lundi 30 mai 2011

Focolares para principiantes


Numa visita ao Brasi, em 1991, Chiara Lubich lançou uma proposta para o pensamento e a práxis econômica: a Economia de Comunhão na Liberdade (EdC). A sua raiz está na prática da comunhão de bens que caracterizou o Movimento dos Focolares desde a sua gênese. Esta comunhão gera uma nova mentalidade, uma nova cultura: a cultura da partilha.

Neste projeto se articulam princípios sociais e econômicos: economia, solidariedade e liberdade, capazes de influir na solução dos desequilíbrios econômicos. O lucro das empresas que aderem à EdC é dividido em três partes: para o reinvestimento na empresa; para ir ao encontro dos necessitados; para a formação de homens novos: pessoas com uma mentalidade aberta à cultura da partilha.

Mais de 800 empresas e atividades produtivas, no mundo inteiro, aderiram à EdC – cerca de cem encontram-se no Brasil.

A quatro km da Mariápolis Ginetta (Grande São Paulo) foi implantado o Pólo Empresarial Spartaco, protótipo da EdC, onde estão instaladas sete empresas. Nas cercanias de Recife e de Belém, dois outros pólos empresariais nos moldes da EdC entraram em atividade.

Como sugiram

Trento (Itália), 1943. Na Segunda Guerra Mundial, Chiara Lubich, uma jovem de 23 anos, descobre no Evangelho os valores que podem dar sentido à vida humana, em todas as situações. Comunica esta descoberta às suas primeiras companheiras. É a descoberta do amor como força capaz de desarmar os corações do ódio, do rancor e de preconceitos. É o início de um caminho de unidade que gera a paz e que suscita a fraternidade universal.

A palavra-chave é unidade: a oração que Jesus dirigiu ao Pai antes de morrer – “Que todos sejam um” (Jo 17.21) – torna-se o objetivo de suas vidas. As palavras do Evangelho revelam-se novas: a descoberta de Deus como Pai, o Mandamento Novo, a presença de Jesus “onde dois ou mais...”, em cada próximo (“Tudo o que fizerdes ao menor dos meus a mim o fareis”... Da experiência de Evangelho vivido no cotidiano, nasce a espiritualidade da unidade. Em poucos meses, mais de 500 pessoas aderiram a essa proposta. Aos poucos, ultrapassou as fronteiras da Itália e da Europa, penetrando nos cinco continentes.

Em 1959 Ginetta Calliari – uma das primeiras companheiras de Chiara Lubich – com Marco Tecilla, Enzo Morandi e outras jovens e rapazes, iniciaram os dois centros do Movimento no Brasil. Hoje o Movimento está presente nos Estados brasileiros, conta com cerca de 280 mil pessoas e 55 centros de difusão.

A proposta

Nestes 65 anos, o Movimento dos Focolares suscitou uma renovação espiritual e social em mais de 2 milhões de pessoas de todas as idades, condições sociais, raças e culturas. Presente em 182 países do mundo, realiza um diálogo a 360°, em todos os níveis sugeridos pelo Concílio Vaticano II: com pessoas dos mais variados credos e confissões, e também com quem, mesmo sem um referencial religioso, está disposto a contribuir para a promoção de valores universais, como a paz, a justiça, a dignidade humana.

Um pouco de história

Em 1956, pela primeira vez um brasileiro teve contato com essa espiritualidade, na Itália: o Pe. João Batista Zattera, do Rio Grande do Sul.

Em 1958, outros dois sacerdotes de Recife participam, também na Itália, de um Congresso anual do Movimento, denominado Mariápolis. Após esse contato, um focolarino e duas focolarinas – pessoas inteiramente doadas à causa dos Focolares, membros consagrados de comunidades femininas ou masculinas – fazem uma viagem ao Brasil, começando por Recife, onde surge a primeira comunidade. Marco Tecilla, Lia Brunet e Ada Ungaro percorrem vários Estados do Brasil e alguns países da América Latina. A semente foi plantada e o terreno preparado.

Em 1959, em resposta a uma carta de dom José Avelino Dantas, então arcebispo de Olinda e Recife, Chiara concorda com a abertura dos dois primeiros centros do Movimento fora da Europa.

Em 26 de novembro de 1959 partem para Recife quatro focolarinas (Ginetta Calliari, Fiore Ungaro, Marisa Cerini e Violetta Sartori) e quatro Focolarinos (Marco Tecilla, Enzo Morandi Rino Chiapperin e Gianni Buselatto). O Movimento se espalha pelos Estados do Nordeste e  por todo o país.

Chiara Lubich esteve no Brasil seis vezes, a primeira delas em 1961.

Em 1962 foi inaugurado o primeiro focolare masculino da região Sudeste, em São Paulo, através do qual teve início também a Editora Cidade Nova. Em 1964 tem início também o focolare feminino.

Em 1965, na terceira viagem de Chiara ao Brasil, foi adquirido o terreno para a construção do Centro Mariápolis (Centro de formação), próximo a Recife, em Benevides.

Em 1967 foi a vez de São Paulo, com a compra do terreno onde surgiria a Mariápolis Araceli, atualmente Mariápolis Ginetta.

Uma das viagens mais significativas de Chiara ao Brasil ocorreu em 1991, quando ela lançou o Projeto Economia de Comunhão (EdC). Já em 1998 ela viu realizado o Pólo empresarial Espartaco, no município de Cotia (SP), nos moldes da EdC e recebeu diversos reconhecimentos de instituições acadêmicas e políticas. No mesmo ano recebeu a comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul.

Nos anos seguintes foram implantados no Brasil outros dois pólos empresariais da EdC: em Igarassu (PE) e em Benevides (PA).

Em 2001 foi fundado o Movimento Político pela Unidade também no Brasil, buscando tornar a fraternidade uma categoria política a ser atuada por cidadãos comuns, políticos e pessoas ligadas a esse âmbito.

Hoje o Movimento está presente em todos os Estados brasileiros, conta com cerca de 280 mil pessoas que aderem à sua espiritualidade em mais de 500 cidades, com 55 centros de difusão.


Fonte: 50 anos do Movimento dos Focaloares no Brasil
http://50anos.focolares.org.br/

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