dimanche 28 novembre 2010

Max Weber em perspectiva

Jorge Pinheiro, Prof. Dr. em Ciências da Religião
(Para os meus alunos da Pós-Graduação)

1. INTRODUÇÃO

Estas reflexões tomam como ponto de partida o artigo Figuras do Marxismo Weberiano, de Michael Lowy [Figures du marxisme wébérien, in Weber et Marx, Actuel Marx no ll, Paris: PUF, l995, pp.83-94, tradução de Edmundo Lima de Arruda] que apresenta pontos de intersecção entre o pensamento de Weber e Marx, procurando mostrar a existência de um produtivo marxismo weberiano. De minha parte, farei contrapontos a algumas formulações de Lowy, com a finalidade de manter um diálogo entre o pensamento weberiano visto como complementar ao pensamento marxista e a análise de Enrique Dussel [Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão, Petrópolis, Vozes, 2000].

De todas as maneira, não podemos esquecer, como afirmam Filoramo e Prandi [1], que os estudos socio-religiosos de Max Weber (1864-1920) formam uma parte considerável dentro de sua vasta produção e se distingue pela originalidade da impostação, comparados com o latente funcionalismo que caracteriza a tradição sociológica nesse setor. De fato, é preciso sublinhar, antes de tudo, que Weber não aceita a equação marxista de religião enquanto alienação ou o esquema, de igual matriz, do reflexo, nem se coloca o problema dos funcionalistas sobre o eventual papel de coágulo ideológico, desempenhado pela religião nas sociedades antigas e modernas. Isso não impede que o estudioso alemão pense na religião como um fato cultural de natureza não transcendente, produto histórico:

“A ação religiosamente ou magicamente orientada – escreve ele em Economia e sociedade – tira a sua original consistência de um processo mundano. As ações que se apresentam como religiosas ou mágicas precisam ser realizadas a fim de que tudo corra bem e possas viver longamente sobre a terra”. [2]

Em nossa exposição, o texto de Lowy corre em destaque no diálogo.
1.1.                                      O marxismo weberiano

A expressão “marxismo weberiano” foi inventada por Merleau-Ponty para designar, em seu livro As Aventuras da Dialética, de l955, a corrente marxista ocidental mais marcada pelas idéias de Weber, particularmente Lukács e seus discípulos.

Trata-se de uma expressão que, considerada com atenção,  parece  paradoxal: Weber e Marx não representam dois sistemas de pensamento contraditórios e mutuamente excludentes? Suas teorias científicas não são rigorosamente incompatíveis?

O fato é que essa foi por muito tempo a opinião dominante nos meios universitários. A obra de Talcott Parsons ao propor uma leitura semipositivista e antimarxista de Weber contribuiu, sem dúvidas para o reforço daquela imagem. E, o que é fundamental para reforçá-la, outro grande mal entendido,  que foi o de tomar a Ética Protestante como um livro de polêmica espiritualista contra o materialismo histórico, quando o seu objetivo era completamente outro: colocar em relevo a afinidade eletiva entre calvinismo e o espírito do capitalismo. Somente em um ou dois parágrafos deste livro, Weber vai afirmar a prioridade histórica do fator religioso.

Em 1975, Lowy escrevia. “Segundo Weber, os conceitos das ciências sociais não devem ser ‘gládios para atacar adversários’ mas somente ‘relhas de arado para surribar o imenso campo do pensamento contemplativo’, porque ‘cada vez que um homem de ciência faz intervir seu próprio julgamento de valor, não há mais compreensão integral dos fatos”. É verdade que, em certos escritos metodológicos, Weber reconhece que os valores do observador, nas ciências sociais, desempenham um papel destacado na seleção do objeto da pesquisa científica, na determinação da problemática das questões a serem postas. Mas ele assinala que as respostas fornecidas, a pesquisa mesma, o trabalho empírico do cientista, devem estar livres de qualquer valoração, e seus resultados aceitos por todos. Como se a escolha das questões não determinasse, em larga medida, as respostas mesmas! Lucien Goldmann assinala, com muita razão, o caráter contraditório da posição de Weber que se situa a meio do caminho entre o desconhecimento do determinismo social do pensamento sociológico nos positivistas e sua aceitação integral pelos marxistas”. [Michael Lowy, Método dialético e teoria política, RJ, Paz e Terra, 1975, p.16]. Ora, exageros à parte, não se trata de demonogizar Weber, mas, como o próprio Lowy assinalava vinte e cinco anos atrás, discutir o alcance de suas sociologias especiais e, para nós, a importância de sua sociologia da religião enquanto instrumental metodológico para as ciências das religiões.

Mas o que tem isso a ver com as abordagens de Marx acerca do conhecimento e do capitalismo? Tem muito porque com a derrocada do comunismo nos países do Leste, o pensamento marxista se viu diante do dilema de decretar, ele próprio, a falência de sua metodologia e visão de mundo ou, a partir de um diálogo transdisciplinar, rever conceitos e formulações visando sobrevivência e superação. Nesse sentido, Weber fornece elementos imprescindíveis para esse diálogo.

1.2.                                      O caminho da convergência

Exceção feita aos marxistas weberianos e ao trabalho pioneiro de Karl Lowith, é sobretudo nos últimos anos  que se desenvolveu uma interpretação diferente, colocando em acento as numerosas convergências entre os dois pensadores. Isso não significa que divergências essenciais não separem o autor de Economia e Sociedade e do Capital. As notáveis diferenças filosóficas (neokantismo contra neo-hegelianismo) e políticas (nacionalismo contra socialismo) determinam em certa medida suas respectivas interpretações do capitalismo, do poder  e das classes sociais. Mas existem também inúmeras correspondências e, sobretudo, análises que, sem serem idênticas, podem ser consideradas como perfeitamente complementares.

O marxismo da Segunda Internacional - ortodoxo ou revisionista, alemão ou russo - ignorou soberbamente Weber. Paradoxalmente - ou logicamente? - serão dois pensadores ligados ao terreno do comunismo os primeiros a se interessarem pela obra weberiana. Pode-se considerar Georges Lukács como o primeiro marxista a retomar seriamente Weber,  se inspirando de maneira significativa  em suas idéias.  Merleau-Ponty não se equivocou ao designar a Historia e Consciência de Classe (l923) como o início da corrente «marxista-weberiana»;  mas,  infelizmente ele  nos fornece poucos elementos para definir de maneira mais precisa a dívida de Lukács para com o mestre de Heildeberg. A expressão «marxismo-weberiano» também pode ser denominada de «webero-marxismo», da mesma maneira que existe um «freudo-marxismo» ou um «hegelo-marxismo», o que constitui uma provocação intelectualmente produtiva, sob condição de que não seja compreendida como uma mistura eclética de dois métodos, mas sobretudo como perspectiva  fundamentalmente inspirada em Marx,  com apropriação de alguns temas e categorias de Weber.

Lowy infelizmente passa pela riqueza policrômica da Segunda Internacional, que fazia parte da própria tradição marxista. Em 1978, o autor desta monografia escrevia que o marxismo ou é pluralista ou morre. “Willy Brandt, por exemplo, considera Rosa Luxemburgo – felizmente ela está morta – sua mestra. Allende costumava citar Kautsky – é famoso o seu debate com o MIR em Concepción. Olof Palme e Carlos Altamirano – principalmente o segundo – consideram que Lênin fez grandes aportes à teoria marxista. Agora mesmo, na Itália, se dá uma luta teórica entre Berlinger – o comunista – e Bettino Craxi sobre a questão do pluralismo ideológico. Numa sociedade democrática e num partido socialista estes são temas abertos, teóricos e, nesse sentido, de discussão. Mas em nosso país a teoria e a ideologia são casos de polícia”. [Jorge Pinheiro, Memória e Política, in Versus, outubro de 1978, p. 4].

E por que Weber não aparece nesta discussão. Por que não é citado, nem levado em conta? Por vários motivos. Weber vê o capitalismo com a racionalidade dos engenheiros que utilizam relógios de ponto na análise da produção industrial. Apesar da afirmação de que para o calvinista a produção capitalista é uma “gaiola de ferro”, Weber, vê o capitalismo como espírito novo, racional, legal, razão burocrática. Ou como ele mesmo afirma: “Um dos componentes fundamentais do espírito do moderno capitalismo e não apenas deste, mas de toda a cultura moderna: a conduta racional baseada na idéia da vocação, nasceu (...) do espírito da ascese cristã Basta reler o trecho de Franklin, transcrito no início desse ensaio, para perceber que os elementos fundamentais do que lá se denominou ‘espírito do capitalismo’ são justamente os que ora apresentamos como conteúdo da ascese vocacional do puritanismo, apenas sem a sua fundamentação religiosa, já desaparecida no tempo de Franklin”. [A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, São Paulo, Pioneira, 2000, p. 130]. Por isso será olhado com desconfiança pelo marxismo clássico, inclusive pela Segunda Internacional, como irracionalista que abre caminho para a contra-revolução burguesa na Alemanha.
2. HERDEIROS DE MAX WEBER

Georges Lukács participou entre os anos l9l2 e l9l5 do círculo que se reunia todos os domingos na casa de Max e Marianne Weber. Laços de amizade e respeito mútuo foram tecidos entre os dois pensadores, e que não foram desatados depois de l9l8, quando da adesão do filósofo húngaro ao marxismo e ao comunismo (a correspondência entre eles prossegue até l920).  Por isso não é surpreendente que certos temas weberianos ocupem um lugar estratégico nos primeiros escritos marxistas de Lukács.

Pode-se considerar o  capítulo central da História e Consciência de Classe, fundado na análise da «coisificação» (Verdinglichung) como uma síntese potente e original da teoria do fetichismo da mercadoria de Marx, e da teoria da racionalização de Weber. Fusionando a categoria weberiana de racionalidade formal (caracterizada pela abstração e quantificação) com as categorias marxianas de trabalho abstrato e de valor de troca, Lukács reformulou a temática do sociólogo alemão na linguagem teórica marxista.

De outra parte, sua extensão da análise marxiana da forma mercantil, e da «coisificação» a outros domínios da sociedade e da cultura, se inspira diretamente nas análises weberianas da vida moderna, impregnada pelo espírito capitalista do cálculo racional (Rechnenhaftigkeit).

Com o desenvolvimento do capitalismo, a «coisificação» termina por englobar o conjunto das formas de emergência da vida social; começando pelo Estado, pela administração, pela justiça e pelo direito. Trata-se, segundo Lukács, de uma homogeneidade estrutural constatada por «todos os historiadores clarividentes do capitalismo moderno». Quem são essas personagens clarividentes? O  único exemplo mencionado é,  sem dúvida, e por acaso, Max Weber... Citando  numerosos textos, entre eles a seguinte passagem de Economia e Sociedade: «A empresa capitalista moderna repousa interiormente antes de tudo no cálculo. Tem necessidade para existir de uma justiça e de uma administração em que o funcionamento possa ser, também, ao menos em princípio, calculado racionalmente segundo regras gerais sólidas; como se calcula o trabalho previsível efetuado por uma máquina».

Também com base em Weber é que vai analisar o sistema burocrático, colocando as descrições aparentemente «neutrais» do sociólogo de Heildeberg sob crítica feroz ao caráter inumano e reificado dessa racionalidade administrativa puramente formal e sua  «depreciação crescente da essência qualitativa material das coisas».

Esta radicalização anticapitalista das análises «livres de julgamento de valor» - ou ao menos ambivalentes - de Weber é particularmente surpreendente na interpretação lukacsiana da Ética protestante. Para começar, e contrariamente a maior parte das críticas marxistas do livro, Lukács não manifesta nenhum interesse pela querela «materialista» a propósito das origens do capitalismo. «Ele  é completamente indiferente para apreciar os fatos, que se aprove ou não a interpretação causal de Weber». O que lhe  parece importante, em contrapartida, é a significação da tese weberiana para a análise crítica da coisificação capitalista: «A conjunção calvinista (...) entre uma ética da prova (ascética intramundana) e a transcendência completa das  potencias objetivas que movem o mundo, fazendo de seus conteúdos e  horizontes  o destino humano (Deus absconditus e predestinação) representa de forma mitologizante, mas em estado puro, a estrutura burguesa da consciência coisificada (coisa em si)». Em uma nota de roda pé Lukács se refere explicitamente aos trabalhos de Weber, assim como a um texto de Engels no qual ele sugere, também, haver interdependência entre capitalismo e calvinismo.
                                                         
Assinalemos que Lukács não foi o primeiro marxista a utilizar (teria que se dizer, desviar) a análise da Ética protestante para denunciar a lógica fria e alienada do capitalismo: dois anos antes do aparecimento de História e consciência de Classe, Ernst Bloch insistia, em seu livro Thomas Münzer, teólogo da Revolução (l921) sobre o papel dos ascetismos intramundano na acumulação do capital, num capítulo intitulado Calvino e a Ideologia do dinheiro atribui ao calvinismo o fato de que a «obrigação da poupança se impõe à riqueza, esta última sendo concebida como uma grandeza abstrata, que se basta a si mesma, e que, ela mesma, exige acrescentar-se». Em conseqüência, graças à ética protestante, «como brilhantemente mostrou Max Weber, a economia capitalista em vias de desenvolvimento se torna totalmente liberal, solta, livre de todos os escrúpulos do cristianismo primitivo e, mais além, da ideologia econômica que a Idade Média ainda conservava de relativamente cristã».

Afora a problemática da racionalização, Lukács apelará aos conceitos weberianos de «tipo ideal» e de possibilidade objetiva, para construir sua teoria da consciência adjudicada (zugerechnetes Bewußtsein) do proletariado, termo que Lucien Goldmann traduzirá por consciência possível. Mas se trata aqui de um empréstimo estritamente heurístico do ponto de vista do conteúdo, já que levanta a hipótese de uma consciência proletária capaz de romper com o veio da coisificação e de derrubar o capitalismo, o que está nas  nas antípodas das idéias e convicções de Weber.

Vinte e cinco anos mais tarde, tornando-se muito mais ortodoxo (em relação ao marxismo soviético), Lukács não considera Weber senão como um dos múltiplos representantes do processo de «destruição da razão» característica da cultura alemã pré-nazista. Por certo, encontra-se em sua obra «uma polêmica espiritual e correta contra o irracionalismo vulgar então  dominante», mas ela não suprime o «núcleo central irracional do seu método e de sua visão de mundo». Não é senão muito mais tarde, em uma conversa com Wolfgang Abendroth no ano de l966, que Lukács reconhecerá sua dívida intelectual para com seu velho mestre: « Hoje não lamento haver tomado minhas primeiras lições de ciências sociais com Simmel e Max Weber, e não com Kautsky (...). Isso foi uma circunstância favorável para meu desenvolvimento».

A maior parte dos webero-marxistas posteriores serão, em maior ou menor grau, influenciados por Lukács, com seu conceito de coisificação. Isso vale particularmente para a Escola de Frankfurt.

Convém notar que a Escola de Frankfurt surgiu num contexto histórico muito especial. No início, grandes pensadores judeus como o rabi Nehemiah Nobel, Martin Buber e Gershom Scholem e outros mantiveram um estreito relacionamento com o instituto. Mas, a negação das tendências à espiritualidade e ao misticismo judaico fortaleceu e permitiu o resgate da tradição marxista. Ao mesmo tempo, o mundo estava assistindo à revolução bolchevique e à revolução social na Alemanha. Esses pensadores judeus da Escola de Frankfurt estavam próximos do Partido Social Democrata alemão e do Partido Comunista. Estavam preocupados com a crítica e vêem as dores do mundo com profundo pessimismo. Nesse sentido, Weber fornecerá instrumental para uma sociologia da história negativa e sem esperança. Lukács e Freud completarão esse pano de fundo. É nesse contexto que surge na Escola de Frankfurt grandes pensadores, entre os quais devemos citar Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin e Herbert Marcuse.

2.1. Racionalidade orientada a fins e outros conceitos

O nome de Max Weber aparecerá somente uma  vez na grande obra filosófica da Escola: a Dialética da Razão (l944) de Max Horkheimer e Theodor Adorno. Isso não obsta que sua visão de história seja essencialmente de inspiração weberiana. Da mesma maneira que o autor de Ética Protestante, eles percebem a evolução histórica da civilização ocidental como um processo milenar de desencanto do mundo (Entzauberung der Welt, infelizmente traduzido na edição francesa como Liberar o mundo da magia) e de racionalização, que encontra sua finalização no mundo industrial e burocrático moderno. A racionalidade que triunfa no universo da mercadoria capitalista,  na industria cultural e no Estado burguês é puramente formal  e instrumental, indiferentes às direções e finalidades da ação.

A distinção entre racionalidade instrumental e racionalidade substancial, que ocupa um lugar central no pensamento da Escola de Frankfurt é, em grande medida, a reformulação de uma problemática weberiana. Mas a Dialética da Razão não menciona em nenhuma parte o sociólogo de Heildeberg, nem para remeter-se a sua análise (como o faz Lukács na História e consciência de Classe), nem para criticá-lo. Sem embargo, em outra  obra,  escrita mais ou menos na mesma época do Eclipse da Razão (l947), Horkheimer reconhece essa filiação, comparando seus próprios conceitos de razão subjetiva e razão objetiva com os de racionalidade funcional e substancial desenvolvidos por Max Weber,  e sua escola (particularmente Mannheim em seu livro Man and Society). Segundo Horkheimer, a razão subjetiva ou funcional se reduz ao «fato de saber calcular as probabilidades, e por conseqüência  coordenar os meios convenientes a um dado fim», e a razão objetiva ou substancial (de Platão a Hegel)  visa «a idéia do maior bem» e «à maneira de realizar esses fins últimos».

Em um curioso diálogo entre Habermas e Marcuse em l977 foi tratada a questão da origem do conceito de razão instrumental. Enquanto Habermas atribui a paternidade do termo a Horkheimer, Marcuse designa a Max Weber como a fonte primeira. Na realidade os dois têm e não têm razão ao mesmo tempo: Max Weber utiliza os termos de racionalidade orientada a fins (Zweckrationalität) e de racionalidade orientada a  valores (Wertrationalität), ou ainda,  o de racionalidade formal e de racionalidade material. A distinção entre razão funcional e razão substancial é mencionada pela primeira vez no livro de Manheim. Finalmente, o conceito de racionalidade instrumental aparece pela primeira vez na Escola de Frankfurt, particularmente na Dialética da Razão. A continuidade é evidente, mas no curso dessas três etapas o termo adquire uma significação cada vez mais crítica.

É interessante ver que esta razão instrumental na verdade procura, como explica Dussel [3], realizar “os fins que as táticas ou as circunstâncias impõem”. E exatamente por isso a posição de Weber “para quem os fins são de uma cultura dada” mostra-se na verdade bastante conservadora.

De todas as maneiras, é importante notar que Max Weber, como afirma Dussel [4], trabalha com uma classificação de quatro níveis dos atos sociais. “A ação social, como toda ação, pode ser: 1) racional, ordenada a fins...utilizando essas expectativas como condições ou meios para conseguir fins próprios racionalmente julgados e perseguidos; 2) racional, ordenada a valores... éticos, estéticos, religiosos... simplesmente no mérito desse valor; 3) afetiva, especialmente emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais atuais; e 4) tradicional: determinada por um costume arraigado”.

Assim, os atos que operam condições ou meios com uma ordenação a fins têm a ver com juízos de fato, que são um exercício da razão instrumental e em determinados casos científica. Já os juízos de valor para Weber são enunciados subjetivos, valores culturalmente dados. E nesse campo, em especial, situa-se a religião, já que para ele o fenômeno religioso não se desenvolve a partir de juízos de fato e por isso não pode ter consistência racional ou científica.

2.2. Legitimidade e dominação

O diagnóstico pessimista da sociedade moderna esboçada na Dialética da Razão é amplamente devido a Weber, embora tenha ocorrido a todos os  filósofos de Frankfurt de maneira muito mais radical inspirada numa perspectiva marxista-lukácsiana. Enquanto Weber se esforça para estabelecer uma constante «neutra» e «objetiva» ou ao menos resignada, Adorno e Horkheimer denunciam sem vacilação a coisificação pela razão calculadora, que reduz tudo a quantidades abstratas, destruindo não somente os deuses e os espíritos mágicos,  mas também todas as qualidades.

O princípio do número unifica todos os domínios da vida social: «as mesmas equações dominam a justiça burguesa e a troca de mercadorias». A racionalidade deixou de ser uma força crítica para tornar-se uma simples ferramenta a serviço da dominação: «a razão, ela mesma não é mais que uma auxiliar no aparato econômico que engloba o todo. Funciona como um instrumento universal apropriado para a fabricação de todos os demais instrumentos; estritamente racional, carregadas de armadilhas como as manipulações exatamente calculadas da produção material». Sob a égide do capital, a racionalidade tende a transformar-se em seu contrário, o mito: «Com a extensão da economia burguesa mercantil, o obscuro horizonte do mito é iluminado pelo sol da razão calculadora, cuja luz gélida  faz crescer a semente da barbárie». Essa passagem é emblemática, associando as imagens mais clássicas da Aufklärung (a luz, o sol, a razão, a germinação) com a sombra ameaçadora da catástrofe.

Esse tipo de crítica radical vai muito além das ambivalências de Weber, mas certos momentos de sua obra (a insistência sobre o caráter formal da racionalidade moderna, a análise do sossobrar das aspirações emancipatórias da modernidade na racionalidade burocrática, o temor que ela conduza a uma nova servidão egípcia, a uma «jaula de ferro», ou a «uma petrificação mecânica») parecem antecipar a Dialética da Razão da Escola de Frankfurt.

O que separa Adorno e Horkheimer do autor de Economia e Sociedade  é  de saída, suas tomadas de posição em favor  do humanismo e do socialismo, seus rechaços do capitalismo e da burocracia enquanto formas necessárias,  e inevitáveis da modernidade (um «destino»), e suas utopias de uma sociedade liberada da coisificação e da dominação. Avocamos aqui a vertente  marxista dos pensadores frankfurtianos, que reinterpretam as análises weberianas, e as «desviam» em proveito de uma visão revolucionária e crítica. Mais hegelianos que Weber (que era, no fundo, um neokantiano), defendem um racionalismo concreto; substancial; «objetivo»; concernente tanto aos meios quanto às finalidades da ação. Reprovam em Weber seu irracionalismo prático, seu abandono da tradição racionalista clássica («objetiva»), sua renúncia à idéia de uma ciência ou de uma filosofia racional capaz de definir os propósitos da sociedade humana.

Seria discutível o termo «marxismo-weberiano» para outros pensadores da Escola de Frankfurt, ainda que façam referência a escritos de Weber. É o caso específico de Herbert Marcuse, que desde l934 menciona a analise weberiana da racionalidade capitalista (quanto calculabilidade de ganhos e perdas) para por em evidência os limites da racionalização liberal, quer dizer, privada. A privatização da razão abandona a estrutura da totalidade social e econômica às forças irracionais, tanto no nível econômico (as crises) como no nível político (o líder carismático). Em um ensaio de l941, que anuncia certos temas da Dialética da Razão, se refere a Weber para apoiar a tese segundo a qual «o caráter impessoal e objetivo da racionalidade tecnológica atribui aos grupos burocráticos a dignidade universal da razão. A racionalidade individual, em sua origem crítica e opositora se transforma em uma racionalidade competitiva e termina como «submissão estandardizada ao aparato todo poderoso que ela mesma criou».

Uma vez mais, temos de tomar com pinças o apoiar-se em Weber para aprofundar as categorias da análise marxista. Para Weber o conceito de legitimidade apóia-se em algum tipo de dominação, o que segundo Dussel tira a possibilidade dessa legitimidade transformar-se  em noção de validade ético-normativa.[5]

Ou como diz Weber, em texto citado por Dussel [6], “os que atuam socialmente podem atribuir validade legítima a uma ordem determinada: a) em merecimento à tradição: validade do que sempre existiu; b) em virtude de uma crença afetiva (emotiva, especialmente): validade do novo revelado ou do exemplar; c) em virtude de uma crença racional de acordo com valores: vigência do que se tem como absolutamente valioso: d) em merecimento ao [legalmente] estatuído positivamente, em cuja legalidade se crê”.

Donde podemos concluir, exatamente porque os três primeiros motivos são materiais (tradição, afetividade e valores), que a religião, para Weber, tem validade social quando é aceita como tradição vigente, porque motiva emocionalmente os fiéis pela crença consensual em valores ou pelo reconhecimento de leis que são cumpridas comunitariamente. Assim, o conteúdo de sentido dá validade à ordem. Ou seja, transmite legitimidade à religião. Mas tal legitimidade é essencialmente instável porque é uma probabilidade e também porque tal ordem está organizada a partir de uma estrutura de dominação.

E Weber expõe seu conceito de dominação. “Entendemos aqui por dominação a estado de coisas pelo qual uma vontade explícita (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos dos outros (do dominado ou dos dominados), de tal sorte que, num grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de agir o conteúdo do mandato (obediência) “. [7]

2.3. A crítica ao weberianismo: prós e contras

Não é senão mais tarde, em l964, por ocasião do décimo quinto congresso de sociólogos alemães, que Marcuse esboçará um balanço da analise weberiana da racionalidade. Seu objetivo principal consiste em mostrar os limites dessa análise, mas ao mesmo tempo rende homenagem a sua  clarividência: definindo a racionalidade capitalista como formal, funcional, abstrata,  fundada sobre o cálculo numérico,  e sobre a redução da qualidade em quantidade. Weber permite compreender porque ela conduz necessariamente a dominação coisificada do aparato burocrático. Não obstante, esse texto (que representa uma das críticas marxistas mais interessantes de Weber) é posterior aos principais escritos teóricos de Marcuse que não parecem, no essencial, reveladores  da   dívida com a problemática colocada por Weber.

Se Lukács e a Escola de Frankfurt apelaram amplamente à teoria da racionalização moderna desenvolvida por Weber, é porque compartilham com ele  um certo Kulturpessimismus e, mas fundamentalmente, de uma crítica de inspiração romântica da civilização industrial-capitalista, o que quer dizer, compartilham uma crítica da modernidade fundada  nos valores sociais e culturais pré-capitalistas.

Um dos principais temas desta visão romântica do mundo é precisamente a recusa da quantificação da vida social, a crítica da razão abstrata e calculadora que reduz todos os valores a quantidades.  Agora bem, esse tema é precisamente o momento da análise weberiana da racionalidade moderna que é o mais diretamente integrado pelos webero-marxistas em sua teoria crítica da coisificação ou da racionalidade instrumental. Entretanto, é necessário acrescentar que a dimensão romântica é parcialmente neutralizada em Weber, por sua aceitação resignada («heróica») da modernidade como «destino» e nos marxistas weberianos por sua ligação (crítica) à filosofia das Luzes.

Esta afinidade romântica entre Weber e certos marxistas ocidentais é fundamental para compreender a formação do webero-marxismo. Todavia,  seria falso deduzir, como o fazem certos críticos da Escola de Frankfurt, que Adorno e Horkheimer compartem com Weber « o  sentido de debilidade de um setor social  particular de uma sociedade, a classe média superior educada; ou mais especificamente os «mandarins», e a nostalgia pela  Kultur germânica tradicional. Contrariamente aos «mandarins» e a Max Weber, os teóricos críticos frankfurtianos não desejavam nem um retorno ao passado germânico,  nem uma reconciliação forçada com a modernidade capitalista-burocrática. Seu pensamento estava inspirado, de cabo a rabo, no projeto utópico de um avenir emancipado.

Pode-se falar de um marxismo weberiano na França?  em certa medida, as Aventuras da Dialética de Merleau-Ponty  indicam essa direção. Mas se trata mais de um projeto que de uma síntese efetivamente realizada.

No seu capítulo sobre Max Weber, A crise do entendimento,  pode-se encontrar uma tentativa original e profunda de revalorizar certos aportes do sociólogo de Heildeberg. Merleau-Ponty não oculta sua simpatia pelo método weberiano, fundado em uma compreensão autêntica da ambigüidade dos fatos históricos, ou de sua Vielseitigkeit, da pluralidade de seus aspectos,  método que permitiu ao autor da Ética protestante mostrar nas relações entre religião e economia, as mudanças,  os entrelaçamentos, as reversões ou efeitos retornando sobre as causas, e sobretudo o parentesco de eleição, dedução, um pouco literal,  que Merleau-Ponty propõe para o conceito weberiano de Wahlverwandtshchaft (afinidade eletiva).

Não se trata somente de questões de método científico, é também a fenomenologia de Weber que parece valiosa, já que, contrariamente a de Hegel, não conclui num saber absoluto; reconhece que «a verdade deixa sempre uma margem de sombra»,  e toma em conta  « a liberdade do homem e a contingência da história». Quanto a política de Weber, Merleau-Ponty reconhece que esse grande espírito julga os movimentos revolucionários na Alemanha posteriores a l9l8 «como um burguês alemão de província». Mas sublinha que sua «política do entendimento» (segundo a expressão de Raymond Aron) tem uma vantagem decisiva sobre o velho liberalismo: é um entendimento que aprendeu a duvidar de si mesmo.

O que «Weber estabeleceu de mais seguro» deve então ser recolhido numa fórmula que lhe serve como balanço provisório: «se a história tem, já não um sentido como um rio, mas  sentidos, se ela nos ensina, não há a verdade, senão  erros a evitar; se a prática não se deduz de uma filosofia dogmática, não é superficial fundar uma política sobre a análise do homem político». O pouco que se pode dizer deste silogismo condicional é que a relação entre as premissas (extremamente interessantes) e a conclusão (tão discutível) está longe de ser evidente... Tanto mais quando o conceito ambíguo de «homem político» reenvia, para Merleau-Ponty, a «qualidade humana» dos chefes que «amam verdadeiramente o aparato político»,  no qual os «atos mais pessoais são coisas de todos». Malgrado a referência a Lênin e Trotsky como exemplos dessa rara qualidade, trata-se de  uma teoria da ação política mais próxima às idéias weberianas sobre o líder carismático necessário, que da doutrina marxista da luta de classes.

Entretanto, o objetivo de Merleau-Ponty nas Aventuras da Dialética é, na verdade, a renovação (com a ajuda de Weber) do pensamento marxista. Daí sua homenagem ao «marxismo rigoroso e conseqüente que é, também, uma teoria da compreensão histórica da escolha  criadora e uma filosofia interrogativa da história». Em outros termos, é a palavra final desse primeiro capítulo - «é somente a partir de Weber e desse marxismo weberiano que se pode compreender as aventuras da dialética depois de trinta e cinco anos».

«Marxismo-weberiano»? É o único momento em que essa expressão aparece em seu livro. O que significa? Quais são os pensadores que encarnam essa eleição? Em princípio, a resposta deveria ser encontrada no capítulo seguinte intitulado «O marxismo ocidental», mas o único exemplo mencionado e analisado é a História e Consciência de Classe de Lukács. Merleau-Ponty parece ignorar, naquele estágio de sua evolução filosófica, a Escola de Frankfurt  e suas relações com a herança weberiana.

O marxismo de Lukács é, segundo Merleau-Ponty, uma «filosofia integral e sem dogmas», enquanto que Weber resta prisioneiro de uma verdade sem condição e sem ponto de vista. Lukács supera a seu mestre com a dialética do sujeito e o objeto, e com o  reconhecimento sem restrição da história como único meio de nossos erros e de nossas verificações. O que Lukács aportou,  atraindo desta forma a condenação da ortodoxia soviética  (Pravda, l924) - é «um marxismo que incorpora a subjetividade da história sem fazer dela um epifenômeno».

Em que pode ser qualificado de weberiano o marxismo de Lukács? O brilhante capítulo II das Aventuras da Dialética  não trás, na verdade, a resposta. O  autor menciona (como muitos outros) a origem weberiana do conceito de «possibilidade objetiva» com o qual Lukács designa a consciência de classe do proletariado, e constata (mas é uma generalidade) que «nele e como em  Weber, o saber encontra-se enraizado na existência, onde encontra também seus limites». Isto parece ser o nível do que se chama «uma filosofia interrogativa da história», que se situa no lugar mais profundo entre os dois pensadores, e que incorpora o mesmo Merleau-Ponty ao que denomina «marxismo-weberiano». «Quando se diz que o marxismo encontra um sentido na história, não é necessário entender por tal uma orientação irresistível em direção a certos fins, mas a imanência na história de um problema ou uma interrogação em relação aos quais se chega  a cada momento, que podem ser classificados, situados, apreciados como progresso ou como regressão» .

É a partir desta concepção de história que insiste sobre a contingência, a subjetividade,  e as escolhas que Merleau-Ponty fará, nos capítulos seguintes, o processo do «marxismo-leninismo» do  Pravda e do «ultrabolchevismo» de Sartre. Mas não se encontra nesses capítulos nem no epílogo do livro, dedicados à dialética da revolução, um desenvolvimento mais preciso do conceito de marxismo weberiano. É por isso que este termo torna-se uma proposição, uma hipótese, e uma (útil) provocação, mas que um projeto cumprido.

A proposição não foi retomada por outros autores franceses. Sem dúvida em certo número de sociólogos que se inspiram em Marx e Weber, como Pierre Bourdieu, mas essas duas referências se misturam com outras (particularmente Durkheim e sua escola) e não implicam em nenhuma relação privilegiada e «orgânica».

É interessante que Enrique Dussel [Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão, SP, Vozes, 2000, pp. 551-552] mostra que a legitimidade do capitalismo, tal como visto por Weber se tornou ilegítima e já não inclui nem o tipo de dominação burocrática instrumental, nem o carismático excepcional.

Nesse sentido, trabalhando com o conceito bourdiano considera que o tipo de dominação carismático weberiano foi negado. Para Dussel, as legitimidades vistas por Weber caducaram e um novo processo está em gestação, mas por causa dos limites de seu marco teórico o próprio Weber não conseguiu visualiza-lo. E qual é esse novo tipo de dominação que se apresenta? Para Dussel é “a legitimidade que alcançam os novos sujeitos sociais emergentes, e que não se fundamentam, pelo menos em seus começos, em nenhum tipo de dominação – mas de organização com uma certa disciplina interna”.
 
3. CONCLUSÃO

Um caso diferente de figura está representado pelos pensadores franceses marxistas que levaram a sério a obra de Max Weber. O exemplo mais interessante é o de Jean Marie Vincent, que publicou, no curso dos anos sessenta e setenta uma série de artigos comparando as visões de Marx e de Weber sobre o direito, o estado, o capitalismo, as classes sociais e a burocracia.

Tanto a análise e a exposição da teoria weberiana , como a sua crítica a partir de uma perspectiva marxista são de uma riqueza excepcional. Sem embargo, seu objetivo não é a busca de convergências entre os dois pensadores, mas o de mostrar seus desacordos metodológicos e políticos fundamentais: «superficialmente há, por conseqüência, uma certa analogia entre as análises de Marx e as de Weber. Mas um exame um pouco mais atento mostra que as diferenças são consideráveis». O título do ensaio do qual se extrai esta citação contém já o programa essencial de sua abordagem: Weber ou Marx. 

Em síntese, deve-se considerar Jean Marie Vincent mais como um crítico marxista de Weber, inteligente e em transição, que como um marxista-weberiano, propriamente dito. O mesmo vale, a fortiori, para outros autores marxistas que escreveram sobre Weber: Lucien Goldman, Nicos Poulantzas, etc...

É impossível desenvolver, nos limites desta análise as figuras do webero-marxismo em outros países. Mencionemos, a título de exemplo os Estados Unidos, onde toda uma geração de sociólogos críticos (Daniel Bell, Irving Louis Horowitz, Alvin Gouldner, C. Wright Mills)  inspirou-se tanto em Weber quanto em Marx. O que se aproxima mais de um marxismo-weberiano seria, talvez, o último. Sua introdução (conjunta com Hans Gerth) à primeira coletânea sobre  Weber em língua inglesa (l948), tem por eixo central traçar um paralelo mais esclarecedor entre o sociólogo de Heildeberg e o autor do Capital. 

A idéia metodológica implícita nesse texto é a da  complementaridade, apresentada de uma maneira bastante original: «Uma parte da obra de Weber pode então, ser percebida como uma tentativa de «complementar» o materialismo econômico com um materialismo político e militar. A abordagem weberiana das estruturas políticas é mais parecida a abordagem marxista das estruturas econômicas. Não obstante, é difícil caracterizar os principais escritos sociológicos de Wright Mills (A elite no Poder, Os colarinhos brancos, A Imaginação sociológica) como marxistas weberianos. Outras tradições sociológicas, de Veblen até os «novos maquiavelistas» (Mosca, Pareto, Michels) estão mais presentes em sua obra que a dos pensadores alemäes.

À guisa de conclusão provisória é necessário constatar que o webero-marxismo constitui um campo intelectual bastante heterogêneo, ainda que se possam descobrir certas filiações, por exemplo, de Lukács à Escola de Frankfurt ou à Merleau-Ponty. Algumas das figuras mais inovadoras e originais da história (heterodoxa) do marxismo do século XX pertencem a esse campo. Não é o maior paradoxo que um pensador tão pessimista e resignado como Weber haja podido inspirar teorias críticas tão carregadas de utopia revolucionárias.

É interessante notar que em um dos últimos parágrafos de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Max Weber diz que “ninguém sabe ainda a quem caberá no futuro viver nesta prisão [a produção capitalista de mercadorias], ou se, no fim desse tremendo desenvolvimento, não surgirão profetas inteiramente novos, ou um vigoroso renascimento de velhos pensamentos e idéias, ou ainda se nenhuma dessas duas – a eventualidade de uma petrificação mecanizada caracterizada por esta convulsiva espécie de autojusticação. Nesse caso, os ‘últimos homens’ desse desenvolvimento cultural poderiam ser designados como ‘especialistas sem espírito, sensualistas sem coração, nulidades que imaginam ter atingido um nível de civilização nunca antes alcançado”[8]. Mas, conscientemente, foge de qualquer avaliação da possibilidade de real transformação da sociedade capitalista, afirmando que se fizesse isso entraria no campo dos juízos de crença e de valor.

Na verdade, Weber foge de tal análise carência de instrumentalidade e não por uma posição metodológica ou ética. Dessa maneira, seu pessimismo é claramente conseqüência de sua abordagem metodológica.
Não podemos esquecer a modernidade sofreu, na visão de Weber, uma influência causal significativa do ethos racional protestante, que trouxe os rigores da ascese para o mundo através da Reforma protestante.[9] Assim, para os protestantes, a vocação dos escolhidos estaria em cumprir as tarefas seculares, impostas ao indivíduo por sua posição no mundo, através de uma leitura especial da certeza da graça e da salvação, que se traduziria por meio de uma dedicação ao trabalho.

A fides efficax se traduziria em resultados objetivos, a certitudo salutis. Fundamentada num método consistente e consciente, a vida do protestante passa a ser racionalizada e dominada pela finalidade de aumentar a gloria de Deus na terra. Tal conduta ética metodologicamente sistematizada teria influenciado o desenvolvimento do capitalismo.

Mas até onde tal esquema metodológico é falsa consciência e leva à uma distorção da compreensão da formação do Estado moderno e até onde pode agregar novas instrumentalidades à análise marxista? Acreditamos que é ideológica ao não ver que a questão da existência do Estado capitalista está ligada a um contexto de relação sociedade/poder.

Assim, somos obrigados a olhar a religião com olhos diferentes, já que o conceito de legitimidade utilizado por Weber é de difícil normatividade. O legítimo é o aceito como válido, mas fundado numa estrutura social onde a maior parte cumpre a vontade de outro como própria, realizando interesses dos dominadores e não os próprios. Ou seja, a questão da legitimidade leva à questão do poder.

E é o próprio Weber quem diz – citado por Dussel -- que “poder significa a probabilidade de impor a própria vontade, dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade”. [10]

Em outras palavras, enquanto tal probabilidade for mantida, a dominação é exercida e a legitimidade é válida. 

Por outro lado, fazendo o caminho do historiador Antônio Nespanha, podemos dizer – ampliando a abrangência de nossa análise -- que de perspectivas diversas e com diferentes intenções, Marx e Weber desenharam a leitura do moderno estado capitalista. Marx caracterizou o advento da modernidade capitalista pela separação entre política e economia. E reservou o conceito Estado para a descrição de um modelo em que a política formalmente se destaca da esfera da exploração, emergindo como pretensa portadora de interesses gerais. Weber, por seu lado, agrega a essa carga conceitual novos elementos como os conceitos de burocracia, racionalização territorial, seleção meritocrática, uma forma abstrata e geral de regulação [o direito igual], e um modelo também impessoal de participação política [a democracia representativa]. [11]

Assim, a partir de Marx e Weber, a construção do Estado capitalista pode ser descrita através de processos que se integram.

A convicção epistemológica de que a política, tal corno a matemática, tem uma verdade e que essa verdade pode ser comunicada por processos racionais. Com essa visão morre um ideário político baseado na probabilidade e na opinião. Essa é a tarefa realizada, dos finais do século 16 aos inícios do século 18, pelo racionalismo. Donde herdamos a ciência política, o individualismo e o contratualismo.

A instauração de um monismo político, que concentra todo o poder no Estado, expropriando as competências políticas dos pólos periféricos. A origem do processo está relacionada com o fomento da moderna guerra de colonização, com a expansão dos interesses financeiros internacionais e com a necessidade do controle social de vastos espaços geográficos. Essa concentração do poder levou ao estatismo e à identificação do direito com o legalismo.

A reorganização do espaço e a construção de territórios políticos centralizados, homogeneizados e racionalizados. Surgiram então a engenharia territorial, as reformas administrativas, as fronteiras artificiais, como por exemplo na África, e a geopolítica.

Hoje, este modelo entrou em caducidade, mas a compreensão de novos paradigmas de organização política a partir dos excluídos nos obriga a uma releitura de Marx e, entendidos os limites expostos, também da análise crítica weberiana.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BOURDIEU, Pierre, Economia das trocas simbólicas, São Paulo, Perspectiva, 1982.
DUSSEL, Enrique, Ética da libertação, na idade da globalização e da exclusão, Petrópolis, Vozes, 2000.
FILORAMO, Giovanni e PRANDI, Carlo, As ciências das religiões, São Paulo, Paulus, 1999.
FREUND, Julien, Sociologia de Max Weber, Rio de Janeiro, Forense, s/d.
WEBER, Max, A ética protestante e o espírito do capitalismo, São Paulo, Pioneira,  2000.

[1] Giovanni Filoramo e Carlo Prandi, As ciências das religiões, São Paulo, Paulus, 1999, p.105.
[2] Op. cit., p. 105.
[3] Enrique Dussel, Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão, Petrópolis, Vozes, 2000, p. 514.
[4] Op. cit., p. 136.
[5] Op. cit., p. 549.
[6] Op. cit., p. 549.
[7] Op. cit., p. 549-550.
[8] Max Weber, A Ética Protestante e o espírito do capitalismo, São Paulo, Pioneira, 2000, p. 131.
[9] A ética protestante e modernidade em Max Weber, Alonso Bezerra de Carvalho, tese de doutorado, Unesp, Assis.
[10] Enrique Dussel, op. cit., p. 550.
[11] Antônio Nespanha, professor da Faculdade de Direito de Macau. Publicou, entre outros trabalhos: A história do Direito na história social (Lisboa, 1977); Poder e instituições na Europa do Antigo Regime (Lisboa, 1984); As vésperas do Leviathan. Instituições e poder político. Portugal - séc. XVII (Lisboa, 1987); Lei, justiça, litigiosidade. História e prospectiva (Lisboa, 1993); Panorama da história da cultura jurídica européia (Lisboa, 1997).

vendredi 26 novembre 2010

In memoriam

A moda antiga, muito antiga, para minha mãe

Estes meus olhos nunca perderam, 
Maria, grande coisa, mesmo porque é ilusão. 
E, direi, minha formosa senhora, 
destes meus olhos a coisa que anseio:  
choram e cegam como alguém que vê.

Mas os meus olhos, por alguém ver, 
choram e cegam, quando alguém não vem, 
e ora cegam por alguém que vê. 
E como a outra, a mãe não depende de um homem 
o pai deixou de ser pai.

Cuidado tem de nunca perder, 
meus olhos e meu coração, e estas coisas, 
Maria, são coisas minhas.  
E seu nome a outra envia, aquela que gerou o pai. 
A mocinha de Belém, théotokos.

E como a outra, o pai não é pai, nem o filho é filho do pai. 
Gabriel anuncia a geração pelo vento santo. 
Acabou o sangue, 
o inter feces et urinas nascimur acabou também. 
A vulva, a madre aberta, tão consistente foi rompida.

Vai nascer uma época, desejos virginais feminescentes.  
E nunca eu a poderei ver bem, 
pois este amor já não quer nem sequer Deus. 
Mas os cativos destes olhos meus, morrerão e cegarão, 
quando alguém não vem, e ora cegam por alguém que vê.




jeudi 25 novembre 2010

Eu e você no mercado de escravos

O livro de Oséias (750-725 antes da Era Comum), no primeiro testamento, apresenta as relações do Eterno e Israel como um casamento. Essa imagem será utilizada por Isaías, Jeremias, Ezequiel e pela comunidade cristã, na relação entre Cristo e sua igreja. Podemos dizer que o tema do livro é o imutável amor do Eterno. Oséias foi cidadão de Israel.

Fala da infidelidade do povo que deposita confiança e esperança nos falsos deuses de outras nações. Oséias experimentou em sua vida familiar o que o Eterno estava vivendo com o povo e oferece perdão e amor à sua mulher, apesar do pecado e infidelidade dela.

Oséias e Israel

Oséias significa salvo ou salvação. Filho de Beeri, foi profeta nos dias de Jeroboão II, rei de Israel. Foi contemporâneo do profeta Amós. Seu ministério estendeu-se por volta do ano 750 a 725 antes da Era Coum, em Israel, reino do Norte.

Oséias vivia em Samaria. Suas experiências familiares foram usadas pelo Eterno para servir de exemplo a Israel, e como parábola do que Deus sentia pelo seu povo.

Ele se casou com uma sacerdotisa de Baal. Através da vida de Oséias e Gômer, o Eterno ilustrou a infidelidade espiritual de Israel (Os 1.2). No casamento tiveram três filhos: Jizreel (nome do vale onde Jeú matou o rei de Israel), lo-ruama (sem amor) e lo-ami (não é meu povo (Os 1.4,6,9). Esses filhos, conforme seus nomes dizem, sentiriam vergonha por causa da vida decaída da mãe (Os 2.1-5). 

Isto representava a situação do povo: haviam traído o Eterno, prostituindo-se com o culto aos ídolos, cometendo injustiças sociais, explorando os estrangeiros, órfãos e viúvas. Israel era esposa do Eterno, deveria ter uma vida digna e socialmente responsável. 

Oséias falou da queda do Reino do Norte diante da Assíria, como Jeremias falou da queda do Reino do Sul diante da Babilônia.

O ministério de Oséias realizou-se depois do ministério de Amós que, embora fosse de Judá, profetizou à queda Israel. Oséias foi a última voz profética antes da derrota, quando a Assíria leva as dez tribos para o cativeiro no ano 722 antes da Era Comum.

Oséias como Amós são os únicos profetas do Antigo Testamento, cujos livros foram dedicados inteiramente ao Reino do Norte, anunciando sua destruição.

Quando Oséias iniciou o seu ministério, durante os últimos anos de Jeroboão II, Israel tinha prosperidade econômica e de paz política. Passados quinze anos da morte do rei, quatro de seus sucessores foram assassinados. Decorridos mais quinze anos, Samaria foi incendiada, e os israelitas foram deportados para a Assíria e dispersos entre as nações.
 
Roteiro para um sermão
Eu e você no mercado de escravos
 
Textos:
Oséias 1.2-3

Quando o SENHOR Deus falou pela primeira vez por meio de Oséias ao povo de Israel, ele disse a Oséias: - Vá e case com uma prostituta de um templo pagão; os filhos que nascerem serão filhos de uma prostituta. Pois o povo de Israel agiu como uma prostituta: eles foram infiéis e me abandonaram. Então Oséias foi e casou com Gômer, filha de Diblaim.

O texto ilustra de forma romântica a vida do profeta, que escolhe uma jovem que é sacerdotisa de Baal, deus pagão da fertilidade. Numa rápida e limitada contextualização, diria que é como se um pastor de igreja evangélica, apaixonado, se casasse com uma jovem que exerce funções sacerdotais numa religião não-cristã. Tinha tudo para dar errado
 
Oséias 2.2-13

O SENHOR Deus disse ao povo: - Acusem a sua mãe, façam denúncia contra ela, pois ela não é mais a minha esposa, e eu não sou mais o seu marido. Peçam que ela pare de cometer adultério e que mande embora os seus amantes. Se ela não fizer isso, eu tirarei toda a sua roupa e a deixarei nua como no dia em que nasceu. Eu farei com que ela fique como um deserto, como uma terra seca, e ela morrerá de sede. E não terei pena dos seus filhos, pois são filhos de uma prostituta. Ela se entregou à prostituição e mostrou que havia perdido toda a vergonha quando disse: "Vou buscar os meus amantes, pois eles me darão comida e bebida, roupas de lã e de linho, azeite e vinho." - Portanto, vou pôr ao redor dela uma cerca de espinhos e vou construir um muro na estrada, para que ela não encontre o caminho. Ela correrá atrás dos seus amantes, mas não os alcançará; irá procurá-los, mas não os encontrará. Então dirá: "Vou voltar para o meu marido, pois, quando vivia com ele, eu era mais feliz do que agora." Ela não compreendeu que fui eu que lhe dei o trigo, o vinho e o azeite; fui eu que lhe dei muitos presentes de prata e de ouro, que ela ofereceu ao deus Baal.

Ela não é monogâmica, está dentro da tradição do sacerdócio de culto à fertilidade. As tribos e nações pagãs – assim como as tribos e nações hebréias – tinham como preocupação suas taxas de natalidade. Ter filhos homens era sinônimo de prosperidade, por isso a comparação com as colheitas. Os rituais para a fertilidade nos cultos a Baal eram a tradução mística de uma necessidade: não desaparecer. O culto à fertilidade era uma forma de cultuar a vida. E, logicamente, a sexualidade estava diretamente ligada à fertilidade humana. O sexo era, então, visto como ato sagrado, e parte da ação das vestais, sacerdotisas, era o ato sexual com o adorador de Baal, pois como é em cima, é embaixo, ou seja, como é com Baal, é com os homens. Assim, a fertilidade era uma das razões do culto a Baal. Apesar de um jugo tão desigual, Oséias continuou a amá-la e sustentá-la. Os presentes que Gômer recebia de Oséias ela os creditava aos adoradores, e os dedicava ao deus Baal.

Oséias 3.1-5

O SENHOR Deus falou de novo comigo e disse: - Vá e ame uma adúltera, uma mulher que tem um amante. Ame-a assim como eu amo o povo de Israel, embora eles adorem outros deuses e lhes ofereçam bolos de passas. Fui e comprei a mulher por quinze barras de prata e cento e cinqüenta quilos de cevada. Eu disse: - Por muito tempo, você vai esperar por mim. Durante esse tempo não se torne prostituta, nem se entregue a um amante. E eu também esperarei por você. Será assim que os israelitas passarão muito tempo sem rei ou qualquer outro chefe, sem sacrifícios ou colunas do deus Baal, sem ídolos ou deuses do lar. Mas virá o tempo em que o povo de Israel voltará a adorar o SENHOR, o Deus deles, e eles serão governados por um descendente do rei Davi. Naquele tempo, eles adorarão o SENHOR com temor e receberão dele muitas bênçãos.

No correr de sua vida de sacerdotisa cultual, Gômer derreteu-se de paixão por um homem que não a amava, que não se importava com ela, que passou a explorar seus dons de sacerdotisa e que, depois, quando Gômer perdera os atributos essenciais ao seu trabalho, jovialidade e beleza, ele resolve vende-la como escrava.

Nos dias em que esta história aconteceu, vivia-se uma situação de escravidão em Israel, como aquela que o Brasil viveu durante 370 anos. Quando uma mulher era levada para o mercado de escravos, ficava nua de pé diante dos mercadores, compradores e da multidão curiosa. Foi para um mercado de escravos que Gômer foi levada.

Vocês podem imaginar a confusão, a vergonha e os comentários na multidão quando viram Oséias? "Ele veio se vingar, ver ela receber o castigo que merece".

Então começa o leilão. Alguém oferece dez barras de prata, outro oferece doze. E Oséias diz: "dou quinze barras de prata". Outro diz: "dou quinze peças de prata e cem quilos de cevada". Oséias diz: "dou quinze peças de prata e cento e cinqüenta quilos de cevada". Soa o martelo e Oséias ganha a mulher de volta.

E a multidão comentava:

Por que não deixou que ela fosse vendida como escrava? Por que pagou tanto dinheiro por uma prostituta de Baal?
 
Oséias não comprou sua mulher para castigá-la, mas para salvá-la da escravidão. A história de Oséias ilustra uma outra história: o Eterno nos ama e nos comprou para nos livrar da escravidão. E  na sua primeira carta o apóstolo Pedro (1.18-19) disse:

Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo.
 
E na primeira carta aos coríntios (6.20) o apóstolo Paulo diz aos membros da igreja que estavam envolvidos com problemas de adultério e incesto: ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a glória dele.

A primeira lição de Oséias é:

Se você fosse servir ao Eterno, de hoje até o dia de sua morte, Ele não o amaria mais do que o ama agora. Porque o Eterno não o ama por causa do que você faz, Ele ama você apesar do que você faz.

A segunda lição de Oséias é
Homens e mulheres que não conhecem ao Eterno, pessoas de corações partidos, lares desfeitos e vidas destruídas, pessoas que sofrem a escravidão do mundo e clamam, como Castro Alves em Vozes d'África:

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...

A resposta de Oséias é: "O Eterno está ao seu lado" .

Este é o Eterno que foi à cruz do Calvário, e que através do túnel de um túmulo vazio saiu em busca de homens e mulheres que tiveram suas almas leiloadas no mercado de escravos deste mundo tenebroso.

Quando as pessoas gritam: "onde está o Eterno?" A resposta é sempre a mesma. o Eterno está aqui. Ele comprou você pagando com a vida e o sangue. As correntes foram quebradas. Você está livre. Venha, saia do mercado de escravos. Cristo, o Filho, quer abraça-lo. Venha, venha com fé. Não existe maior amor do que este: dar a vida pelo pecador.

Pontos relevantes do livro
1. Oséias

* Marido -  traído: Os 2:5.
* Profeta - perseguido: Os 9:7,8.
* Libertador - desprezado: Os 6:1,2,3,4.
2. A vida e a parábola

* O casamento e o amor do Eterno: Os 6:1,2,3,4.
* A mulher e a relação com o Eterno: Os 2:16,19,20.
* Os filhos e a ira do Eterno: Os 1:4,6,8,9; 3:4.

3. Visão do profeta

* O exílio de Israel: Os 9:3;11:5.
* O castigo de Israel: Os 2:6; 13:7-9.
* A restauração de Israel: Os 1:10,11; 14:4-6.

mercredi 24 novembre 2010

Humana para lá de humana

O humano é responsável pelo ontem, pelo hoje e pelo amanhã. É na construção escolhida ou imposta, mas aceita, e na sequência dela, que cada um, que cada uma faz a comunidade humana. As realidades imanentes e transcendentes são vaidades e correr atrás do vento quando é descartado o papel humano de cada dia. Por isso, a teologia exorta à crítica do espírito de religiosidade e chama à liberdade do livre espírito: pensar a imposição para construir além dela.

Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras”. (Machado de Assis, A Cartomante).

Palavras. Os cristãos acreditam que o universo foi feito pela palavra, o logos joanino. Acreditam que a palavra tem poder, daí que seja o seu sim, sim, e o seu não, não. Mas Machado de Assis nos diz que se faz também por outras palavras. Dessa maneira, o criar e o fazer não são iguais porque as palavras são diferentes.

Ah! Mas são sempre os mesmos temas: o amor e o desamor, a distância e a saudade, o tino e o desatino, por exemplo. Talvez, mas a diferença é que se faz por outras palavras. E tudo muda...

Grato, não piegueiro. A dizer obrigado porque as contingências não fumegaram o pavio. Lá atrás, o garoto anda pela calçada sem saber que a vida vai além do meio fio, que há lados. E ao atravessar a Rua do Catete as ladeiras sobem em direção à graciosa Teresa. Mas sabe que de carrinho de rolimã se desce mais rápido, da Glória em direção ao edifício Lartigau, cheio de geometrias art-déco, ali, quase na taverna, embora os pneus fiquem à altura da cara.

E lá na frente o mar. O veleiro. A liberdade, aprendida com Walter, é negociar com os elementos. Ventos e marés. Diante das mareações, a marinharia aqui faz, junto do tio, o menino livre.

Apresento a teologia humana. E o faço a partir de Machado de Assis, porque fazer teologia é degustar prazeres. Não se faz às correrias, com sofreguidão. É ato delicado, caminhar por palavras, dançando com elas pelo universo em construção.

É interessante que Paulo, o apóstolo, diz que somos poiema do Eterno. Poiema, do verbo grego poieo, que deu em português poema e poesia, significa aquilo que é fabricado, produto, projeto de um artesão. Assim, na teologia, logos e poieo andam juntos.
  
Por isso, na teologia, a paixão aproxima, porque é sempre logos e poieo nos diferentes momentos. Que você possa curtir prazerosamente no humano as palavras, as outras palavras, que nos trazem diferentes construções e universos.

Agradecido porque fazer teologia virou sina. O menino lá de trás atravessou o tempo, os jeans, camisetas, cabelos arrepiados, e caiu aqui, do outro lado da vida, na Paulista, Saraiva adentro. Tempo de logos e poieo, o garoto de antes vê a plenitude, mas o homem de hoje entende que o “si” não é o importante, talvez sim as notas do Luiz Murá, os sorrisos e os parabéns que a transcendência montou.

Voltando a Machado: ele fala de palavras mal compostas, palavras decoradas, palavras sussurradas, palavras que se bebem, palavras que reboam, palavras secas, palavras afirmativas, palavras vulgares...

Como daí chegaram ao amor, não o soube ele nunca. A verdade é que gostava de passar as horas ao lado dela; era a sua enfermeira moral, quase uma irmã, mas principalmente era mulher e bonita. Odor di femina: eis o que ele aspirava nela, e em volta dela, para incorporá-lo em si próprio. Liam os mesmos livros, iam juntos a teatros e passeios. Camilo ensinou-lhe as damas e o xadrez e jogavam às noites; — ela mal, — ele, para lhe ser agradável, pouco menos mal. Até aí as cousas. Agora a ação da pessoa, os olhos teimosos de Rita, que procuravam muita vez os dele, que os consultavam antes de o fazer ao marido, as mãos frias, as atitudes insólitas. Um dia, fazendo ele anos, recebeu de Vilela uma rica bengala de presente, e de Rita apenas um cartão com um vulgar comprimento a lápis, e foi então que ele pôde ler no próprio coração; não conseguia arrancar os olhos do bilhetinho. Palavras vulgares; mas há vulgaridades sublimes, ou, pelo menos, deleitosas. A velha caleça de praça, em que pela primeira vez passeaste com a mulher amada, fechadinhos ambos, vale o carro de Apolo. Assim é o homem, assim são as cousas que o cercam”.

A aparente simplicidade de A Cartomante, publicado originalmente na Gazeta de Notícias, no Rio de Janeiro, em 1884, é típica de Machado. Talvez essa seja a grande lição do mestre: traduzir o humano com aparente simplicidade. É, digo aparente simplicidade, porque o simples dá trabalho e, ao contrário do que se pensa, nunca é primeiro, mas processo. E esse é o recado. Fazer teologia é descobrir o prazer da palavra curta, na construção muitas vezes trabalhosa que produz aquilo que é poieo. Ou seja, fazer teologia é desconstruir, e na imaginação construir de novo, percorrendo se for possível o caminho de todos, de cada humano. E é assim que, sem estardalhaço, a produção teológica ocupa lugar nos corações, cheia de imagens e significados.

Obrigado pelo agradável, bom e doce que expressa em letras a liberdade do marujo.

O sondar daquele menino lá atrás ajuda. O olhar deslumbrado porque a vida é a praça, os jardins do Flamengo, os repuxos brancos no entardecer, as pessoas que compõem o cenário como se tivessem sido colocadas lá pelo arquiteto. E o mar... Assim é! A humanidade coroa a Glória. Aceito o prescrito e reconheço.

Coram Deo, existimos na presença de Deus.

[Extrato do livro “Teologia humana, pra lá de humana”, de Jorge Pinheiro. Neste Natal dê um exemplar de presente a quem você ama. E pode comprar sem sair de casa, pela Saraiva on-line www.livrariasaraiva.com.br]

lundi 22 novembre 2010

Culpa e ofensa nos relacionamentos familiares

Mas o que é culpa e ofensa?
Quando é que nos tornamos culpados e ofendemos?

Tem culpa ou é culpado aquele que tem uma conduta negligente que causa dano. É culpado aquele que falta voluntariamente a uma obrigação. Por isso, culpa é sinônimo de delito e crime. E biblicamente culpa é sinônimo de transgressão da vontade de Deus. É pecado. E ofensa é injúria, afronta, desconsideração. É também postergar responsabilidade, violar mandamentos. E, por extensão, também é transgressão e pecado.

Assim, somos culpados quando mascaramos a verdade, quando manipulamos pessoas e fugimos às nossas responsabilidades.
 
1. Traição e culpa
O exemplo de Judas, o Iscariotes.

Mateus 27.3-5.
Quando Judas, o traidor, viu que Jesus havia sido condenado, sentiu remorso e foi devolver as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos líderes judeus, dizendo: - Eu pequei, entregando à morte um homem inocente. Eles responderam: - O que é que nós temos com isso? O problema é seu. Então Judas jogou o dinheiro para dentro do Templo e saiu. Depois foi e se enforcou.

Traição é o crime de quem, perfidamente, entrega, denuncia ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo. É perfídia, deslealdade e infidelidade. Judas traiu sangue inocente. Pecou e foi se enforcar. Segundo Atos 1.18, cheio de remorso ele se enforcou, a corda rompeu-se e Judas caiu no abismo, tendo as entranhas derramadas no solo.

Culpa sem arrependimento, é remorso. Leva à morte.

2. Traição e arrependimento
O exemplo de Pedro, o pescador.

João 21.15-17.
Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro: - Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam? - Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! - respondeu ele. Então Jesus lhe disse: - Tome conta das minhas ovelhas! E perguntou pela segunda vez: - Simão, filho de João, você me ama? Pedro respondeu: - Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus lhe disse outra vez: - Tome conta das minhas ovelhas! E perguntou pela terceira vez: - Simão, filho de João, você me ama? Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: "Você me ama?" E respondeu: - O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus ordenou: - Tome conta das minhas ovelhas.

Fileo, amigo, agapao, me ama. Neste diálogo vemos o arrependimento de Pedro e o perdão de Jesus. Arrependimento é contrição, profunda insatisfação pela nossa conduta moral. Por isso, o arrependimento leva à aceitação do castigo e à disposição de não repetir o erro. 
E o perdão de Jesus é um perdão para a ação: cuida das minhas ovelhas!

3. Arrependimento e perdão 
O conselho do apóstolo João

I João 1.8-9.
Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade.

Quando há arrependimento e confissão, Deus é fiel e justo para perdoar todos os nossos pecados.


dimanche 21 novembre 2010

Papo de pastor (3)

A Palavra do Rei

Uma velha história (ilustração)

O rei Knut, da Inglaterra, em 1032 deu uma lição aos seus súditos. Eles diziam:
-- Tu és grande. Ninguém ousaria desobedecer-te. Tua reino será para sempre, ó rei!
Um dia o rei ordenou:
-- Tragam para cá o trono. Agora sigam-me até a praia. Ali, mandou colocar o trono quando a maré estava baixa. Sentou-se. Em pouco tempo a maré começou a subir molhando os pés do rei e de toda a corte. O rei levantou as mãos e exclamou com autoridade:
-- Esta terra onde estou é minha e todos obedecem à minha voz. Ordeno-te, pois, ó água, que voltes para o mar e que não molhes os pés do rei.. Mal acabou de pronunciar estas palavras, uma onda quebrou, molhando o rei por inteiro, o corpo de todos, e arrastando alguns para dentro da água.
Então o rei proferiu a sentença:
-- Saibam que os reis não têm autoridade, a não ser aquela que Deus lhe dá. O poder dos reis é coisa vã. Ninguém é digno do nome de rei, a não ser aquele que criou a terra e o mar, e cuja palavra é a lei nos céus e na terra.

Atualmente, na cidade de Southampton, perto do mar, uma placa diz:
“Neste local, em 1032, o rei Knut repreendeu a sua Corte”.

"A palavra do rei tem autoridade suprema". Eclesiastes 8.4

1. Quem é o rei?
Rex, régis, no latim, é rei, soberano, monarca. É um chefe de Estado investido de realeza; um príncipe soberano de um reino e, por extensão, é aquele que detém o poder absoluto ou grande parcela de poder. Mas podemos dizer também que é aquele que se destaca entre os que pertencem ao mesmo grupo, profissão, classe etc. Nesse sentido, figurado, é o maior produtor, o maior criador, um grande comerciante. Jesus foi chamado, ironicamente, pelos romanos de rei dos judeus. E no Brasil é a figura de um homem obeso, bonachão, folião que comanda os festejos carnavalescos nas grandes cidades.
Mas só Deus é soberano (no hebraico méleque) sem limites. Ele é o criador e seu domínio sobre suas criaturas é uma questão de direito natural. Tem poder infinito, com o qual executa sua vontade real.

2. Como é a palavra do rei
Parabola, ae, do latim vulgar, e foi tomada de empréstimo do grego parabolê no sentido de “comparação”. É a unidade da língua escrita, unidade mínima com som e significado que pode, sozinha, constituir um enunciado. Numa derivação de sentido, podemos dizer que é um conjunto coerente de idéias fundamentais a serem transmitidas.
Mas só a Palavra (no hebraico dabar) é criadora: a partir dela surgiram todas as coisas. É preservadora, a partir dela todas as coisas permanecem. É destruidora, ela abalará céus e terra.

3. A palavra do rei é a autoridade suprema (toquepe).
Auctorìtas, átis, do latim, é cumprimento, execução, atestação. É o direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. É a superioridade derivada de um status que faz com que alguém ou algo, uma instituição ou uma lei, tenha esse direito ou poder.
A palavra do rei é a autoridade (no hebraico toquepe) que exige obediência imediata e plena. Seu serviço não pode ser evitado. E a desobediência exige arrependimento.

Lealdade é o que Deus exige de nós.

Lembre-se da história do rei Knut. O poder humano é coisa vã. Ninguém é digno do nome de rei, a não ser aquele que criou a terra e o mar, e cuja palavra é lei nos céus e na terra. Por isso, somos exortados à fidelidade, pois a lealdade diante da palavra do rei possibilita:
Perdão – somos declarados justos, temos nossa dívida zerada.
Uma vida nova -- oferece às pessoas a boa notícia da salvação.
Poder -- santifica a vida.

Fique quieto um pouquinho e ore. Agradeça a Deus por seu amor. Diga a Ele: -- Você é meu Rei. Coloque-se debaixo da soberania Dele e siga em frente. A vida é um desafio que vale a pena.






vendredi 19 novembre 2010

O que eles estão falando da igreja


Caros amigos e amigas, hoje sexta-feira, dia 03/12, às 20 horas, estaremos lançando na Universidade Presbiteriana Mackenzie, no auditório João Calvino, o livro O que eles estão falando da igreja. Os autores são Alessandro Rocha, Jorge Pinheiro, Paulo Brabo, Ricardo Gondim, Ricardo Quadros Gouvêa e Willian de Melo. Apareçam e participem do debate. Vai ser uma noite muito especial.  



Papo de pastor (2)


Limites flexíveis

Às vezes a idéia de limites no relacionamento não ajuda muito, assim como não ajuda a construção de barreiras em torno dos corações. Então, onde estaria uma resposta possível e saudável? Muito possivelmente no meio termo entre as duas coisas. Precisamos a aprender a criar limites flexíveis, que funcionem como um campo de força invisível, mas que não rechace o amor. Esses limites podem ser ativados e proporcionar proteção em ocasiões necessárias, e ser desativados quando não forem necessários.

E como funcionam esses limites? Vamos imaginar que você tem um relacionamento com uma pessoa que tem um gênio difícil, mas que no momento ela não esteja irritada. Você precisa desativar o campo de força e relacionar-se afetuosamente com ela. Mas quando, por que alguém pisou ou não no calo dela, e ela começou a rodar a baiana, você deve ativar o campo de força da sabedoria, da paz e não aceitar provocações.

Nesses casos, você deve dizer mesmo: “Ela está prestes a me magoar, mas não vou deixar que isso aconteça. Ela pode xingar, dizer absurdos, mas lá do outro lado da cerca. Aqui no meu coração quem mora é Jesus. Ele me ama e não vai deixar ninguém me ferir”.

Você precisa se afastar um pouco, orar, até que os ânimos acalmem. Depois, com calma e amor, explique que, por mais que você a ame, não pode permitir que ela faça de você um saco de pancadas, porque isso não é o que Deus deseja para o relacionamento de duas pessoas. E quando ela se acalmar, desative o campo de força, e abra seu coração para a pessoa de novo. Saber o momento certo de ativar e desativar o campo de força é algo que exige tempo e discernimento.

Analise um relacionamento seu que você sabe que está contaminado por vírus. Pense quando você precisa ativar e deve desativar o campo de força.
 
Como você sabe que esse é o melhor momento para ativar o campo de força para impedir que essa pessoa continue a magoar você?
 
Que atitudes e ações demonstram que você não vai deixar que outra pessoa possa contaminá-lo com o vírus interpessoal?

jeudi 18 novembre 2010

Le chemin du bonheur


Heureux ceux qui ont une âme de pauvre, car le Royaume des Cieux est à eux. Heureux les affligés, car ils seront consolés. Heureux les doux, car ils posséderont la terre. Heureux les affamés et assoiffés de la justice, car ils seront rassasiés. Heureux les miséricordieux, car ils obtiendront miséricorde. Heureux les cœurs purs, car ils verront Dieu. Heureux les artisans de paix, car ils seront appelés fils de Dieu. Heureux les persécutés pour la justice, car le Royaume des Cieux est à eux. Heureux êtes-vous quand on vous insultera, qu'on vous persécutera, et qu'on dira faussement contre vous toute sorte d'infamie à cause de moi. Soyez dans la joie et l'allégresse, car votre récompense sera grande dans les cieux : c'est bien ainsi qu'on a persécuté les prophètes, vos devanciers. Matthieu 5:3-12.
 
Introduction

Le sujet qui enrage voir est présent dans le “Sermon de la Montagne”. Tel sermon Jésus a été prononcé après avoir appelé leurs disciples pour être “pêcheurs d'hommes” ; ce que le rend encore davantage attrayant, donc à l’inverse d’enseigner d’eux “pêcher” matériellement, Jésus s’est proposé les enseigner à vivre conformément au Royaume de Dieu.

Ainsi que Moisés ce a été au Sinaï avec le peuple d’Israël pour donner Loi de Dieu, Jésus a été au Montagne enseigner aux personnes l’Éthique du Royaume, leurs fondements. L’intention de Jésus était ce dont ce qui le suivaient démontraient les valeurs du Royaume dans leur caractère et ils ainsi essayaient la joie liée à cela, montraient la différence de la qualité de Son Royaume et proclamaient avec leurs exemples arrivée du Royaume.

Le premier sujet qui saute aux yeux quand nous lisons le Sermon de la Montagne est des bonheurs. Jésus initie leur sermon par le sujet lequel sait être le tronc pour la vie humaine : le bonheur. Après tout, depuis que s’est éloigné de Dieu, à l’être contaminé par le péché, tout être humain inhale le bonheur. Il cherche quelque chose qui le satisfasse, que le complète, qu’il apporte réalisation complète. C’est intéressant de remarquer que le péché est apparu exactement parce que l’être humain, trompé par Satan a essayé de chercher “aucun plus” ; dont avait avec Dieu. A en vérité cherché être mange Dieu. Sa recherche par quelque chose plus a été infructueuse, donc c’est impossible non seulement d’être égal à Dieu, mais être plus heureux loin de Dieu. Aujourd’hui sa recherche est infructueuse pour le même raison. Donc, dans le monde, le bonheur est considéré utopique ou temporaire. Néanmoins, la Bible est pleine de citations concernant le bonheur, comment d’atteindre d’elle, comment la maintenir, comment la partager. Jésus nous a présentés à elle dans la croix. Mais avant cela Lui dans les a parlés sur elle.
 
1. Le vrai bonheur ne dépend pas de quelque chose matériel
Textes : Psaumes 4:6, 7 ; Jean 16:20 ; Galates 5:22 ; Romains 14:17.
 
À introduction le sujet de l’éthique du Royaume, Jésus a indiqué pour la réalité de la recherche que l’être humain fait du bonheur. Donc a commencé par les bonheurs. Pour démontrer que le bonheur n’est pas quelque chose qui puisse l’être cherché dans les choses matérielles dans elles a parlé sur les attitudes qui produisent du bonheur. Celui-ci est un texte de la Bible qui doit être lue et être relue le courir de nos vies. Aujourd’hui nous verrons que cet enseignement ne consiste pas seulement du Sermon de la Montagne, mais le nous trouvons dans autres passages de la Bible.

L’enseignement que ce monde et sa culture influencée par le péché dans les donnent est de que c’est nécessaire d’avoir quelques choses pour que se sentent heureux. Tel enseignement aujourd’hui est maximisé dans la société de consommation dans laquelle nous vivons. Nous voulons avoir toujours plus et y a toujours quelque chose nouveau que nous avons besoin d’acquérir. Nous vivons de forme consommable en croyant que par l’obtention de quelque chose nous serons plus près du bonheur. Il a, de même, chaînes évangéliques qui enseignent que les bénédictions de Dieu sont démontrées dans les biens que nous acquérons. Ceci n’est aussi pas nouveau. À l’époque de David quelques-uns priaient ainsi : “Plusieurs disent: Qui nous fera voir le bonheur? Fais lever sur nous la lumière de ta face, ô Éternel! Tu mets dans mon coeur plus de joie qu`ils n`en ont Quand abondent leur froment et leur moût.” (Psaumes 4:6, 7). Dans le texte original David parle non seulement dans nourriture mais aussi dans boisson et donne une idée de fête à cause d’une récolte abondante.

Le monde dans eux donne une idée fausse de bonheur et rejette le vrai bonheur que seulement Jésus peut donner. Quand nous exprimons notre bonheur entre les épreuves et les privations qui se produisent dans nos vies, nous sommes considérés des fous. Le monde préfère le faux bonheur proportionné par le péché.

Nous vivons dans une société qui dans ne les comprend pas et laquelle juge le bonheur de ont été différents de nôtre. Jésus dans les a avertis sur ceci à dire : ”En vérité, en vérité, je vous le dis, vous pleurerez et vous vous lamenterez, et le monde se réjouira: vous serez dans la tristesse, mais votre tristesse se changera en joie.” (Jean 16:20).

Jésus maintenant fait de la référence à la tristesse des disciples, qui déplorent la perspective de Leur départ. Sera enlevée Sa présence physique, néanmoins Sa présence chant religieux serait réalisée dans les oeuvres de l'Esprit, commençant avec Pentecôte et en continuant pendant toute la vie de l'Église. Les disciples pensent que la référence l'"un peu" contredit Sa déclaration concernente Son allée pour le Père. Jésus perçoit cette confusion de pensée, sans dechercher corrigiz la. Il répond dans des termes positifs qui élucident Leur propre pensée. La tristesse aux onzex se convertira dans joie. Il compare si cette tristesse aux douleurs d'accouchement qui sont temporaires. Après née l'enfant la crainte est oubliée en étant substituée par la joie. La joie des disciples né de sa souffrance chant religieux Jésus tournera après Son décès et personne jamais pourrait les voler cette joie.

Le bonheur n’est pas produit de l’action humaine. C’est en résultant de la performance de l’Esprit qui produit dans nous Son fruit qui contient la vraie joie (Galates 5:22). Cette joie est fondement de la vie dans le Royaume comme dans leur dit l’apôtre Paul : “Car le royaume de Dieu, ce n`est pas le manger et le boire, mais la justice, la paix et la joie, par le Saint Esprit.”. (Romains 14:17).
 
2. Le vrais bonheur dépendent d'une approche à Dieu
Textes : Psaumes 65:4 ; 16:11 ; 65:4 ; Sophonie 3:17 ; Matthieu 6:33.
 
La recherche du bonheur mondain est infructueuse parce que ne touche pas dans la nécessité suprême de l’être humain : le renouvellement de ses relations avec Dieu. Depuis qu’a été expulsé de l’Éden l’être humain se sent vide et cherche à se remplir de quelque chose. Ceci seulement est possible avec le renouvellement de ses relations avec Dieu. Comme c’était impossible à l’homme de le rattacher, Dieu a pris l’initiative et à travers Jésus Cristo s’est approché de nous et a donné nous l’occasion de eux de rapporter avec Lui.

La Bible indique dans beaucoup de textes cette nécessité de l’être humain de se trouver avec Dieu pour être heureuse. David a dit :

Heureux celui que tu choisis et que tu admets en ta présence, Pour qu`il habite dans tes parvis! Nous nous rassasierons du bonheur de ta maison, De la sainteté de ton temple”. (Psaumes 65:4). La présence de Dieu est transformatrice. Cette transformation se donne à travers la manifestation de son amour, de leurs bénédictions. Comme faux dieux inspirent terreur à la laquelle ils les adorent notre Dieu provoque du bonheur dans leurs adorateurs.  Cela que l’être humain a besoin est trouvé en présence de Dieu, dans les relations avec Lui. Donc notre priorité doit être chercher toujours améliorer notre adoration et accomplir ce que Jésus dans les a enseignés : ” Cherchez premièrement le royaume et la justice de Dieu; et toutes ces choses vous seront données par-dessus.” (Matthieu 6:33).

Cherchez premièrement le royaume et la justice de Dieu... Voici une des phrases fondamentales de cette Évangile. Chercher le royaume de Dieu veut dire d'entrer dans lui personnellement et, alors, d'inviter autres. La justice de Dieu est la parfaite justice de Christ que Il impute la tout croyante. Toutes ces choses vous seront ajouté. Ces choses se rapportent principalement aux nécessités de la vie, mentionnées dans les versets 25 et 31, que facilement ils se rendent plus la plus grande préoccupation de l'être humain. Dieu garantit l'entretien matériel de leurs fils et, beaucoup de fois, pourvoir encore davantage. Donc, le Chrétien ne pas vivre dans stress combien à l'avenir.

Tant que beaucoup de plaisirs du monde rendent possible seulement un de faux et temporaires bonheurs la présence de Dieu provoque du bonheur éternel : “Tu me feras connaître le sentier de la vie; Il y a d`abondantes joies devant ta face, Des délices éternelles à ta droite.” (Psaumes 16:11).

3.  Le vrai bonheur consiste à vivre conformément à la volonté de Dieu
Textes Psaumes 1:1 ; 112:1 ; 128:1, 2 ; Proverbes 28:14 ; 29:18
 
Le bonheur de l’être humain est faire la volonté de Dieu, donc pour cela nous sommes créés. « Je vous exhorte donc, frères, par les compassions de Dieu, à offrir vos corps comme un sacrifice vivant, saint, agréable à Dieu, ce qui sera de votre part un culte raisonnable.” (Romains 12:1).

Dieu demande un culte rationnel, ceci est cultivé chant religieux, ou offrande, en contraste avec le sacrifice d'animaux, d'une livraison morale à Dieu, et non cérémonial. Cette consécration implique corps et esprit.

Paul insiste avec les Chrétiens romains pour présenter leurs corps par la raison d'exister une tendance pour sous-estimer le corps et voir notre temple terrestre comme essentiellement mauvais. Le concept que le Chrétien fait du corps, comme sacré et je mange employé de l'âme, est seul entre les religions du monde. Une vie Saint est agréable à Dieu. Ce sacrifice vivant inclut aussi l'esprit qui doit être renouvelé pour être offert. C'est un miracle de transformation, un rajustement les réalités séculières et éternelles. Les idées qui ces termes présentent, de não-conformidade et de transformation, sont impressionnantes. Première a la racine schema, impliquant apparence externe; à autre dérive de morphe, signifiant similitude essentielle et radicale. La conséquence est la reconnaissance de la volonté de Dieu mange joute, appropriée et idéale.

La Bible dans les dit que le bonheur est vif par que ils ne font pas la volonté de ce monde, mais la volonté de Dieu (Psaume 1). Tel bonheur est démontré dans la vie de cette personne. Nous pouvons comprendre si quelqu’un est de costume heureux ou nous ne nous observons pas si la volonté de Dieu est par elle accomplie de forme réjouit. Les fruits de l’accomplissement de la volonté de Dieu sain fruits qui se produisent dans le temps exact en ne causant pas de préjudices, mais le bénéfice attendu. Le livre de Psaumes travaille suffisamment cette thématique. Le Psaume 112 développe encore davantage clairement la prospérité dont place son plaisir dans les commandements de Dieu : il bénit sa descendance ; c’est réussi ; c’est gentil, miséricordieux, honnête et généreux.
 
Considérations finales

La caractéristique dont le plus marquant sert Dieu est que son bonheur jamais n’est pas ébranlé parce que sa foi est forte. Donc nous pouvons dire : Bonheur commence avec foi !

Frères et sœurs ne s’oublie pas : le vrai bonheur ne dépend pas de quelque chose matériel, dépend d’être près de Dieu, de vivre conformément à la volonté de Dieu.

Tu devez vivre ainsi pour être heureux !

mercredi 17 novembre 2010

Papo de pastor

Uma vida sem limites

Quem não estabelece limites para sua convivência com outras pessoas acaba por ficar vulnerável a vírus de relacionamentos. Quando convivemos com alguém de personalidade forte e, por vezes, autoritárias, corremos o risco de sermos manipulados. Outras vezes, nos vemos diante de pessoas necessitadas, pedindo socorro, e não temos forças para dizer não. Quando agimos assim somos o alvo predileto de quem gosta de lançar a culpa de seus problemas sobre os outros. Pode ser um parente esbanjador, que aparece pedindo ajuda e, então, desarmados psicologicamente, entregamos o que não temos.

Quando vivemos uma vida sem limites interpessoais definhamos por dentro, pois temos dificuldades para identificar sentimentos e preferências. Cumprimos um papel de médico de pronto socorro para pessoas contaminadas pelos vírus interpessoais. Caso continuemos a viver assim corremos o risco de anularmos nossa personalidade.

Uma segunda conseqüência de uma vida sem limites interpessoais é tornar-se uma pessoa amarga e rancorosa. Conservamos uma aparente cortesia e preocupação com as pessoas, mas nos sentimos ressentidos por ser usados. Nenhuma dessas opções é saudável.

Que problemas você enfrentou por viver uma vida sem limites interpessoais? Se as conseqüências são dolorosas, por que pessoas continuam a manter relacionamentos sem limites interpessoais?

Barreiras doentias

Depois de sofrer, as pessoas dizem: Cansei de viver sem limites nos meus relacionamentos. Chega! Agora vou fazer exatamente o contrário. Vou fazer tudo para que nunca mais seja usado nem maltratado por ninguém.

E assim começam a erguer barreiras de proteção, tijolo por tijolo. Prometem jamais se deixar magoar de novo. E acreditam que essa barreira de distanciamento irá protegê-las.

Mesmo quando alguém irritado se aproximar e começar a cuspir veneno, não nos importaremos, pois estamos protegidos em nossa redoma de vidro. As palavras e atitudes rudes não nos atingem. Olhares frios e condenatórios já não afetam o nosso coração, pois ele também ficou duro e impermeável aos sentimentos das pessoas.

E aí, quando aquela pessoa bate à porta, dizemos quantas e boas e fechamos a porta na cara dela. Quando atuamos assim, é bem possível que os problemas de relacionamento diminuam, mas, também, nunca mais teremos relacionamentos intensos e significativos. No esforço para evitar a mágoa, eliminamos qualquer possibilidade de relacionamentos enriquecedores.

Você já tentou se aproximar de uma pessoa que construiu uma redoma em torno do coração? Você acha que hoje há uma barreira em seu coração? O que obrigou você a construí-la? Que medidas você poderia tomar para derrubá-la?

mardi 16 novembre 2010

Você pode ser sábio

Para ser sábio é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Se você conhece o Deus santo, então você tem compreensão das coisas. Provérbios 9.10.

 

Míshlê Shelomoh (Paroimiai na Septuaginta e Provérbios em português) é uma coletânea de vários autores, três dois quais são citados pelos seus nomes: Salomão, Agur e Lemuel. O rei Salomão ordenou a coleta do material de sabedoria da época e é seu autor principal (Provérbios 25.1). Segundo a Escola Bíblica de Jerusalém, centro de pesquisa bíblica e arqueológica na Palestina, fundada em 1890 pelo padre Marie-Joseph Lagrange (1855-1938), Míshlê Shelomoh se formou em torno de duas coleções "Provérbio de Salomão" (10.1-22.16), com 375 sentenças, e Provérbios de Salomão transcritos pelos escribas de Ezequias (cps. 25 a 29), com 128 sentenças. Estas duas coleções são precedidas por uma introdução (cps. 1 a 9). Duas outras coleções (22.17-24.22 e 24.23-24) foram agregadas como apêndices da coleção principal, e  outras três pequenas coleções, palavras de Agur (30.1-14), provérbios numéricos (30.15-33), as palavras de Lemuel (31.1-9) e um poema alfabético que louva a mulher sábia (31.10-31) foram acrescidas como apêndices da segunda coleção principal.


O livro fala sobre diversos assuntos, mas três devem ser realçados: Deus e o homem, a sabedoria e a vida; a morte.

1. Como a Revelação se expressava no Tanakh: Lei, sabedoria e profecia.
Jeremias 18.18 > “Pois sempre haverá sacerdotes para nos ensinar (a lei), sábios para nos dar conselhos e profetas para anunciara a mensagem de Deus”.

2. A relação entre Deus, conhecimento e prosperidade.
Oséias 4.6 > “O meu povo não quer saber de mim, por isto está sendo destruído...

3. O lema do livro relaciona sabedoria e temor a Deus.
Provérbios 1.7 > “Para ser sábio é preciso temer ao Deus, o Senhor”.

O que é Hokmah, a sabedoria?

Tem cinco facetas:

1. É musar, instrução ou treinamento.
E essa idéia pode ser traduzida também por correção e disciplina. É para os discípulos.

2. É binah, entendimento ou  discernimento.
Vem de leb, do coração, mas dirige nossos movimentos, nossas ações. É capacidade de escolha.

3. É maskil, bom senso ou sabedoria prática.
Nos leva ao sucesso, procedimentos de justiça, juízo e eqüidade.

4. É ormah, prudência ou discrição.
A capacidade de planejar, traduz a idéia de habilidade, de conhecer seu comércio ou negócio.

5. É leqah, conhecimento ou aprendizagem.
Aqui nos fala de buscar a verdade e ao próprio Deus e que essa revelação é algo assimilado, recebido de Deus.

E como se consegue?

 

1. Através da revelação.
É dom de Deus, que dá a todos que a desejam. Efésios 1. 17 > “E peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai glorioso, que dê a vocês o seu Espírito, o Espírito que os tornará sábios e revelará Deus a vocês, para que assim vocês o conheçam como devem conhecer”.

2.  Exige conversão.
Desviar-se do mal e voltar-se para a luz. Tiago 3.17 > “A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura: e é também pacífica, bondosa e amigável. Ela é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações, não trata os outros pela sua aparência e é livre de fingimento”.

3. Exige devoção.
Provérbios 9.10 diz que o começo da sabedoria é temer a Deus. Ora, temer não significa ter medo de Deus, mas obedecer, respeitar e honrá-lo por tudo o que Ele é, faz e pode fazer. Temer a Deus significa confiar nele e ter a certeza de que Ele ajuda você a tomar decisões e resolver problemas. Sabedoria é um presente de Deus. Ele dá sabedoria pela confiança que você coloca nele. É você busca a sabedoria porque sabe que precisa dela. É uma busca apaixonada. É a caminhada do discípulo.

jeudi 11 novembre 2010

Lembranças


O de camisa quadriculada, à direita, sou eu.
Redator da Folha S. Paulo, nos anos 70.

mercredi 10 novembre 2010

Você pode ser feliz

Feliz é a pessoa que acha a sabedoria e que consegue compreender as coisas.
Provérbios 3.13

Por que? O que você faz traduz o que você pensa. Andando com pessoas infelizes, vivendo como elas, construímos padrões idênticos, que farão de nós pessoas semelhantes, assim como elas.

1. Mude sua maneira de pensar
Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança de suas mentes. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável a ele. Romanos 12.2

Dar valor ao tempo. Ele é matéria-prima para a construção da felicidade. Buscar a felicidade na maior parte do nosso tempo, porque não é fácil, embora possível, ser feliz o tempo todo. Por isso, a felicidade tem que ser aprendida, cultivada e valorizada.
Dar valor às adversidades. Se aprendemos com elas, superamos limitações. Pessoas que estiveram entre a vida e a morte, que passaram por tragédias, que perderam pessoas queridas, mudaram sua maneira de pensar: aprendem agora, procuram amigos agora, viajam agora. Não deixam para depois.

2. Um diário de vitórias
Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. Salmo 90.12

Se você não escrever, você vai esquecer. Por isso, faça uma lista, diária, de tudo de bom que aconteceu com você. A frase bonita que ouviu de sua filha, o encontro com uma pessoa que você ama, a benção que recebeu de Deus.

3. Não se aborreça por pouco
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca. Lucas 6.45

Como você quer ser lembrado por seus filhos e netos? Será que um lençol que não está bem esticado vale toda aquela briga? Perdeu o ônibus? Não adianta arrancar os cabelos, ele já se foi mesmo. Converse com seu alguém no ponto do ônibus, folheie uma revista enquanto espera o próximo.

4. Não adie as tarefas
Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Eclesiastes 9.10

Resolva logo as questões desagradáveis e difíceis. Deixar para amanhã nos deixa tensos e sobrecarrega a mente. Se você está preocupado com algo, resolva logo.

5. Mude a rotina
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Mateus 6.34.

O mal maior de cada dia é não entender que ele é novo. Se você repete todos os dias a mesma coisa, você está deixando criar novos interesses, viver novas atividades. Você dorme tarde todas as noites. Inverta. Acorde cedo e vá tomar café no parque. E você sempre dorme cedo. Inverta. Convide amigos para casa e faça uma vigília familiar, com bom papo, um lanche gostoso, música e oração.

E um recado especial para este momento mundial.
Quem teme o SENHOR terá uma vida longa, feliz e tranqüila. Provérbios 19.23

6. Esqueça a competição
Nem sempre são os corredores mais velozes que ganham corridas, nem sempre são os soldados mais valentes que ganham as batalhas. Eclesiastes 9.11

Seu amigo foi promovido e você não? Seu vizinho está ganhando muito dinheiro, mas trabalha todos os dias da semana, não vê a família e não tem tempo para os amigos. Por que entrar nesta competição?

7. Fique mais leve, livre-se do excesso
Não ajuntem riquezas neste mundo, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Mateus 6.19

Temos a mania de juntar coisas. Acumular, mesmo quando não necessitamos. Roupas que pouco ou nunca foram usadas, aparelhos de jantar que estão guardados há 25 anos, jogos, brinquedos, mobília. Fique mais leve, ajude outras pessoas, muitas podem estar precisando exatamente do teu excesso.

8. Ame seu parceiro pelo que ele é
Maridos, amem as suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e deu a sua vida por ela. Efésios 5.25

Será que você só ama uma parte dela? Será que você amou aquele rapaz de 20 anos atrás e não o teu marido, hoje. Depois de anos de funcionamento todas as coisas precisam de ajustes e manutenção, mas seu parceiro, apesar de ter ficado careca, um pouco mais gordo, é o teu homem. Ame-o pelo aquilo que ele é.

9. Intimidade sim, desrespeito não
Amem uns aos outros com carinho de irmãos em Cristo e em tudo dêem preferência uns aos outros. Romanos 12.10

O parceiro e a família merecem no mínimo a mesma consideração que os amigos. E você merece o mesmo deles.

10. Diga “eu te amo”
A boca fala do que o coração está cheio. O homem bom tira o bem do seu depósito de coisas boas e o homem mau tira o mal do seu depósito de coisas más. Mateus 12. 34- 35

Diga eu te amo para seu parceiro, para sua família, para seus amigos. Felicite-os pelo sucesso e pelas coisas bem feitas. Elogio não é pecado. Dê reconhecimento a quem merece reconhecimento. Transforme seu amor em palavras.

E por fim um recado de felicidade para este momento brasileiro.
Felizes os que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia deles também. Mateus 5.7