jeudi 4 septembre 2014

Inventário do Antigo Testamento

Uma breve introdução à formação do inventário do AT

A partir de uma apostila do prof. Dr. L. Byron Harbin, PhD
Edição de Jorge Pinheiro

O cânone bíblico designa o inventário, lista de escritos, ou livros considerados pela Igreja cristã, de conjunto, como tendo evidências de inspiração divina. Cânone, em hebraico qenéh e no grego kanóni, tem o significado de "régua" ou "cana [de medir]", no sentido de um catálogo. A formação do cânone bíblico se deu gradualmente. Foi formado num período aproximado de 1500 anos.

Os livros do Antigo Testamento que compõe o cânone foram editados em dois períodos da história de Israel, durante a Monarquia e durante o Exílio babilônico. Segundo a tradição judaica, Esdras, enquanto escriba e sacerdote, presidiu um conselho formado por 120 membros – a grande sinagoga -- que selecionou e preservou os rolos sagrados. Naquela época o inventário das escrituras do antigo testamento teve sua primeira definição. Veja Esdras 7:10,14. Esta compreensão atualmente não é bem aceita pela moderna crítica textual, já que saduceus e samaritanos só aceitavam como canônicos os primeiros cinco livros. Por isso, alguns especialistas consideram que Esdras reuniu apenas o Pentateuco. Mas há praticamente unanimidade de que foi a grande sinagoga que organizou a nova vida religiosa nacional, o que mais tarde deu origem ao supremo concílio judaico, o sinédrio.

Sobre a iluminação e inspiração dos textos do Antigo Testamento, veja João 7:17 e I Coríntios 2:12-13. Portanto, “se reconhece o papel da providência do Eterno à origem, seleção e coleção destes escritos. É por esta razão que os livros do Antigo Testamento existem em número de trinta e nove, conforme o e judaico. Esta tem sido a convicção dos protestantes de modo geral, embora haja dúvidas levantadas a respeito de alguns livros, como, por exemplo, Cantares de Salomão e Eclesiastes. A providência do Eterno operante na vida da igreja, entretanto, tem feito com que todos os trinta e nove fossem aceitos [1].



a)  O texto hebraico, -- a Bíblia Hebraica, ou seja, o Texto Massorético -- não contém os chamados livros apócrifos. É basicamente o mesmo cânone reconhecido pelos rabinos em Jamnia, em 90 d. C.

b)  O mais antigo manuscrito completo da Septuaginta (LXX) é de proveniência cristã no quarto século depois de Cristo e contém textos considerados não-canônicos pelos judeus, são os apócrifos presentes na Bíblia Católica Romana.

c)  As listas cristãs do cânone, que são mais anteriores, seguem o cânone judaico da Palestina, por exemplo, a lista de Melito de Sardo, de cerca de 160 d.C. A LXX teve origem em Alexandria, no Egito, cerca de 275 a 100 anos antes de Cristo. Os cristãos usavam a LXX, embora não haja evidências de que nem os cristãos, nem os judeus da Palestina consideravam seriamente a inclusão no cânone de quaisquer dos livros que hoje chamamos de apócrifos e pseudo-epígrafos, que são outra coleção de livros judaicos relacionados ao Antigo Testamento, e assim denominados porque os seus autores empregaram nomes de homens notáveis do Antigo Testamento como sendo os autores, dependendo do livro em questão, a fim de evitar perseguições, por exemplo, dos selêucidas.

d)  Embora a LXX contenha os apócrifos, não se pode provar que a mesma autoridade fosse atribuída a todos os livros. O fato da sua inclusão, entretanto, parece uma tendência da parte dos judeus de traduzir, preservar e circular os livros incluídos sem valorizar todos do mesmo modo.

e)  A lista da LXX conseguiu aprovação da maioria nos sínodos de 393 d.C e seguintes embora contra o voto de certos líderes como Jerônimo. Agostinho estava a favor, mas seus escritos mostram uma ambigüidade a respeito.

f)   Os reformadores do século dezesseis voltaram ao cânone judaico. Calvino, por exemplo, aponta o fato de não existir tradição unânime a respeito dos apócrifos como livros que devem ser considerados como inspirados.

g)  O Concílio de Trento, em 1546 d.C., aceitou como canônicos treze apócrifos: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus, as adições dos livros de Ester, Baruque (anexo a carta de Jeremias) e acréscimos a Daniel (o cântico dos três mancebos, a história de Susana, Bel e o Dragão, e a Oração de Azarias). A Vulgata, edição publicada em 1592 d.C., autorizada pelo Concílio de Trento em 1546 d. C., incluiu também I e II Esdras e A Oração de Manassés.

O arranjo canônico na Septuaginta

a)  Livros da Lei -- o nome Pentateuco é de origem grega e sabemos do seu uso desde o primeiro século de nossa era. Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

b)  Livros de História -- Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, que cobrem os períodos de Samuel e Reis como I, II, III e IV reinados, I e II Crônicas , I e II Esdras, sendo o primeiro apócrifo e o segundo o canônico, Neemias, Tobias, Judite e Ester (com as adições).

c)  Livros de Poesia e Sabedoria -- Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, ou Sabedoria de Siraque.

d)  Livros Proféticos -- Profetas Menores, em termos de tamanho e não de importância: Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias, Jonas, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Baruque, Lamentações, A Carta de Jeremias, Ezequiel, e Daniel, incluindo Susana, Bel e o Dragão e O Cântico dos Três Varões.

e)  Livros suplementares de História -- I e II Macabeus.

f)   A tradução do Pentateuco foi completada cerca de 250 a.C., a dos Profetas cerca de 200 a.C. e a dos Escritos cerca de 100 a.C.

O arranjo da Bíblia Hebraica -- Cânone Judaico ou TM

a)  A Torá -- A Lei -- Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio .

b)  Os Profetas -- Anteriores: Josué, Juízes, Samuel, I e II considerados em conjunto, Reis, I e II em conjunto. Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel, e o rolo dos Doze -- Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

c)  Os Escritos --  Poesia e Sabedoria: Salmos, Provérbios, Jó. Os Rolos (Megilot) eram usados cada um na ocasião de uma festa específica: Cantares na Páscoa; Rute no Pentecostes; Lamentações no dia 9 do mês Abibe; Eclesiastes na Festa dos Tabernáculos; Ester na Festa de Purim. História: Daniel, Esdras, Neemias, Crônicas, I e II em conjunto.

Observações: são 24 livros, sendo tomados como um só livro os seguintes conjuntos: Samuel, Crônicas, Reis, Os Doze, Esdras e Neemias. Flávio Josefo, por combinar Juízes e Rute, Jeremias e Lamentações, falou em 22 livros.

O Novo Testamento menciona uma divisão tripla do Antigo Testamento: “A Lei, os Profetas e os Salmos” (Lucas 24:44). O livro de Eclesiástico, escrito cerca de 130 antes de Cristo fala de “a lei, os profetas e os outros escritos”. Veja Mateus 23:35 e Lucas 11:51 que refletem o arranjo da Bíblia judaica.

O arranjo da Vulgata, versão latina oficial da Igreja católica romana, foi completada em 450 depois de Cristo, mas aceita plenamente cerca de 650 depois de Cristo. Em geral, segue a LXX, só que I e II Esdras são iguais a Esdras e Neemias, e as partes apócrifas, III e IV Esdras, tanto como a Oração de Manassés, são colocados no fim do Novo Testamento. Os Profetas Maiores são colocados antes dos Profetas Menores. “Desta lista percebe-se que a Bíblia protestante segue a mesma ordem tópica do arranjo da Vulgata, só que omite todas as partes apócrifas. Na ordem, a Bíblia protestante segue a Vulgata, no conteúdo, segue a Hebraica” [2]. Uma avaliação do livros apócrifos indica que eles têm valor histórico e religioso. Confira Judas 14-15 que cita I Enoque 1:9, e Atos 17:28; I Coríntios 15:33 que cita o drama grego Taís de Alexandre.

Atenção: Sobre a questão da presença da cultura grega no pensamento judaico e neotestamentário, agrego um texto: Jorge Pinheiro, Teologia Bíblica e Sistemática, o últimato da práxis protestante, São Paulo, Fonte Editorial, 2012, pp. 365-372.


Notas de rodapé


[1] HARBIN, Lonnie Byron. “O Cânone do Antigo Testamento” texto não publicado, p.1.
[2] ARCHER, Gleason, Merece confiança o Antigo Testamento?, São Paulo, Ed. Vida Nova, 1974, p.70

mardi 2 septembre 2014

Lições de existência

As pessoas são tocadas pelo amor. Nada sensibiliza mais o ser humano, talvez por isso o rolo bíblico de Cantares compare a paixão à força da morte, já que os dois estados se nos apresentem como definitivos. Caso você já tenha estado apaixonado ou apaixonada sabe como é.
Num domingo de janeiro preparei este prefácio de manhã a partir daquilo que chamei Lições de amor. Foi um pensar na gratidão ao Eterno, um jeito de dizer a Ele que o amo. E pensando, me remeti a um filme de 2001, Uma lição de amor, que conta a história de um pai com deficiência mental e uma filha, de sete anos, que começa a ultrapassá-lo intelectualmente. No filme, uma assistente social quer levar a menina para um orfanato, alegando que o pai não tem condições de criar a filha. Foi nesse momento que me deparei com dois dois textos, o de Cantares (8.6), já citado acima, e outro, também belíssimo, de um profeta mal compreendido e meio abandonado, Oséias (2.14-23).

Minha leitura de Deus, um delírio, de Richard Dawkins, não fez o efeito que ele esperava. Na verdade, me levou a uma outra leitura: fiz uma ponte entre as lições de amor do Eterno e a minha paixão por Ele. E foi assim que surgiu esse prefácio, num discurso sobre as minhas provas da existência do Eterno, que divido em três: o “Noturno Opus 9, no. 2” de Chopin, a roda e a raiz quadrada de menos 1. Talvez, você, querido leitor do meu amigo Jorge Luiz Sperandio, esteja achando que estou louco, o que pode não ser mentira, mas se tiver curiosidade e paciência, vai entender o caminho que trilhei. E esse caminho, que vai na contramão do que Dawkins disse, nos ajuda a entender porque Sperandio está preocupado com os temas centrais da fé cristã, criação, pecado e salvação. Enfim, as lições de amor e essas minhas provas da existência do Eterno se correlacionaram, e levam a uma teoria da existência.
A roda é uma das máquinas mais simples já criadas pelo ser humano. E está presente nos processos mais sofisticados da mecânica e engenharia. Veículos com rodas datam da metade do quarto milênio a.C., a aparecem quase simultaneamente na Mesopotâmia, no nordeste de Cáucaso e na Europa Central. Então, a pergunta sobre qual cultura inventou a roda e os veículos à roda permanece não resolvida e sob debate.
Eternidade e amor estão entrelaçados, e vejo isso quando sou obrigado a pensar uma teoria da existência. E, metodologicamente, como teólogo, a primeira coisa que devo me perguntar é se uma coisa existe ou não existe. E isso significa trabalhar com variáveis: uma coisa existe; uma coisa não existe; uma coisa não existe, mas já existiu, deixou de existir e não existe mais, porém poderia existir.

Devo pensar também, e essa questão é um pouco mais complexa, que a existência existe. E ainda que eu diga que existência é espaço/tempo, como não temos espaço apenas, ou tempo apenas, a existência existe. Não dá para dizer que a existência não existe, ela é realidade no cosmo, produz diferença no mundo. Caso não existisse a existência, então, nada existiria.


Mas, outra questão deve ser colocada: se posso falar numa teoria da existência, preciso entender que posso apreendê-la enquanto atos de conhecimento. E ato de conhecimento é uma ação consciente sobre algo que existe ou uma realidade. Por isso, os atos de conhecimento nos remetem a pessoas que são conscientes e podem conhecer a existência através de seus processos e modos. 

Por definição, a unidade imaginária i é uma solução da equação quadrática seguinte: x2+1=0. Da qual decorre: x2=-1. Ou, expondo o problema: x =√-1 que, por definição, é a unidade imaginária i. Então, a unidade imaginária é o número expresso por: i=√-1

A denominação imaginário pode ser entendida como um recurso imaginativo da mente humana: já que não há número real cujo quadrado seja negativo — e isso é consistente — imagina-se que haja um número especial, dotado de propriedade tal que satisfaça tal exigência. Isso, em linguagem simples, mas matematicamente perfeita, traduz a transcendência. Portanto é a gênese duma nova classe de números: os números imaginários. 

As pessoas são tocadas pelo amor. Nada sensibiliza mais o ser humano do que o amor, como dissemos acima. E, por isso, o amor e a morte se nos apresentam como estados definitivos. Caso você já tenha estado apaixonado ou apaixonada sabe como é. 

E Oséias contou que o Eterno disse (2.14-18): “Vou seduzir a minha amada e levá-la de novo para o deserto, onde lhe falarei do meu amor. Ali, eu devolverei a ela as suas plantações de uvas e transformarei o vale da Desgraça em porta de esperança. Então ela falará comigo como fazia no tempo em que era moça, quando saiu do Egito. Mais uma vez ela me chamará de “meu marido”, em vez de me chamar “meu senhor” (meu baal). Nunca mais deixarei que ela diga o nome baal, nunca mais ela falará desse deus. Sou eu o Senhor quem está falando. Naquele dia, farei a favor dela uma aliança com os animais selvagens, com as aves, com as cobras, para que não ataquem a minha amada. Quebrarei as armas de guerra, os arcos e as espadas. Não haverá mais guerra e o meu povo viverá em paz e segurança. Israel, eu casarei com você, e para sempre você será minha legítima esposa. Eu tratarei você com amor e carinho, e serei um marido fiel. Então, você se dedicará a mim, o Senhor. Naquele dia, serei o Deus que atende: atenderei o pedido dos céus, os céus atenderão o pedido da terra, dando-lhe chuvas. E a terra responderá produzindo trigo, uvas e azeitonas. Assim, eu atenderei as orações do meu povo de Israel. Plantarei o meu povo na Terra Prometida para que eles sejam a minha própria plantação. E eu amarei aquela que se chama Não-Amada, e para aquele que se chama Não-Meu-Povo eu direi: “Você é meu povo” e ele responderá: “Tu és meu Deus”


Agora, vamos desconstruir o texto de Oséias e relacioná-lo com a teoria da existência.

Deslumbrar e fascinar são desafios da existência e isso está expresso do texto de Oséias, quando o Eterno diz: “Vou seduzir a minha amada e levá-la de novo para o deserto, onde lhe falarei do meu amor”. A travessia do deserto, quando os hebreus fugiram do Egito, foi um tempo de intimidade com a eternidade, uma porta de esperança, diferente do vale da desgraça, onde o soldado Acã foi condenado à morte por traição.

Assim, nessa correlação entre eternidade e amor, podemos discutir a existência a partir dos noturnos de Frederico Francisco Chopin. Esses noturnos eram cantos livres, que traduziam as experiências pessoais de Chopin e expressavam sua espiritualidade. Diria que os noturnos desse músico são o deserto do profeta Oséias, espaço/tempo de intimidade com a eternidade.


Particularmente, sou apaixonado pelo Noturno Opus 9 no. 2, que tem a propriedade de ser uma obra de criação e pertença de um humano sensível. É peculiar, diria inédita e exclusiva. E ao dizer essas coisas, afirmo não apenas que existe, mas sou obrigado a falar de sua natureza, de sua essência. Ou seja, saber que o Noturno Opus 9 no. 2 de Chopin existe, significa dizer que não existem outros Noturnos Opus 9 no. 2. Só existe esse.

Baal e îche são outros dois desafios da existência 

E as lições de amor nos trazem de volta a Oséias, quando o Eterno diz: “Ela me chamará de meu marido”. E Isaías (54:4-5) conta que o Eterno disse: “Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez. Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra”

E mais uma vez a correlação entre amor e eternidade me remeteu a outro processo da existência, que vou analisar a partir de uma das mais simples máquinas que construímos: a roda. Todos conhecemos as suas aplicações e sabemos que crescem a cada dia: vão do uso nos transportes à utilização nas mais diferentes máquinas mecânicas. Mas é simples: caracteriza-se pelo movimento de rotação em seu interior. Em mecânica diz-se que o seu fato mais importante é determinado pela a transmissão de força, velocidade e distância, que se dá pela relação entre o diâmetro da borda da roda e o diâmetro do eixo. 

Ora, a roda nos remete ao trocadilho que Oséias fez com a palavra baal, que era o deus da fertilidade dos cananeus, mas cuja palavra significava também senhor e marido. Oséias não quer que sua amada o chame de baal, mas de îche, homem, que por extensão poderia significar também marido e herói. 

Esse exemplo, o da roda, nos ajuda a entender a questão da existência, que não é uma propriedade que pertence, mas é o pertencimento a uma propriedade. Pense na roda, no conceito roda e em todas que existem ou podem existir. A existência da roda consiste em participar de relações de predicados. Assim, a existência da roda significa que pertence a propriedades ou é parte de propriedades. Nesse sentido, a existência é sempre participação na relação de predicados. Como baal ou îche. 

Celebrar a imagem que transcende é um desafio fundante da existência 

E para sempre você será minha legítima esposa”, disse o Eterno sobre sua amada. Oséias utiliza esse recurso para falar de uma aliança que transcende os predicados definidos pela existência. 

Ou como o Eterno disse ao profeta Jeremias (31.33-34): “Quando esse tempo chegar, farei com o povo de Israel esta aliança: eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Sou eu, o Senhor, quem está falando. 34 Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o Senhor.” Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes. Pois eu perdoarei os seus pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o Senhor, estou falando”

Aqui entra o meu terceiro exemplo dessa correlação entre eternidade e amor e os desafios de uma teoria da existência: a raiz quadrada de menos um (√-1). Como vimos, as coisas que existem tem suas propriedades. Quando alguma coisa não tem condições de ter existência comprovada ou não tem pertença/predicados, ela fica fora das leis fundamentais da lógica e da existência dos atos de conhecimento. Por isso, em matemática falamos em unidade imaginária i, enquanto solução da equação quadrática: x2+1=0, da qual decorre x2=−1. 

Ou, dessa séria questão existencial x=√-1, onde a unidade imaginária é i=√-1. Dentro da lógica matemática não posso dizer que este número exista, ele é imaginário porque é um recurso da minha imaginação, pois não há número real cujo quadrado seja negativo. É isso é um fato. Imagina-se, então, que haja números especiais, dotados de propriedades que satisfaçam essa exigência da imaginação. E assim a matemática criou uma classe de números: os imaginários, que não são reais. 

E, agora, voltemos ao filme. O que os amigos do pai deficiente mental entendiam, e a assistente social não, era que havia entre o pai e a filha uma aliança maior, que transcendia em muito suas diferenças intelectuais, uma aliança de amor. 

Dessa maneira, nessa correlação tresloucada entre eternidade e amor digo que uma teoria da existência parte de três fundamentos: (1) a diferença entre existir e não existir, e que essa diferença não é um atributo, não é uma propriedade; (2) a existência não faz parte da essência de cada coisa, mas cada coisa, todas as coisas mostram diferenças entre natureza e existência; (3) a mente transcende, produz representações que agregam conhecimento e constroem sentido para a existência. É o que Dawkins não entende e que Sperandio, com paciência e amor, explica a ele. 

Assim, na correlação eternidade/amor, a existência deslumbra e fascina; é baal e îche; transcende e cria a imagem que alucina. 

Jorge Pinheiro 







lundi 1 septembre 2014

Sefardíes -- judíos y cristianos en España








































Los sefardíes en nuestra historia


Personajes célebres. De izquierda a derecha, tres figuras históricas de origen sefardí: Santa Teresa de Jesús (lienzo de Alonso del Arco, siglo XVII), Maimónides (grabado antiguo) y San Juan de la Cruz (escultura del imaginero José Bonilla Garrido). Fotos: Archivo El Litoral e Internet


Dr. Carlos Rodríguez Mansilla

Generalmente, en los textos de historia, se menciona a los pueblos que dieron origen a España, citando a vascos, celtas, íberos, romanos, vándalos, visigodos, y árabes. Pero no se hace referencia a la fuerte presencia de los sefarditas, hebreos que llegaron a la península hace 2.000 años, en la diáspora provocada por la fuerza por el Imperio Romano, expulsados de su tierra. De Tierra Santa.

Llamaron a España con el nombre de Sefarad, que significa “lugar muy lejano”, y denominaron al río como Ivri (hebreo), o Ebro. Eran descendientes de las tribus de Judá y Leví. Algunos pocos eran cristianos (los primeros cristianos eran hebreos y circuncisos, como Jesús) y la mayor parte conservaba su antigua religión judía. España era la Hispania romana, y la lengua que se hablaba era el latín vulgar, el que hablaba el pueblo, del que derivó el castellano antiguo en el que un descendiente de sefardíes, Miguel de Cervantes Saavedra, escribió El Quijote y que era básicamente el ladino (por latino) hablado por los sefardíes. Esta lengua, que suena tan cervantina, es conservada hasta la actualidad por los sefardíes que habitan Israel.

La primera región de España poblada por los sefardíes hace 20 siglos fue Galicia. Pero también se establecieron en Toledo, Córdoba, Sevilla, Burgos, Extremadura, Cataluña, Navarra, Aragón, Jaén y otras regiones. Luego llegaron los visigodos, y los árabes después.

Ya entre el siglo XII y el XV, muchos sefardíes y cristianos se habían entremezclado por matrimonio. Tal el caso de los antepasados del rey Fernando El Católico, de Aragón, (bisnieto de la bella judía Paloma de Toledo) quien no estaba de acuerdo con la expulsión de los judíos sino que proponía su conversión por el bautismo. El Inquisidor Torquemada forzó el decreto de 1492 que obligaba a todo no cristiano a abandonar España sin bienes ni pertenencias, en tres meses, lo que hizo que muchos sefardíes se bautizaran católicos. El tesorero personal de los reyes católicos Fernando e Isabel fue un sefardí, Isaac Abravanel, uno de los que financió los viajes de Colón. Pidió que se reconsiderara el decreto, y aunque los reyes le ofrecieron seguridad para él y su familia, prefirió el exilio.

Cristianos nuevos y cristianos viejos






































Ya antes de 1492, hubo en España “cristianos viejos” y “cristianos nuevos”, aunque desde hacía siglos las uniones matrimoniales y las conversiones eran una realidad. Así, por ejemplo, las familias más nobles y encumbradas de Aragón y Cataluña estaban emparentadas con sefardíes. Estos se destacaron en las artes y en las ciencias. El confesor de la reina Isabel La Católica era un sefardí bautizado cristiano, Hernando de Talavera. El célebre Maimónides, rabino cordobés, destacado en la medicina y en filosofía, en cuyos trabajos abrevó Santo Tomás de Aquino. Santa Teresa de Jesús (Sánchez de Cepeda y Ahumada), era nieta de sefardíes conversos, doctora de la Iglesia, religiosa, escritora y poetisa. Lo era San Juan de la Cruz, y Pablo de Santa María, obispo de Cartagena y Burgos, (Salomón Ha-Levi) era sefardí bautizado católico. Antonio de Nebrija, Fernando de Rojas, Luis Vives, Fray Bartolomé de Las Casas, el Padre Francisco de Vitoria, el beato Juan de Ávila, Fray Luis de León, Benito Arias Montano, bibliotecario y capellán de Felipe II, Alonso de Ercilla, descendían de sefardíes.

Con el bautismo, los sefardíes pasaron a tener apellidos como Rodríguez o Rodrígues, Pérez o Péres, Santangel, San Martín, Santa Cruz, San Agustín, Bensimón, Benzaquén, Córdoba, Toledo, Toledano, Alcázar, Alemán, Barceló, Barcelona, Barrionuevo, Berenguer, Caballero, Cabeza, Cabra, Cáceres, Cádiz, Carrillo, Chaves, Colombo, Correa, David, Dávila, Delgado, Diez, Duarte, Enríquez, Escalera, Escobar, Escribá, Espíritu Santo, Espinosa, Farias, Fernándes, Ferrando, Ferrer, Ferrera, Fierro, Fuertes, Gallego, Gallo, Gálvez, Gaona, Garcés, García, Garro, Gato, Gerona, Gilabert, Herrero, Iniesta, Izquierdo, Jara, Jaime, Jordán, Julia, La Torre, Lacalles, Lara, Levi, Leyba, Macia, Machado, Marqués, Medina, Nadal, Nájara, Narváez, Navarro, Negrín, Nieto, Noé, Olivera, Oliveros, Olivos, Olmos, Orgaz, Ortega, Osorio, Pacheco, Palma, Pardo, Paredes, Ramírez, Ramos, Rosales, Ros, Saavedra, Sabina, Salgado, Salom, Sánchez, Sánchez de Toledo, Sastre, Talavera, Tejedor, Úbeda, Ulloa, Vaamonde o Bahamonde, Valderrama, Valencia, Valera, Valls, Vaquero, Ventura, Zaragoza, Zorrilla, entre otros citados por José Pardo Hidalgo en un interesante trabajo.

El general Francisco Franco Bahamonde descendía de sefardíes, y salvó de la persecución y la muerte a 60.000 judíos de Europa durante el Holocausto en la Segunda Guerra Mundial, brindándoles protección diplomática y pasaportes españoles para enviarlos a lugar seguro.

En estas tierras

La gran mayoría de los españoles que arribaron a estas tierras de lo que fue el Virreinato del Río de la Plata descendían de sefardíes bautizados en el catolicismo. A diferencia de la colonización norteamericana, en la que llegaban familias enteras de puritanos europeos, la conquista española fue de hombres solos, jóvenes, solteros y fundamentalmente soldados. Por cierto, a quienes más atrajo esta aventura de cruzar el mar y arriesgarlo todo, no fue a los condes y marqueses con una vida de holganza ya resuelta, sino a los descendientes de “cristianos nuevos”, plebeyos sin fortuna y sin mucho futuro en España. Ya muchos de ellos se habían enrolado en los ejércitos o hacían la carrera de las armas. Llegados a estas tierras, tomaron por mujeres a las indias, con las que se amancebaron en tolerada poligamia (por eso Asunción era llamada “el paraíso de Mahoma”) y tuvieron mucha descendencia: tal el caso de los “mancebos de la tierra” que fundaron Santa Fe.

En el acta fundacional de Buenos Aires figuran muy pocos españoles. La mayoría son mancebos nacidos en Asunción. Algunos de ellos se afincarían en Santa Fe, Córdoba y Tucumán.






































Jerónimo Luis de Cabrera, fundador de Córdoba y antepasado de Jorge Luis Borges, era un andaluz descendiente de sefardíes. En los apellidos más notables del patriciado cordobés está la huella sefardí: Novillo Corvalán, Centeno Novillo, Becerra Ferrer, Vaca, Ferrer Deheza, Aliaga de Olmos, Nores Martínez, Rey Nores, Mosset de Espanés y otros. Lo mismo puede decirse de famosas familias argentinas como los Anchorena, los Rosas, los Rivadavia y los Saavedra, y de Hernando de Lerma, fundador de Salta.

Esa es, pues, nuestra pertenencia criolla. De esos españoles, de esos indios, y de la mezcla de ambos descendemos quienes tenemos en estas tierras más de cuatro siglos. Por eso es necesario destacar la importancia fundamental del componente sefardí. Porque así como puede decirse con justicia “borrad los sefardíes y os quedaréis sin la historia de España”, podemos afirmar con orgullo sobre nuestras raíces criollas: “borrad a los sefardíes y nos quedaremos sin la historia de la conquista, la primera colonización y el origen mismo de Argentina”.

Fonte:

http://www.ellitoral.com/index.php/diarios/2012/04/13/opinion/OPIN-05.html

O pacto é renovado -- הברית מתחדשות

ברית

Jorge Piñeiro

A תורה torah ensina cal debe ser o estándar de relación co Eterno. E chamamos ese relación de ברית acordo, alianza, pacto. E, así, imos dar un ollo alí no pasado, para aprender sobre a renovación do ברית.

Senaqueribe subiu ao trono asirio en 705 antes da Era Común e tivo que afrontar unha revolta en Babilonia, pero non só alí: todas as provincias do oeste se levantaron. Crían ter chegado o momento da liberación. O Exipto prometeu axudar aos rebelados. A coalición integraba tiro, cidades fenicias; Ascalon e Ecron, cidades filistéias; Moabe, Edom e Amon; e Ezequias, de Xudá, entrou como un dos xefes da revolta. Fortificou súas defensas e preparouse para o ataque de Asiria.

O que non se fixo esperar. Senaqueribe en 701 a.C. atacou tiro e gañou. Despois foi a vez de Biblos, Arvad, Ashdod, Moabe, Edom e Amon, que se entregaron e pagaron tributo a Senaqueribe.

Ascalon, Ecron e Xudá, resistiron. Senaqueribe tomou primeiro Ascalon. Os exipcios tentaron socorrer Ecron e foron derrotados. E foi a vez de Xudá. Senaqueribe tomou 46 cidades fortificadas en Xudá e cercou Xerusalén.


Nos Anais de Senaqueribe se di o seguinte:

"En canto a Ezequias do país de Xudá, que non se tiña sometido ao meu xugo, sitiei e conquistei 46 cidades que lle pertencían. En canto a el, encerrei o en Xerusalén, a súa cidade real, como un paxaro na gaiola".

Non obstante, por motivos descoñecidos, talvez unha peste, levantou o cerco a Xerusalén e volveu para a Asiria. Xerusalén volveu respirar, no último minuto. Pero tivo que pagar tributo aos asirios.

Ao parecer, non se sabe por que Xerusalén se salvou. Pero 2Reis 19.35-37 di que o anxo do Señor atacou o campamento asirio. Existe unha noticia de Heródoto, Historia II, 141, segundo a cal nun enfrontamento cos exipcios os exércitos de Senaqueribe foron atacados por ratos, o que levanta a hipótese de que a peste bubónica que grassado no seu exército.

Para Hermann, estudioso do tema, "pódese considerar que algún feito, acontecido no campamento asirio que apalpaba Xerusalén, teña grazas á partida, pero isto non exclúe que Ezequias enviou o tributo e renovado de xeito ostensivo o tratado de vasallaje, cuxa ruptura provocara a invasión asiria ". (1)

Outra cuestión é se habería unha segunda campaña de Senaqueribe en Palestina. De calquera xeito, segundo os Anais de Senaqueribe, o tributo pagado por Ezequias ao rei asirio foi significativo:

"En canto a el, Ezequias, meu esplendor terrible de soberano o confundiu e enviou detrás de min, en Nínive, a miña cidade señorial, os irregulares e os soldados de élite que tiña como tropa auxiliar, con 30 talentos de ouro, 800 talentos de prata, antimonio escollido, grandes bloques de cornalina, leitos de marfil, butacas de marfil, peles de elefante, marfil, ébano, buxo, toda sorte de cousas, un pesado tesouro, e as súas fillas, mulleres de seu palacio, cantantes, cantantes ; e despachou un mensaxeiro seu dacabalo para entregar o tributo e facer acto de submisión ". (2)


Esta información de acordo coa de 2Reis 18.13-16:

"No décimo cuarto ano do rei Ezequias, Senaqueribe, rei de Asiria, veu para atacar as cidades fortificadas de Xudá e apoderouse delas. Así Ezequias, rei de Xudá, mandou esta mensaxe ao rei de Asiria, en Laquis: 'Cometín un erro! Retírase te de min e aceptarei as condicións que me impuseres '. O rei de Asiria esixiu de Ezequias, rei de Xudá, trescentos talentos de prata e trinta talentos de ouro, e Ezequias entregou toda a prata que se pensaba no Templo de Iaveh e nos tesouros do palacio real. Entón Ezequias mandou retirar o revestimento dos batentes e dos limiares das portas do santuario de Iaveh, que ... rei de Xudá, había recuberto de ouro, e o entregou ao rei de Asiria ".

Con iso, a reforma que Ezequias dera inicio perdeu o rumbo. O seu sucesor Manassés foi un dos peores e máis longos gobernos de Xudá. Foron 55 anos de goberno. Ao final do goberno de Manassés imperialismo asirio comezou a entrar en declive. Era unha época de sincretismo relixioso. Deuses, cultos e costumes se mesturaban, e os asirios temerosos de perderen o poder político, oprimían os cultos nacionais, intentando manter a súa influencia. Tal situación ameazaba o culto ao Eterno. Pero quen protestaba era reprimido.

Manassés foi sucedido polo fillo Amon que acabou asasinado por opositores aos asirios. E foi entronizado, con só 8 anos de idade, o seu fillo יאשיהו Josias, en 640 antes da Era Común. Durante o seu reinado, Xudá alcanzou esperanzadora independencia.

A reforma de יאשיהו Josias e o דברים Devarim

A Asiria viviu seus estertores, afrontando levantes violentos procedentes de varios puntos do imperio. Pobos oprimidos pola extrema violencia asiria levantaron as súas cabezas. Principalmente os babilonios e os medos, artífices da derrocada definitiva de Asiria, entre 626 e 610 aC

Foi un momento especial para Xudá. Houbo un renacemento do nacionalismo e rei יאשיהו deu inicio a unha reforma, descrita en detalle en 2Reis 22.3-23.25 como a súa gran obra política. A reforma comezou ao redor do ano 629 aC, duodécimo do reinado de יאשיהו, que tiña 20 anos de idade.

Aproveitando o debilitamento asirio, יאשיהו recuperou o control sobre as provincias do antigo Reino de Israel, cobrou tributos e mellorou as súas defensas. Fixo unha limpeza xeral no país: cultos e prácticas estranxeiras, introducidos en Xudá baixo a influencia asiria, foron eliminados. A maxia e as adivinhações foron proscritos. Os santuarios do antigo reino de Israel, considerados idólatras, destruídos.

E no templo de Xerusalén foi recuperado un código de leis, o núcleo do actual rolo do דברים Devarim, Deuteronomio como se le en 2Rs 22. Segundo algúns, escrito no reino do norte e levado Xerusalén logo á destrución de Samaria, en 722 antes da Era Común. Segundo outros, escrito en Xerusalén mesmo, durante o goberno de Ezequias, por grupos fuxidos do norte. O rolo do דברים orixinal comprendía os capítulos 12.1-26.15 - un código de leis de renovación do ברית - ornamentado por unha introdución, os actuais capítulos 4.44-11.32, e unha conclusión, os capítulos 26.16-28.68.

Ao ser promulgado por יאשיהו en 622 aC como lei oficial do Estado, o דברים deu vida á reforma, mostrando ao pobo que Judá podía confiar en Deus, porque esa era a promesa davídica. Era preciso revivir as antigas tradicións mosaicas.

O libro de 2Crônicas 34 a 36 narra este que foi dos máis grandes avivamentos probados por Israel, dirixido por יאשיהו (c. 639-609 aC), que morreu, en batalla, aos 39 anos. Aos 16 anos comezou a súa vida espiritual e aos 20 fixo unha reforma no reino de Xudá.

יאשיהו herdou unha nación idólatra, con templos pagáns e bosques dedicados ás divindades assírias e dos pobos veciños: Baal, Milcom, Moloque e Astarote. O pobo estaba perdido e sen rumbo. Pero יאשיהו superou os problemas grazas a dous recursos.

1. A oración, que cumpriu un papel especial no reavivamento. Mozo aínda, יאשיהו comezou a buscar ao Señor (2Crônicas 34.3). Consciente da idolatría existente no seu país loitou contra ese pecado e destruíu todos os altares, segundo o verso 7.

2. Palabra. Ademais da oración, o descubrimento do Libro de דברים, transformouse en lei fundamental para a implantación das reformas, 2Crônicas 34.14-18. Ao escoitar a lectura da Palabra do Señor, o rei humillou-se diante do Eterno, verso 19 Despois, reuniu o pobo e leu ante a multitude a Lei do Señor, verso 30 Isto trouxo unha renovación espiritual.

O que isto nos ensina? Que sen oración e sen מילה palabra non hai renovación do ברית pacto. Así, na renovación do ברית, promovida polo rei יאשיהו, podemos destacar catro movementos:

1. Unha convocatoria á xente para escoitar a מילה
2. O pobo escoitou a מילה
3. O pobo aceptou a מילה
4. Renovou-se o pacto co Eterno por medio dun sacrificio pascal

Conclusión histórica 

A reforma de יאשיהו surtiu efecto? Si. Pero non foi completa. Positiva en xeral tivo súas debilidades. Non atopou liberdade para desenvolverse: foi feita de arriba abaixo, imposta polo goberno, sen base popular máis ampla. As súas medidas priorizaram o aspecto, sen levar a xente a unha reconstrución real do culto ao Eterno. A centralización do culto non deu bos resultados, baleirou a vida e a relixiosidade do pobo. E os acontecementos se precipitaron: יאשיהו morreu cedo, e reforma se perdeu. 

Conclusión teolóxica 

Un verdadeiro movemento de renovación espiritual debe estar conectado á oración e ao estudo das Escrituras. Xa que a palabra do Eterno é restauradora: החוק של אדוני é perfecta e restaurar a alma, Salmos 19.7. 

A מילה palabra actúa de forma poderosa no corazón humano (Jr 23.29). Esa é a renovación do ברית pacto que o Eterno quere que fagamos, que teña por base palabra e oración. 

Citas

(1) Hermann, S., Storia d'Israele. I tempi dell'Antico Testa­mento, Brescia, Queriniana, 1979, p. 347.
(2) Briend, J. et alii., Israel e Judá. Textos do Antigo Oriente Médio, São Paulo, Paulus, 1985, p. 76.