samedi 17 octobre 2020

As teologias do apóstolo Paulo na Segunda Carta aos Coríntios

Segunda carta de Paulo aos Coríntios

Pr. Jorge Pinheiro 

 

Fonte: Karina Garcia Coleta, Segunda Carta aos CoríntiosTheologica Latino-americana digital, (http://theologicalatinoamericana.com/?p=1803), Belo Horizonte, Brasil.

 

 

As teologias do apóstolo Paulo na segunda carta aos coríntios

 

1. Teologia do apostolado

 

Paulo apresenta na 2a. carta aos Coríntios o rascunho de uma teologia do apostolado -- de forma suave em 2.14-7.4, e depois de maneira mais incisiva nos capítulos 10–13.

 

Neste rascunho de uma teologia do apostolado, ele realça a questão do serviço, fazendo o contraste entre a fraqueza humana e o poder de Deus. Apresenta as circunstâncias que envolvem a identidade apostólica: os sofrimentos enfrentados, a oposição contínua e a pressão interna sofrida em função do cuidado com as comunidades.

 

A teologia do apostolado leva à questão da relação entre sofrimento e glória, que tem por base a Cristologia e a Escatologia paulinas. Assim, diz que seu sofrimento não é algo que deponha contra a legitimidade apostólica, antes evidencia a manifestação do poder de Deus em seu ministério (conforme 2 Co 12.10).

 

2. Teologia da consolação 

 

A partir daí, ele apresenta na carta uma teologia da consolação. E faz isso, ao expor seus sofrimentos, originários de fontes diferentes, mais principalmente de seus opositores. E mostra como responde a eles por meio do consolo divino. Além disto, demonstra que o sofrimento não o desautoriza como apóstolo, é a plataforma que evidencia o poder de Deus.

 

A teologia da consolação pode ser sintetizada a partir das três dimensões: teológica, cristológica e soteriológica. 

 

(a) O título dado a Deus logo no início da carta é “Deus de toda consolação”. Deus está na origem da consolação diante do sofrimento, mesmo quando a instrumentalidade humana se faça presente. A ação humana que leva à consolação é sempre uma intervenção divina. Deus consola tendo em vista as suas misericórdias em face das aflições a que seus filhos estão sujeitos. O Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo é bendito, e todos os que são por ele consolados também são convidados a bendizê-lo.

 

A teologia da consolação tem sua razão de ser no contexto da aflição, pois esta é a situação que confronta o cristão com sua fraqueza e necessidade do poder de Deus, além de apontar para uma expectativa quanto à consolação definitiva. Portanto, o sofrimento é a circunstância a partir da qual a consolação se destaca, ressaltando a ação divina e não o poder humano na superação dos reveses. A consolação é o contraponto do sofrimento que é parte integrante da existência cristã.

 

A consolação divina não é uma abstração misteriosa, mas ganha concretude nos indicadores que a tornam visível e promovem alívio na dimensão externa ou interna do cristão, conforme ilustra Paulo nos perigos e confrontos que passou. Porém, a consolação não significa apenas o alívio ou cessar imediato da situação aflitiva, mas aponta para a perseverança (conforme 2 Co 1.6).

 

O Deus que consola leva ao princípio da reciprocidade: os que são consolados estão capacitados a levar a consolação aos aflitos. A consolação compartilhada é coerente com o Evangelho que leva cada cristão a viver além de si mesmo, e também contribui para aumentar o número daqueles que louvam a Deus e proclamam seu poder.

 

(b) A dimensão cristológica da teologia da consolação merece destaque pela forma com que Paulo enfrenta os sofrimentos, pois ela oferece um paradigma aos cristãos. A constatação de que o cristão também participa nos sofrimentos de Cristo se conecta à consolação e amplia a perspectiva daquele que sofre. Pois se o sofrimento é uma realidade, a consolação também o é. A compreensão destes dois lados da moeda abre espaço para o entendimento do processo de morte e vida que ocorre na experiência do seguidor de Cristo.

 

Paulo defende a legitimidade de seu apostolado a partir de seus sofrimentos, que não são elementos estranhos ao seu chamado, ao contrário, indicam a presença da ação divina. Paulo sofre as circunstâncias próprias da existência e também do desempenho de seu ministério, mas convida cada cristão a viver na certeza de que a participação na consolação, por meio de Cristo, é tão abundante quanto a participação nos sofrimentos de Cristo. Portanto, da mesma forma que Paulo, cada cristão participa da consolação, assim como do sofrimento.

 

(c) A dimensão soteriológica da teologia da consolação nasce da dimensão cristológica, pois a consolação não tem em mira apenas o sofrimento terreno, mas está situada no arco que compreende o presente e o futuro. O processo de salvação envolve esta tensão escatológica. Paulo se refere tanto à consolação presente quanto à definitiva ao explicitar o efeito que a consolação divina deseja produzir no cristão: perseverança. O horizonte salvífico aponta para a continuidade não obstante o sofrimento, pois onde existe a fraqueza há força. E a despeito aflição, perplexidade, perseguição e ataques sem fim, em Deus não há desespero e nem total destruição. 

 

Refletindo sobre a função da teologia da consolação na Segunda Carta aos Coríntios, percebe-se que essa correspondência se encontra marcada por um movimento de força na fraqueza, perseverança na adversidade. A realidade da consolação é importante na visão paulina da existência cristã, é a partir dela que se compreende o desgaste do ser humano, mas também a nossa renovação no dia a dia (conforme 2 Co 4.16-18). 

 

Em vez de negar sua fraqueza em resposta às acusações de seus oponentes, Paulo desenvolve a teologia da consolação justamente partindo dela, pois são os abatidos que precisam de consolação. O sofrimento não é incompatível com o serviço apostólico nem com a vida cristã.

 

Fonte

A partir do texto de Karina Garcia Coleta, Segunda Carta aos Coríntios, Belo Horizonte, Brasil, que trabalhou com as seguintes referências: 

BARBAGLIO, Giuseppe. 1-2 Coríntios. São Paulo: Paulinas, 1993a.

________________. São Paulo: o homem do evangelho. Petrópolis: Vozes, 1993b.

CINEIRA, D. Álvarez. Los adversários paulinos en 2 Corintios. Estudio Agustiniano, v.32, p.249-274, 2002.

DUNN, James. A teologia do apóstolo Paulo. São Paulo: Paulus, 2003.

FURNISH, Victor. II Corinthians. The Anchor Bible. v.32A. New York: Doubleday, 2005.

HAFEMANN, S. J. Cartas aos Coríntios. In: HAWTHORNE et al. (orgs.). Dicionário de Paulo e suas Cartas. São Paulo: Vida Nova; Paulus; Loyola, 2008. p.270-289.

LAMBRECHT, Jan. Second Corinthians. Sacra Pagina Series. v.8. Minnesota: The Liturgical Press, 1999.

MURPHY-O’CONNOR, Jerome. Paulo: biografia crítica. São Paulo: Loyola, 2000.

THRALL, Margaret. The Second Epistle to the Corinthians. The international critical commentary.v.1. New York: T&T Clark International, 2004.

 

 

 

Dados sobre a carta

 

Depois que escreveu 1 Coríntios, Paulo enfrentou uma rebelião na cidade de Éfeso  (cf. Atos 19.23–41). Em consequência -- “conflitos externos, temores internos” -- partiu para a Macedônia (cf. Atos 20.12 Co 2.137.5). Lá escreveu 2 Coríntios, por volta de 55–57 d.C., durante sua terceira viagem missionária. Tito havia trazido notícias de Corinto dizendo que uma carta anterior sua tinha sido bem recebida (cf. 2 Co 7.6–13).

 

A igreja de Corinto fazia progressos na fé, mas Paulo ficou sabendo também que mestres estavam corrompendo as doutrinas cristãs. Tempo depois da visita inicial de Paulo a Corinto e de uma provável segunda visita (cf. 2 Co 1.15–16), Paulo repreendeu irmãos (cf. 2 Co 2.112.21) que saíram de Jerusalém e foram para Corinto. Lá começaram a ensinar que a igreja devia adotar as práticas judaicas. Parte de 2 Coríntios aborda os problemas causados por esses mestres.

 

A carta de Paulo é dirigida àqueles que o apoiavam (cf. 2 Co 1–9), mas também aosque  estavam relutantes em aceitar seus ensinamentos (cf. 2 Co 10–13). O texto de 2 Coríntios revela os quatro propósitos da carta: (1) Expressar gratidão e fortalecer os seus apoiadores; (2) alertá-los de mestres que corrompiam as doutrinas cristãs; (3) defender sua autoridade apostólica (cf. 2 Co 10–13); e (4) incentivar a igreja a fazer uma oferta financeira para os irmãos carentes de Jerusalém (cf. 2 Co 8–9).

 

As cartas de Paulo se concentravam na exposição doutrina cristã, mas parte desta carta enfatiza o relacionamento de Paulo com os membros da igreja de Corinto, seu amor e sua preocupação por eles. Ao longo de 2 Coríntios vemos que ele é um pastor sensível, cuidando do bem-estar dos irmãos. Paulo compartilhou também detalhes de sua vida e escreveu a respeito de seu “espinho na carne” (cf. 2 Co 12.7).

 

Em 2 Coríntios 12.2–4, Paulo diz ser “um homem em Cristo” que foi “arrebatado até o terceiro céu”, onde viu e ouviu coisas impossíveis de descrever. Essa visão completa sua teologia da ressurreição apresentada na carta anterior sobre as glórias do corpo ressuscitado (cf. 1 Co 15.35–44).

 

Montpellier, 16 de outubro de 2020

Pr. Jorge Pinheiro

Missionário da Cruz Huguente na França




 

 

 

dimanche 11 octobre 2020

Le sermon sur le feu

Le sermon sur le feu
Pour penser ce moment du pandemie
Pasteur Jorge Pinheiro


Ouverture


Genèse 19:15 

« Des l’aube, les anges insistèrent auprès de Lot en disant: Lève-toi, prends ta femme et tes deux filles qui se trouvent ici, sinon tu disparaîtras dans la punition qui s’abattra sur la ville ».

L’histoire de la destruction de Sodome e Gomorrhe nous présente deux archétypes de notre humanité. Nous sommes au même temps, Lot et sa femme, au bien dire de notre vie excessivement matérialiste.

La délivrance de Lot vient répondre à la prière d’Abraham au chapitre précédent, quand il dit : « Vas-tu vraiment supprimer le juste avec le coupable » Genèse. 18.23. Et après, « Peut-être là s’en trouver-t-il dix ! ». Et Dieu à répond : « Je ne détruirai pas à cause de ces dix ». Genèse 18.32. 

Celui-ci avait cru que pour sauver les personnes qu’il aimait il était nécessaire que Sodome soit épargnée de la destruction. Or Dieu ne répond pas toujours de la manière que nous avions pensé. Mais il répond.

Le pasteur anglais du XIXe siècle, Charles Spurgeon, a prêché un sermon connu sous le nom de « À précipiter Lot », basé sur le texte de Genèse 19:15:

“ Des l’aube, les anges insistèrent auprès de Lot en disant: Lève-toi, prends ta femme et tes deux filles qui se trouvent ici, sinon tu disparaîtras dans la punition qui s’abattra sur la ville ”.

Ces anges ont dit à Lot très distinctement ce qui allait se passer à Sodome. Ils n'ont pas mâché la question, mais a révélé ce que son destin devait être. La ville devait être détruite, et il doit en sortir, ou sinon il serait aussi détruit.

Après que ces anges eurent dit à Lot la vérité sur son péril, ils ne se contentèrent pas du faire, mais a commencé à presser et l'exhortant à fuir hors de la ville condamnée: 

« Les anges ont hâte Lot »

Et quand hâter ne paraissait pas suffisant pour le convaincre, ils lui imposèrent les mains, ainsi qu'à sa femme, et sur ses filles.

Hélas ! Comme tous nous dans notre moderne société, le cœur de Lot s’est profondément attaché à tout ce qu’il doit maintenant laisser derrière lui. Il tarde à partir. Les anges sont obligés de l’entraîner de force avec sa femme et ses deux filles. Chers rachetés du Seigneur, posons-nous la question : S’il nous fallait partir cette nuit tout rapidement pour une autre ville, serait-ce avec joie ? Ou bien aurions-nous comme Lot du regret à quitter toutes les choses d’ici-bas auxquelles nos cœurs son attachés ?

Lot épargné avec sa famille. Dès l’aube du jour. Toutes les scènes précédentes s’étaient passées durant la nuit. Qui se trouvent ici. Ces mots opposent la femme et les filles de Lot, qui sont, avec lui dans la maison, à ses gendres qui n’ont pas voulu s’y rendre pour échapper avec lui.



I. La ville qui va brûler


Et quoi fait la ville bruler ? Prêt être nous pouvons dire son matérialisme, sa faute de l’hospitalité, sa violence contre les personnes, contre les étrangers, contre les différents. C’est tout comme ça. C’est l’image de notre monde, de notre humanité violente et de ségrégation permanente. 

Le personne du foi doit être hâtif par rapport à ce qui est le mieux pour sa famille, se détourner de la folie du temps présent et faire le chemin de l'obéissance au Seigneur. Et les gens commun qui ne connaissent pas Dieu doivent entendre parler du danger imminent de cette société violente et ségrégative et de la nécessité de prendre une décision à côté de la vie.

De même, nous devons aussi avertir les personnes de leur danger. Et nous ne devons pas à tous broncher, même si nous devons prononcer des mots qui ont un son très dur à leur sujet, car l'amour et la paix ne faisons pas se manifester par des mensonges, mais en parlant la vérité réel qui peut changer les cœurs.

Et si, mon frère, ma sœur, toi et moi, nous nous sommes sauvés, nous voulons être le moyen de sauver les autres, nous ne devons pas simplement leur raconter la vieille, vieille histoire, cependant simplement, et sincèrement, et souvent nous le disons; mais nous devons venir à lutter avec eux.

Nous devons plaider avec eux, nous devons pleurer sur eux, et nous devons décidez-nous que si nous ne pouvons pas briser leur cœur, nous briserons le nôtre. Et si nous ne pouvons pas les obtenir changer Sodome, en tout cas ce ne sera pas parce que nous n'avons pas travaillé de toutes nos forces pour changer la cruelle réalité et les donner des nouveaux cœurs. 

Oh, afin que nous puissions être aussi clair du sang de tous les personnes que ces anges étaient clairs concernant le destin de notre sœur la femme de Lot! Nous ne pourrons pas les sauver tous. Même les anges ne l'ont pas fait.

La femme de Lot était un archétype, exemple de touts les personnes, qui périt après la meilleure instruction possible, et les gendres de Lot furent examinés comment, avec quelques hommes, le plaidoyer le plus sérieux ne peut pas aboutir qu'à la moquerie. Oui, chers amis, nous ne pouvons pas demander si certains rejettent notre message d’amour et paix alors que tant de gens ont rejeté l'enseignement du Maître lui-même. Mais nous devons donc le livrer que, en tout cas, s'ils le refusent, la violence et la destruction seront entièrement à leur porte.

Le point spécial dans le ministère des anges est le fait qu'ils ont hâté Lot. Et je vais utiliser ce fait de deux façons. D'abord, je vais essayer de nous montrer que les personnes de foi ont besoin d'être hâtés, car Lot était un homme juste, malgré ses imperfections. Et, d'autre part, que les gens commun qui ne connaissent pas Dieu en particulier besoin hâte hâtive. Nous devons essayer non seulement de prêcher sur ces deux choses, mais de les faire, comme l'Esprit nous aidera.

Certains chrétiens ont besoin d'accélérer même en ce qui concerne les questions communes de la vie chrétienne. C’est normal que beaucoup de nous soyons contemplatives, très accommodats avec les choses qui concernent à la vie sociale. Nous avons professé avoir été converti pendant beaucoup de temps, mais nous n'ayons jamais vis une foi active e participative vers notre société, bien que nous croyons que c'était notre devoir de le faire.

Quand nous l'avons agité peu de choses concernant notre négligence, en général ditons: "Celui qui croit ne doit pas se hâter". C'est une erreur honteuse. Nous prétendons avoir été converti pendant beaucoup de temps, mais nous n'avons pas obéi à l'ordre de notre Sauveur. 

C’est vrai. David a dit « Seigneur, ne me couvre pas de honte ! Je me dépêche de suivre le chemin de tes commandements, car tu as ouvert mon cœur ». Psaume 119.31-32. C'est un texte plus approprié pour tous. Pourquoi, si nous avons une vie active et participative dans la société, nous n’avons pas pu être considérés coupables de toute hâte, après le long temps qui nous avons attendu. Certaines personnes, quand elles sont jeunes, savent qu'elles doivent s'unir eux-mêmes avec l'Église mais aussi répondre aux nécessités du monde, mais ils l'ont remise. Et quand ils vieillissent, ils semblent confirmés en continuant dans une condition qui n'est pas bonne pour un chrétien.

Tous chrétiens ont besoin de se hâter, car ils prennent tellement de temps pour cela. Il me semble que la moitié de la beauté de l'obéissance consiste à obéir au commandement de Dieu à faveur de la vie.

Supposons que nous avons un garçon, et nous lui dites, Jean, je veux que vous alliez faire une course, et il dit, très bien, mon père, je vais va la semaine prochaine. Quel genre de garçon est-il? Supposons qu'il dit: Oui, père, je veux vraiment y aller, mais pas avant demain. N'est-ce pas une désobéissance virtuelle? Appelons cela comme nous pouvons, retarder pour obéir est la désobéissance. Nous a-t-on déjà dit, chers amis, que lorsque nous remettons à plus tard notre devoir, nous commettions d’erreur à la poste?



II. La terre désolée 


Un poète américain d'origine anglaise a écrit sur un monde qui a déjà brûlé. Ses poèmes traduisent l'angoisse prophétique face à la guerre et au drame humain.

"Terre désolée" est l'un des poèmes les plus impressionnants de Thomas S. Eliot. C'est un gémissement face à un monde aride, où les survivants rampent et agonisent. Écrit entre 1921 et 1922, il est considéré comme le poème le plus terrible de la littérature occidentale au XXe siècle.

Mais au milieu du désespoir, nous pouvons voir le sens de la transcendance qui jaillit dans la « terre désolée » de ce chrétien angoissé devant la destinée humaine. À la fin de la troisième partie du poème, intitulée « Le sermon sur le feu », l'extase et la terreur se complètent:

« A Carthage, je suis venu,
Brûler, brûlant, brûlant.
Brûlant, Ô Seigneur Toi qui me voles,
Ô Seigneur toi qui me voles, brûle ».

Eliot dans ses notes dit que le premier verset ci-dessus a été pris des « Confessions » de Saint Augustin, quand le théologien dit: 

« Je suis venu à Carthage,
Où toutes les amours impies,
Comme un chaudron,
Chantaient dans mes oreilles ».

Et le verset suivant fait partie du « Sermon sur le feu » de Bouddha, qui selon Eliot est aussi important pour le monde oriental que le Sermon sur la Montagne pour nous chrétiens. Et il revient aux « Confessions » de Saint Augustin, avec le verset: 

« Ô Seigneur Toi qui me voles ».

Eliot a affirmé que l'insertion de ces deux représentants de l'ascétisme, oriental et occidental, à l'apogée de cette partie du poème n'est pas fortuite, puisqu'à travers une lecture pleine de spiritualité il transmet au lecteur toute l'angoisse devant un monde qui brûle.

Et quoi fait la ville bruler ? Notre matérialisme, notre faute de l’hospitalité, notre violence contre les personnes, contre les étrangers, contre les différents. C’est fait et feras la ville bruler ! 

Combien de fois nous sommes absents ? Je ne peux pas calculer. Si c'est un devoir que nous devons faire à cette heure, encore nous le répétons heure après heure, ne commettons-nous pas autant de fois qu'il y a d'heures où nous retardons? Peut être il serait encore plus juste de dire qu'à chaque instant qu'un clameur de la vie est négligé, il y a une absence au moment même que l'horloge fait tic tac. Certainement, nous persévérons dans une absence qui dure depuis longtemps.

La négligence du devoir est un erreur continu. Laissez cette petite phrase demeurer dans notre mémoire, et laissons-la tomber dans notre cœur. Et nous irrite dans l'obéissance rapide, car il y a certains d'entre nous, qui semblent s'imaginer que quand nous avons pris la décision de faire quelque chose et que nous avons de bonnes intentions, j'ai pratiquement fait la chose, et je n'ai pas besoin de m'en inquiéter davantage. 

Mais ce n'est pas le cas, car celui qui sait faire le bien, et ne le fait pas, en particulier, et au-dessus des autres hommes, c'est l’absence tragique. 

Il y a l’histoire d’un certain prince de Monaco, qui a laissé des instructions que cette inscription devrait être mis sur sa tombe : « Ici se trouve Untel, Prince de Monaco, un homme de bonnes intentions ». C'était tout ce qu'il pouvait dire à propos de lui-même. Il n'avait rien fait, mais il avait l'intention de faire quelque chose. Et c'est l'épitaphe qui va certains d'entre nous doivent être mis à moins que nous ne transformions pas l'intention en action.

Mais qu'est-ce que c'est une confession que nous avons la responsabilité de savoir ce que nous devons faire, mais nous n'avons ni la courage, ni la force pour nous poussons à faire ce que nous aurions dû faire il y a longtemps?

Comme les anges, je me hâtai de laisser Lot, mon frère chrétien, qui tarde à marcher sur le sentier de la vie pleine, d’amour et paix, je nous hâte. Mensonge pas en bas ce matin avec un devoir non libéré si nous pouvons y assister ce matin. Ne repose pas tant qu'il y en a arriérés d'obéissance due à notre Dieu.

Même quand nous avons fait tout notre devoir, nous ne serons plus qu'un serviteur inutile à notre Dieu. Mais que dira-t-on de nous si le précepte après le précepte est négligé? En tout cas, ne soyons pas si idiot que d'imaginer que vouloir obéir c'est la même chose que d'avoir vraiment obéi au commandement de notre Dieu d’aimer le prochain comme a nous même.

Sodome et Gomorrhe sont « réduites en cendres », solennel exemple de ce monde matérialiste, qu’il n’y a pas d’hospitalité, qui est violente contre les personnes, contre les étrangers, contre les différents, conforme nos dit 2Pierre 2.6 : « Il a condamné à la destruction les villes de Sodome et de Gomorrhe en les réduisant en cendres, pour donner à ceux qui se révoltent contre lui un examiné de ce qui leur arrivera ». 

Quant à la femme de Lot, elle aussi demeure dans la Parole comme un monument, un signal, pour nous avertir de ce qu’il en coûte de lier son sort à un monde condamné. Cette femme avait longtemps partagé la vie pleine, mais elle n’en faisait pas partir. Le monde cruel et diabolique était dans son cœur et elle a péri n’en faisait pas partir. Le monde cruel et diabolique était dans son cœur et elle a péri avec lui.



III. Un monde des hommes vides e bourrés


Trois ans plus tard, Eliot lance « Les hommes creux », où, toujours au milieu du monde désolé, il parle d'hommes vides et bourrés. Et c'est ici, dans ce poème, que la transcendance déborde, pointant vers un sens profond du changement.

« Entre le désir et l'étonnement,
Entre le pouvoir et l'existence,
Entre l'essence et la descente,
Tomba l’ombre.
Parce que le vôtre est le royaume,
Parce que le vôtre est
La vie est
Parce que le vôtre est le ».

Et dans une strophe sublime, brillante il complète:

« Ainsi respire le monde
Ainsi respire le monde
Ainsi respire le monde
Pas avec une explosion, mais avec un soupir ».

Et pour qu’à ces hommes sont vides et bourrés ? Parce que ils ont choisi le désir, le pouvoir et la descente. C’est pour qu’à tomba l’ombre. Et ainsi respire le monde, pas avec une explosion, mais avec un soupir de désespoir et mort.



En conclusion


Et le livre d’Apocalypse 15.4 nous a dit que ça va changer: 

« Qui peut refuser de te respecter avec confiance et de chanter ta gloire ? Oui, toi seul, tu es saint. Les habitants de tous les pays viendront et ils se mettront à genoux devant toi, parce que tous peuvent voir tes actions justes ».

Recevons le Christ. Recevons le Christ maintenant, par un simple acte de foi, et il nous donnera la force et la grâce de combattre avec nos absences, et de faire nous chrétiens actives et participatives pour le salut des gens.

Oh, maintenant, maintenant, maintenant, le grand travail peut être fait! Je ne pense pas que nous pouvons entendre cette horloge cocher. Mais quand nous restons à penser, écoutons notre vieille horloge dans le cœur et elle nous dira : « Maintenant, maintenant, maintenant, maintenant ».

J'ai parfois pensé que dans la nuit, j'ai entendu l'horloge dire : « Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! Maintenant ou jamais! »

Nous n'avons plus besoin d'écouter les politiques, les professeurs ou même les pasteurs, mais écoutons ce message de l'horloge. Que le Saint-Esprit nous parle à travers cela, et puisions-nous répondre : « Maintenant, même maintenant, je servirai mon Jésus-Christ et je serai dans la pleine joie ».

Que Dieu nous bénisse! Et le Christ nous sauve!

Ce message est pour méditer, mais aussi pour vivre !

Devant une ville qui brûlera, d'un monde qui a déjà brûlé, il y a urgence et espoir. 

« Et comme il tardait, les anges prirent Lot par la main, sa femme et ses filles, et les emmenèrent hors de la ville. »

Amen !



vendredi 25 septembre 2020

Pede-se ser levantado

A filosofia grega em Eclesiastes e 1 Coríntios 15
Prof. Dr. Jorge Pinheiro, cientista da Religião

Sobre o não-ser para viver o ser
1. CAMINHANDO COM QOHÉLET

“Compreendi que não há nada melhor do que a gente ter prazer naquilo que faz. Esta é a recompensa. Pois como é que podemos saber sobre o não-ser?” -- perguntou Qohélet.

Qoh procurou a felicidade e a paz. Foi objetivo e prático na avaliação de seu tempo e constatou que o evento humano está sujeito à lei da alternância, que vai além da explicação imediata: o humano não tem domínio sobre as dinâmicas que governam a morte e a vida. E procurou refúgio na sofia grega. O texto hebraico de Qohélet, com a presença de palavras aramaicas e persas, sugere autoria anônima, situada entre 450 e 200 antes de Cristo, e se apresentou com a apodadura de Salomão.

Qoh procurou entender o ser e o não-ser -- aquilo que está fora, além da existência -- no jogo de seus movimentos. Percebeu que não tinha controle sobre o movimento dos fenômenos do universo e viu que era preciso respeitar o espaço e o tempo para poder existir dentro do ritmo dos eventos.

Mas ele não foi o único a pensar nessas coisas. A pergunta pelo não-ser, presente na história do humano desde que ele é sapiens, levou à pergunta pelo sentido do ser. Qohélet -- em português Eclesiastes e, segundo Haroldo de Campos, O-que-sabe -- de forma magnífica, quase à maneira de Nietzsche, trabalhou o tema da morte e da vida e nos levou a pensar sobre a única realidade a que de fato temos acesso: a existência -- terreno afetivo e emocional que produz e repousa sobre a riqueza material das humanidades. Qoh numa abordagem existencial discute o ser, sua integralidade e potencialidades.

Mas ele não foi o único a pensar a não-existência e a existência. Górgias (480-375 a.C.) traduziu no pensamento pré-socrático a dúvida sobre o não-ser e, por extensão, sobre o ser. Disse que se existisse alguma coisa, seria ser ou não-ser, ou ser e não-ser juntos. E se o não-ser existe, ele é e não-é ao mesmo tempo. Mas é absurdo dizer que alguma coisa existe e não-existe ao mesmo tempo. Para Górgias, em formulação matemática (pv¬p)v(p^¬p), a proposição “pv-p” é verdadeira. Mas “v” é verdadeiro se e somente se “p” for verdadeiro. Na lógica proposicional do filósofo pré-socrático temos, então, a negação de “p”. Donde, o não-ser não existe. Górgias disse mais do que isso, mas essa constatação, o não-ser não existe, é o que nos interessa nesse momento.

É interessante que Qoh apresentou o não-ser, aquilo que está fora, além da existência, de uma maneira que nos lembra Górgias. Disse que ninguém se lembra do que aconteceu no passado e que até as coisas que acontecerão no futuro também vão ser esquecidas. Que ninguém se lembra dos sábios, assim como ninguém se lembra dos imbecis, pois no futuro todos seremos esquecidos. Há tempo para nascer e tempo de morrer, mas todos caminham para um mesmo lugar, pois tudo vem do pó e tudo volta ao pó.

Disse, ainda, que felicitava os que já morreram mais do que os que estavam vivos. E considerou que mais vale o dia da morte do que o dia do nascimento. Ou, mais vale ir a uma casa em luto do que ir a uma casa em festa. Que ninguém é senhor do dia da própria morte e que nessa guerra não há trégua. Por isso, um cão vivo vale mais que um leão morto, já que os vivos sabem que irão morrer; mas os mortos não sabem de nada e não tem recompensa nenhuma: sua memória já está no esquecimento. O amor, ódio e ciúmes pereceram com eles. E nunca mais participarão de qualquer coisa que se faz debaixo do sol.

A consciência do não-ser remete ao sentido do ser. E aqui há uma diferença básica com Górgias, porque para ele a negação do não-ser é também a negação do ser e, por isso, fez três afirmações que marcaram o pensamento lógico-matemático e balizaram o ceticismo: não dá para dizer que algo existe; se alguma coisa existe não temos como conhecer sua existência; caso o ser exista não temos como explicar sua existência aos outros.

Já o argumento de Qoh, a partir do não-ser, afirma o sentido do ser, único conhecido. A negação do não-ser de Qoh expressa o desejo de ser em abundância, enquanto está, porque tem por limites as bordas do tempo de ser. O ser existe, mas tem espaço e tempo – hoje diríamos é existencial e histórico. Por isso, é melhor o sentido do ser, a intensidade das ações do ser do que ficar na espera do não-ser. Assim, quando o não-ser sinalizar que está chegando e se aproximar, teremos o prazer de ter sido plenamente, com intensidade, de forma abundante.

E, por isso, Qoh nos aconselha a aproveitar a vida, a ir em frente. A comer com prazer e beber alegremente o nosso vinho, pois a eternidade já aceitou deliciada o nosso bem-fazer. Sejamos felizes, diz O-que-sabe. Enquanto vivermos na fumaça desse mundo, curtamos a vida com a pessoa amada, pois essa é a recompensa pelo nosso fazer debaixo do sol. E o que tivermos para fazer, façamos ótimo, porque o não-ser é nada e no nada nada se faz, e no não-ser não existe pensamento, nem conhecimento, nem sabedoria. E depois do ser, vamos repousar no nada.

O fazer da existência vale a pena. A eternidade aprecia esse bem-fazer humano, que tem seu próprio tempo, que integra a existência de cada ser na história dos fazeres humanos. É por isso que Bereshit, o primeiro texto na Torah, apresenta um ponto zero. O tempo zero vai do entardecer à meia-noite. É quando o sol desilumina o nosso espaço de forma gradual. O tempo do não-ser não é uma fratura do tempo, é tempo da história. Qoh não contempla a passagem do tempo, mas a vinda do tempo. O tempo significa nada ou pouco para o eterno, mas há um sentido de tempo para o humano. A conclusão de Qoh é que temos de ser no tempo para dar valor à eternidade que brota do nada do não-ser.

Nossa herança greco-judaica
Prof. Dr. Jorge Pinheiro, cientista da Religião

Pede-se ser levantado
2. DO NÃO-SER À ANÁSTASE

“Você está falando de bens materiais, de coisa frágil. Se você tem certeza de que esses bens ficarão sempre com você, fique com eles sem partilhar com ninguém. Mas se você não é o senhor absoluto deles, se tudo que você tem depende mais da sorte do que de você mesmo, por que este apego a eles?”. [Menandro, O Misantropo. Site: Oficina de teatro. WEB: www.oficinadeteatro.com].

Betty Fuks no seu livro Freud e a Judeidade, a vocação do exílio (Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2000 (pp. 127-133) conta que Freud, um dia depois do sepultamento do pai, sonhou com um cartaz onde estava escrito: “Pede-se fechar os olhos”. Mais tarde, em carta a Fliess, o pai da psicanálise falou dos sentidos subjetivos da frase: “era parte da minha auto-análise, minha reação diante da morte de meu pai, vale dizer, diante da perda mais terrível na vida de um homem”.

Não vou entrar nos detalhes das leituras que o próprio Freud fez da frase que apareceu em seu sonho. Diria ao leitor que vale a pena ler Freud e a Judeidade. Pretendo aqui levantar uma proposta de Fuks: “há que ler o desejo: sem terra, sem pátria e sem objeto, ele vaga por um deserto, cujas trilhas conduzem o leitor à experiência limite mais-além do que aparece na imagem”. É a partir dessa hermenêutica, que vamos ler trechos do final da primeira carta aos coríntios de Paulus, o pequeno, apóstolo temporão de Iesous.

“... Foi sepultado e foi despertado do sono no terceiro dia, de acordo com o escrito”.

A frase acima e a continuação do texto é uma das mais importantes sobre a egeiro e anástasis, duas expressões gregas não substancialmente diferentes, que sintetizam a teologia da anástase dos cristãos do primeiro século. As traduções posteriores, e creio que dificilmente poderiam ser diferentes, criaram um padrão de imagem que dificultam a experiência do ir além. Por isso, fomos obrigados antes da tradução transversa fazer a desconstrução histórico-filosófica da anástase.

As leituras da anástasis e egeiró remontam a Homero e ao grego antigo e com seus sentidos correlatos axanástasis, anhistémi e anazaó, que podem ser traduzidas por “ficar de pé”, “ser levantado” e “voltar à vida”, foram fundamentais para a construção do conceito anástase, amplamente utilizado pelas ciências do espírito. Mas é com Platão, na literatura filosófica, que vamos encontrar um debate fundamental para a teologia da anástase, quando apresenta a alma enquanto semelhança do divino e o corpo enquanto semelhança do que é físico e temporário.

Platão, em Fédon (Coleção Os Pensadores, São Paulo, Nova Cultural, 1987), num diálogo entre Sócrates e seus amigos defendeu a idéia da imortalidade da alma. Sócrates foi condenado à morte por envenenamento, mas não teve medo, por crer ser a alma imortal. Para Platão, as almas possuem semelhanças com as formas, que são realidades eternas por trás do mundo físico, natural. Nesse sentido, para Platão, o corpo morre, mas a alma não. Ele parte do padrão cíclico da natureza, frio/ quente/ frio, noite/ dia/ noite. Assim, os mortos despertam numa nova vida depois da morte: caso contrário, a vida desapareceria.

E dirá através de Sócrates em Fédon: “(...) perguntemos a nós mesmos se acreditamos que a morte seja alguma coisa? (...) Que não será senão a separação entre a alma e o corpo? Morrer, então, consistirá em apartar-se da alma o corpo, ficando este reduzido a si mesmo e, por outro lado, em libertar-se do corpo a alma e isolar-se em si mesma? Ou será a morte outra coisa? (...) Considera agora, meu caro, se pensas como eu. Estou certo de que desse modo ficaremos conhecendo melhor o que nos propomos investigar. És de opinião que seja próprio do filósofo esforçar-se para a aquisição dos pretensos prazeres, tal como comer e beber?”

Paulus conhecia a discussão filosófica grega acerca da anástase, já que isso se evidencia em seus escritos, principalmente no trecho que estamos analisando, mas é certo que construiu seu conceito também levando em conta a tradição judaica, acrescentando novidades ao debate teológico. Existem referências ao ser trazido de volta à vida nas escrituras hebraico-judaicas. Mas a preocupação judaica era existencial, como vimos em Qohélet. Mais do que remeter a um futuro distante, embora tais leituras estejam presentes na teologia de alguns profetas, as histórias de anástase relacionadas aos profetas Elias e Eliseu falam do aqui e agora. Aliás, este último, mesmo de depois de morto, trouxe à vida um defunto que foi jogado sobre sua ossada. Ao tocar os ossos de Eliseu, o morto ficou vivo de novo e se levantou. Esse caminho será a novidade da compreensão cristã/ helênica da anástase.

“Somos arautos de que o ungido foi levantado do meio dos mortos: como alguns podem dizer que não há o ser erguido dos mortos? E, se não há o despertar do sono da morte, também o ungido não foi levantado. E se o ungido não foi levantado, é inútil o que falamos e também inútil a nossa crença. Somos então testemunhas falsas, porque anunciamos que Deus ergueu o ungido. Mas se ele não foi levantado, os mortos também não são erguidos. E se os mortos não são erguidos, o ungido também não o foi. E, se o ungido não foi erguido, a nossa crença é inútil e vocês continuam a vagar sem destino. E os que foram colocados para dormir no ungido estão destruídos”.

Outras fontes de Paulus foram o profeta Daniel e outras literaturas intertestamentárias, que trabalham com a idéia de “despertar subitamente do sono”. Th.-G Chifflot e R. De Vaux, na versão francesa de La Sainte Bible (Les Editions Du Cerf, Paris, 1973. Tradução: A Bíblia de Jerusalém, Ed. Paulinas, São Paulo, 1985, p. 1347) situam o livro de Daniel no período helênico por entender que é uma edição de antigos fragmentos do período babilônico, compilados, organizados e contextualizados ao momento histórico descrito no capítulo onze. Nesse capítulo, as guerras entre lágidas e selêucidas, assim como as investidas de Antíoco IV Epífanes contra Jerusalém e o templo são narradas com riquezas de detalhes. Ao contrário do que acontece nos livros proféticos anteriores, aqui o autor cita fatos aparentemente insignificantes, querendo demonstrar que é uma testemunha ocular da história. Dessa maneira, a edição que conhecemos do livro de Daniel deve ser situada no período da grande perseguição de Antíoco IV Epífanes, possivelmente entre os anos de 167 e 164 a.C., segundo Th.-G. Chifflot e R. De Vaux, jã citados. A partir desse enquadramento, os capítulos 7 a 12 de Daniel, enquanto edição são chamados de “vaticinia ex eventu”, dado que o autor viveu depois e não antes dos fatos históricos que descreve. Esses capítulos são uma reação contra a declarada helenização da Judéia e das perseguições em curso, mas, paradoxalmente, uma forma de pensamento afetado pela civilização helenística.

A partir da segunda metade do livro, o autor trabalha sobre dois temas registrados na primeira metade: que o judeu deve ser fiel a Deus em meio à tentação e à provação; e que Deus defende o servo leal que prefere morrer a violar os mandamentos. Nos seis capítulos finais, o sábio (ou grupo de sábios, cujos escritos foram compilados por um redator) retoma o conteúdo das visões que teve em relação à profanação do templo, em 167 a.C., e o erguimento da “abominação desoladora”. Assim, durante o período dos macabeu muitas idéias novas afloraram em meio à vida judaica, entre elas a esperança da recompensa escatolõgica apresentada pelas profecias apocalípticas, como em 2Macabeus 7, Daniel 12:2-3 e Escrito de Damasco 4:4, que se traduzem concretamente na anástase.

Assim, os elementos novos da compreensão paulina da anástase já aparecem delineados no profeta Daniel: “Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente”. Paulus, porém, acrescentará uma leitura existencial à compreensão de Daniel, dirá que a morte, o maior de todos os odiados pela espécie humana, será privada de força.

“Caso o ungido só sirva para esta vida, somos as pessoas mais dignas de lástima. Mas o ungido foi levantado dentre os mortos e foi o primeiro fruto dos que foram colocados para dormir. Porque se a morte chegou pela humanidade, também o ungido dará à luz nova vida. Como morre a espécie, no ungido ela recebe vida. E isso acontece numa ordem: o ungido é o primeiro fruto, depois os que pertencem ao ungido, quando ele aparecer. E veremos o limite, quando o ungido entregar o reino a Deus e Pai, e tornar inoperante o império, os poderes e os exércitos. Convém que seja rei até derrubar os odiados por terra. O último odiado a ser privado de força é a morte, porque o resto já foi colocado debaixo de seus pés”.

É interessante que Paulus em seu texto sobre a anástase cita o filósofo, dramaturgo e poeta grego Menandro (342-291 a.C.), que num verso disse: “as más companhias corrompem os bons costumes”. Paulus gostava de teatro e de comédias. E voltando ao Misantropo: “insisto que, enquanto você é dono deles, você deve usá-los como um homem de bem, ajudando os outros, fazendo felizes tantas pessoas quantas você puder! Isto é que não morre, e se um dia você for golpeado pela má sorte você receberá de volta o mesmo que tiver dado. Um amigo certo é muito melhor que riquezas incertas, que você mantém enterradas”.

Que Paulus recorreu à tradição hebraico-judaica fica claro quando cita o profeta Oséias literalmente: “eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte? Onde estão ó morte as tuas pragas? Onde está ó morte a tua destruição?”. Mas há uma correlação entre Platão e a tradição hebraico-judaica, que pode ser lida nesta carta de Paulus. Isto porque, como afirma Fuks, o leitor desconstrói, pois ler não é repetir o texto: é um modo de transformação e de criação. Por isso, digo que ler é um ato de anástase. E Paulus trabalhou de forma brilhante o termo, tanto nas suas leituras e estudos, como na reconstrução do próprio conceito.

“Que farão os que se batizam pelos mortos, se os mortos não são chamados de volta à vida? Por que se batizam então pelos mortos? Por que estamos a cada hora em perigo? Protesto contra a morte de cada dia. Eu me glorio por vocês, no ungido Iesous a quem pertencemos. Combati em Éfeso contra animais ferozes, mas o que significa isso, se os mortos não podem ressurgir? Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. Mas não vamos nos enganar: as más companhias corrompem os bons costumes”.

Na sequência da tradição hebraico-judaica, ou como diz Fuks, “os antigos hebreus não estavam trabalhados, como nós, pela necessidade de abstração, de síntese e de precisão na análise conceitual do real, herança dos gregos”, Paulus está preocupado com o corpo, com a vida.

“Mas alguém pode perguntar: como os mortos são trazidos à vida? E com que corpo? Estúpido! O que se semeia não tem vida, está morto. E, quando se semeia, não é semeado o corpo que há de nascer, mas o grão, como de trigo ou qualquer outra semente. Deus dá o corpo como quiser, e a cada semente o corpo que deve ter. Nem toda a carne é uma mesma carne, há carne humana, de animais terrestres, de peixes, de aves. E há corpos celestes e corpos terrestres, uma é a dignidade dos celestes e outra a dos terrestres. Diferente é o esplendor do sol do esplendor da lua e das estrelas. Porque uma estrela difere em brilho de outra estrela. Assim também o ser levantado dentre os mortos. Semeia-se o corpo perecível; levantará sem corrupção. Semeia-se na desgraça, será levantado em excelência. Semeia-se em debilidade, será erguido vigoroso. Semeia-se corpo controlado pela psique, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo controlado pela psique, também há corpo espiritual”.

Para Paulus, anástase leva à uma teologia da vida que nasce do corpo. Mas, não é simplesmente ter de volta a vida do corpo material, tanto que em certo momento Paulus diz que “deveremos ser a imagem do homem do céu”.

“Assim também está escrito: o primeiro ser humano, terrestre, foi feito ser-que-deseja, o futuro humano será um espírito-cheio-de-vida. Mas o que não é espiritual vem primeiro, é o natural, depois vem o espiritual. O primeiro ser humano, da terra, é terreno; o segundo humano, a quem pertencemos, é celestial. Como é o da terra, assim são os terrestres. E como é o celeste, assim são os celestiais. E, como somos a imagem do terreno, assim seremos também a imagem do celestial”.

Mas o pensamento grego, platônico, está presente na anástase paulina, já que a eternidade não é construída em cima da carne e do sangue. Vemos aqui a dualidade entre a realidade física e o mundo das formas. O dualismo metafísico de Paulus admite aqui duas substâncias que regem o ser humano, no mundo natural, a psique, e no mundo pós-anástase, o pneuma. E dois princípios, nesse sentido bem próximo a Platão, o bem e o mal.

“E agora digo que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a eternidade. Digo um mistério: nem todos vamos adormecer, mas seremos transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, porque a trombeta soará, os mortos serão levantados incorruptíveis, e seremos transformados. Convém que o corrompido seja tornado eterno, e o que é mortal seja tornado imortal. E, quando o que é corruptível se vestir de eternidade, e o que é mortal for transformado em imortal, então será cumprida a palavra que está escrita: a morte foi conquistada definitivamente. Onde está, ó morte, a tua picada? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, a picada da morte é o desviar-se do caminho da honra e da justiça, e a força do erro é a lei. Mas a alegria que Deus dá é a vitória por Iesous, o ungido, a quem pertencemos. Sejam firmes e persistentes, abundantes no serviço daquele a quem pertencemos, conscientes de que o trabalho árduo e duro não é desprezado por aquele a quem pertencemos”.

Assim, se voltarmos à análise do conceito anástase no capítulo 15 da primeira carta aos coríntios, tomando como ponto de partida o desafio de Fuks: “há que ler o desejo: sem terra, sem pátria e sem objeto, ele vaga por um deserto, cujas trilhas conduzem o leitor à experiência limite mais-além do que aparece na imagem”, vemos que Paulus traduziu para as novas gerações o desejo grego/judaico, humano, da anástase: “Pede-se ser levantado”. 



Primeira carta do apóstolo Paulo aos coríntios capítulo 15

Γνωρίζω δὲ ὑμῖν ἀδελφοί τὸ εὐαγγέλιον  εὐηγγελισάμην ὑμῖν  καὶ παρελάβετε ἐν  καὶἑστήκατε δι’ οὗ καὶ σῴζεσθε τίνι λόγῳ εὐηγγελισάμην ὑμῖν εἰ κατέχετε ἐκτὸς εἰ μὴ εἰκῇἐπιστεύσατε

Παρέδωκα γὰρ ὑμῖν ἐν πρώτοις  καὶ παρέλαβον ὅτι Χριστὸς ἀπέθανεν ὑπὲρ τῶν ἁμαρτιῶνἡμῶν κατὰ τὰς γραφάς καὶ ὅτι ἐτάφη καὶ ὅτι ἐγήγερται τῇ ἡμέρᾳ τῇ τρίτῃ κατὰ τὰς γραφάς καὶὅτι ὤφθη Κηφᾷ εἶτα τοῖς δώδεκα ἔπειτα ὤφθη ἐπάνω πεντακοσίοις ἀδελφοῖς ἐφάπαξ ἐξ ὧν οἱπλείονες μένουσιν ἕως ἄρτι τινὲς δὲ ἐκοιμήθησαν ἔπειτα ὤφθη Ἰακώβῳ εἶτα τοῖς ἀποστόλοιςπᾶσιν ἔσχατον δὲ πάντων ὡσπερεὶ τῷ ἐκτρώματι ὤφθη κἀμοί Ἐγὼ γάρ εἰμι  ἐλάχιστος τῶνἀποστόλων ὃς οὐκ εἰμὶ ἱκανὸς καλεῖσθαι ἀπόστολος διότι ἐδίωξα τὴν ἐκκλησίαν τοῦ Θεοῦ10 χάριτι δὲ Θεοῦ εἰμι  εἰμι καὶ  χάρις αὐτοῦ  εἰς ἐμὲ οὐ κενὴ ἐγενήθη ἀλλὰ περισσότεροναὐτῶν πάντων ἐκοπίασα οὐκ ἐγὼ δὲ ἀλλὰ  χάρις τοῦ Θεοῦ ‹ἡ› σὺν ἐμοί 11 εἴτε οὖν ἐγὼ εἴτεἐκεῖνοι οὕτως κηρύσσομεν καὶ οὕτως ἐπιστεύσατε

20 Νυνὶ δὲ Χριστὸς ἐγήγερται ἐκ νεκρῶν ἀπαρχὴ τῶν κεκοιμημένων 21 ἐπειδὴ γὰρ δι’ ἀνθρώπουθάνατος καὶ δι’ ἀνθρώπου ἀνάστασις νεκρῶν 22 ὥσπερ γὰρ ἐν τῷ Ἀδὰμ πάντεςἀποθνήσκουσιν οὕτως καὶ ἐν τῷ Χριστῷ πάντες ζωοποιηθήσονται 23 Ἕκαστος δὲ ἐν τῷ ἰδίῳτάγματι ἀπαρχὴ Χριστός ἔπειτα οἱ τοῦ Χριστοῦ ἐν τῇ παρουσίᾳ αὐτοῦ 24 εἶτα τὸ τέλος ὅτανπαραδιδῷ* τὴν βασιλείαν τῷ Θεῷ καὶ Πατρί ὅταν καταργήσῃ πᾶσαν ἀρχὴν καὶ πᾶσανἐξουσίαν καὶ δύναμιν 25 δεῖ γὰρ αὐτὸν βασιλεύειν ἄχρι οὗ θῇ πάντας τοὺς ἐχθροὺς ὑπὸ τοὺςπόδας αὐτοῦ 26 ἔσχατος ἐχθρὸς καταργεῖται  θάνατος 27 Πάντα γὰρ Ὑπέταξεν ὑπὸ τοὺς πόδαςαὐτοῦ ὅταν δὲ εἴπῃ ὅτι πάντα ὑποτέτακται δῆλον ὅτι ἐκτὸς τοῦ ὑποτάξαντος αὐτῷ τὰ πάντα28 ὅταν δὲ ὑποταγῇ αὐτῷ τὰ πάντα τότε καὶ αὐτὸς  Υἱὸς ὑποταγήσεται τῷ ὑποτάξαντι αὐτῷ τὰπάντα ἵνα   Θεὸς [τὰ] πάντα ἐν πᾶσιν

29 Ἐπεὶ τί ποιήσουσιν οἱ βαπτιζόμενοι ὑπὲρ τῶν νεκρῶν εἰ ὅλως νεκροὶ οὐκ ἐγείρονται τί καὶβαπτίζονται ὑπὲρ αὐτῶν 30 τί καὶ ἡμεῖς κινδυνεύομεν πᾶσαν ὥραν 31 καθ’ ἡμέραν ἀποθνῄσκωνὴ τὴν ὑμετέραν καύχησιν ἀδελφοί ἣν ἔχω ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ Κυρίῳ ἡμῶν 32 εἰ κατὰἄνθρωπον ἐθηριομάχησα ἐν Ἐφέσῳ τί μοι τὸ ὄφελος εἰ νεκροὶ οὐκ ἐγείρονται Φάγωμεν καὶπίωμεν αὔριον γὰρ ἀποθνήσκομεν 33 Μὴ πλανᾶσθε Φθείρουσιν ἤθη χρηστὰ ὁμιλίαι κακαί34 ἐκνήψατε δικαίως καὶ μὴ ἁμαρτάνετε ἀγνωσίαν γὰρ Θεοῦ τινες ἔχουσιν πρὸς ἐντροπὴν ὑμῖνλαλῶ

35 Ἀλλὰ ἐρεῖ τις Πῶς ἐγείρονται οἱ νεκροί ποίῳ δὲ σώματι ἔρχονται 36 ἄφρων σὺ  σπείρεις οὐζωοποιεῖται ἐὰν μὴ ἀποθάνῃ 37 καὶ  σπείρεις οὐ τὸ σῶμα τὸ γενησόμενον σπείρεις ἀλλὰγυμνὸν κόκκον εἰ τύχοι σίτου  τινος τῶν λοιπῶν 38  δὲ Θεὸς δίδωσιν αὐτῷ σῶμα καθὼςἠθέλησεν καὶ ἑκάστῳ τῶν σπερμάτων ἴδιον σῶμα 39 Οὐ πᾶσα σὰρξ  αὐτὴ σάρξ ἀλλὰ ἄλλημὲν ἀνθρώπων ἄλλη δὲ σὰρξ κτηνῶν ἄλλη δὲ σὰρξ πτηνῶν ἄλλη δὲ ἰχθύων 40 καὶ σώματαἐπουράνια καὶ σώματα ἐπίγεια ἀλλὰ ἑτέρα μὲν  τῶν ἐπουρανίων δόξα ἑτέρα δὲ  τῶνἐπιγείων 41 ἄλλη δόξα ἡλίου καὶ ἄλλη δόξα σελήνης καὶ ἄλλη δόξα ἀστέρων ἀστὴρ γὰρ ἀστέροςδιαφέρει ἐν δόξῃ

42 Οὕτως καὶ  ἀνάστασις τῶν νεκρῶν σπείρεται ἐν φθορᾷ ἐγείρεται ἐν ἀφθαρσίᾳ 43 σπείρεταιἐν ἀτιμίᾳ ἐγείρεται ἐν δόξῃ σπείρεται ἐν ἀσθενείᾳ ἐγείρεται ἐν δυνάμει 44 σπείρεται σῶμαψυχικόν ἐγείρεται σῶμα πνευματικόν Εἰ ἔστιν σῶμα ψυχικόν ἔστιν καὶ πνευματικόν 45 οὕτως καὶγέγραπται Ἐγένετο  πρῶτος ἄνθρωπος Ἀδὰμ εἰς ψυχὴν ζῶσαν  ἔσχατος Ἀδὰμ εἰς πνεῦμαζωοποιοῦν 46 Ἀλλ’ οὐ πρῶτον τὸ πνευματικὸν ἀλλὰ τὸ ψυχικόν ἔπειτα τὸ πνευματικόν 47 πρῶτος ἄνθρωπος ἐκ γῆς χοϊκός  δεύτερος ἄνθρωπος ἐξ οὐρανοῦ 48 οἷος  χοϊκός τοιοῦτοικαὶ οἱ χοϊκοί καὶ οἷος  ἐπουράνιος τοιοῦτοι καὶ οἱ ἐπουράνιοι 49 καὶ καθὼς ἐφορέσαμεν τὴνεἰκόνα τοῦ χοϊκοῦ φορέσομεν καὶ τὴν εἰκόνα τοῦ ἐπουρανίου

50 Τοῦτο δέ φημι ἀδελφοί ὅτι σὰρξ καὶ αἷμα βασιλείαν Θεοῦ κληρονομῆσαι οὐ δύναται οὐδὲ φθορὰ τὴν ἀφθαρσίαν κληρονομεῖ 51 Ἰδοὺ μυστήριον ὑμῖν λέγω πάντες οὐ κοιμηθησόμεθαπάντες δὲ ἀλλαγησόμεθα 52 ἐν ἀτόμῳ ἐν ῥιπῇ ὀφθαλμοῦ ἐν τῇ ἐσχάτῃ σάλπιγγι σαλπίσει γάρκαὶ οἱ νεκροὶ ἐγερθήσονται ἄφθαρτοι καὶ ἡμεῖς ἀλλαγησόμεθα 53 δεῖ γὰρ τὸ φθαρτὸν τοῦτοἐνδύσασθαι ἀφθαρσίαν καὶ τὸ θνητὸν τοῦτο ἐνδύσασθαι ἀθανασίαν 54 Ὅταν δὲ τὸ φθαρτὸντοῦτο ἐνδύσηται (τὴν) ἀφθαρσίαν καὶ τὸ θνητὸν τοῦτο ἐνδύσηται ἀθανασίαν τότε γενήσεται λόγος  γεγραμμένος Κατεπόθη  θάνατος εἰς νῖκος 55 Ποῦ σου θάνατε τὸ νῖκος ποῦ σουθάνατε τὸ κέντρον 56 Τὸ δὲ κέντρον τοῦ θανάτου  ἁμαρτία  δὲ δύναμις τῆς ἁμαρτίας  νόμος57 τῷ δὲ Θεῷ χάρις τῷ διδόντι ἡμῖν τὸ νῖκος διὰ τοῦ Κυρίου ἡμῶν Ἰησοῦ Χριστοῦ

58 Ὥστε ἀδελφοί μου ἀγαπητοί ἑδραῖοι γίνεσθε ἀμετακίνητοι περισσεύοντες ἐν τῷ ἔργῳ τοῦΚυρίου πάντοτε εἰδότες ὅτι  κόπος ὑμῶν οὐκ ἔστιν κενὸς ἐν Κυρίῳ