mercredi 30 octobre 2013

Moisés, o príncipe do Egito


A PREPARAÇÃO DE MOISÉS
por JORGE PINHEIRO

Êxodo 2: 1-22.
A chave para entendermos a preparação Moisés, como líder do povo de Adonai, está no Capítulo 2 do livro de Êxodo. Na verdade, este capítulo abarca três períodos definidos.

I. Moisés na casa dos pais.
II. Moisés na corte de Faraó.
III. Moisés no deserto.

I - Na Casa dos Pais

Quando falamos de Moisés na casa de seus pais[1], podemos trazer do texto algumas conclusões muito interessantes.
           
A. Moisés era uma criança bonita (Êx 2:2).
           
B. Os pais de Moisés[2], Anrão e Joquebede, eram pessoas de fé no Elohim de Israel (Hb 11:23). Exemplo: a sabedoria (aparente ingenuidade) da mãe de Moisés em colocar o cesto de papiro[3] com a criança próximo ao lugar onde a filha do Faraó[4] se banhava. O choro da criança chamou a atenção da princesa e tocou seu coração.
           
C. Eram pessoas que tinham amor pelos seus irmãos escravizados, conforme Hb 11:24-26[5].
           
Conclusão: Fé no Adonai da aliança e amor por seu próximo. Esses foram os ensinamentos básicos que Moisés teve em seu lar.

II - Na Corte do Faraó

E o que aprendeu na corte de Faraó?

A. No livro de Atos dos Apóstolos 7:22 encontramos: “E Moisés[6] foi instruído em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em suas palavras e obras[7]”. Sem dúvida, recebeu a mais alta educação que a grande nação egípcia poderia oferecer. Era poderoso em palavras traduz a gigantesca obra literária que produziu sob a inspiração de Iaveh: o Pentateuco. Poderoso em obras. Era um líder. Segundo o historiador judeu do primeiro século, Flávio Josefo, Moisés foi um grande herói militar, que comandou um exército no sul do Egito e livrou o país de uma invasão etíope.
           
B. Êxodo 2:11 e 12 e Atos 7:24-25 nos mostram que ele estava tentando livrar seus irmãos da escravidão. A iniciativa era sua e estava apoiada em sua própria força e vontade[8].
           
C. A educação que recebeu e o sucesso que obteve como líder fizeram dele um homem autossuficiente. Êxodo 2:13 e 14 nos leva a constatar que era visto por seus patrícios como um homem soberbo, arrogante, acostumado a mandar e ser obedecido.

III - No Deserto de Adonai

Que influência tiveram os quarenta anos no deserto sobre o caráter de Moisés?

Em Êxodo 3:11 vemos que ele se recusa a assumir responsabilidades.
Por que? Onde está o seu espírito de autossuficiência?

Em Êxodo 4:17 vemos que na corte de Faraó tudo era obra do engenho e arte humanas. No deserto tudo era obra de Iaveh, conforme expõe sabiamente Sl 8.3 e 4.
                       
A. Assim, o deserto ensinou a Moisés o caminho da paciência (Ex.14:10-14; 15:23-25; 16:2-3; 17:1-4; 32:31-32; Nm.12:1-8). A solidão e a grandeza solene do deserto deram-lhe o ambiente propício para refletir. Aí associou-se intimamente a um povo descendente de Abraão, os midianitas[9] que, muito possivelmente, adoravam o Elohim verdadeiro, conforme Ex.18:10-12.
                       
B. Com seu sogro Jetro[10], sacerdote, conheceu a religiosidade e as formas de culto dos descendentes de Abraão, assim como os caminhos e recursos do deserto. Era muito claramente uma preparação, pois ela haveria de viver a última etapa de sua vida, ali, liderando um povo que tinha sido escravo e que ele amava tanto.
                       
C. Assim, no deserto, com os midianitas, Moisés aprendeu o caminho da austeridade e da dependência a Elohim, que ele nunca poderia alcançar no palácio real. Moisés saiu do palácio como um príncipe arrogante e voltou ao Egito, para libertar seu povo, como um pastor terno e cheio de compaixão.

E O QUE SIGNIFICA ISSO PARA NOSSA VIDA?

A. Adonai transforma planos diabólicos em bênçãos.

Uma lição impressionante que este capítulo nos dá é como o poder soberano de Iaveh transformou os planos diabólicos de Faraó, de impedir que o povo deixe o Egito, em planos benéficos. (Ex 1:10 “...vamos ser espertos com esse pessoal, porque eles podem se multiplicar muito e se houver guerra podem se unir aos nossos inimigos e lutar contra nós”.)

B. Para Iaveh, mais importante do que fazer e acontecer é ser.
Foi instruído em toda a ciência dos egípcios. O historiador judeu Flávio Josefo, que viveu no primeiro século d.C., afirma que Moisés, foi general do exército. Ele atribui a Moisés a pacificação da Núbia, sul do Egito, o que aumentou em muito os tesouros egípcios, já que os nubianos tiveram que pagar pesados tributos em ouro. Atos dos Apóstolos 7:22

C. Iaveh manda para o deserto aqueles que vai usar.
Moisés saiu do palácio como um príncipe arrogante e voltou ao Egito, para libertar seu povo, como um pastor terno e cheio de compaixão.


[1] Seu pai, Amram, era descendente de Levi (da tribo de Levi, da família de Caat). Sua mãe, Joquebede, era tia de Amram, conforme Êx. 6:18-20 e comentário de Dobson, John H., A Guide to the Book of Exodus, SPCK, London, 1977, págs. 17 e 18.
[2] Os pais de Moisés, graças à providência de Elohim, puderam criá-lo em sua própria casa. Sua mãe amamentou-o possivelmente até os três anos de idade, conforme era a tradição hebreia (II Macabeus 7:27), quando o entregou à filha de Faraó para ser educado no palácio real.
[3] Um cesto de papiro. O papiro era uma matéria-prima muito utilizada pelos egípcios. Substituía o papel para a escrita, era utilizado para utensílios domésticos, como cestas, e até para a produção de embarcações.
[4]Embora arqueólogos e historiadores do Egito antigo nem sempre tenham a mesma opinião sobre fatos que aconteceram a cerca de 3.500 anos, nos últimos quinze anos a arqueologia e a história começaram a viver uma revolução, graças à utilização da informática e dos recursos técnicos da computação. Velhas teorias são descartadas e novas hipóteses são propostas. O conhecimento que temos, atualmente, sobre o novo reino egípcio, no período que cobre os anos de 1570 a 1085 a.C., nos oferece importantes informações sobre a vida dos faraós dessa época. Mantinham, por exemplo, residências e haréns nas grandes cidades, Tebas, Mênfis e  Ramsés, mas também casas de campo e de esportes em regiões mais afastadas, como no leste do delta do Nilo e nas regiões próximas a Góssen. A mais famosa estância de lazer dos faraós era Fayum, que por localizar-se numa região pantanosa permitia temporadas especiais de caça e de pesca. Documentos em papiro contam que ali existia um harém, onde as mulheres de linhagem real supervisionavam atividades industriais ligadas à fiação e tecelagem. Assim, ao contrário do que se imaginou durante muitos anos, os haréns egípcios não eram centros de reclusão, mas unidades de esporte e produção. Os papiros nos falam de Nefure, princesa filha de Amenotepe I. «A jovem Nefure que salvou o bebê Moisés morava num palácio em Mênfis, a residência real do co-regente. Existem muitas estátuas egípcias de uma jovem segurando um bebê. Estas estátuas referem-se sempre a Nefure e Senemut. O termo Senemut significa literalmente “irmão da mãe”. Para entender o que essa expressão significava é preciso analisar alguns elementos da religião egípcia. Acreditavam que o primeiro rei do Egito foi Osíris. Ele casou-se com Isis, que era sua irmã. O irmão de Osíris, Set, matou Osíris para ocupar o trono. Após a ascensão de Set ao trono, Isis fez com que, através de expedientes mágicos, Osíris voltasse à vida e a engravidasse. Depois disso, Osíris voltou ao mundo dos mortos. A criança que nasceu foi chamada Hórus e era Osíris reencarnado. No fim da história o trono retornou a Hórus, que era o rei por direito. Assim, o filho de Isis, por ser a reencarnação de Osíris, era também era seu marido e seu irmão. Tudo numa coisa só. Todos os reis do Egito, então, passaram a ser Hórus, a reencarnação de Osíris. Era assim que eles acreditavam”. Ronald Wyatt, the Moses of the Bible and History, Wyatt Archaeological Research, webmaster@crystalpt.com
[5] É interessante notar que Moisés publicamente faz-se conhecido como hebreu. O que inevitavelmente levou-o a participar das aflições de seu povo, ao invés de esconder-se na posição de filho de uma princesa egípcia. E é esta postura que o escritor de Hebreus realça no texto. Moisés, mesmo baseado em sua própria força e prestígio, preferiu  ligar-se a um povo, momentaneamente escravo, a alienar-se de sua tradição hebreia.
[6] A Bíblia diz em Êx 2:10 que quando “o menino cresceu, ela (a mãe) o entregou à filha de Faraó, a qual o adotou e lhe pôs o nome de Moisés”.  Em hebraico, Mosheh, do verbo mashah, tirar. É bem possível que este nome Mosheh seja uma abreviação da expressão egípcia Thutmosés (“o deus Tot nasceu”), já que a princesa dificilmente lhe daria um nome hebreu. Outra hipótese para o nome Mosheh é que tenha vindo do termo egípcio mesu, que significa filho, derivado de um verbo que quer dizer produzir, retirar. Daí o jogo de palavras entre mesu, no egípcio, e mashah, no hebraico. Vide A Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, São Paulo, 1985, pág.107, comentário de pé de página “j”, sobre Êx. 2:10.
[7]«Seu nome de princesa era Nefure e é assim que aparece em muitas inscrições. Nessa época seu pai era co-regente do faraó Anmosis. Mais tarde, ao tornar-se rainha, Nefure tornou-se conhecida como Hatshepsut. Quando Moisés nasceu o imperador do Egito era Anmosis, e ele vivia em Tebas. Na cidade de Mênfis, Thutmoses I era o co-regente do império. Mas como era costume também recebia o título de faraó. O termo faraó significa “casa grande” e traduzia o poder daquele que tinha o senhorio. Aos 33 anos, Moisés foi designado príncipe e tornou-se Thutmoses II. É importante notar que este não é o nome de Moisés, mas uma designação. O historiador judeu Flávio Josefo, que viveu no primeiro século d.C., afirma que Moisés, já como Thutmoses, foi general do exército. Ele atribui a Moisés a pacificação da Núbia, o que aumentou em muito os tesouros egípcios, já que os nubianos tiveram que pagar pesados tributos em ouro. Finalmente, quando Moisés tinha 40 anos, conforme descreve Êxodo 2, ele assassinou um nobre egípcio e teve que fugir do Egito. Na antiga Tebas existe uma construção chamada Deir el Bahri, um templo que Moisés construiu para sua mãe adotiva, Nefure. Tem uma tumba, possivelmente para o próprio Moisés, onde vemos uma jovem mulher segurando uma criança pequena. Documentos referentes à essa construção mostram que ela teve começo quando Moisés tinha cerca de 16 anos, época em que foi designado filho da filha do faraó e colocado na linha de herdeiros ao trono. Os nome Senemut e Nefure são mencionados na tumba. Abaixo da tumba, arqueólogos descobriram um pequeno quarto cavado na rocha, onde estavam as múmias de Hathofer e Ramose, os nomes egípcios dos pais de Moisés, Anrão e Joquebede. Assim, sua mãe hebreia foi embalsamada e recebeu um funeral real, o que indica que ela foi enterrada ali na época da sua morte. O corpo de seu marido Ramose, entretanto, teve um segundo funeral. Ele foi removido da sepultura original e transferido para este local. Esta tumba nunca foi terminada e ninguém mais foi enterrado ali. Mais tarde, outra tumba real foi mandada construir por Moisés, quando ele tinha cerca de trinta e três anos. A tumba 353 é tão fascinante quanto a primeira e nela ninguém foi enterrado. Foi a segunda construída por Moisés e seria seu túmulo real. É interessante notar que, ao contrário de outras tumbas, onde o morto é representado com esposa e família, Moisés é mostrado apenas com sua mãe e seu pai, Hathofer e Ramose. Até porque Moisés nunca foi casado enquanto esteve no Egito”. Ronald Wyatt, the Moses of the Bible and History, Wyatt Archaeological Research, webmaster@crystalpt.com
[8] “Moisés não tinha justificativa para esse ato (ferir o egípcio), nem pela lei da terra nem aos olhos de Elohim. Daí a necessidade de mais quarenta anos de disciplina, antes que seu coração e mente estivessem plenamente habilitados para receber a revelação dos propósitos e leis de Iaveh”. Davidson, F., O Novo Comentário da Bíblia, Ed. Vida Nova, SP, 1994, pág. 123.
[9] Os midianitas eram um poderoso grupo de tribos. Viviam na região leste do golfo de Ácaba. Esse região tinha muitos oásis e água que era utilizada para irrigação. A partir de 1969, os arqueólogos descobriram que, no tempo de Moisés, os midianitas dominavam a região de Moab e Edom, controlando as rotas comerciais do noroeste da Arábia. A Bíblia de Jerusalém, obra citada, p. 107, comentário de pé de página “l”,  sobre “A Fuga de Moisés para Madiã”.
[10] Os textos apresentam nomes diferentes para o sogro de Moisés. Em Êx.2:18, temos Reuel, em 3:1, 4:18 e 18:1 ele é Jetro, e em Nm 10:29 fala de Hobab, filho de Reuel. Muito possivelmente, esses nomes se referem em primeiro lugar ao líder do clã, Reuel, o midianita ou quenita, conforme Jz. 1:16 e 4:11. Sendo que aqui midianita ou quenita referem-se a duas tradições de casamento, uma refletindo a tradição javista, ligada à Palestina do sul, e outra eloísta. Logo após o nome do clã, muito possivelmente temos o nome do líder da família, Hobab. Dentro dessa visão, o nome do sogro de Moisés seria mesmo Jetro (Hobab), já que é como Êxodo o chama em três vezes das quatro em que é citado. 

vendredi 25 octobre 2013

Miró, um dia um gato


E a vida do Miró vai-se esvaziando

E se vida for uma só. E se a morte do Miró for também a minha morte. E se esses dias, quando a vida dele vai se esvaindo, for também um esvair-se da minha vida. E se esses dezessete anos de vida em comum, dividindo a mesma casa, conversando em idiomas diferentes, mas muitas vezes multiplicando emoções e sentimentos, são parte de um todo que eu vejo como caleidoscópio? Claro, eu sei que você vai dizer que não é nada disso. Que ele é apenas um gato e eu sou apenas um humano, não tão racional neste momento. E outros vão me achar bobo, cheio de sentimentos infantis, piegas, porque estou com emoções em desequilíbrio e triste porque o gato do pastor que, na verdade, é o gato da filha do pastor, está a morrer de velhice aos dezenove anos de vida felina. 

E a vida vai deixando ele devagar. Vai morrendo aos minutos, às horas, mas de forma vagarosa. Não está sofrendo, só deixando de viver. O gerúndio aqui é o jeito mais perfeito de dizer, vai deixando de viver. É como se a vida estivesse nele em camadas, e fossem se desfazendo no ar. Ou quem sabe, se de fato tivesse sete vidas que fossem se desprendendo não uma a uma, mas cada uma delas em primeiro lugar formasse uma bolha de vida ao redor dele e essa bolha fosse se esvaziando aos poucos. E é possível que cada uma dessas bolhas dure dias. Dias sem comer, sem beber, sem miar, mas que permitem a ele olhar para mim com olhos fundos, mas fundos mesmo, olhasse de dois buracos, e me dissesse, chefe você falou com o Eterno sobre mim? A vida que ele me deu, as sete, estão a se esvaziar, cada uma delas, mas quero lá na frente estar contigo, como seu companheiro e matemático. 

Eu sei Miró, nós falamos sobre isso nesses dezessete anos de convívio, quero você lá comigo. Falei com o Eterno que quero você lá. E como você sabe, e como Ele sabe, quero você como meu matemático. Meu gato matemático, que sabe falar a linguagem do meu coração e sabe fazer todos os cálculos que eu preciso, como por exemplo a equação para se conhecer a hipotenusa, ou outras mais complexas como a equação de Hagen-Poiseuille. E querido Miró, inteligente, falante e matemático, você vai me dizer que esta é a equação do físico francês Jean Louis Marie Poiseuille, que relaciona o caudal Q de um tubo cilíndrico transportando um líquido viscoso com o raio R, comprimento l, pressão P e coeficiente de viscosidade n. 

E que a equação de Hagen-Poiseuille é uma lei da física que descreve um fluxo, que não pode ser comprimido, de baixa viscosidade através de um tubo de seção transversal circular constante. E eu vou rir porque sei que é isso mesmo, mas eu quero ter você ao meu lado em minhas viagens por essa eternidade do Eterno.

Mas, por enquanto, estou vendo o seu momento que me parece um momento difícil. As bolhas que se esvaziam devagar, e você quieto conversando com o Eterno. É um momento seu, talvez um momento de sabedoria, de conversa de amigos. E eu só posso olhar e pensar que quero entrar na conversa também. Ontem, como bom protestante, cheio do meu jeito brasil, também conversei com o Eterno. E disse para Ele, que se a minha alienação existencial era a responsável pelo esvair-se de sua vida, que Ele me perdoasse. E Ele disse para eu deixar de ser convencido, pois o esvair-se da vida é o momento mágico do renascimento. E eu calei o meu pensamento, entendendo perfeitamente que você vai continuar comigo, ranzinza, reclamante, mas cheio de matemáticas, ao meu lado, neste cruzar eterno da eternidade sem fim.

Estou saindo agora para minhas lides, e se a última bolha se esvaziar... nos vemos depois. Te amo, Miró. Obrigado pela parceria nesses dezessete anos, que projetam a eternidade no meu coração e em nossas vidas.

Do amigo, Jorge Pinheiro.

A Cruz Huguenote 2014 -- Depoimentos de Thiago e Daiane



Depoimento do casal Daiane e Thiago, que estão fazendo imersão na língua e cultura francesas na Escola Les Cèdres, situada próxima a Paris.

A Cruz Huguenote 2014 -- Depoimento do Pr. Didier Roca



A Cruz Huguenote -- depoimento do Pr. Didier Roca, da Igreja Batista de Montpellier.

Cruz Huguenote -- 2015

A CRUZ HUGUENOTE

Convergência para o apoio 
e o desenvolvimento de igrejas francesas e brasileiras


O projeto A Cruz Huguenote, para este próximo ano de 2015, visa apoiar pequenas igrejas francesas que por diferentes motivos estão sem pastores ou necessitam de apoio ministerial e aceitam construir parcerias com igrejas brasileiras. Essas parcerias partem do fato de que Deus mantém na França um remanescente da histórica tradição reformada, que deseja expandir o Reino, e aproveitar o renascimento evangélico que pode ser visto em diferente regiões do país.

A partir do exposto, neste próximo ano, dando sequência à ação desenvolvida nos dois anos anteriores, com o apoio de jovens casais brasileiros que fazem parte do projeto e estão instalados ou vão se instalar nos próximos meses nas regiões de Lunel, Montpellier e Marseille, e também daqueles que cursam Mestrado na Faculté de Théologie Protestante de Montpellier, a Cruz Huguenote propõe:

1. Parceria entre igrejas brasileiras e francesas, que desejam se conhecer e testemunhar juntas do amor de Cristo.

2. Esportes e música – equipes esportivas e bandas que possam se apresentar em cidades franceses onde estão localizadas igrejas solidárias com o projeto a Cruz Huguenote. 

3. Ida de estudantes brasileiros, graduados em Teologia, para cursarem Mestrado e Doutorado na Faculté Protestante de Théologie de Montpellier, e de estudantes franceses para cursarem graduação ou Pós-Graduação na Faculdade Teológica Batista de São Paulo. 

4. Presença de jovens pastores brasileiros, com domínio do idioma francês, para atuarem em igrejas francesas. E da mesma forma, estágio de jovens pastores franceses no Brasil. 


LA CROIX HUGUENOTE* 
Convergence pour l´appui 
et le développement des églises françaises et brésiliennes

_____________________________________________________


*A cruz huguenote foi criada em 1688 por um ourives da cidade de Nîmes. Passou a ser referência da fé reformada durante as perseguições dos séculos XVII e XVIII. Hoje é um símbolo do protestantismo francês. Os elementos presentes na cruz têm um claro significado espiritual, onde a pomba representa o Espírito Santo, expressão da relação do cristão com o Deus Eterno.



Elian Cuvillier -- Faculté de théologie protestante de Montpellier



Depoimento do Prof. Dr. Elian Cuvillier, Diretor de Estudos da Faculdade de Teologia Protestante de Montpellier sobre a presença de jovens estudantes brasileiros na instituição. Um projeto da Cruz Huguenote.

mercredi 16 octobre 2013

Liberdade religiosa, direito inalienável da pessoa

Um princípio histórico

Com o nome batista existimos desde 1612, quando Thomas Helwys de volta da Holanda, onde se refugiara da perseguição do Rei James I da Inglaterra, organizou com os que voltaram com ele, uma igreja em Spitalfields, nos arredores de Londres.

Thomas Helwys, que era advogado e estudioso das Escrituras judaico-cristãs, por ter escrito um livro intitulado "Uma Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniquidade", foi preso e morreu na prisão, em 1615. No referido livro, ele afirma aquilo que é um dos mais caros princípios batistas, o principio da liberdade religiosa e de consciência:


"... a religião do homem está entre Deus e ele. O rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus, ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma".

mardi 15 octobre 2013

Comitê Nacional de Diversidade Religiosa / Jorge Pinheiro

Diversidade Religiosa

Conforme disposto no Edital de Seleção para a composição dComitê Nacional de Diversidade Religiosa e atendendo os critérios para a homologação das inscrições conforme os itens 5.1 e 5.2 do respectivo Edital, publicamos abaixo as inscrições homologadas pela Comissão de Seleção (Portaria 1034/2013):

 

INSCRIÇÕES HOMOLOGADAS - Comitê Nacional de Diversidade Religiosa

1.
Acyr de Gerone
2.
Alexandre Alberto Santos de Oliveira
3.
Alexandro Castilho
4.
André Sidnei Musskopf
5.
Bernardo Pablo Sukiennik
6.
Célia Gonçalves de Souza
7.
Christina Vital da Cunha
8.
Clemildo Anacleto da Silva
9.
Clemir Fernandes Silva
10.
Damaris Dias Moura Kuo
11.
Daniel Sottomaior Pereira
12.
Daniella Gigliolla Novo Hiche
13.
Edoarda Sopelsa Scherer
14.
Elcio Cecchetti
15.
Elianildo da Silva Nascimento
16.
Émerson Damásio de Araújo
17.
Erisvaldo Pereira dos Santos
18.
Fábio Ferreira Nascimento
19.
Fernando de La Rocque Couto
20.
Flamarion Vidal Araujo
21.
Flávio Honório da Costa
22.
Floridalva Paiva Dias de Sá Cavalcanti
23.
Francielle Morêz
24.
Geter Borges de Souza
25.
Gilbraz de Souza Aragão
26.
Gustavo Adrián Gottfried
27.
Hélio de Moraes e Marques
28.
Jaciara Ribeiro dos Santos
29.
Jorge Pinheiro dos Santos
30.
José Ivo Follmann
31.
José Ricardo Calza Caporal
32.
Lúcia de Fátima Batista de Oliveira
33.
Manoel Pacifico da Costa
34.
Marcelo Martins Barreira
35.
Márcia Cristina de Melo Breves
36.
Márcia Maria Bianchi Prates
37.
Maria Inês Carniato
38.
Maria José Silva Diniz
39.
Maria Liosmira Rodrigues dos Santos
40.
Marilene da Silva
41.
Mirian Stanescon Batuli de Siqueira
42.
Moacyr Barra Grande Filho
43.
Oneide Monteiro Rodrigues
44.
Pedro Bezerra da Silva Filho
45.
Rad Assis Brasil Ugarte
46.
Romi Márcia Bencke
47.
Silvana do Amaral Veríssimo
48.
Silvio Luiz Ramos Garcez
49.
Tânia Maria Ribeiro Cavalcante
50.
Tarcísio José Ferreira

 

A Assessoria da Política de Diversidade Religiosa é a área da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República responsável pelo planejamento e articulação de políticas voltadas para a defesa e a promoção da liberdade religiosa no Brasil, o enfrentamento do desrespeito e da intolerância religiosa e a promoção da laicidade do Estado. Nosso objetivo é disseminar uma cultura de paz, democracia e direitos humanos.

A liberdade religiosa diz respeito ao direito tanto na escolha de determinada convicção ou tradição religiosa quanto o de não proferir religião alguma. A laicidade do Estado se institui como mecanismo democrático, pressuposto e garantia da liberdade de religião, filosofias, crenças, opiniões e convicções e de que todas as religiões possam conviver em igualdade.

Portaria nº 92/2013-SDH/PR, de 25 de janeiro de 2013, instituiu o Comitê Nacional da Diversidade Religiosa. O comitê tem a finalidade de promover o direito ao livre exercício das diversas práticas religiosas, disseminando uma cultura da paz, da justiça e do respeito às diferentes crenças e convicções.

Para minha primeira neta...

Belíssima Pinheiro Murakami

O Pinheiro que somos. A busca das origens, traduzida na procura insana da genealogia foi a maneira que os senhores, donos de terras e poder, encontraram para dizer que descendem de pessoas especiais, escolhidas por Deus para exercer o domínio. Mostraram-se como sequência de ascendentes fundadores e, por isso, são diferentes, especiais, únicos. Mas, apesar disso ter sido sempre uma mentira, nos deixamos enganar e acreditamos que uns eram melhores porque tinham sangue azul ou descendiam de uma linhagem de heróis e/ou iluminados.

Quando de fala de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo, com um mesmo topônimo, no caso Pinheiro, ou que vivem neste Brasil mestiço e miscigenado até os ossos, perde toda e qualquer base antropológica falar-se em árvore genealógica. Os homens e mulheres que se chamaram Pinheiro desde o século XIII em Portugal, pelo que se sabe, escolheram este sobrenome, ou receberam este sobrenome, por opção livre ou não, e hoje somos um mundaréu de gente de origem, cor e raça diferentes. Não há em nós nenhuma unidade maior além do nome e de uma identidade em construção, somos portugueses, espanhóis, holandeses, italianos, índios, negros, cristãos velhos, cristãos novos, orientais. Conhecemos, em alguns casos, nossos avós e bisavós, mas a partir daí a coisa se complica. 

Alguns dirão, ela é portuguesa, é italiana, é marrana. Estão certos e errados. Esses milhares de brasileiros que se chamam Pinheiro só têm algo em comum, fazemos parte de um povo novo, uma construção que nasceu e cresce na miscigenação livre, ou que nasceu do cativeiro de índios e negros, perpetrado pelos senhores de escravos. Somos Pinheiro, brasileiros. Essa é a novidade que carregamos. Beijos, JP.