pendant la période d'essor de la cyberculture et de la contreculture cyberdélique. En 1998, les philosophes Nick Bostrom et David Pearce fondent la World Transhumanist Association (WTA, Association Transhumaniste Mondiale), une organisation non gouvernementale d'échelle internationale œuvrant afin que le transhumanisme soit reconnu comme digne d'intérêt par le milieu scientifique comme par les pouvoirs publics. En 2002, la WTA modifie et adopte la Déclaration Transhumaniste (The Transhumanist Declaration). La FAQ Transhumaniste, conçue par la WTA, donne deux définitions formelles du transhumanisme:

« Le mouvement culturel et intellectuel qui affirme qu'il est possible et désirable d'améliorer fondamentalement la condition humaine par l'usage de la raison, en particulier en développant et diffusant largement les techniques visant à éliminer le vieillissement et à améliorer de manière significative les capacités intellectuelles, physiques et psychologies de l'être humain.

L'étude des répercussions, des promesses et des dangers potentiels de techniques qui nous permettront de surpasser des contraintes inhérentes à la nature humaine ainsi que l'étude des problèmes éthiques que soulèvent l'élaboration et l'usage de telles techniques. »

Anders Sandberg (en) un universitaire et éminent transhumaniste, a recueilli d'autres définitions similaires. Le Dr Anders Sandberg croit que « le transhumanisme est la philosophie qui dit que nous pouvons et devrions nous développer à des niveaux supérieurs à la fois physiquement, mentalement et socialement, en utilisant des méthodes rationnelles » tandis que le Dr. Robin Hanson croit que « le transhumanisme est l'idée que les nouvelles techniques vont probablement tellement modifier le monde d'ici un siècle ou deux que nos descendants ne seront plus 'humains' sous de nombreux aspects ».

Les représentants de la WTA considéraient que les forces sociales constituaient un frein potentiel à leurs projets futuristes et qu'il fallait, par conséquent, statuer sur la position à adopter face à elles, mais toutes les organisations transhumanistes ne partageaient pas ce point de vue. En particulier, un problème posé était celui de l'accès équitable des individus de classes sociales et de nationalités différentes aux techniques d'amélioration humaine. En 2006, après une lutte politique dans les rangs du mouvement transhumaniste entre la droite libertarienne et la gauche libérale, la WTA, sous l'égide de son ancien directeur James Hughes, a adopté une posture plus proche du centre gauche. Toujours en 2006, le conseil d'administration de l'Extropy Institute mit un terme à ses activités, déclarant que sa mission était « remplie, dans l'essentiel » (« essentially completed »). La WTA a donc pris la place de principale organisation transhumaniste dans le monde. En 2008, afin de changer son image, la WTA adopta le nom de « Humanity+ » afin de donner une image de plus grandes valeurs humaine. Humanity Plus publie H+ Magazine, un périodique publié par R. U. Sirius et qui présente des actualités et des idées du transhumanisme.

La question de la vision du transhumanisme comme une branche du posthumanisme et celle de la conceptualisation du posthumanisme relativement au transhumanisme font débat. Les critiques du transhumanisme, conservateurs, chrétiens ou progressistes, le perçoivent souvent comme une variante ou une forme plus activiste du posthumanisme, mais des érudits pro-transhumanisme le qualifient aussi de branche de la « philosophie posthumaniste », par exemple. Une propriété commune au transhumanisme et au posthumanisme philosophique est la vision future de nouvelles espèces intelligentes, évolutions de l'humanité, qui la complèteront ou la supplanteront. Le transhumanisme met l'accent sur l'aspect évolutionniste du phénomène, envisageant la création d'un animal doté d'une très grande intelligence grâce à l'amélioration cognitive (c'est-à-dire grâce à la provolution), mais se raccroche à un « futur posthumain », finalité d'une évolution artificiellement perpétrée.

Cependant, l'idée de créer des êtres intelligents artificiels proposée, par exemple, par le roboticien Hans Moravec, a influencé le transhumanisme. Mais les idées de Moravec et le transhumanisme se sont aussi vus dépeints comme une variante « complaisante » ou « apocalyptique » du posthumanisme et ainsi distingués du « posthumanisme culturel » dans les lettres et les arts. Un tel « posthumanisme critique » fournirait matière à repenser les relations entre humains et machines de plus en plus sophistiquées alors que, dans cette perspective, le transhumanisme et les posthumanismes similaires n'abandonnent pas les concepts de l'« individu libre et autonome » mais étendent ses prérogatives au domaine du posthumain. C'est dans ce cadre de pensée que le transhumanisme se perçoit lui-même comme étant la continuité de l'humanisme et de l'esprit des Lumières.

Certains humanistes laïques voient dans le transhumanisme la progéniture du mouvement de libre-pensée. Ils soutiennent que les transhumanistes se distinguent des humanistes traditionnels en ce qu'ils se concentrent tout particulièrement sur les apports de la technique aux problèmes humains et au problème de la mort. Cependant, d'autres progressistes affirment que le posthumanisme, philosophique comme activiste, se détourne des préoccupations de justice sociale, de réforme des institutions humaines et d'autres centres d'intérêt des Lumières et incarne en fait un désir narcissique de transcendance du corps humain, en quête d'une manière d'être plus intense, plus vive, plus exquise. De ce point de vue, le transhumanisme abandonne les visées de l'humanisme, de la philosophie des Lumières et des politiques progressistes.

Bien que théoriciens et partisans du transhumanisme cherchent à exploiter la raison, la science et la technologie afin de contrer la pauvreté, la maladie, le handicap et l'insuffisance alimentaire dans le monde, le transhumanisme, lui, se distingue par l'intérêt particulier qu'il porte à l'application des techniques à l'amélioration du corps humain à l'échelle individuelle. Beaucoup de transhumanistes contribuent activement à l'estimation des apports possibles des techniques futures et des systèmes sociaux innovants à la qualité du vivant en général, tout en recherchant la réalisation pratique, par l'élimination des barrières congénitales du physique et du mental, de l'idéal d'égalité aux sens légal et politique.

Les philosophes transhumanistes soutiennent non seulement qu'il existe un impératif éthique de perfectionnisme, impliquant que les humains s'efforcent au progrès et à l'amélioration de leur condition, mais aussi qu'il est possible et souhaitable que l'humanité entre dans une ère transhumaine, où les humains auront le contrôle de leur évolution. Dans une telle ère, l'évolution naturelle serait remplacée par une transformation délibérée.

Certains théoriciens, comme Raymond Kurzweil, considèrent que le rythme du changement technologique est en train de s'accélérer et que les cinquante prochaines années verront apparaître non seulement des avancées technologiques radicales, mais aussi une singularité technologique, un point d'inflexion qui changera la nature même de l'homme. La plupart des transhumanistes considèrent cette rupture comme désirable, mais mettent en garde contre les dangers inhérents à une accélération brutale du progrès technologique. Ainsi, ils jugent nécessaire la responsabilisation de tous les acteurs de ce progrès pour éviter toute dérive grave. Par exemple, Bostrom a abondamment écrit sur le risque existentiel lié à la préservation de la santé future de l'humanité, y compris sur les risques qui pourraient découler de l'émergence des nouvelles techniques.

Les transhumanistes s'engagent dans des approches interdisciplinaires pour comprendre et évaluer les possibilités de dépasser les limitations biologiques. Ils s'appuient sur la futurologie dont les divers domaines de l'éthique tels que la bioéthique, l'infoéthique, la nanoéthique, la neuroéthique, la roboéthique, et la technoéthique proviennent principalement mais pas exclusivement d'une philosophie utilitariste, et d'une perspective libérale du progrès social, politique et économique. Contrairement à beaucoup de philosophes, critiques sociaux, et activistes qui placent une valeur morale sur la préservation des systèmes naturels, les transhumanistes voient au mieux le concept spécifique de ce qui est « naturel » comme problématiquement nébuleux, et au pire comme un obstacle au progrès. En relation avec cela, beaucoup des principaux défenseurs du transhumanisme jugent les critiques de ce dernier provenant de la droite et de la gauche politique, comme « bioconservateurs », ou « néo-luddistes », ce dernier terme faisant allusion au mouvement social du xixe siècle de l'anti-industrialisation, opposé au remplacement des travailleurs humains par des machines.

https://fr.wikipedia.org/wiki/Transhumanisme


mercredi 20 janvier 2016

L'anarchisme et le gnosticisme

L'anarchisme et le gnosticisme
O franco atirador. Site: http://malprg.blogs.com/replay/anarquismo/index.html


Parlant de soulèvements populaires en Bohême et en Allemagne, en Suisse et aux Pays-Bas du XVIe siècle, Kropotkine écrit:

Ce mouvement a commencé comme anarchiste-communiste, prêché et mis en pratique dans certains comtés. Et côté leurs formules religieuses, qui étaient un hommage rendu à temps, nous trouver en lui l'essence même des idées que nous, les anarchistes, représentent actuellement: déni de toutes les lois de l'Etat ou divine ¿prise de conscience de chaque individu est qu'il devrait être la seule loi acceptable; la commune, propriétaire et maître absolu de leur destin, la récupération, seigneurs, toute la terre, et de nier l'état l'hommage personnel ou en espèces; Enfin, le communisme et l'égalité mis en pratique. [1]

Qui se déplace exactement ce qui est l'un des principaux idéologues de l'anarchisme, parlait, et dans lequel il a reconnu une ascendance directe aux principes anarchistes? Qui se déplace, mais des hérésies chrétiennes qui étaient un renouveau gnostique dans la société médiévale? Voici Kropotkine donner un chat un chat:

Bohême avait le nom du mouvement hussite; et anabaptiste, l'Allemagne, la Suisse et les Pays-Bas. On peut dire que ces mouvements, en plus d'être une révolte contre vous, ont une autre caractéristique :. pleine révolte contre l'Etat et contre l'Église, contre le droit romain et le droit canon contre, au nom du christianisme primitif [ 2]

En effet, les historiens reconnaissent que les anabaptistes, hussite, Bogomiles et même les franciscains, qui serait alors absorbée par l'église et les jansénistes et même protestantisme primitif retraiter une série d'attitudes et de croyances qui proviennent de la gnose et est resté un courant jusqu'à sec. XIV à XVI, lorsqu'il a explosé dans les émeutes et les mouvements millénaristes. A la racine de ce sous-jacent est la première grande hérésie chrétienne médiévale, le catharisme, dont les liens avec la gnose directe avait déjà plus de place et qui, après avoir été mis en déroute par l'église, a continué à influencer les arts comme le Troubadour [3] et des sciences telles que l'alchimie [4].

Donc, indirectement, Kropotkine reconnaît gnosticisme comme un ancêtre du mouvement anarchiste. En fait, une déclaration du chef anabaptiste Denck que Kropotkine cite comme preuve le caractère anarchiste de l'anabaptisme, a exprimé la même conception de l'autorité que les gnostiques ont toujours défendu et que est à la racine de leur opposition à l'orthodoxie chrétienne:

... Quand on lui demande Denck, l'un des philosophes du mouvement anabaptiste, a reconnu l'autorité de la Bible, il a dit que seule la règle de conduite que l'individu trouve pour lui-même, cette même Bible, qui est l'obligation de conscience . [5]

Ce Kropotkine considérer l'aspect religieux de ces mouvements comme un tribut payé à temps est évidemment un hommage à la très Kropotkine versée à son temps, le même hommage qui a conduit Marx et Bakounine à défendre l'athéisme. Abstraction faite de cet impôt, le fait demeure que le mouvement anarchiste peut être proclamé héritier en ligne directe de la gnose que la lecture que Bakounine fait le mythe d'Adam et Eve démontre éloquemment. [6]

L'un des vecteurs par lequel la pensée gnostique a été préservé pendant le Moyen Age étaient les guildes, les sociétés secrètes et les associations professionnelles [7], dont la plus connue est la franc-maçonnerie. Une fois que le secret professionnel gardé les autorités retirés de ce qui se passait à l'intérieur de ces organisations, qui avaient accès seulement après une cérémonie d'initiation rigoureuse, ils ont travaillé comme le centre de développement et de conservation des idées hérétiques. La franc-maçonnerie, en particulier, a retenu la conception du monde gnostique, combiné avec un symbolisme alchimique qui persiste aujourd'hui, même si aucun lien de cette société avec les maçons et les constructeurs qui a pris naissance a été perdu, remplacé par un formalisme vide, cependant, remonte à une époque où ces rituels avaient encore un sens de la vie.

Compte tenu de cette relation entre les associations professionnelles et le gnosticisme, et à la lumière de ce que nous avons vu sur le lien entre l'anarchisme et de mouvements religieux médiévaux est pas surprenant que Kropotkine reconnaît les guildes et autre semblable Avatar qui est devenu plus tard l'anarchisme:

Fraternités hommes common law et l'initiative individuelle, et que n'a pas encore été perverti par la corruption émanant d'un gouvernement ou d'une église, ont été unis directement avec l'autre, avoir prêté serment, les sociétés politiques et religieuses, des guildes de syndicats, comme on l'appelait dans le Moyen-Age, ou CSE, que dire maintenant Kabila. [...]

Il est très douteux que, au moment il y avait un seul homme, libre ou esclave ¿et sauvé ceux qui ont été mis hors la loi par leurs propres fraternités ¿qui ne faisaient pas partie, indépendamment de leur commune, à une fraternité ou une guilde. [8]

À la lumière de cette série d'éléments qui permettent de tracer une ligne entre le gnosticisme et l'anarchisme, du moins tel que vu par Kropotkine, prend un nouveau sens le fait que l'auteur reconnu dans l'Empire romain la source de tous ces maux des temps modernes viendrait à coaguler autour de la notion de l'Etat:

L'Empire romain était un état dans le vrai sens du terme. À ce jour, cet empire existe encore pour le législateur, comme un empire idéal.

Les organes qui empire couvert comme un immense réseau, une vaste zone. Tous ont afflué à Rome: la vie économique, la vie militaire, les relations juridiques, la richesse, l'éducation et la religion elle-même. Rome est entré lois, les magistrats, les légions pour défendre le territoire menacé, les gouverneurs, les dieux. La vie de l'empire datant du Sénat ¿et, plus tard, César, le Dieu omnipotent, omniscient,! Chaque province et chaque district avait son miniature Capitol, leur petite portion du gouverneur romain de diriger toute la vie locale. Une loi ¿la loi venant de Rome, voici ce qui a régné tout au long de l'empire; et cet empire ne représente en aucune façon, une confédération de citoyens: il était seulement un troupeau de sujets [9].

Pour les Gnostiques aussi l'Empire romain était l'incarnation de l'ennemi le plus parfait doit être combattu ¿à savoir le système de domination universelle, qui a étendu à la sphère politique et sociale aux plans métaphysiques et spirituelles, l'ingérence dans tous les secteurs Vie et en soumettant chaque individu. Il n'y a pas le moindre doute que les Gnostiques reconnaître l'Etat moderne, le dernier avatar de ce système de domination, qui a conduit un écrivain détrempé d'idées gnostiques comme Philip K. Dick à proclamer que l'Empire n'a jamais pris fin. [10]

Et à en juger par ce que Kropotkine écrit à la fin du livre, ne finira jamais:

L'histoire n'a pas été une évolution continue. Encore et encore, la tendance a été arrêté dans telle ou telle région de recommencer.

L'Egypte, l'ancienne Asie, les côtes de la Méditerranée, l'Europe centrale ont été tour à tour le théâtre de l'action progressive dans l'histoire. Mais à chaque fois que ce développement a commencé, à partir de leur phase précoce de passer après la commune rurale et ensuite à la commune de la ville, est mort finalement dans la phase de l'État. [11]

Cela suppose une conception cyclique de l'histoire: si nous choisissons à nouveau la commune, cela ne mettra pas fin à son tour dégradé en l'état, comme prétendument passé en Egypte, l'Assyrie, la Perse, la Palestine, la Grèce, Rome et l'Europe? Je ne pense pas que l'ajout juste une tour de vis est la solution. La vraie question, il me semble, est de déterminer quel facteur, la condition humaine ¿que ce soit historique, social, biologique ou métaphysique ¿est responsable de cette dégradation inévitable de la commune dans l'État afin juste pour le rendre évitables.


Bibliographie

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[1] Pierre Kropotkine, L'Etat et son rôle historique, Sao Paulo, Ed. Imaginaire, 2000, pp. 57-58.
[2] Ibid., P. 57. mienne italique.
[3] Cf. Denis de Rougemont, l'Amour et l'Occident, Rio de Janeiro, Ed. De Guanabara, passim. Il était probablement à proximité des troubadours, lecture constante du jeune François d'Assise, le mouvement franciscain cherchait ses idées libertaires.
[4] Pour la relation de l'alchimie avec le gnosticisme, cf. CG Jung, Psychologie et Alchimie et études Symbolisme d'Aion du Soi, tous deux publiés en portugais par Ed. Vozes, Petrópolis.
[5] Kropotkine, op. cit., p. 58. Pour la version gnostique de ce principe, ce qui implique l'évaluation de l'expérience individuelle, la gnose, comme la seule source légitime de l'autorité, cf. Elaine Pagels, Les évangiles gnostiques, St. Paul, Ed. Cultrix.
[6] Mikhaïl Bakounine, Dieu et l'État, São Paulo, Ed. Imaginaire, 2000, pp. 15-17.
[7] Il serait intéressant de rechercher si il est possible de déterminer une filiation directe entre ces associations et les syndicats de travailleurs a commencé à organiser en sec. XIX e est rapidement devenu le principal centre de propagation du communisme et de l'anarcho-syndicalisme.
[8] Kropotkine, op. cit., pp. 24-25.
[9] Ibid., P. 10-11.
[10] Philip K. Dick, Le Mystère de livres Valis, Lisbonne, Ed. Brésil.
[11] Op. Cit., P. 92.


Source: 
O franco atirador. Site: http://malprg.blogs.com/replay/anarquismo/index.html
Date: 22/08/2003.