A moda antiga, muito antiga, para minha mãe
Estes meus olhos nunca perderam,
Maria, grande coisa, mesmo porque é ilusão.
E, direi, minha formosa senhora,
destes meus olhos a coisa que anseio:
choram e cegam como alguém que vê.
Mas os meus olhos, por alguém ver,
choram e cegam, quando alguém não vem,
e ora cegam por alguém que vê.
E como a outra, a mãe não depende de um homem
o pai deixou de ser pai.
Cuidado tem de nunca perder,
meus olhos e meu coração, e estas coisas,
Maria, são coisas minhas.
E seu nome a outra envia, aquela que gerou o pai.
A mocinha de Belém, théotokos.
E como a outra, o pai não é pai, nem o filho é filho do pai.
Gabriel anuncia a geração pelo vento santo.
Acabou o sangue,
o inter feces et urinas nascimur acabou também.
A vulva, a madre aberta, tão consistente foi rompida.
Vai nascer uma época, desejos virginais feminescentes.
E nunca eu a poderei ver bem,
pois este amor já não quer nem sequer Deus.
Mas os cativos destes olhos meus, morrerão e cegarão,
quando alguém não vem, e ora cegam por alguém que vê.
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