Judeus
estudam Jesus
Prof.
Dr. Jorge Pinheiro
Intelectuais
e pensadores judeus nos últimos decênios iniciaram um caminho de aproximação e
diálogo para entender o pensamento de um judeu chamado Jesus. Aqui vamos
examinar brevemente o trabalho de três deles.
1. David Flusser
Entre
esses intelectuais podemos citar David Flusser, que foi professor de Novo
Testamento e Cristandade antiga na Universidade Hebraica de Jerusalém. Em 1968
foi publicado o seu texto "Jesus em Auto-Testemunhos e Documentos de
Imagens", onde diz que Jesus nasceu em Nazaré, era primogênito, e teve
quatro irmãos e irmãs. E que foi batizado nos anos 28/29 e morreu entre os anos
de 30 e 33. É interessante que Flusser não nega a virgindade de Maria, ao menos
explicitamente. Em sua biografia de Jesus, Flusser relata a formação dele, a
tensão com a família, que só aceita sua pregação após a morte dele. Flusser
refere-se ao batismo e a dotação do espírito como um evento histórico. Considera
João, o batista, como o Elias escatológico e que, com Jesus, o reino de Deus
teria começado.
Para
Flusser, Jesus não foi teórico racionalista e, embora tivesse se voltado contra
a teimosia dos piedosos bitolados, ele enfatizou o lado moral dos mandamentos, mas
não propôs a sua abolição. Assim, para Flusser, Jesus foi um judeu que se sentiu
enviado aos judeus. Os fariseus aparecem em Flusser, outra vez, como referência
simbólica, e não historicamente, e são absolvidos de qualquer culpa na morte de
Jesus. Flusser coloca a mensagem Jesus como produto periférico ao pensamento
dos essênios, mas sem afirmar que Jesus tenha sido essênio. A questão do reino
de Deus foi um ponto central da proclamação de Jesus, na qual estavam embutidas
uma constelação de valores e não somente aqueles de dimensão social. Por isso,
considera que a escatologia se realiza através de Jesus.
Em
seu o livro "A Cristandade, uma religião judaica", Flusser fala de
Maria, das raízes judaicas da Cristandade, da expectativa messiânica de Jesus,
de Paulo e da missão como chamado à fraternidade. Reafirma que Jesus teria
visto João como Elias e que Jesus teria sido o único judeu antigo a pregar o
início do reino de Deus. Ele teria se visto como Messias. E diz que nos últimos
anos empregou força e diligência para mostrar, tanto em hebraico como em inglês,
que Jesus se viu realmente como o Messias, o Filho de Homem por vir. Segundo
Flusser, Jesus teria mudou a escatologia judaica, ao afirmar que primeiro se realiza
o reino do Céu e só depois vem o juízo final. Flusser enfatiza a importância da
atividade terrena de Jesus, faz a defesa da messianidade de Jesus como o Filho
do Homem, mas descarta a morte expiatória. Apresenta Jesus como judeu, antes e
depois da ressurreição. E, assim, apresenta o judeu Jesus como único, divino,
Messias. Flusser, dessa maneira, cria a possibilidade de diálogo.
Bibliografia
David
Flusser, Jesus, São Paulo, Editora
Perspectiva, 2002.
Nesse
texto, Flusser utiliza a mais moderna metodologia científica no campo da
análise textual, filológica, documental e arqueológica na qual a leitura dos
Evangelhos se faz à luz dos Manuscritos do Mar Morto, da literatura
pseudo-epigráfica e apocalíptica em conjunto com a do Velho Testamento, da
tradição oral judaica, da cristologia e das fontes greco-latinas da
historiografia clássica, este livro do historiador David Flusser apresenta um
painel da reconstituição do semblante verossímil do judeu de Nazaré e a feição
objetiva da realidade que lhe foi subjacente e o projetou na transcendência - a
do judaísmo do século primeiro nas suas correntes conflitantes de pensamento
religioso.
David
Flusser, Judaísmo e as origens do
Cristianismo, vols. 1 e 2, São Paulo, Imago, 2001.
No
primeiro volume, Flusser objetiva eliminar preconceitos inatos e promover uma
melhor compreensão das antigas fontes das duas religiões universais: o judaísmo
e o cristianismo. Dentro desta perspectiva, o autor fixa como objetivo
principal tratar de alguns problemas relativos ao judaísmo antigo e ao
cristianismo primitivo. E no segundo volume, mostra que como o cristianismo surgiu
entre os judeus, foi, portanto, um dia, parte do judaísmo. É esta busca por uma
melhor compreensão das antigas fontes de duas religiões universais que
encontramos neste livro. O autor elimina os preconceitos analisando a
influência e essência das doutrinas de forma direta a partir de Jesus. O livro
ainda traz alguns artigos eruditos que foram publicados em periódicos.
2. Geza
Vermés
O
judeu Geza Vermés, historiador britânico, estudou o Jesus histórico. Começou as
suas exposições com dados sobre a pessoa de Jesus, e o apresentou como
carpinteiro, professor, curador taumaturgo e exorcista, que atuou na Galiléia. Analisou
também os títulos de realeza de Jesus: profeta, Senhor, Filho de Homem, Filho
de Deus. E acabou por entrar no debate sobre a pessoa do Cristo. E fez isso a
partir da literatura do intertestamento e dos rabinos. Para Vermes, é difícil
dizer se, de fato, Jesus aceitou os títulos messiânicos ou se essa apropriação
se dá posteriormente com o surgimento da igreja cristã.
Para
Vermes, em todo o caso, Jesus poderia ser enquadrado num amplo espectro das personagens
judaicas de seu tempo. Vermés não faz conjecturas sobre a motivação dos
cristãos de apresentarem Jesus como o Messias, mas considera que esse seria um
processo natural, já que o Evangelho era perfeito, mas a obstinação dos judeus em
recusá-lo como Messias, a maior de todas as promessas divinas a Israel, foi o
ponto alto de um erro, e este foi o motivo principal para que seus privilégios
fossem transferidos aos não-judeus.
E
quem foi o responsável por esta transição foi Paulo, pois a partir do momento
em que foi reconhecido como apóstolo dos gentios (Rm 11.13; At 9.15), e sua missão
dirigida aos não-judeus foi aprovada pela liderança da igreja em Jerusalém (At
15), a orientação original da atividade de Jesus foi radicalmente transformada.
Não-judeus entraram na igreja em grande número, e ela fez, em conformidade com
o modelo de conversão existente no Judaísmo daquela época, o seu melhor para
satisfazer as novas exigências. Outra transformação decisiva, que tocava na
substância em conseqüência do transplante do movimento cristão ao solo gentílico,
atingia o status da Torá, que representava para Jesus a fonte da inspiração e o
critério do seu modo de viver. Apesar de não ser esta a posição de Jesus, ela
foi declarada não só facultativa, mas abolida. A Torá, que ele compreendia com
simplicidade e aprofundamento, e que transpunha com integridade, foi definida por
Paulo como um instrumento de pecado e morte. E Paulo se tornou por uma virada
que criou o grande abismo entre Judaísmo e Cristandade.
Assim,
para Vermes, a do cristocentrismo contra o teocentrismo de Jesus separaria,
então, os cristãos dos judeus, mas não os judeus de Jesus. Pois Jesus de carne
e sangue, visto e ouvido na Galiléia e em Jerusalém, intransigente e
persistente no seu amor a Deus e ao próximo, estava convencido de que poderia contagiar
os seus semelhantes pelo exemplo e ensino, com o seu apaixonado relacionamento
ao Pai no Céu. E com o pássaro do tempo o judeu simples dos Evangelhos passou
para o segundo plano e cedeu lugar à magnífica e majestosa figura do Cristo da
igreja.
Bibliografia
Geza
Vermes, Jesus e mundo do judaísmo. São Paulo: Loyola, 1996.
Os
estudos contidos neste livro levam mais longe a investigação realizada nos
livros de Geza Vermes, Jesus, o judeu e Os Manuscritos do Mar Morto e lançam luz sobre muitas questões importantes
e controversas do período. Os tópicos incluem a importância dos Manuscritos do
Mar Morto para os estudos judaicos e os estudos do Novo Testamento; a
necessidade dos estudos judaicos para a interpretação do Novo testamento; e a
compreensão que Jesus tinha de si mesmo. Este volume contém em particular as
Conferências Riddell Memorial, "O Evangelho de Jesus, o Judeu", que
representam uma continuação de Jesus, o judeu.
Geza
Vermes, As várias faces de Jesus, São
Paulo, Editora Record, 2006.
Vermes
reorienta o conhecimento comum sobre Jesus com essa pesquisa provocante. Sua
obra propõe uma nova abordagem, conferindo o mesmo peso ao Novo Testamento e
aos escritos judaicos não-bíblicos. O objetivo é explorar os diferentes perfis
do personagem que definiu dois milênios da fé cristã para analisar como e por
que aquele palestino carismático foi elevado à condição divina de Cristo. O
autor nos remete aos primórdios do cristianismo, permitindo a compreensão das
condições históricas ocultas nos textos dos evangelhos mais antigos ao
privilegiar o evangelho mais recente, o de João.
O
autor de As Várias Faces de Jesus considera Cristo, a Igreja primitiva
e o Novo Testamento como parte de uma interpretação do judaísmo. Ao despir as
interpretações teológicas do contexto dos evangelhos, ele procura revelar a
verdadeira identidade, a figura humana de Jesus, e esclarece como os Seus
ensinamentos foram passados da versão original à nossa civilização.
Geza
Vermés, O autêntico Evangelho de Jesus,
São Paulo, Editora Record, 2006.
O
autor relaciona, compara, classifica e examina diferenças entre os ditos
atribuídos a Jesus nos Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) ao longo
de nove capítulos. Assim, analisa temas essenciais do cristianismo como a
oração, a Última Ceia, os momentos próximos à morte e a ressurreição de Cristo,
as maldições, o exorcismo e as bem-aventuranças preservadas em formas distintas
pelos evangelistas.
3. David
H. Stern
O
rabino David H. Stern publicou nos Estados Unidos uma tradução do Novo
Testamento introduzindo anotações a partir das raízes judaicas presentes nos
textos. Em seu trabalho, o conceito “promessa e cumprimento” tem importância
central. Jesus cumpriu as promessas do Antigo Testamento. Textos como os de Gn
3.15; 12.3; 17.19; 21.12; 28.14 ou Nm 24.17-19 e ainda muitos outros, remetem a
Jesus. O Novo Testamento é visto, então, como a Nova Torá. O fim desta Torá é o
Messias, que oferece justiça a cada um que confia nele.
Bibliografia
David
H. Stern, O Novo Testamento Judaico,
São Paulo, Editora Vida, 2007.
Porque
esta versão do Novo Testamento difere das demais? Porque este Novo Testamento
Judaico deixa transparecer sua judaicidade originária e essencial. Todas as
outras versões do Novo Testamento em português — há literalmente dezenas —
apresentam sua mensagem na abordagem lingüística, cultural e teológica dos
não-judeus cristãos.
E o que
há de errado com isso? Nada! Ainda que o Evangelho seja de origem judaica, ele
não existe só para os judeus, mas também para os não-judeus. O próprio Novo
Testamento deixa isso muito claro, portanto, é apropriado que sua mensagem seja
comunicada aos não-judeus de forma a lhes impor o mínimo possível de outra
bagagem cultural. E esta abordagem tem sido bem-sucedida: milhões de não-judeus
depositaram sua confiança no Deus de Avraham, e Yitz’chak e Ya‘akov e no Messias
judeu, Yeshua.
O Novo
Testamento é um livro judeu. Entretanto, chegou o tempo de restaurar a
judaicidade do Novo Testamento. Pois o Novo Testamento é de fato um livro judeu
— escrito por judeus, que trata majoritariamente de judeus e que tem por público
alvo judeus e não-judeus. É correto adaptar um livro judeu para a melhor
apreciação dos não-judeus, mas não ao preço de suprimir sua judaicidade
inerente. O Novo Testamento Judaico evidencia suas características judaicas a
partir do título, da mesma forma que o nome Judeus
por Jesus une duas idéias consideradas incompatíveis e completamente
dissociadas por algumas pessoas. Entretanto, essa separação não pode existir. A
figura central do Novo Testamento, Yeshua o Messias, Era um judeu nascido de
judeus em Beit-Lechem, cresceu entre os judeus em Natzeret, ministrou aos
judeus na Galil, morreu e ressuscitou na capital judia, Yerushalayim — tudo
isto em EretzYisra’el, a terra dada por Deus ao povo judeu.
Além
disso, Yeshua ainda é judeu, porque ainda está vivo, e em nenhum lugar a
Escritura afirma ou sugere que ele tenha cessado de ser judeu. Seus doze
seguidores mais íntimos eram judeus. Durante anos todos os seus talmidim eram
judeus, alcançando o número de “dezenas de milhares” só em Yerushalayim. O Novo
Testamento foi escrito inteiramente por judeus (Lucas era, ao que tudo indica,
um prosélito do judaísmo); e sua mensagem é dirigida “especialmente ao judeu,
mas também ao não-judeu”. Os judeus levaram o Evangelho aos não-judeus, e não o
inverso. Sha’ul, o principal emissário aos não-judeus, foi durante toda a sua
vida um judeu praticante, como evidencia o livro de Atos. De fato, a principal
questão no início da comunidade messiânica (“igreja”) não era se um judeu
poderia crer em Yeshua, mas se um não-judeu poderia se tornar cristão sem se
converter ao judaísmo. A expiação vicária do Messias tem sua raiz no sistema
sacrificial judaico. A ceia do Senhor origina-se da Páscoa judaica. A imersão
(“batismo”) é uma prática judaica. Yeshua disse: “A salvação vem dos judeus”.
A
própria Nova Aliança foi prometida pelo profeta judeu Jeremias. O próprio
conceito do Messias é exclusivamente judeu. A bem da verdade, o Novo Testamento
completa o Tanakh, as Escrituras hebraicas outorgadas por Deus ao povo judeu;
de forma que o Novo Testamento sem o Antigo é tão possível quanto o segundo
pavimento de uma casa sem o primeiro, e o Antigo sem o Novo é como uma casa sem
teto. Além do mais, muito do que está escrito no Novo Testamento é
incompreensível à parte do contexto judaico. Eis aqui um exemplo, extraído de
muitos outros. Yeshua disse literalmente no Sermão do Monte: “Se o seu olho for
mau, todo o seu corpo estará em trevas”. O que é um “olho mau”? Alguém que
desconheça o pano de fundo judeu poderia supor que Yeshua estivesse falando
sobre algum tipo de encantamento. Todavia, em hebraico, possuir um ‘ayin ra‘ah,
“olho mau”, significa ser sovina; ao passo que ter um ‘ayin tovah, um “olho
bom”, equivale a ser generoso. Yeshua está simplesmente incentivando a
generosidade e desestimulando a avareza. E esse entendimento combina muito bem
com os versículos do contexto: “Onde estiver seu tesouro, aí também estará seu
coração [...] você não pode ser escravo de Deus e do dinheiro”.
Contudo,
a melhor demonstração do caráter judaico do Novo Testamento é também a prova
mais convincente de sua veracidade, ou seja, o número de profecias do Tanakh —
todas muitos séculos mais velhas que os acontecimentos registrados no Novo
Testamento — cumpridas na pessoa de Yeshua de Natzeret. A probabilidade de que
qualquer pessoa pudesse se encaixar em dezenas de condições proféticas por mero
acaso é infinitesimal. Nenhum candidato farsante ao messiado, como Shim‘on
Bar-Kokhva ou Shabtai Tzvi, cumpriu mais que umas poucas. Yeshua cumpriu todas
as 52 profecias referentes à sua primeira vinda. As restantes serão cumpridas
quando ele retornar em glória. Dessa forma, o Novo Testamento Judaico considera
normal pensar no Novo Testamento como algo judeu.
Há três
áreas adicionais nas quais o Novo Testamento Judaico pode ajudar em relação a
tikkun-ha‘olam (“conserto do mundo”): o anti-semitismo cristão, a recusa
judaica de receber o Evangelho e a separação entre a igreja e o povo judeu.
1.
O anti-semitismo cristão. Inicialmente, um círculo vicioso de anti-semitismo
cristão se alimenta do Novo Testamento. O Novo Testamento não contém nenhuma
forma de anti-semitismo, mas desde os primeiros dias da igreja, os promotores
desse conceito têm distorcido o Novo Testamento para justificar-se e se
infiltrar na teologia cristã. Alguns tradutores do Novo Testamento, ainda que
não tenham sido anti-semitas, absorveram a teologia anti-semita e produziram
traduções antijudaicas. Os leitores dessas traduções acabaram assumindo
posturas anti-semitas e hostis ao judaísmo. Alguns desses leitores se tornaram
teólogos que refinaram e desenvolveram o caráter anti-semita da teologia cristã
(eles poderiam até mesmo não ter consciência desse sentimento); ainda outros se
tornaram ativistas em prol do anti-semitismo e perseguiram os judeus, pensando
agradar a Deus enquanto procediam assim. Este círculo vicioso precisa ser
quebrado. O Novo Testamento Judaico é uma tentativa de remover erros teológicos
anti-semitas multisseculares e destacar positivamente sua judaicidade.
2.
A desconfiança judaica em relação ao Evangelho. Em segundo lugar, apesar de
mais de cem mil judeus messiânicos habitarem em países de língua inglesa, é
óbvio que a maior parte do povo judeu não aceita Yeshua como Messias. Ainda que
as razões possam incluir a perseguição cristã aos judeus, as cosmovisões
seculares que cedem pouco espaço para Deus ou um messias, e a recusa de se
arrepender dos pecados — o motivo principal é o sentimento de que o Evangelho
lhes é irrelevante. Este sentimento se origina parcialmente do modo pelo qual o
cristianismo representa a si mesmo, mas também da alienação induzida pela maior
parte das versões do Novo Testamento. Com a ornamentação cultural cristã
gentílica e suas justificativas teológicas antijudaicas, fizeram com que muitos
judeus pensassem ser o Novo Testamento um livro não-judeu sobre uma divindade
dos não-judeus.
O Jesus
apresentado por eles diz pouco a respeito da vida judaica. Torna-se difícil
para o judeu experimentar Yeshua o Messias como ele realmente é — amigo de todo
judeu. Ainda que o Novo Testamento Judaico não consiga eliminar todas as
barreiras entre os judeus e a confiança no seu Messias, ele remove alguns
obstáculos lingüísticos, culturais e teológicos. O judeu que ler o Novo
Testamento Judaico poderá experimentar Yeshua como o Messias prometido pelo
Tanakh ao povo judeu; e poderá perceber que o Novo Testamento é tão importante
para os judeus quanto para os não-judeus; e será confrontado com a mensagem
integral da Bíblia, os dois Testamentos juntos, como verdadeiros, importantes e
dignos de aceitação, a chave para a salvação pessoal e de seu povo.
3.
A separação entre a comunidade messiânica e o povo judeu. Em último lugar,
séculos de rejeição judaica de Yeshua e de rejeição cristã em relação aos
judeus produziu a situação na qual nos encontramos: cristianismo é
cristianismo, e judaísmo é judaísmo e os dois jamais se encontrarão. Além
disso, muitos judeus e cristãos estão satisfeitos com essa situação.
Entretanto, não é vontade divina a existência separada de dois povos de Deus.
Os cristãos não-judeus que reconhecem sua união a Yisra’el, e não sua
substituição, e os judeus messiânicos plenamente identificados com o povo e o
Messias judeu, Yeshua, devem trabalhar conjuntamente para reunificar o grande
cisma da história mundial, a divisão existente entre a igreja e o povo judeu. O
Novo Testamento Judaico tem um papel a desempenhar na grande tarefa de reunir
os dois grupos de forma a preservar a identidade judaica na comunidade
messiânica, na qual judeus e não-judeus honram a Deus e seu Messias de acordo
com o Tanakh e o Novo Testamento.
Expo
Cristã, São Paulo, 13 de setembro de 2007.
Este é um texto antigo que deve se atualizado com a produção teórica de filósofos e pensadores judeus que fizeram esse caminhar de estudo e aproximação entre a fé judaica e o cristianismo.
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