mercredi 17 décembre 2025

Vida e fé

 

Vida e fé

das paixões radicais 

A vida, uma leitura radical

 

Um dos temas centrais da mídia é a violência. Tal fato nos leva a pensar e a viver como se a vida não tivesse a menor importância ou valor. E em nome de doutrinas, políticas e religiões, gentes são transformadas em bombas humanas, assassinos seriais, legais ou não, que espalham a dor, o sofrimento e a morte. Nesse clima de ódio e violência, é importante dizer que a primeira filosofia das Escrituras hebraicas, e posteriormente cristãs, construída para o ser humano no bojo da filosofia da criação, é a filosofia da vida.

 

O Eterno fez o humano como semelhante, cheio de parecença, para ser como Ele e com Ele, para curtir o mundão criado, fazer sexo, ter filhos, produzir criativamente. E O Eterno contou isso aos humanos e um dia isso foi registrado lá em Bereshit, o livro primeiro das Escrituras. E é interessante que quem registrou a história que ouviu dos antepassados disse que O Eterno curtiu à beça tudo aquilo. Achou genial o que tinha feito, tanto que deu por terminado o seu trabalho e foi descansar.

 

As histórias se multiplicam. Há histórias que falam da importância da vida nas Escrituras hebraicas, e há histórias sobre a vida e sua singularidade nas tradições de gentes e povos. Na tradição judaica, conta-se que quando os escravos fugiram do Egito com os soldados egípcios correndo atrás deles e já estavam atravessando o Mar Vermelho, anjos resolveram cantar um hino de gratidão a O Eterno, mas o Eterno não permitiu e disse: Eu criei o ser humano, cada um deles é minha criação, como poderei cantar se muitos vão se afogar neste mar? Eis a universalidade da vida: fomos criados por O Eterno, todos somos parecença, quer escravos hebreus ou soldados egípcios. A filosofia entende isso: a vida é direito universal porque O Eterno ama a pessoa, todas as pessoas -- foram feitas por Ele e têm o jeitão dele.

 

Nesse sentido, a partir da filosofia da vida podemos dizer que não há diferença entre judeu e grego, cada pessoa ocupa um lugar especial no coração de O Eterno, para Ele é como se todos fôssemos únicos. 

 

O respeito pela vida de cada um e de todos e a negação do ódio e da violência direcionam a filosofia da vida. Criar e educar pessoas traduz-se em ensinar, em primeiro lugar, que quem destrói uma única vida destrói todas e a própria criação. E quem cuida e salva uma única vida salva o mundo. Cuidar e salvar pessoas é semear a paz para que ela reine entre os seres humanos. Para que ninguém possa dizer: o meu pai é maior do que o teu pai.

 

Voltando ao primeiro livro das Escrituras hebraicas, vemos que ele se descreve como o livro da história humana. E é interessante o que esse livro fala da criação e da história do primeiro casal: Da-terra e A-vida. Este é sentido dos nomes Hadam e Hawah. A construção dessas duas pessoas, Da-terra e A-vida, ao se dar no final do processo de surgimento do universo, mostra o valor que têm para O Eterno: são menores, aparentemente pequenos, mas valem muito, pesam tanto quanto todo o universo. A história humana é a história de uma pessoa, de duas pessoas, de todas as pessoas. 

 

E será que eu posso fazer da minha mulher, escrava. Ou, em outras palavras, posso explorá-la? Não, não posso. Será que posso fazer dos meus pais, escravos. Ou, em outras palavras, posso explorá-los? Não, não posso. Será que posso fazer de meus filhos escravos. Ou, em outras palavras, posso explorá-los? Não, não posso. E por quê? Porque devo amar o humano como semelhante, como igual. Esteja ele ao lado ou distante, é sempre próximo. Este princípio é fundamental na filosofia da vida. As relações humanas implicam em reciprocidade, deve levar ao companheirismo, ao fundamento de origem: Da-terra e A-vida estão por trás de toda a humanidade.

 

As Escrituras hebraicas nos falam da obrigação de amar o estrangeiro, ou seja, aquele que nos parece totalmente diferente. Esse é o princípio da paz entre os povos. Por isso, a filosofia da vida propõe que a paz prevaleça, seja formulada como lei a obrigação de cuidar e proteger os diferentes e as minorias. Este é o sentido maior da justiça.

 

Assim, se perguntarem: um homem pode explorar pai, mãe, mulher, filhos? Sabemos que a resposta é não. E de novo a pergunta: um homem pode explorar aquele que é diferente dele por credo, raça, sexo ou sob qualquer outro aspecto? Muitos acharão que sim. Mas quando tenho em minha frente uma pessoa, tenho um igual e, por mais diferente que seja, é meu irmão. Ser justo é reconhecer a liberdade dele, seus direitos e cuidar para que tenha uma vida digna, como humano que é.

 

O respeito e o cuidado por tudo aquilo que é humano, pelo ser, por sua terra e vida, é filosofia radical, que nasce da compreensão de que somos semelhantes, cheios de parecença com O Eterno. A imagem está em um, em dois, em todas as pessoas.

 

 

mardi 16 décembre 2025

Un rabbin de la péripherie ...

Un rabbin de la périphérie ...*

Jorge Pinheiro


La lecture des évangiles nous invite à rechercher les bases bibliques de la politique sociale de Yeshua, en partant des réalités exprimées par la hiérarchie sacerdotale de l'époque. Ne pas avoir de père connu et reconnu lui refusait le droit à un nom. Il était donc considéré comme quelqu'un de généalogie inconnue. Et le fait d'être désigné comme l'homme de Natzeret (Nazareth), originaire d'un village de paysans et d'artisans, peu connu et éloigné des routes commerciales, faisait que son identité géographique le disqualifiait également comme figure messianique possible.


Ainsi, la généalogie et la géographie faisaient de lui un Juif socialement marginal, qui, par ses origines, ne méritait pas de crédit. Mais cet homme-sans-nom, cet homme-sans-terre-sainte a commencé ses activités de manière pour le moins insolite dans la synagogue de Natzeret.


À l'époque, il n'y avait pas dans les synagogues de lecture des prophètes régulièrement prescrite. Le fait qu'il ait choisi un passage qui ne figurait pas dans les lectionnaires connus par la suite tend à indiquer qu'il l'a fait délibérément. Cette hypothèse corrobore l'affirmation de Luc, l'un des biographes des actes de Yeshua, lorsqu'il affirme qu'il ouvrit le livre et trouva l'endroit où il était écrit. [Leon L. Morris, Luc, introduction et commentaire, São Paulo, 1990, p. 101.] Deux détails méritent ici d'être soulignés : premièrement, c'est la seule référence claire dans les évangiles que Yeshua savait lire. Et deuxièmement, qu'en lisant Iesha'yahu (Ésaïe) 61.1-2, il a omis une phrase, « guérir ceux qui ont le cœur brisé », et en a ajouté une autre, « libérer les opprimés », qui se trouve en Iesha'yahu 58.6. En réalité, il a utilisé les textes qu'il jugeait les plus utiles à l'exposition de sa plateforme politique et sociale.


L'usage qu'il a fait de termes politiques, comme « royaume » et « évangile », montre que cette sélectivité avait pour but de parler d'une promesse politique d'intervention sociale alternative à celles des pouvoirs présents à l'époque. Ainsi, si nous lisons le texte présenté par Yeshua dans une perspective rabbinique, nous sommes face à un recours aux promesses du jubilé, lorsque les injustices accumulées pendant des années devaient être réparées. Le discours de cet homme à l'identité contestée n'affirmait pas que Yisra'el serait rachetée sur l'échelle temporelle, mais que l'impact radical et solidaire de l'année sabbatique devait entrer dans la vie.


De la même manière, le royaume à venir surgissait comme compréhension prophétique de l'année sabbatique. En ce sens, le sabbat de la semaine s'élargissait dans le sabbat des années, où le septième devait être de repos et de réforme, puisqu'il restaurait ce qui avait été épuisé, la nature et les personnes. Cet ensemble de règlements présent dans Lévitique 25.1-26.2 concernait le droit de propriété de la possession de la terre et des personnes, qui constituaient la base de la richesse. Le but était de fixer des limites au droit de possession, puisque toute la nature, les personnes et les biens appartenaient à Dieu. Ainsi, personne ne pouvait posséder la nature, les personnes et les biens de façon permanente, car ce droit appartenait à Dieu. Et le cycle de sept années sabbatiques débouchait sur la cinquantième année, le jubilé messianique (Lv 25.8-24), qui réapparaîtra dans l'Ancien Testament en Nombres 36.4. Mais le prophète Jérémie, au chapitre 34.8-17, a parlé d'une révolution sociale dans la Yerushalayim (Jérusalem) assiégée, lorsque Sédécias proclama la liberté des esclaves hébreux. De même, dans Iesha'yahu 58.6-12, nous trouvons la révolution comme partie de la vision prophétique. En ce sens, la révolution du jubilé pointait vers la construction économique, politique et sociale des relations entre les peuples.


L'historien Flavius Josèphe, des années plus tard, a dit qu'« il n'existe pas un seul Hébreu qui, même aujourd'hui, n'obéisse pas à la législation concernant l'année sabbatique comme si Moïse était présent pour le punir en cas d'infractions, et cela même dans des cas où une violation passerait inaperçue ». [Flavius Josèphe, Antiquitates III, 15, 3.]


Malgré l'affirmation de Josèphe, nous savons qu'un cadre économique et social basé sur les dispositions du Lévitique 25, ce qui incluait même la redistribution des propriétés, n'a jamais été littéralement vécu parmi les Juifs. C'est pourquoi il incomba à un sans-terre promise de soulever le discours de l'année de la libération.


La proposition radicale du Yeshua marginal était l'annonce de l'entrée en vigueur d'une ère nouvelle, si les auditeurs acceptaient la nouvelle. Il ne faisait pas référence à un événement historique, mais affirmait une espérance connue de ses auditeurs : celle de la révolution économique, politique et sociale qui devait changer les relations entre les peuples palestiniens.


Et cet homme de généalogie inconnue et de géographie marginale a placé la centralité de la révolution sur sa propre personne en affirmant qu'à ce moment-là, dans la synagogue de Natzeret, la promesse s'accomplissait. Et c'est ce que Luc va montrer dans la suite de son évangile : le marginal radical était le mashiah (messie) promis.


Yeshua est né à Natzeret, était l'aîné, a eu quatre frères et sœurs, a été baptisé vers les années 28/29 et est mort entre les années 30 et 33. Il a vécu une relation tendue avec sa famille, qui n'a accepté sa prédication qu'après sa mort. Il était le cousin de Yachanan (Jean), un essénien qui baptisait dans le fleuve Jourdain, et nous est présenté comme l'Élie eschatologique.


Yeshua n'était pas un rabbin érudit, bien qu'il se soit retourné contre l'entêtement des parushim (pharisiens). Il a mis l'accent sur le côté moral des commandements et n'a pas proposé leur abolition. Ainsi, Yeshua fut un Palestinien qui s'est senti envoyé vers les Juifs. Les parushim dans les textes néotestamentaires apparaissent comme une référence symbolique. Le message de Yeshua, à partir de ses relations avec Yochanan (Jean) et les communautés du désert, émerge comme un produit périphérique à la pensée des esséniens. La question du royaume de haShem (Dieu) fut un point central de la proclamation de Yeshua, dans laquelle était enchâssée une constellation de valeurs et pas seulement celles de dimension sociale.


En vérité, les textes néotestamentaires nous parlent de Miriam (Marie), des racines juives des disciples du mouvement La Voie (O Caminho), de l'attente messianique de Yeshua, de son disciple Shaul (Paul) de Tarse et de la mission comme appel à la fraternité. Yeshua a vu son cousin Yochanan comme Élie et fut le premier Juif palestinien à prêcher le début du royaume de haShem. Yeshua s'est vu comme mashiah, et a changé l'eschatologie juive, en affirmant que le royaume de haShem se réalise d'abord, et qu'ensuite vient le jugement dernier.


Ces dernières années, nous avons assisté à un énorme développement des recherches archéologiques, documentaires, textuelles et philologiques, sur les manuscrits de la mer Morte, la littérature pseudo-épigraphique et apocalyptique, ainsi que sur celles de la Torah, de la tradition orale juive et des sources gréco-latines de l'historiographie classique, ce qui nous permet de construire un profil vraisemblable du Yeshua de Natzeret et de la réalité qui lui était sous-jacente.


Ainsi, crûment, nous pouvons dire que le Yeshua de Natzeret fut charpentier, exorciste, médecin aux pieds nus et rabbin. Il peut donc être classé dans un large spectre des personnages juifs de son temps. Mais, théoriquement, celui qui a initié la transition théorique du Yeshua historique au mashiah de la foi fut Shaul, à partir du moment où il fut reconnu et eut comme mission, approuvée par les dirigeants de La Voie, de parler au monde gréco-romain. Cette action changea l'orientation première de l'activité de Yeshua, qui était de parler aux Juifs palestiniens. Grecs et Romains entrèrent en grand nombre dans les assemblées, et elles firent, conformément au modèle de conversion existant dans le judaïsme, de leur mieux pour satisfaire les nouvelles exigences.


Une autre transformation décisive, qui toucha à la substance de l'enseignement de Yeshua, suite à la transplantation du mouvement de ceux de La Voie, fut le changement du statut de la Torah, qui représentait pour le rabbin palestinien la source de l'inspiration et le critère de son mode de vie. Mais, comme La Voie cessa d'être juive et que les géographies et les temps changèrent, pour les assemblées du monde hellénistique et romain la Torah cessa d'être normative. Elle, que Yeshua comprenait de manière simple et profonde, et qu'il transposait avec intégrité, fut vue comme une ressource formelle pour comprendre l'histoire d'un peuple lointain, ce qui produisit un abîme entre le judaïsme et la chrétienté.


Le Yeshua de chair et de sang, vu et entendu en Yisra'el, persistant et radical dans son amour pour haShem et pour le prochain, était convaincu qu'il pourrait contaminer ses semblables par l'enseignement et l'exemple. La compréhension historique de l'action et de la vie de Yeshua nous aide par rapport au tikkun-ha‘olam, la réparation du monde : elle confronte l'antisémitisme, le refus juif d'évaluer les évangiles comme des témoignages juifs et la séparation entre les assemblées chrétiennes et le peuple juif.


Bien que des milliers de Juifs reconnaissent Yeshua comme mashiah, il est évident que la majorité des Juifs rejettent une telle compréhension. Même si les raisons peuvent inclure la persécution chrétienne, ou les visions du monde qui laissent peu de place à la compréhension de l'homme Yeshua, le motif principal est le sentiment que les évangiles sont sans pertinence.


La séparation entre les communautés chrétiennes et juives, après des siècles de rejet juif de Yeshua et de rejet chrétien envers les Juifs, a produit la situation dans laquelle nous nous trouvons : le christianisme est le christianisme, et le judaïsme est le judaïsme, et les deux ne se rencontreront jamais. Cependant, l'existence de confrontations est un paradoxe. Les chrétiens qui reconnaissent la tradition juive comme héritage et les Juifs qui s'identifient au mashiah judéo-palestinien doivent travailler ensemble pour mettre fin aux conflits et aux divisions existant entre les deux communautés.


Et cela nous conduit à une expérience que je chéris beaucoup. Pour un dialogue fraternel entre Juifs et chrétiens, il est nécessaire que chaque côté connaisse non seulement la pensée, mais surtout la culture et la manière de sentir de l'autre. C'est une réflexion de ce type qui renvoie à un philosophe qui a marqué son époque, Franz Rosenzweig (1886-1929).


Il est important d'abord de regarder le judaïsme non comme un corps doctrinal ou une structure de rituels, mais comme une expérience qui part de la reconnaissance d'une réalité qui va au-delà de l'existence. Cette expérience pour le Juif a son moment majeur dans l'élection de Yisra'el (Israël), qui est vu comme le père de l'expérience avec le transcendant pour les peuples et les cultures. Il est clair qu'il y a des moments de l'histoire où cette perception semble se perdre, obscurcie par la réalité des nations où le Juif vit. Mais, même dans ces situations, subsiste de façon mystérieuse la bénédiction de la présence du peuple juif, qui plus tard germera en bénissant peuples et nations, accomplissant ainsi le mandat que haShem a donné à Abraham.


J'ai dit que je parlerais de et à partir de Franz Rosenzweig parce que, sans aucun doute, nous avons beaucoup à apprendre de lui en matière de dialogue et de fraternité. Il fut un étudiant de la théologie protestante libérale d'Adolf Harnack, mais resta juif parce que c'était la religion de ses parents et parce qu'il aimait observer les coutumes juives et réfléchir, à la manière juive, sur les histoires bibliques.


Son cousin, Hans Ehrenberg, se convertit au christianisme et fut baptisé en 1911. Face à cela, Rosenzweig réfléchit à sa culture allemande et écrivit à ses parents en disant : « Nous sommes chrétiens en toutes choses, nous vivons dans un État chrétien, nous fréquentons des écoles chrétiennes, nous lisons des livres chrétiens, toute notre culture repose sur un fondement chrétien », mais cela ne faisait pas de lui un chrétien.


Plus tard, en 1913, en discutant de la conversion des Juifs avec Eugen Rosenstock et ses cousins Hans et Rudolf Ehrenberg, Rosenzweig dit qu'il pourrait même finir par se baptiser, mais posa une question : il aimerait examiner ce que signifierait accepter le baptême, ce que cet acte représenterait face à son judaïsme, puisqu'il n'était pas un païen, mais un Juif. Ainsi, il demanda à ses proches un temps de réflexion, pour penser et célébrer les dix jours saints qui vont du Rosh haShanah au Yom Kippour.


Ces dix jours furent fondamentaux pour Rosenzweig, car ils se transformèrent en dix jours de retour à ses racines juives. Plus tard, il écrivit à Rudolf que la conversion au christianisme « semble maintenant inutile et impossible. Je suis un Juif ».


Et il fit une lecture théologique juive de Yeshua. Il reconnut la présence du mashiah et de sa communauté dans le monde, mais affirma que personne ne vient du Père, sinon par lui (Jean 14.6). Et qu'il en est ainsi pour le peuple juif, car en tant que peuple, il n'a pas besoin d'aller vers le Père, car il est déjà avec lui. C'est la réalité du peuple de Yisra'el, du peuple, et non du Juif individuel. Ainsi, Rosenzweig fit une distinction entre le monde gentil qui a besoin de connaître haShem, et le peuple juif qui, en dernière instance, est l'étoile de la rédemption. Ou comme il le dit :


« Devant Dieu, Juifs et chrétiens sont donc des ouvriers d'une même œuvre. On ne peut se passer de l'un ni de l'autre. Entre eux, il y a toujours eu de l'inimitié, mais ils sont tout de même liés par la réciprocité la plus étroite. Ainsi, la vérité, toute la vérité, leur appartient aussi peu qu'à nous. » (L'Étoile de la Rédemption, p. 489).


Le caractère et l'histoire de la synagogue, pour Rosenzweig, sont différents de ceux de l'église, mais ne s'excluent pas. Parfois ils s'entrechoquent, bien qu'ils soient unis dans l'opposition au paganisme qui n'a pas la révélation pour fondement. Pour lui, la révélation est la garantie de la vocation permanente, de la mission qui soutient et donne sens aussi bien à l'église qu'à la synagogue. Ainsi, la révélation est l'origine objective aussi bien de la synagogue que de l'église, et donne aux deux une orientation ferme qui, en même temps, les différencie mais aussi les unit.


Rosenzweig étudia la médecine, l'histoire et la philosophie. Il partit de l'idéalisme allemand et construisit sa propre pensée théologique. Il s'inspira de Goethe et de Kant, mais suivit son propre chemin. Professeur, il considéra que ce n'est qu'à l'époque de l'idéalisme allemand que le professeur de philosophie et le philosophe ne faisaient qu'un. Et d'une certaine manière, il chercha à suivre cette tradition : il chercha à trouver sa propre réponse philosophique aux questions de la vie et de la spiritualité, sans abandonner ses fonctions de professeur.


Il étudia le judaïsme avec Hermann Cohen (1842-1918), qui donnait un cours de Philosophie de la Religion Juive à l'Université de Marburg. À partir de Cohen, Rosenzweig commença à utiliser la méthode de la corrélation, qui plus tard serait également utilisée par Paul Tillich. Pour Rosenzweig, la philosophie avait péché en étant moniste, puisque le mot « et » avait été écarté. Ainsi, à partir de la corrélation, il se mit à faire une nouvelle théologie : Dieu et l'humanité, l'humanité et Dieu, Dieu et la nature, la nature et Dieu.


Il repensa son judaïsme. Il reconsidera les relations dans lesquelles les choses se trouvent, élargit son univers théologique, qui auparavant était immergé dans des idées qui se suffisaient à elles-mêmes, prisonnières des concepts et des essences. Il jeta ainsi les bases philosophiques pour regarder l'autre comme un égal, une pensée qui plus tard orienta l'éthique d'Emmanuel Lévinas.


Bibliographie


Flusser, David, Judaïsme et les origines du Christianisme, vols. 1 et 2, São Paulo, Imago, 2001.

____________, David, Jesus, São Paulo, Editora Perspectiva, 2002.

Glatzer, N. H., Franz Rosenzweig, His Life and Thought, New York, 1961.

Josefo, Flávio, La guerra judaica, por G. Ricciotti. Ed. ELER:Barcelona, 1960.

___________, Obras completas de Flavio Josefo, cinco volumes, por L. Parré. Acervo Cultural Editores: Buenos Aires, 1961. (ver Antiquitates III, 15, 3).

___________, Contra Apión, Sobre la antiguedad del pueblo judio. Traducción del griego, prólogo y notas de E de P Samaranch. Ecl. Aguilar:Madrid, 1967.

Lux, Rüdiger, Franz Rosenzweig, 1986. WEB: www.jewishvirtuallibrary.org

Morris, Leon L., Lucas, introdução e comentário, São Paulo, 1990.

Rosenzweig, Franz, The Star of Redemption, tradução William Hallo, University of Notre Dame Press: London, 1985.

Stern, David H., O Novo Testamento Judaico, São Paulo, Editora Vida, 2007.

Vermes, Geza, Jesus e mundo do judaísmo. São Paulo: Loyola, 1996.

__________, As várias faces de Jesus, São Paulo, Editora Record, 2006.

__________, O autêntico Evangelho de Jesus, São Paulo, Editora Record, 2006.

Yoder, John Howard, A política de Jesus, São Leopoldo, Sinodal, 1988.

Witherington III, Ben, The Christology of Jesus, Minneapolis, Fortress, 1990.


* C'est possible dire que Jésus était palestinien?

Cette question touche à des sujets historiques, théologiques et politiques complexes, et les réponses varient selon les perspectives.

D'un point de vue historique et géographique : Jésus est né à Bethléem et a vécu à Nazareth, deux villes situées dans la région historiquement appelée Palestine (nom dérivé de "Syria Palaestina", donné par les Romains après la révolte de Bar Kokhba en 135 après J.-C.). À son époque (1er siècle), cette région faisait partie de l'Empire romain et était peuplée de divers groupes, dont des Juifs, des Samaritains et d'autres populations. Jésus était juif ethniquement et religieusement, membre d'une communauté spécifique dans le contexte du judaïsme du Second Temple.

D'un point de vue politique moderne : Le terme "palestinien" aujourd'hui désigne généralement les Arabes originaires de la région de Palestine (y compris les territoires israéliens et palestiniens actuels). Appliquer ce terme anachronique à Jésus serait historiquement inexact, car l'identité palestinienne moderne s'est formée bien plus tard, en partie en réaction au sionisme et aux conflits du XXe siècle.

Les perspectives actuelles : Certains Palestiniens chrétiens voient Jésus comme faisant partie de leur héritage historique et spirituel. Certains Israéliens et juifs soulignent l'identité juive de Jésus et son appartenance à la terre d'Israël. La plupart des historiens évitent l'anachronisme, précisant que Jésus était un Juif galiléen sous domination romaine.

On peut dire que Jésus vivait dans une région qu'on appelle aujourd'hui la Palestine, mais le qualifier de "Palestinien" au sens moderne est un anachronisme. Sa catégorisation exacte dépend souvent des prismes historiques, théologiques ou politiques à travers lesquels on aborde la question.



lundi 15 décembre 2025

A Ele seja a honra, o poder e a glória

O louco diz, Deus não existe.

Tal afirmação está no Salmo 14: “Diz o insensato em seu coração: Deus não existe.” 

Ela não fala de falta de inteligência, mas de uma atitude interior.

O “louco”, no sentido bíblico, é aquele que fecha o coração para qualquer transcendência e passa a viver como se a realidade se esgotasse no que é visível, útil ou imediato. Não é, necessariamente, quem nega Deus por reflexão honesta ou por dor — é quem prefere não levar Deus em conta, porque isso exigiria responsabilidade, limite, conversão.

Há também um aspecto existencial: quando Deus é excluído, o ser humano se coloca no centro absoluto. E isso, cedo ou tarde, cobra um preço — na ética, nas relações, no sentido da vida. A negação de Deus não fica apenas no campo das ideias; ela molda escolhas, prioridades e valores.

Por outro lado, o texto bíblico não é um insulto, mas um alerta cheio de realismo: quando o homem se afasta da fonte última do bem e da verdade, algo nele se desorganiza. A fé, nesse contexto, não é fuga da razão, mas um convite à lucidez — reconhecer que a realidade é maior do que nós mesmos.

Em resumo, Deus não condena quem pergunta ou duvida, mas questiona a soberba de quem afirma, com o coração fechado, que não há nada além de si mesmo.

Adoremos. A Ele seja a honra, o poder e a glória.

Psaumes 14:1-7 BDS
[1] Au chef de chœur : de David. Les insensés pensent : « Dieu n’existe pas. » Ils sont corrompus, leurs agissements sont abominables, et aucun ne fait le bien. [2] Du ciel, l’Eternel observe tout le genre humain : « Reste-t-il un homme sage qui s’attend à Dieu ? [3] Ils se sont tous égarés, tous sont corrompus, et aucun ne fait le bien, même pas un seul. [4] Tous ces gens qui font le mal, n’ont-ils rien compris ? Car ils dévorent mon peuple, tout comme on mange du pain  ! Jamais ils n’invoquent l’Eternel ! » [5] Ils sont saisis d’épouvante, car Dieu est avec les justes. [6] Pensez-vous pouvoir ruiner les projets des pauvres ? L’Eternel est leur refuge. [7] Ah, que vienne du mont de Sion le salut pour Israël ! Quand l’Eternel changera le sort de son peuple, Jacob criera d’allégresse, Israël, de joie.

https://bible.com/bible/21/psa.14.1-7.BDS

Kaddish - Le soleil entre les dents

 Jorge Pinheiro


Kaddish - Le soleil entre les dents

Les limites de la vie et les mots de passe du royaume


Je dis Zlabya, ce qui-announce, les coups de vent de la justice sur vous, la paix est comme l'eau des cours d'eau, et le feu de l'amour apporte la joie!



Le sol de la liberté ferme


1.

Béni soit l'éternité, ce qui porte l'ombre du soir, ouvre les portails, les temps, les périodes modifie de change et organise les étoiles. Béni soit l'éternité, ce qui porte l'ombre du soir.


Cher Zlabya, ce qui publicitaire, je vous écris. Je vous écris du troisième millénaire un avenir pas trop lointain, presque présent pour compter les choses qui se produiront et en même temps, de vous parler personnellement. Vous êtes au début de leur liberté comme une grande personne, qui peut choisir des chemins et des destinations. Je vous écris au sujet des futurs souvenirs, quand les descendants tour par ce précipice bête là, y compris ce que j'ai entendu et vécu. Mais vous ne pouvez pas oublier que la mémoire est toujours émotionnelle et sélective. En fait, il présentera les faits que nous avons vécu, d'un processus très particulier: la première donne la plus grande douleur, les temps où nous vivons les limites de l'existence. Mais ne vous arrêtez pas là. La mémoire sera toujours faire une lecture épique, où, aussi mauvais que ce fut le moment, nous place comme des héros.


Mais si je suis dans l'avenir, je peux parler du présent et du passé. Voilà pourquoi les vieux sont de bons conteurs et surveillés par des descendants, et comprennent vous paladins d'un futur mythique. Mes expériences de l'amour et de la vie produisent de belles fleurs, des souvenirs qui vous multipliez.


Les souvenirs sont notre histoire et ma lecture parce que je me demande sur les événements et nous amènent à penser ce n'est pas ici et maintenant, ce qui est éternel. Et quand cela se produit le complément de l'histoire et de lectures et d'enrichir nos vies. La vérité est que la mémoire se fonder sur les faits ne sont plus l'histoire de quelque chose de particulier, vit un processus de spaciosité qui vous donne la grandeur. Et l'histoire, à l'inverse, en utilisant la mémoire apporte l'excitation et la vie au fait.


Mais, comme déjà dit plus haut partiellement, nos souvenirs ne sont pas entre-lumière que des faits sociaux, nos cauchemars, ainsi que nos rêves portent nos souvenirs dans un monde magique, un monde où l'imagination est parfois aussi réel que l'histoire vivante . Transcende. Par conséquent, ces lectures seront les traductions de leurs expériences avec l'éternité, infini et sans bornes, créateur de toutes choses, l'origine et à la fin de l'amour et de la vie.


Dans la vieille tradition de longue durée, le nom est son et la désignation qui parle de la nature et de l'histoire de cette mise en candidature. Lorsque le plus ancien a parlé de Hashem Chilul, disait que l'éternité ne pouvait pas profané son nom parce qu'il ferait violence au ver. Et donc nous sommes appelés à Hashem Kiddouch, de séparer pour honorer le nom du ver.


Les quatre plus anciens sons de conversation que ver l'infini, il yod qu'il VAV, présentant l'identité et de l'histoire de l'éternité sans fin. En l'an 586 avant l'ère commune, qui est, jusqu'à la destruction du premier temple, le plus ancien chantèrent les quatre sons. Mais alors opté pour de très bonnes raisons, de dire avec respect mon seigneur, mon seigneur Elohim. Et plus tard encore, avant l'ère commune, Adonaï est devenu, à cause de la Sheema araméen, Hashem.


Quand il était en face de ce buisson courageux qui illuminait pas pris feu, Moïse entendit le vent chanter Eheieh Acher ehieh. Et il comprend que l'éternité a dit qu'elle était éternelle sans fin. Mais le vent n'a pas arrêté et a chanté différents iihueh de Acher iaueh, si Moshé se rendit compte qu'elle est celle qui donne la vie à ce qui existe.


Mais l'éternité du ver n’est pas un homme ou une femme. Par conséquent, il peut aussi être Elohim, il semble mâle et semble beaucoup. Mais ce mâle pluriel chante et dit que l'éternité est sans fin et la mère de toute vie, il est donc Elohim Îëüã. Mais je voudrais savoir que cette belle éternité et sans fin, qui est aussi mâle et pluriel, est le gardien du gagnant des portes, daltot shomer Israël.


Ces futurs souvenirs de lectures actuelles à votre vie actuelle, journée et marcher vers la dernière frontière, le temps infini à être les anges qui sont. Combien de bonheur. Ces événements feront partie de l'histoire des nations et des peuples. Beaucoup vivent comme des textes et feront partie de ces souvenirs. Certains seront à vos côtés et exercera une profonde influence sur sa vie. D'autres passent à quelques pas. Ce sont des personnages de jours de congé, et apparaissent avec des noms et parfois les noms de famille.


Il n'y a pas de mémoire dans cette attitude aucune intention de cacher la vérité, mais plutôt la reconnaissance du fait que vous n'avez pas franchi la dernière frontière. En ce sens, ces souvenirs les noms changeront à mesure que les lieux et les temps. Ne jamais traduire le nom fugacité du moment, mais sera la marque d'une vie.


Quant aux cauchemars, sera présent. Il est l'inconscient de révéler leur vision du monde. Il est difficile de dire qui est plus grand, le cauchemar ou la réalité et la douleur. Les deux seront terribles et ainsi viendront compléter. Et il sera plus facile de comprendre un à aller sur l'autre. Il est encore difficile de dire ce qui va venir d'abord, comme le cauchemar peut être ressenti comme l'avenir qui est présent, comme la lecture d'un encore présent accompli. Ou chanter comme poète: moitié oublié par moi, je tire vers le bas les limites. Et si les histoires viennent à travers la mémoire, ce qui affectivement tournera la lecture afin de permettre de traverser la dernière frontière de joie.

dimanche 30 novembre 2025

Maravilhosa graça

Por causa da graça

Pr. Jorge Pinheiro



Texto áureo


Que Deus, que nos dá essa esperança, encha vocês de alegria e de paz, por meio da fé que vocês têm nele, a fim de que a esperança de vocês aumente pelo poder do Espírito Santo! (14) Meus irmãos, estou certo de que vocês estão cheios de bondade, sabem tudo o que é preciso saber e são capazes de dar conselhos uns aos outros. (15) Porém nesta carta me atrevi a escrever com toda a franqueza para fazer com que vocês lembrem de coisas que já sabem. Eu escrevi assim por causa do privilégio que Deus me deu (16) de ser servo de Cristo Jesus para trabalhar em favor dos que não são judeus. Eu sirvo como sacerdote ao anunciar o evangelho que vem de Deus. E faço isso para que os não-judeus sejam uma oferta que Deus aceite, dedicada a ele pelo Espírito Santo. (17) Portanto, por estar unido com Cristo Jesus, posso me orgulhar do serviço que faço para Deus”. Carta aos Romanos 15.13-17.



Introdução


Importante: a Graça é o favor imerecido de Deus para com a humanidade. É um conceito central que diferencia o Cristianismo de outras religiões. Não se trata de algo que podemos conquistar ou merecer através de nossas próprias ações, mas sim de um presente gratuito e amoroso de Deus.


[Em termos teológicos, podemos pensar a Graça como a Graça derramada sobre todos: A benevolência de Deus estendida a todas as pessoas, independentemente de crerem nEle. Inclui coisas como a beleza da natureza, a consciência moral, o sustento diário e a restrição do mal no mundo. É o que permite que sociedades funcionem. A Graça que salva: É a ação específica do Espírito Santo que convence uma pessoa do pecado, leva-a ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo, concedendo-lhe o perdão e a nova vida. Esta é a graça que salva. E a Graça que santifica : É o poder contínuo de Deus atuando na vida do crente para transformá-lo e torná-lo mais semelhante a Jesus. Não é apenas sobre ser salvo, mas sobre ser mudado. É a Graça que nos capacita a viver uma vida que agrada a Deus.]



Maravilhosa graça


Maravilhosa graça, como é doce o som

Que salvou um infeliz como eu

Eu antes estava perdido mas agora fui encontrado

Estava cego, mas agora vejo


Maravilhosa graça é, sem dúvida, um dos grandes hinos cristãos. Seu autor, o pastor inglês John Newton (1725-1807), foi um ex-traficante de escravos. Certo dia, durante uma forte tempestade, Newton entregou seu coração a Deus. 


Pastor em Olney, na Inglaterra (1764 a 1780), John Newton faleceu com a idade de 82 anos, em 21 de dezembro de 1807. Ele resumiu sua vida e escreveu seu próprio epitáfio, que diz em parte: 


John Clerk Newton, 

Uma vez um infiel e libertino,

Um servo de escravos na África,

Foi pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo

Preservado, restaurado, perdoado,

E nomeado para pregar a fé que ele

Tinha se esforçado muito para destruir ....


Escreveu Maravilhosa graça entre 1760 e 1770. Baseado em 1o. Crônicas 17:16-17, passagem em que o rei Davi rememora a misericórdia de Deus para com um homem tão insignificante e pecador como ele. Foi escrita para ilustrar um sermão no dia de ano novo de 1773 e fez parte dos "Hinos Olney", hinário de músicas compostas por John Newton e seu amigo, o poeta William Cowper. A melodia talvez seja de uma música entoada pelos negros escravos que viajavam nos navios ingleses.



1. A graça nos leva à fé

 


O critério para avaliar a espiritualidade é a obediência voluntária e uma vida de fé. Não se compreende a fé sem obediência. A fé é salvadora quando nossa ação traduz aquilo em que se crê. Obediência e fé são evidências da graça derramada em nossas vidas. 


A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver”. Hebreus 11.1.


Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor”. Hebreus 11.6



2. A graça nos leva à paz



Através de muitos perigos, tribulações e ciladas

Nós já chegamos

Foi a graça que nos trouxe a salvo para tão longe

E a graça nos levará para casa”.


Ilustração: a mãe e o assassino 


Não vivemos mais na aflição e no desespero. Vivemos naquela paz que excede o entendimento de quem não tem a Cristo. 


Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo. João 14.27


Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido. E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus”. Filipenses 4.6-7.



3. A graça nos leva à alegria



Foi a graça que ensinou meu coração a temer

E graça, meus medos aliviados

Como é precioso que a graça tenha aparecido

Na hora em que acreditei


A partir do arrependimento, fruto da graça, começamos a viver a vida cristã, não mais uma vida de derrota e tristeza, uma vida na alegria da salvação.

 

Recebemos dele tudo o que pedimos porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que agrada a ele”. 1Jo 3.22.


E, como estou certo disso, sei que continuarei vivendo e ficarei com todos vocês para ajudá-los a progredirem e a terem a alegria que vem da fé”. Filipenses 1.25


Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria!” Filipenses 4.4


No lugar do conceito de pecado contínuo e de arrependimento contínuo, devemos enfatizar o poder de Deus que guarda, e a necessidade da pessoa nascida de novo entregar-se a Deus: arrepender-se, confessar seus pecados e afastar-se deles quando errar. Ao evitar o legalismo e o perfeccionismo que nasce do amor próprio, insistimos na obediência que nasce da fé.

 

Samuel respondeu: O que é que o SENHOR Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas”. 1o. Sm 15.22.


Fé, paz e alegria nos enchem de esperança, sob o poder do Espírito, e nos levam ao serviço.



4. A graça nos leva à missão



Maravilhosa graça, como é doce o som

Que salvou um infeliz como eu

Eu antes estava perdido mas agora fui encontrado

Estava cego, mas agora vejo

Estava cego, mas agora vejo”.


Ou como disse Paulo: “pela graça de Deus sou o que sou, e a graça que ele me deu não ficou sem resultados. Pelo contrário, eu tenho trabalhado muito mais do que todos os outros apóstolos. No entanto não sou eu quem tem feito isso, e sim a graça de Deus que está comigo”. 1Co 15.10.

 

O serviço cristão que nasce da graça é fruto da obediência daquele que crê, e não de um escravo que se submete com medo. Não há servidão, mas submissão graciosa. 


E Jesus é o exemplo: “eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha própria vontade”. João 6.38.



Lições para as nossas vidas



A graça nos leva à fé, à paz e à alegria, que nos enchem de esperança sob o poder do Espírito, e culminam com a missão, com o serviço cristão dirigido aqueles que ainda não conhecem a Jesus.


Por isso, o apóstolo disse:


Eu escrevi assim por causa do privilégio que Deus me deu de ser servo de Cristo Jesus para trabalhar em favor dos que não são judeus. Eu sirvo como sacerdote ao anunciar o evangelho que vem de Deus. E faço isso para que os não-judeus sejam uma oferta que Deus aceite, dedicada a ele pelo Espírito Santo. Portanto, por estar unido com Cristo Jesus, posso me orgulhar do serviço que faço para Deus.





 

lundi 27 octobre 2025

1 Coríntios 6.9

1 Co 6.9


"Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas..."


Ou :


"Acaso não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os homossexuais passivos, nem os ativos..."


1 Coríntios 6:9, escrito por Paulo.


1. Contexto Imediato:

Paulo está escrevendo à igreja em Corinto, uma cidade conhecida por sua imoralidade sexual e pluralismo religioso. Ele lista vários tipos de comportamentos que, se praticados de forma contínua e sem arrependimento, mostram que uma pessoa não está verdadeiramente convertida e, portanto, não "herdará o reino de Deus". A lista é ampla e inclui não apenas pecados sexuais, mas também idolatria, roubo e avareza (como visto no versículo 10).


A discussão teológica moderna concentra-se principalmente no significado exato de duas palavras gregas:


κίναιδοι (kínaidoi / "efeminados"): No grego comum, este termo era bastante amplo. Podia se referir a:

  · Homens que assumiam um papel passivo em relações homossexuais.

  · Homens afeminados em sua aparência ou comportamento.

  · Prostituídos masculinos.

    A ideia central é de um homem que "se rebaixa" ou abdica de seu papel masculino tradicional na sociedade da época.


· ἀρσενοκοῖται (arsenokoîtai / "sodomitas"): Esta é uma palavra rara, possivelmente cunhada por Paulo. Ela é formada pela junção de "arsen" (homem) + "koite" (cama, relação sexual). Acredita-se que ela derive da tradução grega de Levítico 18:22 e 20:13, que condena relações sexuais entre homens. A interpretação mais comum é que se refere aos participantes ativos em relações homossexuais entre homens.


A forma como este versículo é entendido varia significativamente entre as diferentes tradições cristãs:


· Interpretação Tradicional / Conservadora: Entende que a passagem condena de forma clara e atemporal todos os atos homossexuais, colocando-os na mesma categoria de outros pecados que impedem a herança do Reino de Deus se não houver arrependimento.

· Interpretação Progressiva / Contextual: Argumenta que Paulo estava se referindo a formas específicas e exploradoras de relações homossexuais comuns no mundo greco-romano (como a pederastia, a prostituição cultual e relações com escravos), e não a relações homoafetivas consensuais e comprometidas como entendidas hoje. Eles enfatizam que a lista inclui coisas como litígios entre irmãos, que não são considerados pecados mortais hoje.


O objetivo de Paulo não é simplesmente fazer uma lista de pecados, mas sim chamar os coríntios à santidade e ao arrependimento. Ele lembra a eles que a graça de Deus é para transformar, e não para permitir que continuem em velhos padrões de vida incompatíveis com sua nova identidade em Cristo. O versículo imediatamente seguinte (1 Coríntios 6:11) é crucial: "E tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus."


1 Coríntios 6:9 é um versículo central nas discussões sobre sexualidade e ética cristã. Sua tradução e interpretação dependem diretamente do entendimento dos termos gregos específicos e da hermenêutica aplicada, resultando em posições teológicas distintas dentro do cristianismo.

mardi 16 septembre 2025

O Estado e a Igreja

O Estado e a Igreja


A relação entre o Estado e a Igreja é um tema complexo, com profundas implicações históricas, políticas e sociais. Ao longo do tempo, essa relação variou significativamente, desde a união estreita entre Estado e religião até a completa separação. Eis alguns prós e contras da união e da separação entre o Estado e a Igreja.

Prós da união entre o Estado e a Igreja

1. Unidade social e cultural: Em muitos casos, a união entre Estado e Igreja fortalece a coesão social, já que uma religião oficial pode promover valores e normas comuns, criando um senso de identidade nacional.

2. Estabilidade política: Quando o Estado e a Igreja estão alinhados, há uma maior estabilidade política, pois as instituições religiosas podem legitimar o governo, e o governo pode promover os valores religiosos.

3. Apoio a causas morais: A união permite que a Igreja influencie diretamente as políticas do Estado em questões morais e éticas, como direitos humanos, justiça social, e outras áreas em que os valores religiosos desempenham um papel importante.

4. Serviços sociais e educacionais: Historicamente, a Igreja tem sido uma grande provedora de serviços sociais, incluindo educação e saúde. A união com o Estado pode assegurar o financiamento e a continuidade desses serviços.

Contras da união entre o Estado e a Igreja

1. Discriminação religiosa: Uma religião oficial pode levar à marginalização ou discriminação de minorias religiosas e daqueles que não praticam religião alguma, comprometendo a igualdade e a liberdade religiosa.

2. Interferência na liberdade individual: A influência da Igreja no Estado pode resultar em leis que limitam a liberdade pessoal, impondo normas religiosas à sociedade como um todo, independentemente das crenças individuais.

3. Conflitos de interesse: A mistura entre Estado e Igreja pode gerar conflitos de interesse, onde líderes religiosos podem usar seu poder para influenciar decisões políticas em benefício próprio ou de sua instituição.

4. Estagnação social: A união pode resultar em conservadorismo social, dificultando a aceitação de mudanças sociais, como direitos das mulheres, direitos LGBTQ+ e outras reformas que ampliam direitos de minorias e setores antes marginalizados.

Prós da separação entre Estado e Igreja

1. Liberdade religiosa: A separação garante que todas as religiões, assim como a ausência de religião, sejam tratadas igualmente pelo Estado, promovendo a liberdade religiosa e a diversidade.

2. Neutralidade do Estado: Um Estado laico é neutro em relação às crenças religiosas, o que permite que as decisões políticas sejam tomadas com base em princípios racionais e científicos, sem influência religiosa.

3. Progresso social: A separação permite que a sociedade avance em questões sociais e morais sem a influência conservadora da religião, facilitando a adaptação a novas realidades e valores.

4. Proteção contra fundamentalismo: Sem a influência direta da Igreja, o Estado está mais protegido contra o fundamentalismo religioso, que pode ameaçar as liberdades civis e a democracia.

Contras da separação entre o Estado e a Igreja

1. Perda de valores morais: A ausência de influência religiosa pode levar a uma percepção de perda de valores morais na sociedade, com um possível aumento do materialismo e do individualismo.

2. Enfraquecimento das instituições religiosas: A separação pode enfraquecer a influência e os recursos das instituições religiosas, limitando sua capacidade de fornecer serviços sociais e educacionais.

3. Conflitos ideológicos: A separação pode gerar conflitos entre o Estado e as comunidades religiosas, especialmente em questões onde os valores religiosos divergem das políticas governamentais.

4. Desafio à identidade cultural: Em sociedades onde a religião desempenha um papel central na identidade cultural, a separação pode ser vista como uma ameaça a essa identidade, gerando tensões sociais.

Lutero -- O Estado e a Igreja

Martinho Lutero, uma das figuras centrais da Reforma Protestante, tinha uma visão específica sobre a relação entre o Estado e a Igreja, conhecida como a doutrina dos dois reinos. Essa doutrina foi fundamental para o pensamento luterano e refletia a complexidade da relação entre poder espiritual e temporal.

Doutrina dos Dois Reinos

Lutero acreditava que Deus governa o mundo através de dois reinos distintos, mas interrelacionados:

1. O Reino espiritual (ou Reino de Deus): Este reino é governado pela palavra de Deus e pela Igreja. Ele se refere ao domínio espiritual e à salvação das pessoas. A Igreja, nesse contexto, é responsável pela pregação, pelas sacramentos/ ordenanças e pela orientação moral e espiritual dos cristãos. Neste reino, a fé e a consciência individual são centrais.

2. O Reino temporal (ou Reino do Mundo): Este reino é governado pelo poder secular, ou seja, pelos governantes e pelas leis civis. Ele se refere à manutenção da ordem, da justiça e da paz na sociedade. Neste reino, as autoridades seculares têm a função de proteger os cidadãos, punir os malfeitores e garantir o bem-estar público.

Interação entre os Dois Reinos

Embora Lutero reconhecesse a importância dos dois reinos, ele defendia que eles deveriam permanecer separados em suas esferas de influência:

- Separação de funções: Lutero acreditava que a Igreja não deveria interferir diretamente nos assuntos do Estado, como a política e a administração da justiça. Da mesma forma, o Estado não deveria interferir nas questões espirituais, como a pregação e a administração dos sacramentos.

- Autoridade dos governantes: Lutero também acreditava que os governantes seculares eram instituídos por Deus para manter a ordem e a justiça no mundo. Portanto, os cristãos deviam obedecer às autoridades civis, desde que estas não contradissessem a palavra de Deus.

- Limites da obediência: No entanto, Lutero argumentava que a obediência ao Estado tinha limites. Se um governante tentasse obrigar os cristãos a agir contra sua consciência e fé, eles teriam o direito de desobedecer.

Implicações da Doutrina

A doutrina dos dois reinos teve várias implicações importantes:

- Autonomia do Estado: Lutero defendia a autonomia do Estado em relação à Igreja, o que era uma ruptura significativa com a visão medieval, onde a Igreja tinha grande influência sobre os governantes e as políticas.

- Responsabilidade moral dos governantes: Embora o Estado fosse autônomo, os governantes eram responsáveis diante de Deus e deviam governar de acordo com os princípios de justiça e moralidade.

- Liberdade de consciência: A ideia de que o reino espiritual pertence à consciência individual foi um passo importante para o desenvolvimento posterior das ideias de liberdade religiosa.

O Estado e a Igreja hoje na França

Na França, a relação entre o Estado e a Igreja é profundamente influenciada pelo princípio da laicidade (laïcité), que está no cerne da identidade republicana francesa. A laicidade implica a separação estrita entre religião e governo, assegurando a neutralidade do Estado em relação a todas as crenças religiosas. Esse princípio foi formalizado pela Lei de 1905, que estabeleceu a separação entre as igrejas e o Estado.

Contexto atual

A laicidade na França se traduz em uma série de políticas e práticas que visam garantir que o Estado não favoreça nenhuma religião em particular. Isso inclui a proibição de símbolos religiosos em escolas públicas e a restrição de manifestações religiosas em espaços públicos. A França é, portanto, um Estado laico, onde a religião é considerada um assunto privado.

Desafios e tensões

Apesar do princípio da laicidade, o diálogo entre o Estado e as religiões, incluindo a Igreja Católica, continua a existir, embora de maneira complexa e, às vezes, tensa. Alguns dos principais desafios e tensões incluem:

1. Diversidade religiosa: A França abriga uma população religiosa diversificada, incluindo católicos, muçulmanos, judeus e uma crescente população secular. A laicidade, embora neutra, pode ser vista como desafiadora por comunidades religiosas que desejam expressar suas crenças publicamente.

2. Símbolos religiosos em espaços públicos: A proibição de símbolos religiosos ostensivos, como o véu islâmico, em escolas públicas e, em alguns casos, em outros espaços públicos, gerou debates intensos sobre a liberdade religiosa e a neutralidade do Estado.

3. Integração e coesão social: A integração de comunidades religiosas, especialmente muçulmanas, tem sido um tema central na França. A questão do islamismo e sua expressão pública frequentemente testa os limites da laicidade e gera debates sobre a identidade nacional e a coesão social.

Possibilidades de Diálogo

Apesar dessas tensões, é possível e, em muitos casos, necessário um diálogo construtivo entre o Estado e as religiões na França, incluindo a Igreja Católica. Algumas áreas onde o diálogo pode ocorrer incluem:

1. Diálogo interreligioso: O governo francês promove e participa de diálogos interreligiosos para promover a paz social e a coexistência pacífica entre diferentes comunidades religiosas.

2. Questões éticas e sociais: Em questões éticas e sociais, como bioética, direitos humanos, e justiça social, a Igreja Católica e outras religiões podem oferecer perspectivas que contribuem para o debate público.

3. Colaboração em ações sociais: Apesar da separação formal, o Estado francês colabora com organizações religiosas em áreas de interesse comum, como o combate à pobreza, assistência aos migrantes e outras ações sociais.

4. Educação e cultura: Há também espaço para diálogo em áreas como a educação, onde a história das religiões e a contribuição cultural das religiões à sociedade francesa podem ser reconhecidas e estudadas dentro de um contexto laico.

Considerações

Retornando, Martinho Lutero via o Estado e a Igreja como entidades distintas com papéis complementares. Sua doutrina dos dois reinos refletia a crença de que Deus atua tanto no mundo espiritual quanto no temporal, mas que as esferas de influência da Igreja e do Estado deveriam ser respeitadas e mantidas separadas. Essa visão teve um impacto profundo na relação entre religião e política na Europa, influenciando o desenvolvimento do conceito moderno de separação entre Igreja e Estado. Mas continua válido para o mundo ocidental, onde o cristianismo tem uma presença marcante.

E se o princípio da laicidade na França estabelece uma separação clara entre o Estado e a Igreja, o diálogo é não apenas possível, mas também necessário para enfrentar desafios sociais e culturais contemporâneos. Esse diálogo deve respeitar a neutralidade do Estado e a liberdade religiosa, buscando um equilíbrio entre o respeito às convicções pessoais e a coesão social em uma sociedade pluralista. E, da mesma forma, pode ser um exemplo para nossos sociedades onde o cristianismo é forte e presente.

Mas, como vimos, a relação entre Estado e Igreja depende muito do contexto cultural e histórico de cada país. Em nações onde as igrejas cristãs têm uma forte influência histórica, a separação pode ser vista como um desafio à tradição. Por outro lado, em sociedades pluralistas e diversificadas, a separação é frequentemente vista como essencial para garantir a liberdade e a igualdade. A escolha entre união ou separação deve, portanto, considerar os valores, a história e as aspirações da sociedade em questão. Mas nós propomos a visão histórica de Lutero para nossas sociedades de presença cristã: o princípio da separação entre o Estado e a Igreja, mas mantendo a interdependência entre elas e a liberdade da pessoa no que se refere a fé e ordem.









jeudi 11 septembre 2025

Soumettez-vous les uns aux autres ...

Ephésiens 5.21

Soumettez-vous les uns aux autres à cause du respect que vous avez pour le Christ.

Femmes, soyez soumises à vos maris, comme vous l’êtes au Seigneur. Car le mari est le chef de sa femme, comme le Christ est le chef de l’Église. Le Christ est en effet le Sauveur de l’Église qui est son corps. Les femmes doivent donc se soumettre en tout à leurs maris, tout comme l’Église se soumet au Christ.

Maris, aimez vos femmes tout comme le Christ a aimé l’Église jusqu’à donner sa vie pour elle. Il a voulu ainsi rendre l’Église digne d’être à Dieu, après l’avoir purifiée par l’eau et par la parole ; il a voulu se présenter à lui- même l’Église dans toute sa beauté, pure et sans défaut, sans tache ni ride ni aucune autre imperfection.

Les maris doivent donc aimer leurs femmes comme ils aiment leur propre corps. Celui qui aime sa femme s’aime lui-même. En effet, personne n’a jamais haï son propre corps ; au contraire, on le nourrit et on en prend soin, comme le Christ le fait pour l’Église, son corps, dont nous faisons tous partie.

Comme il est écrit : « C’est pourquoi l’homme quittera son père et sa mère pour s’attacher à sa femme, et les deux deviendront un seul être. » Il y a une grande vérité cachée dans ce passage. Je dis, moi, qu’il se rapporte au Christ et à l’Église.

Mais il s’applique aussi à vous : il faut que chaque mari aime sa femme comme lui-même, et que chaque femme respecte son mari. Ephésiens 5.21-331

Voilà un passage biblique qui commence très mal, de nos jours on n’aime pas parler d’obéissance ni de soumission, c’est quelque chose qui passe mal. Mais je vous propose de garder ce point pour la fin, en voyant d’abord si le reste du passage peut nous éclairer.

L’apôtre Paul fait dans ce passage une comparaison à double sens : il utilise la relation du Christ avec son Église comme image de ce que doit être le relation entre le mari et son épouse, mais il utilise aussi la relation entre les époux pour expliquer ce qu’il en est de la relation entre Christ et son Église.

Ce que je vous propose de faire, c’est de prendre ce passage à rebours, et de commencer par la fin en remontant.

Le mariage, illustration de l’amour de Dieu pour nous

Paul cite un passage de la Genèse, donc de l’Ancien Testament, la Bible que les juifs avaient avant la venue de Jésus-Christ. Ce passage, tout au début de la Bible, met en place ce que nous appelons le mariage, tout au début de l’histoire de l’humanité, avant que les choses ne se gâtent entre Dieu et l’homme. Le mariage est donc une bonne chose, que Dieu donne à toute l’humanité, avant qu’il y ait des chrétiens, avant qu’il y ait des pétabossons. Le mariage civil est la manière dont on établit légalement ce lien dans notre pays, et aujourd’hui nous bénissons ce lien qui est déjà établi. Mais l’appel de Dieu pour le mariage précède toute les formes légales, culturelles et religieuses qu’on peut y donner.

Ce texte dit 3 choses :

L’homme quittera son père et sa mère : contrairement à une culture ambiante de l’époque où on pouvait voir le mariage comme la femme qui quitte sa famille pour venir s’intégrer dans la famille du mari, là il est question de couper ce lien précédent pour démarrer une nouvelle entité, un nouveau noyau familial ;

Il s’attachera à sa femme : créer des liens, et en particulier les liens dont il est question aujourd’hui, liens de solidarité, reconnus par vous tous qui êtes témoins de cette union ;

Et il deviendront un seul être, une seule chair (dans les traductions plus littérale). Il s’agit certainement d’une référence à l’union sexuelle, mais elle en donne aussi le sens : la sexualité dans l’union des corps manifeste une unité plus profonde, celle d’une vie partagée, vécue ensemble.

C’est sur ce 3e point que Paul va bâtir : comme il s’agit de devenir une seule chair, il n’y a plus mon intérêt et ton intérêt, l’intérêt de Monsieur et l’intérêt de Madame, mais par l’union qui les lie le bien de l’un est le bien de l’autre, et vice versa. En prenant la métaphore au pied de la lettre Paul dit : puisque vous êtes une seule chair, chacun prends soin de l’autre comme il prend soin de son propre corps.

Maintenant, Paul, qui dit que cela est vrai pour le mari et la femme, dit que cela s’applique à Jésus-Christ et à son Église. Jésus, c’est Dieu en personne qui vient sur terre, devient un être humain avec une chair comme la nôtre, et qui unit sa destinée à celle de l’humanité. Ou pour être plus précis, à celle de l’Église, c’est à dire à la partie de l’humanité qui accepte d’être uni à lui.

Si Jésus fait cela pour son Église, c’est comme un époux prenant soin de sa femme. Mais cela met aussi la barre pour le comportement des maris : vous êtes appelés à aimer votre femme jusqu’à donner votre vie pour elle. Et tout comme Jésus tient à ce que son Église soit belle et accomplie, ton objectif est de permettre que ta femme se développe et s’épanouisse.

Revenons maintenant à cette histoire de soumission. On peut l’apprécier ou non, mais ce texte donne des rôles différenciés, avec un homme qui doit être le chef et montrer la voie. Mais quelques remarques :

– Ces rôles ne touchent pas à la valeur des personnes, une personne en vaut pas plus parce qu’elle a plus d’autorité (sinon, il faudrait considérer qu’un patron a plus de valeur qu’un employé, ce à quoi nous nous refusons) ;

– C’est un problème pour nous, parce que notre époque met un accent énorme sur l’autonomie, ne dépendre de personne, ne rendre de compte à personne. La société de l’époque, et de la plupart des époques, n’avait pas de problème à avoir une ordre social où chacun avait sa place, et être sous une autorité n’était pas considéré comme dégradant ;

– La Bible continue à parler d’autorité et de soumission, mais réinvesti ces concepts : celui qui a autorité doit servir ceux qui dépendent de lui. Jésus, par exemple, disait "Jésus leur dit : Les rois des nations les dominent et ceux qui ont autorité sur elles se font appeler bienfaiteurs. Il n’en est pas de même pour vous. Mais que le plus grand parmi vous soit comme le plus jeune, et celui qui gouverne comme celui.

– De même, l’épouse est appelée à une attitude de respect et de confiance. Mais il faut noter que tout homme est dans cette même attitude par rapport à Dieu, si cela est dégradant, nous sommes tous dégradés. Et si le mari prends sa place avec responsabilité et amour, je crois au contraire que cela offre une sécurité dont bien des femmes aujourd’hui sont assoiffées. Mais cette sécurité ne peut pas se trou- ver auprès d’hommes qui considèrent qu’ils n’ont ni responsabilité ni engagement envers personne.

Et dans ce cadre, la responsabilité du mari qui cherche le bien et le parfait développement de son épouse va aussi impliquer une attitude d’écoute pour savoir ce dont elle a besoin.

Et quant à l’épouse, eh bien oui, elle est appelée à accepter l’autorité de son mari, pas servilement comme un esclave, mais volontairement comme quelqu’un qui fait un entière confiance à son conjoint.

Comme souvent, la Bible donne un objectif élevé, voir inatteignable, mais c’est une direction dans laquelle aller; vous êtes au début d’une aventure, et il faudra trouver votre propre manière de vivre tout cela, en gardant une large place pour le pardon pour toutes les fois où ça ne se passera pas à l’idéal, et certainement aussi un peu d’espace pour l’humour dans tout cela.

Pour conclure, reprenons les idées principales : Le mariage crée une union et une solidarité entre les époux. En Jésus Christ, Dieu a voulu créer la même solidarité avec l’humanité ; et comme dans un mariage, cela implique la volonté des deux parties. Jésus- Christ montre l’exemple d’un amour et d’une autorité qui sert et qui se donne. Nous sommes appelés à recevoir cet amour dans la confiance et la soumission. Cet exemple est un appel à la responsabilité et à l’amour, reçu dans la confiance et la soumission volontaire.