Rabino Yoffe ben Shemtov
O rabino Moshe Chaim Luzzatto, mais conhecido como Ramhal, certa vez nos convidou a manter um diálogo entre nosso espírito e nossa psiquê. E nesse diálogo o espírito pergunta: é o meu desejo entender o texto de Devarim/ Deuteronômio 4.39, que diz: você deve saber em seu coração que o Senhor é Deus. Ora, este é um princípio da emunah, da fé como posicionamento. E diante da pergunta, a psiquê respondeu: para onde você quer ir? E a partir daí o diálogo aconteceu, onde o espírito constatou que os princípios da fé são válidos para ele também no que se refere a direção a tomar. No entanto, alguns são válidos e outros não. Afinal, estaria ele ainda circunscrito às leis da emunah?
Donde o intelecto perguntou quais eram verdadeiros para ele e quais ele compreende. O espírito respondeu, a existência de haShem, sua unidade, sua eternidade, o fato de que é incorpóreo e separado de toda a materialidade. E aceito também a criação do universo, a profecia, a profecia de Moisés, a imutabilidade da Torá e sua origem divina. Todos esses princípios fazem parte da emunah e eu os entendo e não preciso de explicação. Por outro lado, a providência, o princípio de recompensa e punição, a vinda do mashiah e a ressurreição dos mortos ... Eu tenho a emunah para o dever religioso, no entanto, desejo encontrar uma explicação satisfatória para eles.
Ora, estamos diante das diferentes leituras que fazemos enquanto pessoas e de nossas experiências neste mundo do aqui e agora. Por isso, podemos dizer, como já o fizeram alguns rabinos, que o Olam haba, o outro mundo, são os frutos de nossos esforços e nossos trabalhos neste Olam haze, neste mundo aqui. Por isso, o kadish nos direciona no sentido de sermos consagrados para servir a haShem com todo o coração, com toda a nefesh e com todos os nossos meios. A recompensa acontecerá no Olam haba de nossas boas ações terrenas, a única riqueza que carregamos. Isso é garantido e certo, e a recompensa no Olam haba será o ser levantado para a vida eterna. Essas foram palavras do rabino Shimone Zini.
Mas podemos falar de dois mundos futuros. Um é o mundo além do tempo messiânico, aquele que Adonai permitiu para todas as pessoas que Ele criou: para aperfeiçoar limites e reparar fraquezas. Segundo o Talmude, algumas pessoas conseguem isso por sua piedade, outras pelo arrependimento e outras pelo sofrimento. O tempo que Ele estabeleceu é de seis mil anos, de acordo com as palavras dos sábios. Então Ele renovará o Seu mundo para que os homens sejam como anjos e não como burros; eles vão ser despojados de sua matéria e as seus limites: a inclinação para o mal e seus resultados, conforme o rabino Ramhal, no Daat Tebunot.
O Talmude ensina que o mundo vai durar seis mil anos. Serão dois mil anos de idolatria para nos ensinar o obscurantismo e impacto devastador sobre a Terra e o universo; dois mil anos de Torá para nos ensinar a verdade e sua importância para a condição humana e dois mil anos do tempo do mashiah, que intercalará tempos de escuridão paradoxal e luz, para dar às pessoas uma última chance de desfrutar de seu livre arbítrio, a fim escolher livremente o bem, e para cada povo ter a sua oportunidade de escolher a verdade divina. Mas durante o sétimo milênio de história este mundo será destruído. Um mundo cuja forma grosseira desaparecerá em favor de uma forma sutil que se tornará refinada nos milênios que se seguem e que constituem o essencial da eternidade por vir, o Ôlam habam de que nos fala Daâth Tébounoth, 3.40.
Se tomamos o Olam haba em seu primeiro sentido, o além imediato, enquanto continuidade da morte terrena, ou em seu segundo sentido, de além do fim dos tempos messiânicos, a noção de vida após vida, corresponde no judaísmo à fé na imortalidade da pessoa.
Esta compreensão é, sem dúvida, a parte mais complexa da tradição judaica. Mas tal fato não é frustrante para um fiel sefardita, como seu avô, pois aceitamos com humildade a submissão livre a haShem, ao reconhecer nossas limitações à condição humana. Assim, o jardim do Éden, o tempo do mashiah, a ressurreição dos mortos, são conceitos que, com abordagens diferentes e sentidos diferentes, nos falam da vida além da vida, deste ir além.
Deve ficar claro que há um cosmo, uma dimensão da vida além da vida e que toda ação humana tem repercussões para além do aqui e agora. O ruach, o sopro do haShem em nós, colocado ainda no jardim do Éden, é centelha de haShem em nós, é um sopro da eternidade em nós. Quando o espírito deixa a matéria, permanece em relação com este corpo, desde que não seja colocado no chão. O espírito flutua acima do corpo, contempla, vê e ouve tudo o que está acontecendo ao redor da antiga matéria. Então viaja pelo corpo em sua decomposição, durante os doze meses após a morte, até o colapso total da matéria. Tal concepção da vida após a vida permite considerar a vida neste Olam haze de forma madura e séria, especialmente quando em uma idade jovem é ensinado aos descendentes que aqueles que nascem vão morrer.
Os dias da nossa existência terrena não podem ser desperdiçados como fósforos que são queimados e depois jogados. As alegrias humanas muitas vezes são propósito legítimo, quando repousam sobre a dignidade, a pureza e a santidade. Mas são alienação quando se distanciam do real significado e propósito da existência neste Olam haze. É por esta razão que Shlomo, rei de Israel, foi considerado sábio por excelência e nos disse que é melhor ir a uma casa onde há lamentação, do que à uma casa onde há festa, porque na primeira casa vemos o desenlace e daí extraímos importantes lições.
A lição é que não se deve sentir angústia ou medo da morte. Esta é uma passagem esperada, para a qual todos devemos nos preparar, mas que por si só não envolve nada de dramático para aquele ou aquela que continua sua viagem. Fica no entanto, a saudade legítima para aqueles queridos que estão no Olam haze, por causa da separação. Por isso, bereshit nos diz que haShem viu tudo o que havia feito e considerou que era eminentemente bom. E o rabino Meir disse que o era bom significa que aqui estava a morte e ela era boa. Portanto, não é a morte como tal que é temida, mas sim o modo de preencher nossa Olam haze. Por isso, dizemos que como ninguém sabe o dia em que dará início a sua travessia, vivamos o bem no eterno, pois uma hora de arrependimento e boas ações vale mais do que toda a vida do mundo futuro. E uma hora de felicidade no Olam haba vale mais do que toda a vida deste mundo.
E o rabino Eliezer Hakappar nos disse que aqueles que nascerem eventualmente morrerão, e os mortos serão ressuscitados, os vivos serão julgados, saberão, ensinarão e reconhecerão que Ele é aquele que é haShem, Adonai que forma, Adonai que cria, Adonai que compreende, Adonai que é Juiz, Adonai que é Testemunha, Adonai que é Parte no Julgamento, Adonai que pronunciará a sentença. Antes dele não há iniquidade, nem esquecimento, nem aceitação de pessoas, nem corrupção, porque todas as coisas são dele. Saiba que tudo é levado em conta. E que sua propensão não lhe tranquiliza fazendo você acreditar que o túmulo constituiria para você um refúgio. Pois é a despeito de você que você foi formado e sem o seu consentimento que você nasceu. E é a despeito de você que você vive, sem o seu consentimento você morrerá e apesar de você terá que prestar contas de seus atos perante o "Rei dos reis dos reis", o Santo abençoado seja ele, nos diz Pirké Aboth, na última Michna 4.
Se entendemos a permanência da ruach é para melhor capacitar-nos a apreender a vida terrena. Apesar de seus limites, desapontamentos, enfermidades, provações, a vida humana constitui a passagem única e indispensável da preparação neste Olam haze, tornando possível merecer a vida no Olam haba.
"Quando chegar a hora em que seremos cortados como espigas de milho, vamos cair sem medo, pois o campo de nossa ruach, fertilizado pelo penhor da dor e do orvalho do choro, nos enriquecerá com a colheita mais preciosa do que a dos campos terrestres”, disse o rabino Daniel Renassia.
Esta emunah no Olam haba é uma força vital em nossa rota terrestre, repleta de limites. Além disso, descobrir um homem de fé chamado Jó, é fonte reconfortante para os desamparados diante das injustiças humanas, dos ciúmes, das mentiras e do ódio.
A vida tem sentido e valor. Mas este sentido e valor cresce quando a motivação é norteada pelo viver os mandamentos da Torá, mas não morrer por eles. A Torá é para a vida que se projeta no além da vida. É por isso que os justos, mesmo quando estão mortos neste aqui e agora, são chamados de vivos no Olam haba, enquanto os injustos, mesmo quando estão vivos no aqui e agora são chamados mortos no Olam haba.
Há uma ideia muito bonita no judaísmo que diz que este mundo é como se fosse um vestíbulo do mundo futuro. Por isso, devemos nos arrumar no vestíbulo para poder entrar no palácio.
Pessoas e povos afirmam que existem outras formas para acessar o Olam haba, com ou sem HaShem. Essas compreensões, tipicamente humanas, são vistas como aboda zara, a adoração da idolatria. E de acordo com a Torá, a falha original do primeiro homem feito à imagem de Adonai, era de que não deveria comer do fruto conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que comesse, morreria. E, interessante é que depois que comeu, hadam começou a perceber que, de acordo com as previsões anunciadas pela serpente, ele havia se tornado capaz de criar mundos, permitindo-lhe discutir, desafiar ou mesmo se opor à vontade de haShem, sem que Adonai o cortasse da sua vida terrena. Este erro de julgamento de hadam foi a punição por sua transgressão, mas também o ponto de partida das justificativas morais que darão origem a todas as diferentes formas de idolatrias.
A vida é também vida além da vida. Vida além da vida tem uma primeira relação com a materialidade humana, mas contém também o ruach, componente da eternidade no humano. Assim, seu destino, que repousa sobre seu livre arbítrio, na conclusão de sua missão terrestre, é a travessia em direção ao mundo eterno.
A travessia pode ser parto doloroso, mas também passagem gloriosa, que preside à inauguração de uma nova vida. Essa noção de durabilidade é reforçada pela esperança, que nasce da emunah, na ressurreição dos mortos, conforme nos diz o profeta Daniel 12.2.
Se o Olam haba parece difícil de ser alcançado e merecido, é certo que Adonai nunca apresenta desafios que o humano não possa enfrentar e vencer. Para aqueles que não pertencem ao povo da estrela, haShem definiu as lei de Noé, que tem como central uma ideia: que o humano se guie pela integridade de sua consciência, e respeite esses sete preceitos que representam os próprios fundamentos da moralidade humana: (1) Não praticar idolatria, (2) não blasfemar contra Adonai, (3) não cometer homicídio, (4) não roubar, (5) não cometer adultério e não manter relações incestuosas, (6) estabelecer tribunais e (7) não molestar os animais, ingerindo um órgão retirado em vida.
E fica uma lição, o humano foi criado para a alegria no haShem e para apreciar o esplendor da Sua presença, porque essa é a verdadeira delícia e o maior prazer, superior a todos os prazeres existentes. O propósito deste prazer é o mundo porvir, que foi criado e preparado para esse propósito. No entanto, o caminho que nos conduz com segurança parte deste mundo, nos disse o rabino Ramhal.
Assim, a Torá ensina que o dia virá quando o Senhor reinará para sempre, Shemot, Êxodo 15. E Adonai será rei sobre toda a terra. Naquele dia Adonai será Um e Seu Nome será Um, conforme nos disse o profeta Zacarias (14).
Après pessah
Rabbi Yoffe ben Shemtov
Le rabbin Moshe Chaim Luzzatto, plus connu sous le nom de Ramhal, nous a une fois invité à dialoguer entre notre esprit et notre psyché. Et dans ce dialogue, l'esprit demande: Je souhaite comprendre le texte de Deutéronome / Deutéronome 4.39, qui dit: vous devez savoir dans votre cœur que le Seigneur est Dieu. Or, c’est un principe de emunah, de la foi en tant que position. Et sur la question, la psyché a répondu: Où voulez-vous aller? Et à partir de là, le dialogue a eu lieu, où l’esprit a constaté que les principes de la foi lui étaient également valables dans la direction à prendre. Cependant, certains sont valables et d'autres non. Après tout, était-il toujours circonscrit par les lois de la emouna?
Où l'intellect a demandé ce qui était vrai pour lui et ce qu'il comprend. L'esprit a répondu, l'existence de haShem, son unité, son éternité, le fait qu'il soit incorporel et séparé de toute matérialité. Et j'accepte aussi la création de l'univers, la prophétie, la prophétie de Moïse, l'immuabilité de la Torah et son origine divine. Tous ces principes font partie de la emouna et je les comprends et n’ai pas besoin d’explication. Par contre, la providence, le principe de la récompense et du châtiment, la venue du mashiah et la résurrection des morts ... J'ai emunah pour devoir religieux, cependant, je veux leur trouver une explication satisfaisante.
Maintenant, nous sommes confrontés aux différentes lectures que nous faisons en tant que personnes et à nos expériences dans ce monde de l'ici et maintenant. C'est pourquoi nous pouvons dire, comme certains rabbins l'ont déjà fait, que le haricot d'Olam, l'autre monde, est le fruit de nos efforts et de notre travail dans cette brume d'Olam, ici-bas. Par conséquent, le Kaddish nous ordonne d'être consacrés à servir le Seigneur de tout notre cœur, de tout le nefesh et de tous nos moyens. La récompense se produira à Olam Haba de nos bonnes actions terrestres, notre seule richesse. Ceci est assuré et certain, et la récompense dans l'Olam bea sera d'être élevé à la vie éternelle. C'étaient les mots de Rabbi Shimone Zini.
Mais on peut parler de deux mondes futurs. L’un est le monde au-delà du temps messianique, celui qu’Adonaï a permis à toutes les personnes qu’il a créées: perfectionner ses limites et réparer ses faiblesses. Selon le Talmud, certaines personnes y parviennent par leur piété, d'autres par la repentance et d'autres par la souffrance. Le temps qu'il a fixé est six mille ans, selon les paroles du sage. Ensuite, il renouvellera son monde pour que les hommes soient comme des anges et non comme des ânes. ils seront dépouillés de leur matière et de leurs limites: l'inclination au mal et ses conséquences, selon le rabbin Ramhal dans le Daat Tebunot.
Le Talmud enseigne que le monde durera six mille ans. Il y aura deux mille ans d'idolâtrie pour nous apprendre l'obscurantisme et son impact dévastateur sur la Terre et l'univers. deux mille ans de la Torah pour nous enseigner la vérité et son importance pour la condition humaine et deux mille ans du temps du mashiah, qui entremêlera des temps d'obscurité et de lumière paradoxales, pour donner aux gens une dernière chance de jouir de leur libre arbitre, de choisir librement le bien et que chaque peuple ait la possibilité de choisir la vérité divine. Mais au cours du septième millénaire de l'histoire, ce monde sera détruit. Un monde dont la forme brute disparaîtra au profit d'une forme subtile qui s'affinera au cours des millénaires qui vont suivre et qui constituent l'essentiel de l'éternité à venir, la flamme avait parlé de Daath Tébounoth, 3.40.
Si nous prenons l'Olam haba dans son sens premier, l'au-delà immédiat, comme une continuation de la mort terrestre ou dans son second sens, au-delà de la fin des temps messianiques, la notion de vie après vie correspond dans le judaïsme à la foi en l'immortalité de la personne. .
Cette compréhension est sans aucun doute la partie la plus complexe de la tradition juive. Mais ce fait n’est pas frustrant pour un Sépharade fidèle comme son grand-père, car nous acceptons humblement la libre soumission à HaShem en reconnaissant nos limites à la condition humaine. Ainsi, le jardin d'Eden, le temps du mashiah, la résurrection des morts, sont des concepts qui, avec des approches différentes et des significations différentes, nous parlent de la vie au-delà de la vie, du dépassement.
Il doit être clair qu'il existe un cosmos, une dimension de la vie au-delà de la vie et que toute action humaine a des répercussions au-delà de l'ici et maintenant. Le ruach, le souffle de hash en nous, toujours dans le jardin d’Eden, est l’étincelle de hash en nous, est un souffle d’éternité en nous. Lorsque l'esprit quitte la matière, il reste en relation avec ce corps, à condition qu'il ne soit pas placé sur le sol. L'esprit flotte au-dessus du corps, contemple, voit et entend tout ce qui se passe autour de la matière ancienne. Il traverse ensuite le corps dans sa décomposition, au cours des douze mois suivant le décès, jusqu'à l'effondrement total de la matière. Une telle conception de la vie après la vie nous permet d’envisager la vie dans ce nuage d’Olam de façon sérieuse et sérieuse, en particulier quand on enseigne aux descendants que les descendants mourront.
Les jours de notre existence terrestre ne peuvent pas être perdus sous forme d’allumettes brûlées puis jetées. Les joies humaines constituent souvent un objectif légitime lorsqu'elles reposent sur la dignité, la pureté et la sainteté. Mais ils sont aliénés quand ils s’éloignent du sens réel et du but de l’existence dans ce nuage d’Olam. C’est pour cette raison que Shlomo, roi d’Israël, était considéré comme sage par excellence et nous a dit qu’il était préférable d’aller dans une maison où il y a des lamentations plutôt que dans une maison où il y a une fête, car dans la première, nous voyons le résultat et de là nous extrayons leçons.
La leçon est qu'il ne faut pas ressentir d'angoisse ni de peur de la mort. C’est un passage attendu, auquel nous devons tous nous préparer, mais qui, en soi, n’entraîne rien de dramatique pour celui ou celle qui continue son voyage. Il reste cependant le désir légitime de ces êtres chers qui vivent dans la brume d'Olam à cause de la séparation. Par conséquent, bereshit nous dit que haShem a vu tout ce qu'il avait fait et l'a considéré comme extrêmement bon. Et Rabbi Meir a dit que c’était bien que cela signifie que c’était la mort et qu’elle était bonne. Par conséquent, ce n’est pas la mort en tant que telle qui est à craindre, mais plutôt le moyen de remplir notre nuage d’Olam. Par conséquent, nous disons que puisque personne ne sait le jour où il commencera son voyage, vivons bien dans l’éternel, car une heure de repentance et de bonnes actions valent plus que toute la vie du monde futur. Et une heure de bonheur à Olam Haba vaut plus que toute la vie de ce monde.
Et Rabbi Eliezer Hakappar nous a dit que ceux qui sont nés mourront, les morts ressusciteront, les vivants seront jugés, ils connaîtront, enseigneront et reconnaîtront qu'Il est celui qui est hashem, Adonaï qui forme, Adonaï qui crée, Adonaï qui crée, Adonaï qui comprend Adonaï qui est juge, Adonaï qui est témoin, Adonaï qui est partie au jugement, Adonaï qui prononcera la sentence. Avant lui, il n'y a pas d'iniquité, pas d'oubli, pas d'acceptation des gens, pas de corruption, parce que tout est à lui. Sachez que tout est pris en compte. Et que votre propension ne vous rassure pas en croyant que la tombe serait un refuge pour vous. Car c'est malgré vous que vous avez été formé et sans votre consentement que vous êtes né. Et c'est malgré vous que vous vivez, sans votre consentement, vous mourrez et bien que vous deviez rendre compte de vos actes devant le "Roi des rois des rois", le Saint béni soit-il, nous dit Pirké Aboth dans le dernier Michna 4.
Si nous comprenons la permanence de ruach, c’est pour nous permettre de mieux appréhender la vie terrestre. Malgré ses limites, ses déceptions, ses infirmités, ses épreuves, la vie humaine constitue l'unique et indispensable passage de préparation dans cette brume d'Olam, permettant de mériter la vie dans le haricot d'Olam.
"Quand viendra le moment où nous serons abattus comme des épis de maïs, tombons sans crainte, car le champ de notre ruach, fertilisé par le gage de la douleur et la rosée des pleurs, nous enrichira d'une récolte plus précieuse que celle des champs terrestres "Dit Rabbi Daniel Renassia.
Cette émouna dans le Olam Haba est une force vitale sur notre route terrestre délimitée. De plus, découvrir un homme de foi appelé Job est une source de réconfort pour les personnes démunies face à l'injustice humaine, la jalousie, le mensonge et la haine.
La vie a un sens et une valeur. Mais ce sens et cette valeur augmentent lorsque la motivation est animée par la mise en pratique des commandements de la Torah, sans pour autant en mourir. La Torah est pour la vie se projetant dans l'au-delà de la vie. C'est pourquoi les justes, même lorsqu'ils sont morts dans cet ici et maintenant, sont appelés vivants dans le haricot Olam, tandis que les injustes, même lorsqu'ils sont vivants dans le ici et maintenant, sont appelés morts dans le haricot Olam.
Dans le judaïsme, il existe une très belle idée qui dit que ce monde est comme un vestige du monde futur. Nous devons donc nous préparer dans le hall pour entrer dans le palais.
Les peuples et les peuples affirment qu'il existe d'autres moyens d'accéder à Olam Haba, avec ou sans HaShem. Ces compréhensions, typiquement humaines, sont considérées comme zara aboda, le culte de l'idolâtrie. Et selon la Torah, la faute première du premier homme créé à l'image d'Adonaï était de ne pas manger du fruit de la connaissance du bien et du mal, car au jour où il mangeait, il mourrait. Et, chose intéressante, après avoir mangé, Hadam commença à comprendre que, selon les prédictions annoncées par le serpent, il était devenu capable de créer des mondes lui permettant de discuter, de contester ou même de s’opposer à la volonté de Dieu Adonaï le coupa de sa vie terrestre. Cette erreur de jugement de Hadam était la punition de sa transgression, mais aussi le point de départ des justifications morales qui donneront naissance à toutes les différentes formes d'idolâtries.
La vie est aussi la vie au-delà de la vie. La vie au-delà de la vie a un premier rapport avec la matérialité humaine, mais elle contient également ruach, le composant de l'éternité chez l'homme. Ainsi, son destin, qui repose sur son libre arbitre, à la fin de sa mission terrestre, est le passage dans le monde éternel.
La traversée peut être une naissance douloureuse, mais aussi un passage glorieux, qui préside à l’inauguration d’une nouvelle vie. Cette notion de durabilité est renforcée par l'espoir, né de l'emouna, dans la résurrection des morts, comme nous le dit le prophète Daniel 12: 2.
Si le Olam Haba semble difficile à atteindre et mérité, Adonaï ne présente jamais de défis auxquels l’humain ne peut faire face. Pour ceux qui n'appartiennent pas au peuple de l'étoile, Hachem a défini la loi de Noé, qui a pour idée centrale: que l'humain soit guidé par l'intégrité de sa conscience et respecte ces sept préceptes qui représentent les fondements mêmes de la moralité humaine: 1) Ne pas pratiquer l'idolâtrie, 2) Ne pas blasphémer Adonaï, 3) Ne pas commettre d'homicide, 4) Ne pas voler, 5) Ne pas commettre d'adultère et ne pas entretenir de relations incestueuses, 6) Mettre en place des tribunaux, et 7) Ne pas déranger les animaux, ingérant un organe prélevé dans la vie.
Et c’est une leçon, l’humain a été créé pour la joie de vivre et pour jouir de la splendeur de sa présence, car c’est là le vrai délice et le plus grand plaisir, supérieur à tous les plaisirs existants. Le but de ce plaisir est le monde à venir, créé et préparé à cet effet. Cependant, le chemin qui nous mène hors de ce monde en toute sécurité, nous a dit le rabbin Ramhal.
Ainsi, la Torah enseigne que le jour viendra où le Seigneur régnera à jamais, Shemoth, Exode 15. Et Adonaï sera roi sur toute la terre. Ce jour-là, Adonaï sera Un et Son Nom sera Un, comme nous l'a dit le prophète Zacharie (14).
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