Sermão
A correr com
o Espírito
Jorge
Pinheiro
Duas
ilustrações
1. Os meninos
e o Espírito
2. O Espírito
e a corrida -- ELIAS estava correndo na chuva enquanto a noite caía. Ele tinha
um longo caminho a percorrer até Jezreel, e não era mais jovem. Mesmo assim,
correu sem parar, porque “a própria mão do Deus Eterno” estava sobre ele. A
energia que fluía pelo seu corpo sem dúvida era diferente de tudo o que já
tinha sentido na vida. Afinal, ele havia acabado de ultrapassar os cavalos que
puxavam a carruagem do Rei Acabe. — 1 Reis
18:46.
Atos 2.1-13 –
PENTECOSTES
“E, ao cumprir-se o dia de Pentecostes, encontravam-se todos reunidos
no mesmo lugar. Então surgiu do céu um
som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa, onde se
encontravam assentados. E
apareceram-lhes línguas dispersas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um
deles. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em
outras línguas, conforme o Espirito lhes concedia que falassem. Já em Jerusalém
habitavam judeus, homens piedosos e todos os povos debaixo do céu. Quando,
então, surgiu aquele ruído, acorreu a multidão e ficou perplexa, pois cada qual
os ouvia falando em seu próprio idioma. Ficaram, pois, atônitos e se admiravam,
dizendo: Vede! Não são galileus todos estes, que estão falando? E como ouvimos
nós, cada qual em seu próprio idioma materno: partos, medos, elamitas, os que
moram na Mesopotâmia, na Judia, na Capadócia, em Ponto, na Ásia, na Frigia, na
Panfília, no Egito, e nas regiões da Líbia perto de Cirene, e os romanos, que
aqui residem, judeus e prosélitos, cretenses e árabes - como ouvimo-los falando
em nossos idiomas os grandes feitos de Deus? Todos, porém, ficaram atônitos e
desconcertados, dizendo uns aos outros: Que quer dizer isto? Outros, contudo,
zombando, diziam: Estão embriagados!”
O Espírito é paradoxal
Quando
falamos que o Espírito é a espontaneidade da realidade, estamos dizendo que o
Espírito é paradoxal. Exemplo disso foi o derramamento do Espírito no dia de
Pentecostes, que se apresentou como fim e princípio. Foi o fim da aliança
anterior e o surgimento de uma nova. É o fim de uma era e o início de uma nova.
O que era escrito nas pedras da lei agora seria, pelo Espírito, escrito nos
corações. As comunidades de fé deixavam de estar restritas a uma raça.
No
Pentecostes, ao citar o profeta Joel (2.28-32), Pedro deixa claro: o fim
começou. A compreensão de que o Pentecostes marca o tempo do fim traz para nós
duas lições: a primeira, é que somos chamados à vigilância, pois o fim se
abrevia. A segunda, é que devemos fazer a crítica daqueles que pensam poder
apresentar os tempos e as épocas que Deus reservou para si.
É
interessante observar que Lucas (Atos 1.4) diz que os discípulos deveriam
esperar o tempo da promessa em Jerusalém. Depois (Atos 2.2) fala que de repente
o Espírito se fez presente. Eles esperavam, mas não sabiam quando. Eles tinham
certeza, mas não sabiam a hora. O Espírito é a espontaneidade da realidade. Ele
vem quando e da forma que não esperamos. Quem anda com o Espírito aprende a
estar preparado para surpresas. É certo que Ele não falha nas promessas, mas
não faz como e quando esperamos.
Quando o Espírito vem Ele controla a todos. Aquela hora do Pentecostes ninguém escolheu. Mas ninguém estava sem controle, porque o Espírito controlava a todos. Era conforme o Espírito queria. Ser cheio do Espírito não é ser avião sem piloto. Ser cheio do Espírito é ser conduzido por sua soberania. Eis o paradoxo de Espírito.
“Mas quem não
tem o Espírito de Deus não pode receber os dons que vêm do Espírito e, de fato,
nem mesmo pode entendê-los. Essas verdades são loucura para essa pessoa porque
o sentido delas só pode ser entendido de modo espiritual”. 1Coríntios 2.14.
O Espírito é missionário
O Espírito é
missionário. Vejam as palavras de Lucas: “Essas notícias chegaram à igreja de
Jerusalém, que resolveu mandar Barnabé para Antioquia. (...) Barnabé era um
homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muitos se converteram ao Senhor”.
Atos 11.22 e 24.
Atos dos
Apóstolos é um livro sobre a prática de missões sob o comando do Espírito
Santo. Por isso, o livro de Atos é único em seu estilo no Novo Testamento,
porque revela o Espírito como missionário. E se o Espírito é missionário, o que
lemos em Atos é a consequência natural da história de uma comunidade que é
formada como igreja missionária. A relação Espírito/ comunidade é a chave do
sucesso em Atos.
Lucas deixa
claro que o Espírito é quem comanda a igreja em sua missão. O Espírito é Deus
soberano. Ele conduziu em triunfo a jovem comunidade cristã em sua missão de
comunicar. E o mesmo Espírito quer hoje conduzir nossas comunidades na tarefa
missionária. Afinal, é o Espírito quem vocaciona, capacita e dirige os chamados
para a missão.
“Naquele
tempo alguns profetas foram de Jerusalém para Antioquia. Um deles, chamado
Ágabo, levantou-se e, pelo poder do Espírito Santo, anunciou: Haverá uma grande
falta de alimentos no universo inteiro. Isso aconteceu quando Cláudio era o
Imperador romano”. Atos 11.27-28.
Mas qual a
relação entre Espírito cósmico e missão? Seguindo Irineu, um dos pais da
Igreja, podemos dizer que Deus pela Palavra deu existência ao universo, e o
Espírito transformou o existente em cosmo, todo ordenado, com vida e sentido.
O Espírito dá sentido à vida
Esse Espírito
vivo deu sentido ao universo. Ele tem como propósito dar sentido à vida humana,
por isso é Ele quem vai adiante: abre as portas e prepara o caminho para o
sucesso da comunicação das boas novas da salvação. E o mesmo Espírito, além de
preparar cada região, cada pedaço deste planeta, é quem transforma pessoas e
povos para que se dê a expansão do Evangelho. A visão da expansão da
comunicação é uma dádiva do Espírito para as comunidades de fé do Senhor Jesus.
Praticar esta visão, como o fez as comunidades de Atos, é entender o propósito
para o qual a própria comunidade de Jesus existe.
Comunicar é semear. Por isso, Jesus disse: “Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre. O mundo não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês”. João 14.16-17.
Para a
comunidade de fé, a unidade só é válida na variedade: nunca na uniformidade. A
aceitação das pessoas com suas diferenças e particularidades é uma condição
indispensável para a saúde da comunidade cristã.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire