samedi 22 mai 2021

Sinai, a revelação não foi televisionada

 Pentecostes

A revelação no Sinai não foi televisionada

Reflexões a partir de um artigo do rabino Joel Seltzer



Durante uma semana cristãos e judeus deixam o seu cotidiano e sobem uma montanha em suas imaginações, a fim de reviver momentos dramáticos na história do povo judeu, o momento em que a Lei foi dada no Monte Sinai.


O importante não são as reuniões nas igrejas e sinagogas que celebram o Shavuot -- do hebraico : שבועות, "sete semanas, nome da festa judaica também conhecida como Festa das Colheitas ou Festa das Prímicias, celebrada no quinquagésimo dia do Sefirat Haômer em que, devido a contagem, a festa é conhecida também por Pentecostes --, mas aquele momento de santidade, quando abrimos nossos ouvidos para ouvir as palavras do Decálogo, nos Dez Mandamentos: "Eu sou o Senhor vosso Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão, não terás outros deuses além de mim".


E nós começamos a sonhar: como foi aquele dia? A montanha ficou mesmo em chamas, e Moisés tremeu de medo, consciente de seu papel naquele momento único de teofania? Houve raios e trovões, e os filhos de Israel reconheceram a gravidade deste momento? O que foi que Moisés testemunhou? Será que ele se afastou com medo, ou foi atraído pelos sons ensurdecedores da revelação? Se Deus lhe respondeu "com a voz", o que Ele fez com o som da sua voz? Falou baixinho ou gritou? Será que Deus fala com o que poderíamos chamar de palavras, e essas palavras foram gritadas, ou eram parecidas com a ''voz mansa'' que Elias ouviu?


Antes de conhecê-lo, a leitura da Torá é longo e eu perdi minha chance de realmente ouvir essas palavras sagradas.


Este é o nosso problema: Somos crentes pós-modernos, vivendo em um mundo pós-moderno. Um mundo de reality show, onde as massas optam por assistir a "vida" se desdobrar na televisão ao invés de prestar atenção à realidade "real" da vida. Um mundo onde a cada segundo um novo filme já está disponível on-line, pronto para ser baixado com o toque de um botão. Vivemos em um mundo onde há um ciclo de notícias a cabo 24 horas, onde vimos no mês passado os acontecimentos das manifestações por todo o país, muitas vezes instalados em nossas salas de estar. Então é lógico que, quando pensamos nos acontecimentos do Monte Sinai, a nossa mente bem treinada não pode deixar de procurar o visual, afinal de contas, é ver para crer, e nós queremos acreditar. E se a fé cristã está baseada também preceitos da Lei, então almejamos conhecimento, o conhecimento concreto, como o que aconteceu naquele dia no Monte Sinai.


Mas, devemos compreender nosso erro: estamos sacrificando a revelação no altar da veracidade pós-moderna.


Mas não somos os primeiro a passar por esse dilema teológico, o desejo de saber o que não pode ser conhecido. Um rabino, Norman Lamm, ex-reitor da Universidade de Yeshiva, uma vez enfrentou esta questão em um ensaio, ao procurar explicar suas concepções sobre o que ocorreu no Monte Sinai. Nele, Lamm explica que ele "aceita assumidamente a ideia da revelação verbal da lei", embora não pudesse levar a sério "a caricatura dessa ideia que faz de Moisés um secretário que anota um ditado." Em outras palavras, para a Ortodoxia moderna os acontecimentos no Monte Sinai não são apenas reais em um sentido histórico, mas são reais também em um sentido descritivo. Ou seja, os textos revelados são precisos e, portanto, Moisés falou com Deus, e Deus lhe respondia "com a voz". Por outro lado, Lamm não admite completamente o elemento de mistério encontrado na descrição do texto da revelação, ele não fecha a porta para as possibilidades e ambiguidades. Por isso, incentiva-nos a compreender que "como Deus falou é um mistério. Como Moisés recebeu esta mensagem é irrelevante, porque o que Deus falou é de extrema importância".


Mas para que fechemos nossos olhos e imaginemos uma representação vaga da conversa entre Deus e Moisés, da montanha a tremer em chamas, o rabino Abraham Joshua Heschel alerta que tentar entender a representação deste momento da Bíblia como literal é na verdade meu primeiro erro. Heschel, explica: "O mundo" da revelação "é como uma exclamação, é indicativo em vez de um termo descritivo. Os termos apontam para o seu significado”. Em outras palavras, Heschel quer que pensemos na descrição da entrega da Lei que lemos durante o Shavuot como poesia, não prosa, como drama e não como uma encenação. Ele diz: "Mas do que um relatório sobre a revelação, a própria Bíblia é um midrash".


E assim que nós timidamente retornamos aos nossos templos e sinagogas para celebrar os serviços de Shavuot. E devemos nos repreender por sermos vítimas, mais uma vez, da necessidade incessante de entender, de sentir, de ver. Lembremo-nos que nossa capacidade de entender e nossa visão são duas ferramentas, insuficientes, para compreender o mundo ao nosso redor. Por isso, devemos admitir que o poder infinito do mistério e a fonte do próprio mistério, é Deus.


Fonte

Rabbi Joel Seltzer / Jewish World blogger, 08,05.2013, in www.haaretz.com/misc/writers/rabbi-joel-seltzer-jewish-world-blogger-1.449358



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